A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 7
Capítulo 6. Primeiro Jogo


Notas iniciais do capítulo

A pedidos no Face estou adiantando a postagem ^^ Espero que gostem do capítulo ;)



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Capítulo 6. Primeiro jogo

POV Edward

Foi difícil conseguir dormir mesmo que eu me sentisse exausto mentalmente. Depois de entrar nas duas mentes, principalmente a que estava mais distante eu fiquei em estado catatônico. Havia sentido de imediato um latente estado de perigo. Quando finalmente consegui me acalmar eu percebi o quão estúpido eu estava sendo ao querer me igualar aos humanos.

Preocupados com meu coração disparado meus pais entraram em meu quarto encontrando-me sentado ao chão como se tivesse acabado de cair. Expliquei-lhes o que tinha captado e por mais que tentassem me esconder eu sabia que estavam tão ou mais preocupados do que eu.

Decidi então que após o jogo eu iria caçar. Precisava repor minhas forças, precisava ficar preparado para qualquer perigo que pudesse afetar minha família.

Quando completei 30 anos papai teve certeza de que eu não envelheceria e perguntou-me se poderíamos fazer uma experiência para descobrirmos as minhas limitações. Até então não tínhamos certeza se existiam mais híbridos como eu.

Carlisle propôs que eu me alimentasse só de sangue pelo máximo de tempo que eu conseguisse. Queríamos descobrir se a alimentação humana era mesmo necessária. Suportei cinco anos e acredito que suportaria muito mais, porém houve uma grande mudança em minha personalidade. Fiquei introvertido, impaciente, resmungão, com um humor sádico e cínico. Fisicamente eu era quase tão forte quanto tio Emm, de longe era o mais rápido da família, minha pele tornou-se impenetrável e eu praticamente não dormia. Ou seja, minha parte humana praticamente desapareceu. Mamãe não gostou muito da história e mandou parar com aquela experiência.

Concordamos e eu voltei a equilibrar a balança entre alimentos humanos e sangue. Um ano depois resolvemos fazer a experiência reversa. Ficaria sem beber sangue e me alimentaria apenas de comida humana. Foram 25 anos vivendo normalmente, como imaginávamos os sintomas foram reversos. Nunca estive tão humano quanto naquela época. Porém eu comecei a enfraquecer demais. Fiquei suscetível a doenças humanas. Comecei a sofrer desmaios e tinha dias que eu me sentia tão fraco que mal conseguia me erguer da cama.

Minha família dizia que estava na hora de parar, mas eu agia de maneira teimosa como um adolescente. Até que um dia, eu acabei cruzando meu caminho com uma garota, deveria ter pouco mais de 20 anos. Acabei a atacando. Só percebi o quão faminto estava quando o sangue tocou minha língua e não consegui mais parar.

Foi tia Rose quem me tirou de cima da garota. Por incrível que pareça eu não a matei, nem a transformei. Ao que parece até mesmo o meu veneno enfraqueceu com a minha dieta radical.

Desde então eu tenho controlado minha alimentação. Equilibrado sangue e comida. Quando quero ficar mais parecido com os humanos diminuo o sangue, quando preciso de mais força aumento o sangue em minha dieta.

E neste momento, com o perigo rondado nossa casa é melhor eu me preparar devidamente. Mesmo que isso me torne mais introvertido, resmungão e cínico.

[...]

Eu caminhava junto de minha família em direção ao ginásio onde aconteceria o primeiro jogo do campeonato. Eu estava com o agasalho do time e com Alice em cima de meus ombros puxando o meu cabelo a todo o momento.

- Alice, você vai me deixar careca. - resmunguei segurando suas mãozinhas.

- Não vai não! Vai continuar bonitão assim para sempre. - retrucou rindo e sacudindo as pernas.

- Alice se continuar se mexendo desse jeito vou acabar te derrubando.

- Ain Edinho! Como você está chato!

Você carrega a pentelha como um burro de carga e ainda tem que escutar esse tipo de coisa.

- Vamos ver quem é chato tampinha! - segurei suas pernas a jogando para trás.

Alice soltou um gritinho pendurada de ponta cabeça.

- Edward! - repreendeu mamãe, mas Alice gargalhava sem parar.

- Não vou derrubá-la mãe. - revirei os olhos puxando a pirralha para cima novamente.

- Ahh! - reclamou.

- Só estou obedecendo a mamãe, reclame com ela. - sorri.

Ela não disse nada apenas agarrou novamente meus cabelos.

A entrada estava lotada de familiares e torcedores vindo prestigiar o time da escola. Eu podia escutar muitas risadas e gritos de guerra dos mais empolgados. Bandeiras eram ostentadas e o mascote do time pulava de uma lado para o outro na entrada do ginásio.

A noite estava bonita sem nenhuma nuvem no céu estrelado. Tudo indicava boas vibrações.

- Boa noite senhor e senhora Cullen! - cumprimentou Ângela ao se aproximar.

- Boa noite. - responderam.

Ângie sorriu para tio Emm e tia Rose que retribuíram.

- Oi Edward.

