Desejos escrita por Vivian Sweet


Capítulo 10
Capítulo 10 - Chegando ao Paraíso


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, a VIAGEM e a chegada ao hotel. Juliel?



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Informamos que durante o voo, não poderão ser utilizados laptops, jogos eletrônicos e câmeras de vídeo. Os telefones celulares deverão permanecer desligados. Dentro de instantes, daremos início ao nosso serviço de bordo.

Era 8 horas e o serviço de bordo tinha passado com o café da manhã. Enquanto comia, Talita reparou que tinha um cara bebendo cerveja. Ficou espantada com aquilo. E ele começou a encará-la. Como ela já tava acostumada com os garotos ficarem olhando pra ela, achou que era só mais um admirador. Mas passados 10 minutos ele continuava olhando de um jeito estranho. Ela resolveu encarar também. Achava muito desaforo dele. “Espero que essa criatura não esteja indo pro mesmo hotel que a gente”.

– Nicolas, todo mundo aqui vai ficar hospedado no mesmo lugar?

– Vai. Por quê?

– Seus amigos de RPG estão indo pra lá também! Nossa que coincidência! – ela fala bem alto, pra que Julie pudesse escutar.

– Se você puder fazer o favor de não falar sobre isso. – Nicolas falou entre os dentes.

– Nic, quem é aquele ser ali! – ela fala apontando pro cara esquisito. Ela não tinha vergonha alguma de parecer arrogante.

– Ah... fica quieta Talita... esse ali é o Mano. Esse cara é muito estranho. Vê se fica na sua. – Nicolas sussurrou pra ela, que arregalou os olhos.

E ele agora parecia mais que interessado nela. Como se estivesse lendo sua alma. Tinha olhos penetrantes. Ela sentiu um arrepio, pensando se aquele cara podia ser algum tipo de louco que poderia atacá-la. Ele estava calado, vestido todo de preto, cheio de tachas e piercings pra todo lado. Além disso, tinha os olhos pintados e parecia anêmico, de tão pálido. Ficou cismada com aquilo, tinha que descobrir mais sobre aquele cara.

Julie estava ainda com muito sono e tentava dormir um pouco. Já Nicolas estava muito eufórico e não conseguia parar no banco. Bia estava concentrada lendo “O Morro dos Ventos Uivantes”. Talita puxando assunto com a amiga de Nicolas, Fabiana. De repente Nicolas pede um champanhe.

– Vamos fazer um brinde a essa que promete ser a melhor viagem das nossas vidas! – falou com empolgação.

Todos brindaram.

Nicolas foi até Julie pra brindar com ela.

– Ao nosso amor, que essa viagem seja inesquecível. Você é linda! Encantadora!

Julie sorriu, mas, de repente, sentiu-se estranha. Sentiu que Nicolas tinha um lado que ela nunca iria conseguir participar. Enquanto bebia a champanhe, olhava as pessoas dentro daquele avião e se lembrou do que ele disse “Essa viagem é muito cara!”... e isso não fazia muito sentido porque naquele avião o único que tinha dinheiro pra tal era seu noivo. A não ser que... “Não pode ser! Ele não pode ter bancado a viagem de todos aqui... ou pode?”

Ela não sabia, mas foi exatamente o que ele fez. Bancou toda a viagem, com exceção de três, entre estes o tal de Mano, um cara excêntrico e misterioso que vivia sozinho em um sítio.

Duas horas depois, já tinham feito tudo que era possível dentro daquele avião. E ainda faltavam umas 8 horas pela frente. Bia anotava algumas frases no seu diário de bordo.

"Me seria mais fácil esquecer da própria vida do que me esquecer de você." – Heathcliff

– Olha amiga, que frase perfeita nesse livro!

"Não posso viver sem a minha vida! Não posso viver sem a minha alma!"

“Se tudo mais perecesse e ele ficasse, isto bastaria para que eu continuasse a viver.”

– Nossa! É bonito. Mas na prática é muito diferente. O amor não assim tão mágico.

“Eu não parti teu coração... foste tu que o quebraste, e, quebrando-o, quebraste o meu. E tanto pior para mim, que sou forte. tenho eu necessidade de viver? Que vida será a minha quando... Oh! Deus! Terias tu vontade de viver com tua alma metida num túmulo?"

– Eu acho que é possível sim, existir um amor tão forte! – Bia diz.

“Seja lá qual for o material que de que nossas almas são feitas, a minha e a dele são do mesmo."

– Então, deve ser raro.

