Filhos escrita por Bellah102, CaahOShea


Capítulo 16
Capítulo 15 - Diversão


Notas iniciais do capítulo

Oi lindas!
Estou morrendo de saudades de vocês!
Por favor, voltem à comentar!



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Rebekka

Bom dia, linda.

Dizia a mensagem que li quando dei a primeira mordida na minha torrada com manteiga. Peguei o celular antes que Lexi pousasse os olhos sobre ela. Sorri e depois reprimi o sorriso, espiando Lexi e Elijah, que pareciam ambos concentrados, ela no seu celular e o pequeno Mikaelson na lição de redação de um dos seus novos alunos da escola. Agiam como se não fôssemos partir em fuga em algumas semanas.

Se eu soubesse que você ia fazer isso, não teria te dado meu número.

Sua próxima resposta demorou um pouco à chegar.

Desculpe, nunca tinha mandado mensagens antes. Mas é divertido J. Enfim, quer sair?

Encarei aquelas palavras por muito tempo até bloquear a tela e morder minha torrada, decidindo deixá-la sem resposta.

-Ei Bekka? – Olhei para Elijah, que parecia sério, depois de baixar o caderno e morder seu waffle. – Pode me fazer um favor?

-Claro irmão. Sem problemas. É só dizer.

Ele suspirou, apoiando as costas na cadeira.

-Finn tem andado... Muito estranho ultimamente. Não sei o que está havendo. E, como um garoto da idade dele, ele não fala comigo. Será que você e Lexi podiam levá-lo à algum lugar? Ajudá-lo a se divertir? Sabe? Se soltar. Talvez ele diga algo.

-Por mais que eu adore o garoto, tia Lexi vai sair para a noite e arranjar carinho para a noite...

-O que isso...

-Elijah, não. Não. Pergunte. Nada. – Suspirei e assenti. Lexi deu de ombros e voltou para o seu celular – Sem problemas, eu levo ele. Depois de uma noite comigo, vamos ser melhores amigos.

Lexi soltou uma risadinha petulante.

-É, bom sorte com isso.

Calley

-Você voltou.

Eu disse, não com espanto, mas com uma certeza calorosa e agradável. Leah deu de ombros ao entrar na sala. Lá fora, a grama estava dura de chuva que se transformara em geada durante a noite. Seu humor parecia melhor do que dois dias atrás. Parecia variar com o tempo.

-Dei uma boa olhada em volta e decidi ver se os sanguessugas estão tratando você bem.

Assenti.

-Estão, sim. Bem, a dieta não é ideal para quem está, você sabe, vivo... Mas R está ficando mais forte.

Ela me dirigiu um sorriso tenso. Era como se não conseguisse se decidir como se sentir por mim. Eu também não saberia no lugar dela. Pena? Aversão? Diversão?

-E... O que você faz aqui o dia todo?

Dei de ombros.

-Normalmente um deles me faz companhia, mas é estranho conversar com eles. Basicamente falamos do bebê e do tempo, e se estou confortável. Conversa de elevador. Você sabe...

Ela riu e se jogou na poltrona ao lado dos sofá.

-Bem, eu garanto que sou bem mais interessante.

Sorri para ela.

-É, eu posso imaginar. – Hesitei por um segundo, mas minha curiosidade me traiu. – Como é? Ser um lobo, quero dizer.

Ela pensou um pouco e sorriu.

-É... Libertador. Em todos os aspectos.

Suspirei, desejosa.

-Me conte.

Pedi, quase sentindo o gosto de uma boa história.

-O quê?

Sorri, quase de forma doentia.

-Tudo.

Elijah II

Bati à porta da casa, com o celular suado entre os dedos e o jornal na outra mão. Quase voara para longe da mesa do café da manhã quando recebera a mensagem de Angela. Você pode vir?, Perguntava, simplesmente. Eu sabia que devia ficar com meus pais e que sentiria imensamente a falta deles enquanto estivesse longe. Mas algo nas letras geralmente impessoais na minha tela me dizia que Angela precisava de mim. E se precisava, eu precisava estar lá.

A porta se abriu.

-Olá, Sr. Mikaelson. – Eu disse, tentado ser o mais charmoso possível. Ele me olhou de forma neutra por um segundo. – Como vai? Trouxe o jornal que estava no quintal.

