Filhos escrita por Bellah102, CaahOShea


Capítulo 15
Capítulo 14 - O começo do novo


Notas iniciais do capítulo

Ainda tem alguém aí? Sinceramente, não sei porque ainda continuo escrevendo... Saudades das fãs de CdK...



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Rebekka

                -Não. Eu não estou indo vê-lo. Não, Lexi, não vou deixá-lo me possuir sobre a mesa. – Senti o olhar do taxista pelo retrovisor e fechei a janela entre nós para bloquear o som. – Estou indo buscar o meu carro, só isso. Será que dá para você relaxar agora? Provavelmente vou ter que pagar mais para o taxista depois de fazer o coitado aturar essa conversa.

                Balancei a cabeça, apoiando as costas no banco.

                -Está bem, está bem. Faça o que quiser. Mas se você se apaixonar de novo.

                -Credo, até parece que eu sou uma maluca que se apaixona por qualquer um... Vai se ferrar, Lexi.

                -Também amo você, Mikaelson. Não demore.

                -Sou uma mulher adulta e demoro o tempo que eu quiser. Até mais tarde.

                Desliguei o celular, guardando-o no bolso do casaco e chutando o banco do motorista que ainda me encarava pelo espelho retrovisor no centro.

                -Ei, estou procurando pelo meu mecânico favorito.

                Seth pareceu se assustar com a minha voz, levantando-se tão rápido de onde estava curvado sobre o carro que bateu a cabeça no capô, fazendo-o se soltar do suporte, cair com tudo e com um barulho, acionando o alarme. Ele olhou para mim, assustado como se eu fosse o próprio bicho papão

                -Rebekka! O alarme!

                Cobrindo a boca, comecei a rir.

                -É, eu estou ouvindo. É irritante, dá para desligar?

                Desajeitado, ele se enfiou dentro do carro, pressionando o botão da chave até que o carro se calasse. Então saiu e limpou a mão em um pano imundo antes de fechar a porta e se aproximar.

                -Ei. Oi. E aí?

                -A sua cabeça. Bateu com força?

                Ele levou a mão à cabeça, como se tivesse acabado de lembrar que tinha uma.

                -Ah é. Não. Não. Estou legal. É preciso mais do que isso. – Ele deu um soquinho na cabeça – Cabeça dura, é o que a minha irmã sempre diz. Caiu uma TV nela quando eu era pequeno. Nem um arranhão, é o que conta a lenda.

                Voltei a rir, balançando a cabeça.

                -Isso é ótimo, Sir Cabeça-de-elmo. E o meu carro, cadê?

                Ele sorriu e se curvou, apontando para o fundo da garagem.

                -Por aqui, milady.

                Segui a direção que ele apontou com um pulinho. Sempre era ainda mais engraçado quando os homens faziam isso para mim porque eu havia vivido naquela época. E era exatamente assim que as coisas eram. Homens fracos se curvando sob o peso de grandes mulheres. É por isso que ela nunca se curvava de volta.

                Algo estava estranho com o Pegeout. Ele estava...

                -Está limpinho. É de praxe.

                -Você lavou o meu carro? Eu não faço isso há uns 2 anos...

                -Não lavava o seu carro há dois anos?

                -Eu não uso muito.

                -Sei... – Ele me olhou de lado por um segundo, mas então deu de ombros e voltou à sorrir – Bem, está novinho em folha, limpinho e pronto para rodar.

                Assenti, agradecida.

                -E quanto eu te devo?

                Ele levantou as mãos, como se se rendesse.

                -Você me paga um café, e vai estar ótimo.

                -Um café? Você deve estar brincando.

                Ele deu de ombros.

                -Sou um cara simples, de necessidades simples.

                Estreitei os olhos.

                -Não vai dar problemas com o seu chefe?

                Ele deu de ombros novamente afastando minha preocupação com um gesto da mão.

                -Nah. Ele vai entender. Porque não é um café qualquer.

                Ergui as sobrancelhas e cruzei os braços.

                -Ah, é? E o que faz dele tão especial?

                -Porque você vai tomar comigo.

                Balancei a cabeça. Então Lexi estava certa, afinal.

                -Seth, eu realmente não posso aceitar. Eu prefiro te pagar como qualquer outro cliente.

                Ele murchou, como um balão furado.

                -Você não gosta de mim?

                Perguntou, como uma criança no parquinho do jardim-de-infância. Senti o coração apertar, reprimindo o impulso de passar o braço ao redor do seu ombro. Não era nada romântico. Decepcioná-lo era como decepcionar uma criança.

                -Não é isso, é só que.. Eu acabei de sair de um relacionamento muito difícil. E eu realmente não quero um relacionamento tão cedo.

                Uma faísca estranha surgiu em seus olhos escuros.

                -Eu não estou pedindo relacionamento algum. Só um café inocente.

