A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Capítulo importante, espero que gostem.

Boa leitura, girls!



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Pelos primeiros cinco segundos, Elena achou que tivesse entendido errado. Nós próximos dez segundos, ela deduziu que Damon estava brincando – embora não entendesse porque raios ele interromperia o que estavam fazendo com uma piada. Trinta segundos depois de Damon ter proferido as palavras, Elena chegou à conclusão de que ele estava drogado ou algo parecido.

Damon estava sério, muito sério, e imóvel, mas a aflição nele era perceptível. Ainda estava sentado na cama, em frente a ela, e tinha as mãos apertando os lençóis desarrumados. Esperava por uma resposta. Elena ainda não acreditava que ele tinha dito essas palavras, logo depois de dizer que a amava, logo depois de interromper o que seria a primeira noite deles. Nada fazia sentido.

- Damon – ela tocou a face dele com a mão. Damon fechou os olhos com o contato. – Você está bem?

Ele soltou um meio sorriso irônico.

- Elena, eu não estou louco. Tente não entrar em pânico, ok? Eu sou um vampiro.

Ela negou com a cabeça.

- Não, Damon, isso não existe, todo mundo sabe disso. Céus, eu não sei o que houve com você… - ela se levantou da cama, ajeitando as roupas, e estendeu a mão para ele. – Vem comigo, vai ficar tudo bem.

- O que está fazendo?

Ela se aproximou dele cuidadosamente, como se temesse um ataque a qualquer momento, mas pelos motivos errados.

- Isso é uma brincadeira? Quero que me diga se for, Damon, porque eu não entendo o que está acontecendo aqui.

- Não, isso não é uma brincadeira. Quando as pessoas ficaram tão descrentes?!

- Tudo bem – ela assumiu o tom de quem fala com uma criança de cinco anos. – Vamos procurar ajuda pra você. – pegou a mão dele, Damon se levantou. – Pode confiar em mim, Damon. Vai ficar tudo bem. Eu vou falar com o seu irmão…

- Pelo amor de Deus, Elena, a última pessoa no mundo com quem você deve falar sobre isso é o meu irmão! – ele disse soltando-a e indo pra o outro lado do quarto, próximo da janela.

- Ok. Agora você está me assustando. O que diabos há de errado com você? Por que está fazendo isso comigo, agindo assim, dizendo essas coisas?…

- Porque é a verdade, Elena. Acredite em mim. Isso é real, nós existimos. Eu sou um vampiro.

- Não, não é verdade. Não pode ser, é impossível! – a essa altura, a aflição havia tomado conta dela. - Por favor, pare com isso, Damon.

Dessa vez foi Damon que se aproximou cuidadosamente, temendo assustá-la.

- Vai ficar tudo bem, eu te prometo. Eu não vou te machucar, Elena. Nunca faria isso. Eu te amo.

- Que inferno, qual é o seu problema? Fica dizendo que me ama e que é um vampiro… Um vampiro, Damon? Um vampiro?! Eu nem sei qual das duas coisas é a mentira maior!… - Damon ficou estático com a descrença dela no amor que ele havia declarado. Ele assistiu Elena indo até a porta do quarto e abrindo-a. – Só… vá embora. Eu não sei que porcaria você tomou, mas, sinto muito, eu não vou lidar com isso vindo de mais alguém. Vá antes que minha família descubra toda essa loucura.

Em uma minúscula fração de segundo, Damon cruzou o quarto, parou ao lado dela e calmamente fechou a porta. Moveu-se tão rápido que Elena nem viu, para ela era como se ele tivesse simplesmente se teletransportado diante dos seus olhos.

- Não são mentiras – ele disse em voz baixa e clara. – Eu te amo e sou um vampiro.

Elena congelou por um breve momento, em seguida começou a andar para trás.

- Saia daqui! – ela teria gritado, mas a voz se recusava a sair direito.