Ele pegou o jornal, sério.

-Elijah, eu adoro a sua mãe e você é uma homenagem muito especial que ela fez para mim. Mas você ainda é o marmanjo que está saindo com a minha filha. Pega leve. – Ele deu um passo atrás, cruzando os braços – Ela está lá em cima. Deixem a porta aberta.

-Sim senhor, obrigado, senhor.

Passei por ele com um sorriso tenso e subi as escadas soltando um suspiro. Acenei com a cabeça para a Sra. Mikaelson que descia as escadas com um cesto de roupa suja.

Elijah I

-Elijah Mikaelson – Sussurrou Lou baixinho em tom de repreensão quando desceu a escada. Sorri para ela, satisfeito – Porque o pobre garoto parecia prestes à vomitar?

Dei de ombros, voltando-me para o sofá e abrindo o jornal.

-Só estava sendo um bom pai.

Elijah II

Depois da assustadora experiência com o pai de Angela, tudo o que eu queria era chegar ao quarto dela. Mas algo me dizia que eu teria problemas com isso. E isso era Kol, em uma armadura de caixas de papelão, parado em frente da porta de Angela, com uma espingarda de madeira.

–Kol?

Chamei, unindo as sobrancelhas. Ele me cutucou com a ponta da espingarda.

–Fora vilão! Deixe a minha irmãzona em paz!

Eu ri, cutucando a sua armadura instável.

-Que armadura legal garoto. Quem fez para você? – Ele voltou à cutucar minha barriga com força – Ai. Qual é, Kol? Sou só eu.

A porta atrás dele se abriu e um rosto cansado espiou por ele.

-Kol, o quê... – Ela levantou os olhos e sorriu – El! Você veio!

Kol abriu os braços, se colocando à frente dela.

-Para dentro, irmã. Eu a protegerei do inimigo despudorado!

-Despudorado? – Ela perguntou, com uma sugestão de sorriso cruzando o rosto. – Você sequer sabe o que é isso?

Ele fez uma careta e mostrou-lhe a língua.

-Cavaleiros juramentados não ligam para gramática.

Suspirei.

-É, Angie. Hora do caminho mais difícil.

Sorri para ela, mas ela não entendeu o que eu quis dizer. Peguei o menino, jogando-o sobre o ombro como batatas em um saco. Mas revestido do papelão.

-Me solte, quimera!

-Onde eu o deixo?

-No quarto dele, eu acho.

Assenti, caminhando até o quarto no fim do corredor que ela apontara. Kol se debatia, divertindo-se, mas tentando esconder isso ao máximo.

-Não Fiz um voto de proteger a princesa até o fim dos meus dias!

Interpretei uma risada maligna.

-Viva com a sua desonra, cavaleiro! Roubarei sua princesa e ainda o humilharei em combate! Só não o matarei porque me diverte.

-NÃÃÃÃÃO!

Joguei-o sobre sua cama e, por baixo de sua armadura, lhe fiz cócegas, fazendo-o se contorcer. Quando estava sem fôlego, fugi do quarto, fechando a porta. Corri até o quarto de Angela no fim do corredor, onde ela me sorria na porta.

-É hora, lady Marian. Vamos fugir para a mística floresta de Sherwood.

Ela riu e acenou para que eu entrasse no quarto. Lá dentro, ao invés da habitual serenidade e simplicidade do quarto, havia algo tenso no ar. Tudo de bom era sugado pela imensa mala azul sobre a cama.

-Você também?

Ela assentiu, vindo até o meu lado. Para o meu alívio, deixara a porta aberta.

-Eu já parti antes, El. Seria capaz de arrumar uma mudança em dois dias. – Ela engoliu em seco. – Mas é a primeira vez que tenho um lugar para voltar. Coisas a deixar para trás. E isso está me matando.

Não pude reprimir um pequeno riso.

-Normalmente, é o contrário.

-E como foi que você fez?

Dei de ombros.

-Não tem muito na minha casa. Foi mais a mala feita de Seattle e algumas coisas velhas para me lembrar de casa.

Ela suspirou.