“Prendia-se a ele por laços mais fortes do que aqueles que o frio raciocínio pensador pode destruir, laços tecidos pelo hábito, os quais seria crueldade tentar romper.”

– Eu queria encontrar um amor assim. – Bia fala pensativa.

– Se o amor é assim, então eu não o encontrei ainda. – fala Julie.

As duas ficam pensativas. Nicolas não estava por perto na hora. Julie olhou pro lado de Talita, que estava olhando pra ela com um sorriso nos lábios.

– O que você tá me olhando desse jeito?

– Nada não, cunhadinha. – sorriu. – Só estou pensando na viagem. – “e pensando nas respostas que eu dei no seu perfil, sua vaca”

No hotel, Demétrius convocou uma reunião mais cedo.

– Estou convocando vocês aqui para passar algumas orientações, pois aconteceu um imprevisto e eu não poderei estar aqui o tempo todo nestas próximas duas semanas. Mas, vocês conhecem a nossa história. Temos o dever de atender às expectativas das pessoas que nos pagam para viverem uma experiência sobrenatural quase real.

E quero que todos sejam recebidos com vocês vestidos à moda antiga. Usem seus trajes especiais de época. Lembrem-se, a imaginação das pessoas é a nossa melhor arma. Eu quero que eles pensem que estão num lugar mágico, místico, ao mesmo tempo atraente e apavorante.

Quando eu não estiver aqui vocês deverão seguir as ordens dos meus três assessores especiais: Martin, Félix e Daniel. Não fiquem com dúvidas. Qualquer problema procure-os. Qualquer deslize pode custar o emprego de vocês. Entenderam?

Os três se entreolharam. Havia alguma coisa errada com Demétrius. Deixar o hotel na mão deles? Por mais que gostasse do trabalho deles, isso foi realmente uma surpresa.

E Demétrius continuou. – Não basta vestirem a roupa certa, é preciso acreditar e viverem o que estão fazendo. Vocês tem que mostrar pros hóspedes que são aquilo que eles veem.

Martin cochicha com os 2 amigos: - E essa conversa mole do Demétrius, hein? Tem treta aí.

– Pensem! Se ele está correndo deve ser alguma furada. – Daniel diz pra eles.

– Não gosto nem de pensar nisso. Da última vez que ele fez isso, nós tivemos que suportar aquele pop star cheio de exigências. – suspirou fundo. – Lembram?

– Ah nem me fale! Aquele cara quase me enlouqueceu! Ele só aceitava andar se pisasse em tapetes! Tivemos que forrar essa propriedade toda com tapetes!

– É... o jeito é torcermos pra estarmos errados.

– Não se empolguem muito! Tem a tal da Juliana e outro que parece ser difícil. Olha o nome: Manoel Jagger, nem registrar essa criatura direito os pais não conseguiram!

Demétrius interrompe e chama a atenção deles. – Entenderam? Se eu chegar aqui e encontrar as coisas fora de ordem, teremos ajuste de contas!

No avião a maioria estava dormindo, ou tentando dormir. Tinham acabado de almoçar. De repente a comissária de bordo anuncia:

Senhores passageiros, apertem os cintos! O avião está passando por uma área de turbulência.

Repetiu isso cinco vezes. Todos acordaram em pânico, um chamando o outro. Mano estava calmo e indiferente. Ele usava óculos redondos como os de John Lennon.

Eles viram que entrariam numa nuvem gigantesca. O céu azul ficava pra trás e o medo fez os corações de todos acelerarem.

– Será que isso é alguma brincadeira dos pilotos? – Talita perguntou alto.

O avião entrou na nuvem e não conseguiam ver mais nada do lado de fora, nem mesmo a asa e as turbinas.

Todos os tipos de catástrofes de avião vinham na mente.

– E agora? Será que tá acabando?

O avião começou a sacudir muito. Parecia uma caixa de fósforos sendo agitada. A nuvem era um longo túnel reluzente.

Outra vez a voz da comissária apavorava todos.

Srs. passageiros, apertem os cintos! - máscaras de gás caíram sobre a suas cabeças - coloquem as máscaras de acordo com as instruções do início do voo. Não entrem em pânico!

Mesmo tremendo e em pânico todos estavam tentando colocar a máscara. O avião parecia desgovernado.

– Socorro! – Julie gritou.

– Eu quero voltar pra minha casa! – Bia também gritou.

– Relaxa! Isso ainda pode ficar pior. – Mano falou alto pra todos.

