Grace

-Mikaelsons para fora do caminho!

Gritei, passando por Finn e Angie que andavam calmamente na direção do mar. Passei por Kol que enterrava o pai na areia e corri pelo cais, pulando na água e gritando:

-NASCIDA NO PACÍFICO, CRIADA NO ATLÂNTICOOOO!

Caí na água, espalhando água para toda a parte. Dei algumas braçadas para me afastar do cair e vi os Mikaelson correndo até ali. El estava dormindo em uma rede sob a varanda da casa. Rebekka estava tomando sol na areia e a Sra Mikaelson estava lendo e rindo do filho que enterrava o marido.

-EI Grace! – Gritou Angie, correndo pelo cais, antes de pular – Marco!

-Polo!

Gritei, antes de mergulhar e rapidamente nadar para outro lugar.

-Marco!

Ouvi-a gritar e pular na água e subi à tona, à alguns metros de onde estava antes.

-Polo!

Os dois, confusos, olharam para mim.

-Gray!

Angie protestou. Ri e dei de ombros, indicando que eles viessem na minha direção. Esperei que estivessem na metade do caminho antes de mergulhar e desaparecer de novo.

-Grace! Pare com isso! – Ouvi-a gritar, irritada. –Não tem graça!

-Deixa comigo, Angie. – Disse Finn, convencido – Marco!

Surgi detrás dele silenciosamente antes de puxar seu calção para cima com força e gritar.

-POLO!

Ele virou-se para mim, meio enfurecido pela dor, a honra de macho ferida, e segurou meus pulsos, para que eu soltasse do seu calção. Doeu, como se Finn tivesse me dado em um imenso choque. E ao mesmo tempo, veio a lembrança e o ar faltou. A dor nos pulsos, no coração e nos ombros quando ele jogou-me contra os armários gelados, tanto tempo atrás, tudo voltou. Não sabia que aquilo ainda era tão vívidas dentro de mim.

Gritei e puxei meus pulsos.

-Nunca mais toque em mim assim!

Mergulhei e nadei para longe. Se olhar para trás, estou perdida.

Como eu viera parar ali? Não tinha ideia. Não queria sair, porém. Eu tinha quase certeza de que estava na cama de balanço no meu quarto e de Angela. Meus músculos doíam e minha cabeça retumbava como martelos batendo contra gongos. Os olhos ardiam e os ouvidos estavam abafados. Sentia-me no fundo de um poço. Presa, sufocada, sozinha.

Tudo o que eu queria era ir para casa.

Elijah

Angela acenou para mim para que eu fosse até a casa. Sentia dor pela tensão nas costas. Havia percorrido toda a ilha atrás de Grace, sem sucesso. Desde aquela hora, de manhã, ela sumira completamente. A lua agora já estava no topo do céu.

-A encontraram?

Perguntei, preocupado. Angela assnetiu, mas não sorria.

-Na praia, do outro lado? Ela está no nosso quarto agora.

Soltei o ar, tão aliviado que quase desabei no chão.

-Ela está bem?

Angie cruzou os braços, parecendo nervosa.

-Ela desmaiou. Está dormindo agora. – Assenti, nervoso novamente. Eu vinha tentando fugir da horrível certeza que tinha. Não podia mais. Do topo da pequena escada, Angela estendeu a mão e tocou meu rosto. – El. O que está acontecendo? Não é só o trauma, é? Tem mais.

Esfreguei o rosto com a mão, deixando de dela intocada sob o meu maxilar.

-Sim. Eu acho que eu sei o que é, mas... Eu preciso falar com o meu pai. Ele vai saber o que fazer.

-O que é isso, El? Eu nunca vi nada tão agressivo... Num momento ela está bem, e no outro...

Respirei fundo.

-Está tudo bem. É genético. Eu passei por isso alguns anos atrás... Ela vai ficar boa. Eu prometo.

Ela me encarou com um olhar triste e entrou, sem dizer mais nada. Ali, sozinho e desolado, deixei-me desabar sobre a escada.