-Trouxe poucas coisas para cá também. Só vim ajudar com a mudança. Eu e Finn íamos voltar a Seattle, tentar arranjar um emprego para bancar a minha faculdade e vender a casa que ficou nos subúrbios, onde mamãe, papai e Kol estavam morando. – Ela soltou o ar enquanto eu ouvia meus ouvidos apitarem. Então aquela bagunça toda... Havia... Me salvado? – Não tenho nada.

Lembre-me subitamente da primeira vez que nos encontráramos naquela casa.

-Angie... Você gosta de... Como Gray chama? Vintage?

-Gray chama de Coisa Velha. – Ela disse, assentindo. – Mas sim, gosto.

Sorri para ela e cruzei os braços.

-Já teve tempo de ver o que a Sra. Nelson deixou para você?

-Não. – Seu sorriso iluminou o rosto claro. – El, você é um gênio maluco!

-Sem chance! Angie, olha isso! Um gramofone! Com discos!

-Ei El, o que você acha?

Levantei detrás das caixas. Angie estava com um dos antigos vestidos da Sra. Nelson. Vinha provando-os enquanto eu procurava os outros objetos utilizáveis. Mas esse era diferente. O comprimento era antiquado, bem abaixo dos joelhos, mas não fazia muita falta. O cinto de couro marrom estava alto, acinturando o vestido azul marinho com flores brancas. Os seios eram ressaltados. Ela havia prendido os cabelos claros no topo da cabeça, revelando o rosto e os ombros que o vestido deixava mostrar. A pele branca contrastava com o escuro da roupa.

-Incrível...

-Você acha? Acho meio longo...

-Nada a ver. É lindo.

Ela olhou para mim pelo espelho antigo de corpo inteiro e sorriu.

-Ora, não fique aí me olhando, seu bobo.

Ela corou, virando-se para mim enquanto arrumava a saia do vestido.

-O que tem aí?

Endireitei-me, sorrindo envergonhado. Havia vestido aquilo de brincadeira. Uma camisa de detalhes antigos e um colete de tecido que encontrara num baú. Tinha me esquecido de tirar.

-Ora, ora, você parece um genuíno cavalheiro.

Ela disse, me analisando. Ri, olhando para mim mesmo.

-Exceto pelos jeans da H&M do centro de Seattle, é claro.

-Naturalmente.

Ela respondeu, rindo. Levantei uma das sobrancelhas com uma ideia. Virei-me para o gramofone e coloquei um disco aleatório, de canções russas acústicas.

-O que está fazendo?

Angela perguntou, espiando por cima das caixas que me escondiam e ao gramofone. Levantei-me, virando para ela, e estendendo-lhe a mão enquanto a agulha deslizava pelo disco, cantando as primeiras notas da música.

-A senhorita me daria a honra de uma dança?

Angie riu, corando, assentindo e dirigindo-me uma singela reverência, puxando os cantos do vestido. Ela alcançou minha mão e eu puxei-a para perto, envolvendo sua cintura pequena com minha mão. Ela sorriu, olhando para mim de baixo. Começamos a nos mover para longe das caixas, e de um lado para o outro. Lentamente, muito lentamente.

Sem dizer nada, ela apoiou a cabeça no meu peito, movendo-se perto de mim. Queria poder acalmar meu coração acelerado, mas era impossível. Senti-a sorrir contra a camisa antiga.

-Gosto muito de você, El.

Ela sussurrou, tão baixo que, se ela não estivesse tão perto, eu não teria ouvido.

-Também gosto muito de você, Angie.

Quero conhecer você. Quero amar você. Quero passar a vida toda ao seu lado.

Por três vezes o disco rodou. Nenhum de nós queria tirá-lo e nem sequer trocar de lado. Poderíamos ficar lá para todo o sempre.

Rebekka

-Não acredito que você está me levando para um encontro em uma danceteria. Você é uma má influência.

Finn me lançou um olhar divertido pelo retrovisor, de braços cruzados como se dissesse “Lide com essa agora”. Suspirei, revirei os olhos e olhei para Seth.

-Para começar, se fosse um encontro, você teria me buscado e não o contrário. Ou ao menos nós nos encontraríamos lá. Em segundo lugar, você só vem porque eu não sei chegar lá. E em terceiro lugar, eu sou uma ótima influência. Não sou, Finn?