Tão repentinamente como começou, a turbulência se foi. Já tinha gente chorando, rezando e tendo crise histérica.

O avião foi estabilizando, o que deixou todo mundo aliviado. Talita se deu conta que estava cravando as unhas em Nicolas.

A comissária foi até o corredor tentar acalmar a todos.

– Pedimos que fiquem calmos. Isso é comum acontecer.

Mano gritou: - Buraco de minhoca!

Olhavam pra ele com uma cara de WTF esse cara tá falando?

– Ai... eu só quero chegar logo, botar logo meus pés no chão. Odeio aviões. – Julie falou assustada.

– Amor, não fica assim. Foi mesmo apavorante, mas agora está tudo bem.

– Espera! – Bia estava admirando alguma coisa do lado de fora. – Olha só que estranho! O tempo virou radicalmente!

O céu estava grafite. Parecia frio do lado de fora, cinza.

– O tempo mudou tanto assim! – Julie também achou estranho.

– Meu celular não quer ligar! – Talita falou.

– Ainda bem né, inteligência rara! – Bia falou. – Você não sabe que é proibido ligar celular dentro do avião?

– Ah! Bobagem isso, nada a ver!

– Ah... Talita! Tem hora que você me cansa, viu! – Julie alfineta.

Elas trocam olhares soltando faíscas.

– Que horas são? – Julie perguntou pra Nicolas.

– É. Ih... O relógio parou. – o relógio era digital e estava apagado. – Ô aeromoça! Por favor, tem como ver as horas?

– Sim, claro! São 15 horas. Já estamos a 30 minutos da aterrissagem.

– Mas já! – Julie falou com Nicolas. – Eu pensei que chegaríamos à noite!

– É! Estranho isso! – Nicolas concordou com ela.

Pouco depois:

e Srs., solicitamos que afivelem os cintos de segurança. À partir deste momento é proibida a utilização de qualquer equipamento eletrônico.

– Nada funciona mesmo! – Talita grita.

Dentro de instantes pousaremos no aeroporto RAF Manston em Kent. Mantenham o encosto de suas poltronas na posição vertical, suas mesas fechadas e travadas e afivelem os cintos de segurança.

– Nem acredito! Como pode ter chegado aqui tão cedo? – Nicolas fala.

Bem vindos a Kent. São 15 h. Permaneçam sentados até que os sinais de afivelar os cintos sejam apagados. Verifiquem se estão de posse de seus pertences antes do desembarque que poderá ser efetuado pela porta dianteira. Para outras informações, dirijam-se aos nossos funcionários de recepção em terra. Informamos que é proibido fumar e utilizar o telefone celular até a chegada ao saguão do Aeroporto. O Comte. Adler agradece sua escolha pela Excentric Airlines e deseja a todos uma boa tarde.

E agora como vamos fazer Nicolas? Pra que lado vamos? O hotel é longe daqui?

– Acho que não. Vamos desembarcar, passar pela alfândega e finalmente ir pro Hotel.

Nesse momento uma voz se levanta entre eles.

– Na-da dis-so! Eu sou o guia da empresa! E vou guiar vocês até o destino.

Olharam espantados. Mano era o guia da empresa. Aquele cara totalmente estranho.

– Meu Deus! – Talita exclama – Eu quero acreditar que isso não está acontecendo. Com ESSE cara aí que nós vamos?

Ele ouviu. Deu um sorriso torto pra ela.

– Senhorita. Posso te garantir que é muito mais emocionante serem guiados por mim! E no mais, já está tudo confirmado. A gente passa pela alfândega e segue de van até o hotel. Estou acostumado a fazer esse trajeto.

Nicolas resolve fazer uma miniconferência com as três.

– Eu o conheço de vista! Mas não sabia que ele trabalhava na agência.

– E eu não vou com esse cara nem morta! – Talita resmunga.

– Sabe o que eu acho? Que você devia ligar pra agência. – Julie diz.

– É, verdade! Eu também concordo com o que a Ju disse.

Nicolas fala com Mano: - Com licença eu já volto, vou fazer uma ligação.

Ele se afasta e pega o celular pra ligar, mas estava descarregado. – “Droga! Se eu não confirmar com a agência elas não vão querer ir! Já sei, vou fingir”.

Elas estavam de olho e viram de longe quando ele digitou alguns números.

– Alô! De onde fala?

– ...