- Eu não vou deixar você assim… Se depois de tudo você nunca mais quiser me ver, ok, Elena, eu aceito. Mas se existe uma remota chance de você superar isso…

Com Damon andando na direção dela, Elena acabou encostada na parede com ele a centímetros de distância. Sentiu-se encurralada e num lampejo sua mente foi inundada pela imagem de Damon rasgando a sua garganta. Se essa loucura era verdade, se era mesmo um vampiro que estava no seu quarto nesse momento, então isso significava que ela estaria morta antes que pudesse fazer qualquer coisa a respeito. Fechou os olhos e esperou o ataque iminente.

Sentiu os lábios macios depositando um beijo em sua testa. Em seguida, a voz doce:

- Só me ouça, por favor…

Elena estava muito chocada para responder. Diante do silêncio, Damon a segurou levemente pelos ombros e guiou de volta para a cama, fazendo-a se sentar. Pegou a cadeira, que ficava junto à escrivaninha em um canto do quarto, e posicionou-se em frente a Elena, apenas alguns metros distante, para que ela não se sentisse intimidada. Sentou-se meio inclinado, com os cotovelos apoiados nos joelhos.

- Primeiro de tudo: nada mudou. O mundo ainda é o mesmo lugar que sempre foi, a diferença é que agora você sabe.

- Você não pode estar falando sério… - ela disse com a voz trêmula.

- Mas eu estou. É real, vampiros existem. E eu sou um deles.

- Como isso pode ser possível? Como você fez aquilo?… - a velocidade com que Damon se movera não saia da sua cabeça.

- Quem pode saber? – Damon deu de ombros. – O que importa é que nós existimos. Não da exata maneira que vocês pensam, não como nas lendas…

- O que quer dizer?

- Tudo o que todos sabem sobre vampiros, só uma parte é verdadeira. O resto é fruto da imaginação, da má interpretação, ao longo do tempo… O que eu estou dizendo é que nós temos reflexo no espelho, não dormimos em caixões, não temos problemas com cruzes, igrejas ou água benta e que alho é só um condimento. A parte verdadeira… Você está bem?

- O que acha?

- Elena, não quero que tenha medo de mim. Não tem motivos pra ficar com medo, eu não vou machucá-la. Nunca poderia, mantenha isso em mente.

Ele sentou na cama e Elena se afastou um pouco, mas não se levantou.

- A parte verdadeira… Velocidade é uma delas?

- Sim – Damon sorriu levemente. Pelo menos ela não estava mais em negação.

- O que mais?

Não sabia como dizer isso sem chocá-la. Preferiu falar da maneira mais franca possível, sem fazer um grande caso de nada. Quem sabe se ele tratasse o assunto com naturalidade, ela conseguiria fazer o mesmo.

- Sol. Juventude. Força. Sangue.

Elena estremeceu ao som da última palavra. Mas continuou onde estava.

- Mas você anda no sol.

- Sim, porque eu tenho isso – Damon levantou a mão mostrando o anel azul.

- Achei que fosse uma joia de família.

- E é. Mas é uma joia especial. Se eu estiver usando isso, eu posso andar no sol livremente. Sem o anel, eu queimaria até a morte.

- Juventude? Significa exatamente…

- Lembra que eu te disse que tenho 25 anos? – ela assentiu. – Essa era a idade que eu tinha quando me transformei. Fisicamente, eu não envelheci nada desde então.

- Quando foi isso?

- Em 1864, faz 145 anos.

- Deus, isso está ficando cada vez “melhor” – incapaz de ficar mais um segundo sequer parada, Elena se levantou e começou a andar sem destino certo pelo quarto. – Então você tem 170 anos, Damon? É isso que está me dizendo?!

- O que foi? Não estou conservado?

Elena parou atônita olhando pra ele. Como era possível que ele fizesse piada com uma coisa dessas? Vampiros, e ela ainda estava processando a ideia de que eles realmente existiam, não deviam ser assustadores? Não deviam colocar medo nas pessoas?

Por mais que ela estivesse de alguma forma assustada com aquelas informações, “medo” não era algo que estivesse sentindo no momento. A despeito de cada palavra que saia da boca de Damon, ele realmente não parecia assustador para ela enquanto estava sentado na sua cama, vestido em uma calça jeans, sem camisa e descalço. Estava mais para sexy…

- Ok, e isso de ter força?