Ele levantou as duas mãos, recusando-se à me ajudar. Seth estava tão animado que parecia nem ter ouvido o que eu tinha dito.

-Vocês vão adorar o lugar. Os meninos vão lá o tempo todo.

Troquei outro olhar com Finn pelo retrovisor. Ele parecia estar genuinamente se divertindo às minhas custas. Revirei os olhos, voltando-os para a rua a minha frente. Se não devesse tanto à El, ia mandá-lo para o inferno por causa disso.

Quando chegamos, já eram 11 horas. A fila estava dando a volta no quarteirão. Estacionar foi um pesadelo, mas imaginei que esperar na fila seria ainda pior. Surpreendentemente, não foi.

-Ei, Mulley!

Seth gritou enquanto nós caminhávamos fabulosamente pela calçada – fabulosamente graças à mim e meu vestido dourado, obviamente. O leão-de-chácara olhou para ele e desfez sua carranca, sorrindo e acenando para ele, ignorando as pessoas razoavelmente bem vestidas que tentavam convencê-lo a deixa-las entrar.

-Seth Clearwater. Quem é vivo sempre aparece, não é?

Ele deu de ombros e nos aproximamos.

-Vim trazer minha garota e o sobrinho dela.

-Sua garota?!

Indignei-me. Finn segurou meu pulso.

-Shh, tia. Vai na onda.

Ele sussurrou, observando Seth atentamente, como se não pudesse perder um movimento dele. Não podia crer. Meu sobrinho estava tentando me ensinar como mentir para entrar em um clube. Ora essa!

O homem na porta me analisou de cima à baixo e só Finn me impediu de sujar meus lindo Jimmy Choo’s no seu saco repugnante. Ele sorriu para Seth e lhe mostrou um polegar positivo. Então virou-se para Finn.

-E você? Qual a idade?

-Dezenove anos de idade.

-Posso ver uma identidade?

Seth lhe deu um soquinho de brincadeira no braço forte.

-Qual é, cara? Estão comigo.

-Desculpe. Só maiores aqui dentro. São as regras.

-Sem problemas. Tia Bekka está com a minha identidade. Não é tia Rebekka?

Sorri para ele de forma travessa e baguncei seu cabelo, me aproximando do homem. Passeei com as mãos invisíveis pela sua coluna até que conseguisse controlá-lo. Impeli uma memória da identidade de Finn com 19 anos nele e me retirei, arrumando o cabelo com um gesto fabuloso da mão e sorrindo, charmosa.

-Isso é tudo?

Perguntei, naturalmente. Seth olhava para nós, confuso. Mulley assentiu, abrindo a corda de veludo para que nós passássemos.

-Sim, sim. Tenham uma boa noite, companheiros.

Sorri para ele e desfilei para dentro do clube, com os dois garotos atrás de mom e uma fila de adolescentes congelando revoltados lá fora. Do lado de dentro, inspirei a atmosfera do clube com um sorriso. No lugar enorme e escuro com luzes coloridas e flutuantes, bares brilhantes e gente cintilando de suor... Aquele era meu elemento.

-É tia, preciso dizer... Estou impressionado..

Sorri para Finn e o empurrei para a pista, para cima de uma garota indiana que dançava no canto da pista.

-Vai nessa, garotão.

Olhei para trás, para Seth, enquanto Finn se desculpava com a menina. Seth me encarava como aquele primeiro dia, na estada. Surpreso e incrédulo. Cutuquei-o.

-Okay, isso não é nem um pouco estranho... – Sorri novamente, olhando para o bar – Eu vou ficar bêbada o bastante para envergonhar meu sobrinho.

Ele pareceu despertar, assentindo e me seguindo.

-Ah sim, okay. – Sentamo-nos no bar e eu acenei para o barman. – Hum... Bekka?

-Sim?

Falei sem olhar para ele, acenando para o barman novamente, que parecia fingir não me ver.

-Você... É uma híbrida?

Olhei para ele, surpresa.

-Eu achei que isso estava óbvio. – Dei de ombros – Meu pai era um vampiro. Meu irmão é um híbrido. Minha nora é uma híbrida. Meus sobrinhos são híbridos híbridos. – O barman passou direto por mim, sorrindo antes de me ignorar deliberadamente. – Ah, qual é?

