A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 8
Capítulo 7. La Bella Pizzaria


Notas iniciais do capítulo

Cidade da Bella decidido por mim. Primeiro por se encaixar o que eu já havia imaginado, segundo porque a propaganda é a alma do negócio e a DEA fez muito bem esse trabalho ;) Agora amora, você precisa me avisar se eu falar alguma besteira sobre a sua cidade.



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Capítulo 7. La Bella Pizzaria

POV Edward

Ao chegarmos perto do meu carro o olhar de meu pai foi diretamente a minha mão unida a da estrangeira. Como se tivéssemos levado um choque nos soltamos sentindo a vergonha tomar conta. Mamãe que segurava Alice no colo soltou uma risadinha, mas não disse nada.

- Minha mãe, Esme, você já conhece. Esse é meu pai, Carlisle. - apontei para os dois e depois para a morena. - E essa é Isabella.

- É um prazer conhecê-la, querida. - mamãe cumprimentou com um sorriso acolhedor.

- Estamos escutando muito o seu nome lá em casa. - papai completou com um sorriso amistoso.

- Pai... - murmurei constrangido.

Bella sorria.

- É um prazer conhecê-los. - olhou para minha mãe. - A comida da senhora é maravilhosa! Me ajudou a não morrer de fome.

- Oh! Fico feliz por isso. - riu mamãe.

- Onde estão Emmett e Rosálie? - perguntou curiosa.

- Foram para casa, Emmett estava esperando uma ligação dos primos. - respondeu mamãe.

- Então vamos? - perguntou papai.

Assentimos. Fui dirigindo com meu pai no banco do passageiro e as mulheres no banco de trás. Alice foi animando o caminho com sua tagarelice. Ela estava sentada entre as duas mais velhas e enchia Bella de perguntas.

- Porque você fala engraçado?

- Porque eu não nasci aqui nos EUA. - explicou. - No meu país se fala outra língua.

- Verdade? Onde você nasceu?

- Aqui... Deixa eu pegar meu celular que eu te mostro. Aqui é onde nós estamos. Eu nasci nesse país aqui chamado Brasil.

- Que grande!

- É o quinto maior do mundo.

- Verdade?

- Verdade. - Bella riu. - Veja aqui, eu nasci bem aqui em Colatina que fica no estado do Espírito Santo. O pôr do sol de lá é o segundo mais bonito do mundo. - falou com orgulho. - Eu tenho algumas fotos aqui no celular.

- Uau! É realmente maravilhoso! - exclamou mamãe encantada. - Olhe só Carl! - ela alcançou o celular para meu pai e eu pude ver a foto.

Bella sorria com os cabelos esvoaçantes em tom avermelhado por causa dos raios do Sol que fazia um espetáculo no céu o pintando de vários tons quentes.

- Realmente uma magnífica paisagem. Não acha filho?

- Sim. Maravilhosa. - eu não me referia a paisagem, mas isso eu não preciso falar.

Finalmente chegamos a única pizzaria de Forks. Ou seja, estava lotada.

- Então foi daqui que tirou meu apelido? Pensei que fosse mais criativo. - provocou a estrangeira me dando um leve empurrão com o ombro.

- Não foi daqui. Isso é apenas coincidência.

- Sei...

- É sério! - bufei.

Ela apenas riu. Revirei meus olhos para enfim entrarmos na La Bella Pizzaria. Conseguimos uma mesa um pouco mais reservada na área de não fumantes. Não demorou para o garçom chegar a nossa mesa perguntando sobre as bebidas. Em seguida o rodízio de pizzas começou.

N/a: Não faço ideia se existe rodízio de pizzas nos EUA.

Papai e mamãe conseguiram enrolar com apenas um pedaço de pizza no prato. Iam cortando em pedaços pequenos e os levavam até a boca, em seguida cuspiam no guardanapo.

Já eu e Bella fazíamos a nossa disputa particular. Todos os sabores que apareciam nós pegávamos um pedaço. E estávamos longe nos sentir saciados. Confesso que o apetite da estrangeira estava realmente me surpreendendo. As garotas, por mais apetite que tenham, geralmente não passam do quarto pedaço, entretanto Isabella estava me acompanhando no sétimo sem qualquer demonstração de mau estar.  E ainda dava total atenção a tagarelice de minha irmã que monopolizava completamente minha convidada.