- Quando nos transformamos, nossa força aumenta. É relativo, mas… Imagine a força de várias pessoas concentradas em uma, a força de dez ou quinze pessoas. E quanto mais velhos, mais fortes. Aumenta com o tempo. – sabendo que a última palavra-chave que tinha usado era inevitável, decidiu já tocar no próximo ponto. – Também aumenta quando nos alimentamos.

- Sangue.

Damon esperou que ela surtasse.

- Vampiros se alimentam de sangue – Elena disse.

- Sim.

Elena deixou-se cair na cadeira que ele estivera sentado antes.

- Damon, se isso tudo for uma grande piada… por favor, por favor, me diga agora.

- Elena, você viu como eu me movi agora a pouco, não viu? Você se lembra de quando você me viu de longe no cemitério e em um segundo eu não estava mais lá? Lembra que você reclamou algumas vezes por eu aparecer do nada na sua frente? Você tem a resposta, Elena.

A realidade a atravessou como um raio. Por isso todo o mistério, os sumiços e as aparições repentinas, por isso Damon não falava de si. Ela sempre soube que havia algo que ele não a estava contando, agora ele tinha finalmente revelado e ela duvidou até onde pode. Mas era inevitável, a verdade estava diante dela, não havia como negar.

- Você é um vampiro.

Damon assentiu com um sorriso receoso. Ela tinha admitido e isso era um avanço na situação. Contudo, ele não tinha nenhuma garantia de que Elena não o mandaria para o inferno.

- Vampiros matam pessoas – ela disse em constatação com os olhos cheios de lágrimas.

Era isso o que ele temia.

- Há alternativas, Elena – foi até ela e se abaixou próximo à cadeira. – Eu não tenho que ferir ninguém, isso não é necessário. – Damon sabia que essa declaração era uma faca de dois gumes. Embora estivesse mudando de hábitos, preferindo beber de bolsas de sangue a morder pessoas, e embora não matasse suas vítimas na maioria das vezes, ele já havia matado antes e muitas vezes nos seus 145 anos de vampirismo.

- Mas você já fez isso – foi como se ela tivesse lido o seu pensamento.

- É parte da minha natureza, Elena. Eu sinto muito.

Elena foi pra longe, cobrindo o rosto com as mãos.

- Eu vou entender se você nunca mais quiser me ver – ao som dessas palavras de Damon, Elena virou-se para ele. Damon continuou: - Mas se houver alguma chance, por menor que seja, de você não me expulsar da sua vida para sempre, me dê um sinal, Elena. Eu sinto muito por ter que te contar essas coisas… Mas, se for pra eu ter você, não vai ser com mentiras.

.

Elena estava a 25 minutos sentada no chão do banheiro, encostada na porta. Até onde sabia, Damon ainda estava no seu quarto. Depois que ela finalmente aceitou o fato de que ele era um vampiro – não sabia como isso podia ser possível, mas ele era -, ela pediu um momento a ele e se refugiou no banheiro. Tudo o que Damon tinha dito antes estava latejando na sua cabeça desde então e ela sabia que tinha que fazer algo a respeito.

Elena se levantou encarou o reflexo no espelho. Lavou o rosto pra tirar a maquiagem desfeita e não pode deixar de notar o quão irônico era que ela tivesse se vestido justamente de vampira para o Halloween. Pelo jeito tinha acertado ao dispensar a capa e as presas que Caroline quis que ela usasse.

Saiu do banheiro e respirou fundo antes de abrir a porta do próprio quarto. Quando o fez, deparou-se com Damon meio de costas para ela e de frente para a janela. De perfil, ela pode vê-lo parcialmente iluminado pela luz da lua que invadia o quarto. Estava vestido, pronto para ir.

- Eu queria não precisar fazer isso. Não sei o que estava pensando quando achei que você pudesse aceitar… - a dor na sua voz era perceptível. – Eu não te culpo. Como eu pude esperar que você quisesse alguém como eu?