– Aqui é o Nicolas, que fechou um pacote de viagem pra Wish. Eu queria confirmar se o Sr. Manoel é guia turístico dessa agência. É que chegamos em Kent e ele está querendo nos levar de van até a estação.

– ...

– Ah! Correto! Então vou informar o pessoal. Obrigado!

E voltou pra perto deles. – Pessoal! Tudo certo! É nessa van mesmo que nós vamos!

Ninguém desconfiou de Nicolas. Mas Talita não se conformava. Não tinha ido com a cara do sujeito.

– Mas pera! Qual a opção que nós temos?

Mano respondeu calmamente.

– Bom vocês podem ir comigo, opção 1.

– Vocês podem pagar uma van clandestina, mas elas só começam a circular depois das 18 horas. E pelo tempo que está fazendo eles vão pegar muita neblina na estrada. Opção 2.

– E vocês podem ir no trem da meia-noite. – disse arqueando as sobrancelhas. - Opção 3.

Talita deu-se por vencida, nenhuma das opções era boa.

– Então vamos! – Nicolas falou eufórico. – Não quero perder 1 minuto dessa viagem!

Foram caminhando para uma garagem onde uma van toda escura e vidros idem, estava estacionada. Parecia ser nova.

– É. Pelo menos parece segura!

– Totalmente. – diz Mano.

Estava bem escuro dentro da garagem. Ele ajudou-os a guardar as malas e a entrarem na van. Seus olhos ainda não haviam se acostumado com a escuridão. Mano fechou as portas e se sentou ao volante. Deu partida e ligou o ar-condicionado. – Espero que se divirtam.

– Quanto tempo leva pra chegar lá?

– Se a estrada tiver boa, menos de uma hora. – responde o esquisitão.

No hotel, os três braços-direitos de Demétrius haviam acabado de deixar seu escritório com uma recomendação. Que um deles fosse buscar os hóspedes na entrada da propriedade, a 20 minutos dali. E quem se ofereceu para o serviço foi Daniel, que preferia mil vezes fazer um evento fora do que ficar preso ali naquele castelo.

Mas enquanto isso não acontecia, na estrada:

– Ai! – a van passou por um buraco. – Que bancos desconfortáveis! Duros! Tudo bem que tem um forro macio, parece cetim.

– É, e esse encosto? Tão duro e... diferente! Parece madeira!

– É verdade. – diz Bia. – Parece mesmo madeira. – ela bateu três vezes. – É madeira! E quê isso aqui? São alças?

Começaram a tatear e forçar a vista, até se darem conta de que os bancos eram caixões adaptados.

A garganta ficou seca. O ar estava tenso e a respiração ofegante.

– Ele vai matar todo mundo! – Talita sussurrava e gesticulava, apavorada.

A estrada era sinuosa e cheia de pedras e a van estava a mil. De vez em quando passava sobre um buraco e todos pulavam nos bancos.

– Ele vai matar a gente, vamos bater! – Talita estava histérica.

– Não precisa ficar nervosa, senhorita! Eu conheço essa estrada até de olho fechado. Desculpe se eu passei em uns buracos aí, é que eu sou míope.

A estrada se embrenhou por uma mata. Estava bem mais frio, na verdade o ar-condicionado estava no máximo.

– Está um cheiro esquisito aqui, tá sentindo? – Bia pergunta pra Julie.

– Parece cheiro de flores.

– É essência. – Mano fala – Gostaram? Essência de cravos.

– Flor? Mas essa flor é de defunto!

A van foi se aproximando de um riacho. De repente ela para. Todo mundo fica tenso. O que será que vai acontecer? - é o que todos se perguntavam.

Mano deu partida de novo e disse apenas: - Foi mal! O carro morreu justo agora quando a gente tem que passar por dentro do riacho. – os passageiros apenas rezavam pra chegar logo ao seu destino. Alguns já estavam sentindo falta de casa.

Estava cada vez mais escuro, e nem assim o motorista louco reduzia a velocidade.

Daniel saiu em direção à entrada da propriedade, onde havia uma muralha. Ele estava vestido com as roupas que Demétrius tinha dado ordem. Não gostava daquele visual certinho. Mas não podia fazer nada. Eram ordens dele e era melhor não contraria-lo. Ele foi andando até a saída do castelo e no caminho percebeu que várias camareiras cochichavam e sorriam pra ele. Na verdade elas eram loucas pra conquistar o coração do loiro rebelde. E se derretiam ao vê-lo. Principalmente hoje, que ele estava mais que elegante. Passou pela camareira que roubou um beijo seu e ela acenou e jogou um beijo no ar. Ele só deu um sorriso torto pra ela e arrumou o chapéu.