O mais incrível em Bella é que ela não parecia nem um pouco entediada com a conversa de Alice. Sua paciência com crianças era admirável. Aproveitei sua distração para falar de minhas preocupações com meus pais.

- Eu acho que ele estava nos observando hoje. - murmurei sobre a respiração ganhando a imediata atenção dos dois.

- Você o viu? - perguntou mamãe alarmada, mas mantendo o tom baixo para nem Alice e nem Bella notarem nossa pequena reunião.

- Não. Mas... Não sei. É como... Não sei explicar. Eu só sinto. - papai me deu um tapinha tranquilizador nas costas.

- Fique alerta filho, mas não deixe de viver sua vida por causa disso. - aconselhou.

Assenti brincando com um pedaço de pizza no prato.

- Há! Eu sabia que ia ganhar!  - provocou a estrangeira olhando para o meu prato.

- Estou apenas dando uma pausa para começar a rodada das doces. - levei o pedaço à boca e sorri sem mostrar meus dentes.

- Sério que tem doce?! - juro que seus olhos brilharam. - Faz tanto tempo que eu não como pizza doce que você não faz nem ideia!

- Onde cabe tanta comida garota?

- Meu estômago é um buraco negro. - mandou uma piscadela.

- Só pode para que você coma tanto e não engorde.

- Segundo Jéssica eu preciso emagrecer. - lembrou.

Revirei meus olhos.

- Jéssica só disse aquilo por inveja, seu corpo é perfeito.

Isabella arregalou os olhos, mas eu via a diversão brincando neles.

- Meu Deus Edward! Controle-se! Dando em cima de mim até na frente dos seus pais!

Senti meu rosto esquentando absurdamente com suas palavras e tudo piorou quando meus pais começaram a rir.

- Muito obrigado pelo momento constrangedor. - agradeci cinicamente.

A estrangeira sorriu.

- Estou brincando. Eu tinha dito que os americanos não têm senso de humor, mas acho que quem não tem senso de humor é você Edward.

Revirei meus olhos.

- Eu tenho um ótimo senso de humor. - bufei.

- Claro, estou vendo. - provocou.

- Posso contar ótimas piadas se eu quiser.

- É claro.

- Você ainda não conheceu o meu senso de humor.

- Aham.

- Minhas piadas são ótimas!

- Com toda a certeza.

- Pare de ser irônica.

- Querido, não estou sendo irônica, apenas concordando com você.

Estreitei meus olhos pronto para retrucar, mas Alice interrompeu chamando pela estrangeira.

- Bella! Posso fazer o seu vestido de casamento?

- Vestido de casamento? Mas eu nem tenho namorado para me casar.

- Mas vai ter! - Alice afirmou revirando os olhos.

Eu conhecia aquela feição. Minha irmã tivera uma visão de Bella no altar. Mas quem será que estará ao seu lado?

- Hum... E como vai ser esse vestido? Tem que ser bem lindo senão não vou querer. - instigou.

Alice começou a detalhar o tal vestido e logo mamãe entrou na conversa. A três pareciam planejar um casamento. Franzi o cenho para aquela cena. Então voltei meu olhar para o meu pai que me olhava com um sorriso estranho.

- O que? - perguntei sem entender.

- Só estou me perguntando quanto tempo levará para a sua ficha cair.

- Vocês por acaso estão em algum tipo de complô para me irritar? 

Papai apenas riu e chamou o garçom para pedir as pizzas doces. 

- Bella, Edward nos contou que você está fazendo intercambio. Quanto tempo ficará na América? - perguntou mamãe quando Alice parou de falar para se lambuzar com sua pizza de chocolate.

- Meu visto de estudante tem duração de 6 meses.

- Tão pouco tempo! - exclamou dona Esme trocando um olhar rápido com papai.

- Minha mãe não concorda com isso. - sorriu docemente a estrangeira.

- Eu a entendo. Nós mães nunca queremos cortar o cordão umbilical.

- Mesmo conversando com minha mãe todos os dias pelo Skype ela briga comigo por estar longe. - riu com o olhar perdido.