- Damon…

- Tudo bem, Elena – Damon reduziu a distância entre eles pela metade. – Vai ficar tudo bem, eu só quero que você ouça uma última vez, não precisa dizer nada, basta ouvir: eu amo você. Eu queria que você não precisasse esquecer isso…

Quando Damon deu mais um passo em direção a ela, Elena viu os olhos azuis marejados de lágrimas e cada fibra do seu corpo acreditou nas palavras dele. Então, ela soube que já havia tomado a decisão antes mesmo de entrar no quarto.

Com poucos passos, Elena acabou com a distância entre eles e encontrou Damon com um beijo. Por um instante, Damon não se moveu e nem mesmo respirou. Só quando sentiu os braços de Elena envolvendo-o pelo pescoço e os lábios dela se abrindo para aumentar o contato, foi que ele se deu conta do que estava acontecendo e se permitiu abraçá-la pela cintura.

Ainda temeroso de que aquilo fosse um beijo de despedida, Damon não desgrudou os lábios dos de Elena até que ela precisou de ar. Quando ela separou a boca da dele, foi para descer beijos pelo pescoço de Damon e começar a puxar a camisa dele para cima.

Damon era um misto de surpresa e excitação. Mesmo louco para tê-la, precisava entender minimamente o que se passava com Elena – de todas as reações que ele imaginou, essa não era uma delas, apesar de ser de longe a mais maravilhosa de todas.

- Elena… - ele disse roçando os lábios no ombro dela. – Você tem certeza?…

Ela se agarrou a ele olhando-o nos olhos e insistiu em livrar-se da camisa que impedia que ela o tocasse como queria.

- Só… não me morda – ela disse ofegante, antes de interromper o sorriso que se formou nos lábios de Damon com mais um beijo.

Ele a ajudou com a camisa e imediatamente tratou de livrá-la das próprias roupas. Chegaram à cama usando as roupas íntimas que logo foram fazer companhia às outras peças no chão do quarto. As mãos de Damon passeavam pelo corpo dela deixando um rastro de desejo e provocando as mais quentes e diversas sensações na garota. Damon não poupou nem mesmo um centímetro de sua pele, ele a beijava e tocava com paixão, detendo-se em certas partes que ele sabia serem mais sensíveis. Logo os gemidos que ele lhe provocava estavam fugindo ao controle, o que fazia com que Damon a silenciasse com beijos – momentos nos quais Elena aproveitava para retribuir às carícias que ele lhe fazia, já que na maior parte do tempo ela estava entregue a ele, física e emocionalmente incapacitada de fazer algo além de se deliciar com cada toque e implorar por mais.

Damon prolongou as carícias o quanto pode, secretamente ainda tinha medo de que aquilo tudo fosse apenas um sonho, um quente e inebriante sonho, e que fosse acabar assim que chegassem ao clímax. Mas chegaram a um ponto em que nem ele e nem Elena seriam capazes de aguentar mais um segundo sequer, estavam a ponto de explodir de desejo antes mesmo de consolidarem o ato. Quando seus corpos se uniram, ambos souberam que estiveram esperando por isso desde o momento em que se viram pela primeira vez. De alguma maneira insana, quando Damon e Elena se encontraram por acaso naquela estrada no meio da noite, eles souberam que eram um do outro, assim como estavam sendo neste momento, meses depois, finalmente com a verdade revelada. A cada movimento de seus corpos, eles se sentiam mais próximos, o encaixe era perfeito, pele contra pele, desejo contra desejo. Elena se sentia como se estivesse fazendo amor pela primeira vez na vida, nunca antes ela tinha sido tocada tão intimamente e em todos os sentidos por alguém. Para Damon, era como ser humano de novo, de tão vulnerável que ele se sentia diante de Elena. Quando o ápice os atingiu, nenhum dos dois teve pressa de se mover e se desconectar do corpo do outro. Damon e Elena não iriam a lugar nenhum.

A garota e o vampiro estavam exatamente onde deviam estar.


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Notas finais do capítulo

E?... Me digam o que acharam, please!

Até o próximo!
Xoxo ;)