- Hey Ângie. Lembra-se de minha irmã não é?

- É claro! Como eu poderia esquecer essa coisa linda? - sorriu para Alice. - Estamos todos nos reunindo ao lado do ginásio para uma última reunião antes do jogo.

Assenti tirando Alice das minhas costas e a colocando no chão. Mamãe pegou sua mãozinha. Seria muito fácil perdermos Alice no meio de toda essa multidão. Com esse pensamento um arrepio passou-se em minhas costas. Não seria nada bom que isso acontecesse principalmente por sabermos que dois vampiros estão de olho em nossa família, sendo um deles de olho diretamente em Alice.

Segui com Ângela para junto do time enquanto minha família seguia para dentro do ginásio.

Procurei por Bella, mas não a encontrei em lugar nenhum.

- Ela já está na arquibancada.

- O que?

- Isabella. Sei que está procurando por ela. - Ângela sorriu maliciosa.

Revirei meus olhos, mas não disse nada. Afinal era verdade, eu realmente estava a procurando.

O treinador começou a fazer um discurso empolgando os jogadores e a torcida a nossa volta. Não demorou para todos estarem gritando e se dirigindo ao ginásio.

Senti meu corpo tenso. Lembrei-me do que vi na mente do vampiro. Ele observou-nos no dia em que falávamos sobre esse jogo. As chances dele estar por perto são grandes demais.

Sentado em um dos bancos do vestiário fechei meus olhos e me concentrei buscando determinada mente. Porém desisti em segundos ao ficar tonto com a gritaria em minha cabeça. Tinha gente demais no ginásio. Meus poderes não seriam uteis.

Respirei fundo tentando me acalmar. Notei alguns olhares sobre mim que diziam claramente que eles estavam preocupados com a minha reação. Não que eles estivessem preocupados com a minha saúde, mas não estava na intenção de nenhum deles perder um jogo por causa do jogador novato com medo de público.

Se ao menos eles soubessem que meu temor de nada tinha a ver com o público.

- Ok! Está na hora garotos! Vamos lá, todos juntos aqui... - chamou o treinador.

Empilhamos nossas mãos e soltamos o grito de guerra para enfim correr para dentro do ginásio e escutar a animação da torcida.

- Vai Edinho! - tive que sorrir com Alice que se equilibrava em cima de tio Emm para chamar minha atenção.

Procurei por Bella nas arquibancadas e logo a encontrei sentada perto da quadra. Ela sorriu para mim e mandou uma piscadela. Ri lhe correspondendo. 

O jogo finalmente começou. Com a animação da torcida os jogadores faziam graça mostrando seus potenciais. O time adversário não era muito forte o que nos rendeu um jogo fácil e enfadonho. Ou talvez fosse eu que estivesse preocupado demais para entrar na animação do jogo.

Quando finalmente a campainha do final do quarto tempo tocou eu corri para o vestiário trocar de roupa. Era apenas o primeiro jogo, então a comemoração seria leve. Aproveitei o vestiário vazio e tomei uma ducha rápida. Quando já estava terminando os outros jogadores começaram a entrar no vestiário.

- Hey seu antissocial! Porque fugiu da comemoração? - perguntou Ben ao me ver já vestido com a calça do agasalho.

- Estou com uns problemas de família Ben, não estou muito para comemorações. - murmurei.

- Eu percebi que você estava meio estranho essa semana. Se quiser conversar cara, estamos aí.

- Valeu, mas logo as coisas vão se resolver. - sorri convincente.

Ben era uma pessoa legal. Ao contrário dos outros garotos ele era muito centrado. E tinha uma quedinha por Ângela, mas ela parece ignorar os sentimentos do coitado.

Ele pareceu acreditar em minhas palavras e me deixou em paz para finalmente correr para fora e falar com a minha família.

O ginásio estava praticamente vazio e meus pais provavelmente já me esperam do lado de fora. Tínhamos combinado comer fora em comemoração ao jogo e também para tentar relaxar após a semana tensa. Porém antes que eu saísse procurá-los fui interceptado por Ângela.

- Edward! Você viu Isabella?

- Só a vi na hora do jogo. Por quê?

- Não consigo encontrá-la. Combinamos de nos encontrar aqui na saída, mas ela não apareceu. Voltei lá para dentro e não a encontrei também. - bufou.

Ângela estava irritada. Já eu estava completamente preocupado. Minha espinha estava gelada e definitivamente não era uma boa ocasião para a estrangeira sumir, não quando havia um vampiro rondando a escola, não quando este vampiro poderia ter preferência por sangue jovem!

- Tenho certeza que ela não fez de propósito Ângie. Ela é nova aqui. Não iria andar sozinha.

A expressão de minha amiga tornou-se preocupada.

- Já tentou ligar no celular dela?

- Sim, mas ninguém atende.

- Fique aqui caso ela apareça, eu vou procurá-la ok? - sugeri.

Ela assentiu e eu agucei minha visão enquanto caminhava entre as pessoas. Meu coração estava disparado sem conseguir achá-la em lugar algum. Eu via muitos jovens rindo, via famílias parabenizando seus filhos, casais namorando, mas nada da morena.