- Ah! Mas não é a mesma coisa Bella. Conversar com o filho por uma tela de computador não chega nem perto de conversar próximo o suficiente para puxar para um abraço. Quando você for mãe irá entender.

- É o que minha mãe vive dizendo. - sorriu.

- E o que pretende fazer quando voltar? - perguntou papai.

- Bem... Honestamente eu ainda não faço ideia. - riu. - Eu até me vejo em uma sala de universidade assistindo a alguma aula, porém não faço ideia do que cursaria. O que eu realmente tenho vontade de fazer é viajar e conhecer o mundo. Só não acho que minha mãe ficaria muito feliz com a filhinha dela perdida pelos continentes.

Papai e mamãe sorriram encantados. Pois é, Isabella conquistou eles também. Os dois então começaram a contar a ela sobre alguns lugares curiosos dos quais já tinham ido. Ao que parece foi antes de eu nascer quando os dois ainda namoravam. Também fiquei curioso com as histórias, mas confesso que apenas um terço da minha atenção estava no relato dos meus pais, os outros dois terços estavam vidrados nos olhos brilhantes e sonhadores da estrangeira que empolgada com o assunto passou a fazer várias perguntas sobre os lugares.

Quando percebemos já passava das onze da noite, a pizzaria não estava mais tão lotada e Alice dormia com a cabeça encostada na mesa. E a parte mais importante é que eu havia ganho a aposta, pois Bella ficou tão distraída com a conversa que mal tocou em seu prato.

Sorri largamente para ela que revirou seus olhos.

Papai levantou-se para ir pagar a conta e Bella levantou em seguida pegando sua bolsa.

- Nem pensar. - disse sério a impedindo de pegar seu dinheiro.

- Nem pensar o que? Vou pagar minha parte. - retrucou como se eu fosse idiota.

- Nós a convidamos Bella. Não vai pagar nada.

- Na verdade quem me convidou foi Alice. E deixe de machismo. - revirou seus olhos.

- Não é questão de machismo, é de educação.

- Quando você me chamar para sair aí eu deixo você pagar a conta, no caso de hoje, nem pensar. Vou pagar pelo menos a minha parte. - pontuou.

Eu até poderia discutir, mas foi impressão minha ou ela deu a dica que quer sair comigo, a sós?

Espertamente ela se livrou da minha mão e correu até meu pai colocando seu dinheiro em cima do balcão. Apenas neguei com a cabeça. Escutei uma risadinha e me virei para a minha mãe inquisidor.

- Sei que você não costuma se envolver de maneira séria com as garotas, mas Bella é uma que vale a pena. - sorriu amorosa.

- Eu sei mãe... Mas você a ouviu. Ela só ficará por 6 meses.

- E você é um vampiro que pode fazer da sua vida o que quiser, inclusive viajar para qualquer lugar do mundo para viver ao lado de alguém especial.

As palavras de mamãe me deixaram extremamente pensativo. E por um lado ela estava certa. O passo de mudar de país poderia ser grande demais para um humano, o que não é o meu caso. A questão era o tempo, algo dentro de mim me diz que qualquer espaço de tempo ao lado de Bella nunca será suficiente.

Meus pensamentos foram cortados pelo retorno de papai e da estrangeira. Logo todos nós estávamos dentro do carro. Eu levaria primeiro minha família para casa e depois levaria Bella até a casa de Ângela. Eu precisava de mais tempo ao lado de Bella, pois somente em pensar que ela irá embora meu peito se aperta.

Ela despediu-se de papai com um sorriso e de mamãe com um abraço. Em Alice ela beijou o topo de sua cabeça delicadamente.

- Diga a ela que eu adorei conhecê-la. - sorriu.

- Claro querida, foi um prazer. E espero vê-la com mais frequência durante esse período que ficará em Forks.

- Claro!

Voltamos para dentro do carro. Agora Bella estava ao meu lado no banco do carona. Coloquei o carro em movimento e ela suspirou.

- Cansada?

- O dia foi longo. - sorriu. - Adorei conhecer sua família. Seus pais são muito legais e sua irmã é uma graça.

Concordei com um aceno. Ficamos em um silêncio confortável por alguns minutos até que uma curiosidade me assolou.

- Bella?