                Soltei o ar, sentindo cócegas no estômago. E lá vamos nós de novo.

                -Está bem, está bem. Posso comprar um par de botas com o dinheiro que vou economizar.

                -Esse é o espírito.

                Ele disse, jogando a chave do carro na minha direção.

Calley

                R moveu-se dentro de mim, fazendo a pele se esticar à um nível excruciante. Pousei as mãos sobre a barriga, tentando empurrá-lo delicadamente à sua posição inicial.

                -Eu sei, meu amor, está ficando apertado. Mas você não está pronto ainda. Espere só mais umas duas semanas, ok?

                Como sempre, ele se acalmou ao som da minha voz, enrolando-se apertadinho, deixando a pele relaxar. Respirei fundo, agradecendo-o baixinho. Lá fora, um trovão estourou, logo depois que o raio brilhou sobre a floresta. Envolvi R com os braços, para que não ficasse com medo.

                Levante-me para fechar a cortina com o cobertor sobre os ombros como uma longa capa. Toda aquela chuva estava me deixando nervosa e isso não era nada bom para o bebê inquieto que eu carregava. Parei perto ao vidro gelado, encarando a mancha cinzenta tentando secar-se sob as árvores. Um dos lobos gigantes estava sentado, com os ombros caídos, visivelmente enfastiado com aquela água toda. Uni as sobrancelhas, indo até a porta.

                -Ei! EI! – Gritei para chamar sua atenção. O lobo olhou na minha direção, se aproximando. – Entra, essa chuva está muito fria!

                Ele me olhou longamente e por fim se sacudiu da água na área coberta, subindo as escadas. Ele cutucou o cobertor com o focinho e, unindo as sobrancelhas, pousei sobre ele, sem imaginar porque ele pediria isso com todos aqueles pelos.

                Eu e R quase caímos para trás quando o animal diminuiu e se levantou, virando um dos irmãos de alguns dias atrás de cabelos molhados e totalmente nua sob o cobertor.

                -Obrigada. Eu não queria pedir, mas está congelando lá fora! Está caindo granizo e tudo o mais – Ela entrou, ajeitando o cobertor meio molhado sobre o corpo. Fechei a porta, encarando-a com curiosidade – Neve? Tudo bem. Consigo me manter quente. Mas pelos molhados são extremamente pesados! – Ela olhou para mim, sem expressão – Obrigada de novo. Eu já volto. Ô LOIRA!

                Gritou, subindo a escada e desaparecendo no andar de cima. Sentei-me no sofá com cuidado, sentindo-me confusa. R me cutucou, sempre presente.

                -Eu sei, por essa também não esperava.

                Algum tempo depois Leah desceu as escadas, vestida e com uma toalha na cabeça. Eu estava esparramada no sofá de sempre, coberta com o cobertor que Rose havia trazido, resmungando sobre o mal cheio que a lobisomem havia trazido para dentro de casa. Eu apenas rira baixinho. Agora estava atrás de uma posição confortável para ler, mas R tornava isso impossível.

                -Olá.

                Ela disse, sentando na ponta do sofá.

                -Oi.

                Respondi, fechando o livro. Deixei-o de lado, sentando-me e puxando o cobertor mais para perto. Ela me encarou, parecendo genuinamente curiosa.

                -Tem certeza que nunca esteve aqui antes? Tenho certeza que te conheço de algum lugar.

                Dei de ombros, balançando a cabeça. Ela pareceu decepcionada.

                -Ah, está bem então.

                Olhei para ela, curiosa.

                -Porque estava sozinha na chuva? Onde estão os outros?

                Ela deu de ombros.

                -Jake está mandando os filhos embora, para algum lugar longe, então estamos dando um tempo para ele. O inútil do meu irmão está atrás de um rabo de saia. E o resto deve estar dormindo, ou comendo, ou namorando. De qualquer forma, não importa.

                Soltei o ar.

                -É, acho que entendo o que quer dizer...

                Ela me olhou de lado, curiosa também, menos hostil que na sua primeira visita.

                -E como foi que você veio parar aqui? Com isso aí e tudo o mais.

                Ela disse, acenando com a cabeça para R. Senti minhas mãos envolverem-no, desconfortáveis com o olhar dela.

                -Isso aí é meu filho, por favor tenha mais respeito – Estremeci ao me lembrar de Scott, da mansão com barras nas janelas, dos corpos de mulheres nas outras salas escuras e dos híbridos cruéis. R se retorceu de medo. – Não quero falar nisso.

                -Mas também não quer voltar para casa. Nem dar... Sei lá, notícias?

                -Não, não quero. É por isso que ele me escolheu. Ninguém vai sentir minha falta.

                Ela calou-se por um tempo, olhando para mim.

                -Você realmente acredita nisso?

                -Eu sei.

                Disse, sentindo a garganta arder com a verdade dolorosa que eu desejava que fosse mentira. 


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Notas finais do capítulo

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