Foi então que um choro me chamou a atenção. Eu conhecia muito bem aquele escândalo. Ainda mais preocupado corri até o som.

Relaxei imediatamente ao avistá-las. Alice estava sentada no chão com as palmas de suas mãozinhas para cima e Bella agachada em sua frente.

- Oh anjinho, me desculpe, eu não vi você correndo. Machucou muito?

Alice não chorava mais, mas continuava com um biquinho e lágrimas nos olhos. Esticou as mãozinhas para Isabella que as pegou delicadamente e as beijou em seguida.

- Dois beijinhos para sarar. - sorriu amorosa.

A cena exalava doçura e só me fez querer ainda mais a estrangeira para mim.

- Do que me chamou? - perguntou curiosamente minha irmã. - Anji o que?

- Anjinho. Significa pequeno Anjo.

- Eu gostei. - Alice sorriu. - Meu irmão me chama de fada.

- Combina com você.

- Você fala engraçado.

Bella sorriu, mas não disse nada já que mamãe aproximou-se.

- Alice. Já falei para não sair correndo desse jeito. - repreendeu. - Você pode machucar alguém ou se machucar.

Alice indignada ergueu suas mãozinhas raladas em direção a mamãe.

Dona Esme riu a pegando no colo.

- Estou falando de se machucar gravemente. - bateu delicadamente na ponta do nariz da criança.

Resolvi que era hora de me aproximar.

- Edinho! - Alice pulou no colo de mamãe assim que me viu.

Ri da empolgação da pequena e sorri para Isabella.

- Bella, Ângela está te procurando.

- Eu sei... Já estava indo para o ginásio.

- Nós vamos comer pizza! - comemorou Alice. - Mamãe, a Bella pode ir com a gente?

- Se ela quiser ela pode sim.

Nós três olhamos para a estrangeira que parecia surpresa com o convite.

- Vocês estão em família, não quero atrapalhar.

- Não vai atrapalhar. - insisti.

A morena passou seu olhar por nós três e então suspirou sorrindo.

- Tudo bem, mas preciso avisar Ângela.

- Claro eu vou lá com você.

- Com licença.

Bella sorriu para minha mãe e irmã e nós seguimos de volta para o ginásio encontrando uma Ângela impaciente.

- Desculpe por sumir Ângie.

- Tudo bem, mas o que aconteceu?

- Uma garota veio até mim dizendo que um cara bonito e com o agasalho dos jogadores de basquete estava me procurando. Pensei que fosse o Edward e fui com ela. Até ela dizer que ele estava na floresta.

Senti minha espinha gelar com o relato de Bella. Ângela tinha os olhos arregalados.

- Quem era? - perguntou curiosa.

- Não faço ideia. - deu de ombros. - Deveria ser algum imbecil com intenções duvidosas. Eu não seria estúpida de entrar em uma floresta sozinha.

- Fez bem. Poderia ser algum tarado. - disse Ângela.

Ou coisa pior. Pensei comigo mesmo.

- Vamos? - chamei pela estrangeira.

Ela assentiu e virou-se para Ângela que nos olhava com malicia. Revirei meus olhos.

- Vou com Edward e a família dele até uma pizzaria. Tudo bem por você?

- Claro! Vai lá se divirta! E Edward é bom deixá-la em minha casa antes da meia noite. - apontou o dedo para mim.

- Claro bruxa má. Deixarei a Cinderela em seu castelo antes da 12º badalada do relógio. - ironizei.

- Idiota. - Ângela me deu um soco de brincadeira enquanto Bella gargalhava. - Estou mais para fada madrinha. Ou Cupido.

- Menos Ângie, bem menos. - ironizei puxando a estrangeira pela mão.

Caminhando em direção ao meu carro e pela primeira vez na noite eu me senti mais tranquilo. Talvez fosse o efeito da mão de Bella na minha e seus carinhos feitos por seu dedão em minha pele.

- Você estava tenso hoje. Estava preocupado com o jogo ou é aquele problema de família?

- A segunda opção. - murmurei.

- Eles te contaram?

- Sim... É realmente grave, mas lidaremos com isso. - sorri e ela retribuiu.

- Se quiser conversar sou uma ótima ouvinte.

- Eu sei que é. Mas por enquanto vamos deixar os problemas de lado. Você gosta de pizza?

- Adoro. Você provavelmente vai se assustar com a quantidade que eu como.

- Oh... Acredite em mim, quem vai ficar assustada é você.

- Está me desafiando senhor Cullen?

- Depende.

- Depende do que?

- Do que eu vou ganhar quando eu ganhar o desafio. - mandei-lhe uma piscadela.

A estrangeira gargalhou.

- Você ganhar? Meu amor, minha mãe diz que eu tenho estômago de avestruz.

- Querida, você não conhece o estômago aqui. - bati em minha barriga de brincadeira.

Ela riu mais uma vez.

- Ao final da noite a gente conversa. - mandou uma piscadela.

- Combinado. - sorri.


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Notas finais do capítulo

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