- Sim?

- Você não tem curiosidade?

- Do que?

- De conhecer seus pais biológicos?

Ela ficou quieta por um longo período e por um momento imaginei que tocar naquele assunto não tinha sido uma boa ideia. Mas enfim ela se pronunciou.

- Minha mãe foi assassinada. - murmurou.

- Sinto muito. - sussurrei completamente sensibilizado com a sua perda.

- Tudo o que sei dela é que ela viajava sozinha por algumas estradas rurais da cidade em que vivo. Alguém a esquartejou.

- Você não precisa contar Bella...

- Tudo bem... Não tem problema. - suspirou.

Sua tristeza era tamanha que minha vontade era parar o carro no meio da estrada e abraça-la.

- Ele quase me matou. Acho que até queria me matar, mas por algum motivo desistiu.

- Não estou entendendo, esse cara foi atrás de você?

- Eu ainda não tinha nascido quando ele esquartejou minha mãe Edward. - meu choque foi tamanho que paralisei por alguns segundos. - Tecnicamente ele fez a cesárea de minha mãe. - ironizou. - Depois de me tirar de dentro dela ele me deixou no relento ao lado de seu corpo.

- Bella... Não sei o que dizer. - sussurrei.

Ela deu um sorriso triste.

- Não precisa dizer nada. Só tenha consciência que existem monstros no mundo.

- Como você sobreviveu?

- Não sei... Ao que parece não demoraram a nos achar. - deu de ombros com o olhar distante. - O que mais me entristece de toda essa história é que nunca ninguém descobriu o nome da minha mãe. Tudo o que sei sobre ela é como ela morreu. E sobre meu pai sei menos ainda.

- Sinto muito.

- Às vezes... - o sorriso em seu rosto ainda era triste. - Às vezes eu sonho com uma mulher cantando. Eu não vejo nada, tudo é escuro, mas a voz está lá, suave, bonita. Gosto de pensar que é minha mãe.

Seu humor voltou a ficar bom e a tristeza não estava mais lá.

- Tenha certeza que é ela. - afirmei sorrindo.

O resto do caminho só não foi silencioso porque Bella começou a cantar uma música em português. Eu não fazia ideia do que as palavras diziam, mas pareciam bonitas. Quando chegamos em frente a casa de Ângela eu desci rapidamente com o intuito de abrir a porta para a estrangeira, mas ela não me deu chance saindo do carro rapidamente.

- Porque não me esperou para abrir? - resmunguei.

Bella riu com gosto.

- Mais uma prova da sua excelente educação?

- Não. - sorri. - Isso seria uma prova do meu cavalheirismo. - mandei uma piscadela fazendo-a revirar seus olhos.

- Ok senhor cavalheiro. Obrigada pelo convite, foi uma noite muito agradável.

- Sem dúvidas. - sorri.

Ficamos nos olhando sem sair do lugar. Havia um constrangimento até mesmo cômico com a situação. Bella mordeu o lábio inferior como se quisesse falar algo, mas não tivesse coragem.

- Eu... Eu acho que tenho que ir. - murmurou por fim afastando-se.

Mas aquela era a minha chance, eu não iria desperdiçá-la. Então segurei sua mão antes que ela fosse e me aproximei do seu corpo. Soltei sua mão e pousei em sua bochecha. Bella me olhava em expectativa, porém quando me aproximei de seu rosto para fazer o que eu tanto queria ela se afastou levemente.

A olhei sem entender, mas ela apenas desviou o olhar. Franzi o cenho e escorreguei minha mão para a sua nuca fazendo com que ela me olhasse nos olhos.

- Porque não? - perguntei em um sussurro.

Seu olhar tornou-se desesperado e então o baixou respondendo.

- Porque eu estou com medo.

- Medo de mim? - perguntei assustado.

Ela ergueu seus olhos novamente.

- Medo do que eu estou sentindo. Enquanto tudo for apenas fruto da minha imaginação eu estarei bem, mas ao se tornar uma memória, quando eu for embora... Eu...

- Porque está pensando no futuro quando você pode viver o presente? - e sem esperar uma resposta eu colei minha boca a sua.    


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Notas finais do capítulo

Finalmente né? Espero que tenham gostado!

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