Seth riu e se levantou, puxando-me delicadamente pelo pulso até a pista de dança.

-Relaxa... A noite é uma criança.

Ri, revirando os olhos e seguindo-o para o centro da pista da dança, sob as luzes coloridas, o som ensurdecedor e cercada pelo suor de estranhos.

-Cometeu um erro, Clearwater. – Sorri maliciosamente, puxando seu cabelo de leve. – Quando entro na pista, não saio mais.

A noite toda foi um borrão, entre corpos e copos de bebidas coloridas. De tempos em tempos eu esbarrava em Seth, mas nenhum de nós dois parecia bêbado o bastante. Perdi Finn de vista umas duas vezes. Na terceira, ele subiu no palco da banda que tocava, e adicionou seu baixo à música. Sinceramente, era o que faltava.

-Olha Seth, é o meu garoto! – Subi nos seus ombros para ver melhor – Como eles crescer rápido!

A música então pareceu me engolir, como uma enorme minhoca subindo da terra. Me perdi de Seth, de Finn e de mim mesma. O mundo era sobre eu e o som.

-Você podia ter se escondido no carro.

Finn entrou no terraço sujo e cercado de grades altas por todos os lados. Alguém já devia ter tentado pular, na mínima. Tudo podia acontecer numa boate.

-Tem mais vento aqui em cima. Estava muito calor lá embaixo. Além do mais, o carro está realmente muito longe.

Ele sentou-se ao meu lado no caixote de madeira manchado de sangue e me acompanhou enquanto eu contemplava a cidade pequena e luminosa abaixo de nós. Depois de todo aquele tempo visitando cidades grandes, aquela parecia acabar de repente, como se todos tivessem apagado as luzes há poucas quadras dali.

Passei o braço ao redor do ombros de Finn.

-Você foi muito bem lá embaixo. – Olhei para ele – Pegou algum telefone?

Ele levantou a manga da jaqueta de couro, onde vários números de celular e nomes com corações estavam escritas de canetinha. Deu de ombros e então baixou as mangas.

-Tanto faz. Não vou ligar mesmo.

Deu de ombros.

-Scott sempre foi estúpido. Essa situação pode se resolver antes que você imagina.

Ele balançou a cabeça.

-Não é por causa disso. Eu não quero nenhuma delas.

Senti um sorriso orgulhoso subir ao meu rosto. Ele soava exatamente como eu.

-E quem você quer, Finny Golfinho?

Ele sorriu ao ouvir o apelido que eu dera para ele quando ele era pequeno.

-E o que importa? Ela não me quer de volta.

-Você não pode ter certeza disso.

Ele me olhou, irônico.

-Ela atirou xixi de cachorro em mim.

Fiz uma careta, recolhendo meu braço.

-É. Isso é complicado.

Ele riu pelo nariz.

-É, acho que podemos definir assim.

Voltamos à ficar em silêncio, ouvindo carros de polícia ligarem suas sirenes ao longe e vendo a roda gigante do pequeno parque de diversões ali perto girar preguiçosamente.

-Finn... Eu acho que você devia conversar com o seu pai. – Ele tornou à rir. – É sério, Finny. Ele está preocupado com você. Foi por isso que ele pediu que eu saísse com você Ele está preocupado com você. Ele está preocupado.

Ele olhou fixamente para o céu estrelado acima de nós.

-Sempre achei que ele não me entendia. Ou que não se importava.

-Ele não entende. –Não pude deixar de rir, leve de tanto álcool – Ninguém te entende, Finn. Mas ele quer entender. E ele se importa. Muito mesmo. Você devia dar uma chance à ele, querido. Elijah sabe o que você está passando melhor do que qualquer um.

Ele uniu as sobrancelhas, arrumando o cabelo arrepiado com as mãos.

-O que quer dizer?

Balancei a cabeça.

-Você vai ter que perguntar ao seu pai.

Ele sorriu e deitou a cabeça sobre o meu ombro. Eu não lembrava de tê-lo visto fazendo algo tão afetuoso desde que era um bebê de colo.

-Obrigado por isso, tia Bekka. No fim, acho que era tudo o que eu precisava.

Abracei-o, respirando fundo.

-De nada, Golfinho. De nada.


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