Ele iria buscar os hóspedes junto com três cocheiros, cada um guiando uma carruagem preta superluxuosa. Os cavalos também eram pretos como a noite.

Na van, Julie comentou alto:

– Engraçado, na programação eu não me lembro de ter visto nada falando sobre um percurso por dentro da mata a bordo de uma van.

– Algumas coisas eles colocam na programação. Mas outras são surpresas. Vocês terão algumas surpresas. – diz Mano, sempre atento à conversa.

Finalmente estavam chegando, depois de algumas tribulações. Nicolas respirou aliviado, depois de ter falado tamanha mentira.

Estavam a aproximadamente 1 km da entrada. A van se aproximou até os portões, que não deixava ninguém ver o que tinha atrás deles. Estacionaram perto. O sol estava se pondo e a neblina começava a aparecer. Mano foi até o portão e bateu três vezes com a alça de ferro que era usada pra isso.

O portão começou a se abrir. Todos estavam esperando superansiosos. E então se calaram diante do que viram. Um imenso pátio e longe, aos fundos um castelo de pedras imenso. Cercado de verde. Era incrível, estonteante. A maioria nunca tinha ido a um castelo antes. Ficaram num silêncio absoluto enquanto o portão se abria. Não tinha como impedir que um sorriso se estampasse nos lábios e nos olhos. Ouviram o som de cavalos chegando perto e três carruagens pretas parando em frente ao portão. Mais uma vez ficaram fascinados. A boca aberta como se não acreditassem. Todo aquele sufoco valera a pena diante do que viam.

A porta de uma das carruagens se abriu e dela desceu um jovem elegante, vestido com roupas de época. Ele veio caminhando determinado. Tinha um meio-sorriso misterioso nos lábios. Ele acenou com a cabeça e disse.

– Sejam bem-vindos ao Hotel Castellamare. Nós desejamos a vocês uma ótima estadia.

O rapaz olhou pra cada um, tentando passar cordialidade. De repente ele para e fixa o olhar em uma garota de cabelos negros, olhos brilhantes e um sorriso de criança quando chega num parque de diversões. Um sorriso totalmente autêntico. Ela estava olhando ao redor. Ele esqueceu por um instante o que estava fazendo ali. Estava admirado com sua beleza. Ficou em transe por alguns segundos, até ser despertado por uma pergunta.

– Ei! Ei! Você é que vai nos levar pro hotel? Podemos ir? – falou Nicolas com a cara fechada, pois tinha reparado bem nos olhares dele pra Juliana.

– Claro! Vamos dividir vocês em 4 grupos, cada carruagem cabe 5 pessoas. Por favor, por aqui. – ele fala com eles, mas toda hora sua atenção se voltava pra garota.

Julie enfim dá atenção aos comandos do funcionário. Mas ao olhar pra ele sente uma coisa muito forte. Ele estava olhando pra ela com a mesma intensidade. Os dois se olhavam como se tivessem visto algo de muito valor.

– Vamos Julie. – Nicolas dá o braço pra ela, que fica toda atrapalhada, desviando o olhar disfarçadamente do rapaz de cabelos cacheados.

Ele abriu a porta e tentava não olhar pra ela, pelo menos não na frente de Nicolas, que já estava querendo tirar satisfação. Mas não conseguia evitar olhar rapidamente, de canto de olho. Na hora que ia dar a mão pra ela subir, Nicolas disse:

– Pode deixar que EU ajudo a minha NOIVA. Obrigado.

Daniel se sentiu irritado. Ele deu um sorriso irônico.

– Como desejar, senhor.

E fechou a porta quando todos entraram. Subiu e se sentou ao lado do cocheiro.

A carruagem era muito luxuosa, tinha cortinas de seda e renda e pela abertura da frente dava pra ver os dois funcionários. Nicolas olhava a paisagem em completo encantamento. Nesse meio tempo, Julie olhou pra trás e pra fora, tentando ver mais uma vez o rosto do rapaz. Meio sem querer, ele se virou no mesmo momento e olhou pra dentro e sentiu que ela o olhava intensamente. Não conseguia impedir a eletricidade que havia entre os dois. Eles se olharam mais algumas vezes, os dois se sentiram perturbados demais com aquele encontro. Até pareciam estar felizes com isso.


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Notas finais do capítulo

O que vai acontecer agora? E quando Daniel descobrir quem é ela?



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