A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls! Desculpem o atraso ;)

Boa leitura!



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- Elena, sai desse banheiro!

- Qual é, Jer! Você devia ter avisado antes que também ia à festa, use outro banheiro!

- Jenna já está lá!

- E o de baixo?

- A água quente não funciona!

Jeremy bateu mais uma vez na porta, como se a irmã não tivesse ouvido suas oito batidas anteriores.

- Sai logo, Elena, termina de se arrumar no seu quarto!

Elena abriu a porta vestida em um roupão de banho.

- Eu tenho que escovar os dentes – ela colocou creme na escova e se debruçou na pia. Jeremy a imitou e a empurrou de leve para o lado, reclamando por espaço.

- Dá um tempo – Elena riu. – Pensa que eu não sei que você só vai por causa da Vicky.

Elena terminou e já ia saindo do banheiro quando Jeremy disse de forma quase ininteligível por causa da escovação.

- Pensa que eu não sei que essa arrumação toda é por causa daquele Damon!

- Eu disse ‘dá um tempo’!

.

- Como estou?

- Linda, Jenna.

- Elena, você nem olhou!

Elena se virou para a tia. Ela estava conferindo maquiagem, enquanto a tia terminava o próprio cabelo.

- Linda, como eu disse – deu uma olhada melhor na roupa da tia. Jenna havia se transformado em uma enfermeira. – Ele vai de médico?

- Hey, não me deixe mais nervosa do que eu já estou!

- Relaxa, Jenna, o professor Saltzman é legal. Mas aposto que você já sabe disso…

- Pode ser legal, mas ainda é o professor dos meus sobrinhos. Isso não tinha como ser mais estranho.

- Já te contei sobre como Caroline tentou me arranjar com o irmão do Damon? Se quiser falar sobre coisas estranhas é só dizer.

- Falando nisso, ele vem te buscar?

- Vem – as duas ouviram a campainha tocar. – Deve ser ele. Como estou?

- Ameaçadora.

Elena ainda estava rindo quando abriu a porta pra Damon. Ele a mirou de cima a baixo e o desejo brilhou nos seus olhos. Elena vestia um tomara-que-caia preto, a parte de cima era como um espartilho laçado com fitas vermelhas, a saia rodada ia até a metade das coxas. Ela ainda usava meia-calça preta e botas de cano longo e salto fino. O cabelo estava solto, a não ser por uma mecha presa por uma pequena presilha vermelha.

- Uau, você está… - ele não parecia encontrar as palavras. - Você é uma…

- Vampira. Não tenho certeza se ficou muito claro. Caroline quis me conseguir uma capa e presas, mas eu achei exagerado. Bonnie disse que…

Damon tomou-a nos braços e calou-a com um beijo.

- Perfeita. Linda e perfeita.

Ela fez um esforço pra regular a respiração. Damon estava mais do que lindo, embora não estivesse exatamente fantasiado para um Halloween. Todo de preto, com sua jaqueta de couro, era como se eles tivessem combinado os trajes. Se Elena era uma vampira moderna, sem capa e sem presas à vista, Damon era o seu par perfeito.

- Eles vão conosco?

- Não, o professor Saltzman vem buscar a Jenna e Jer provavelmente vai correr atrás da Vicky…

- Eu ouvi isso, Elena! – Jeremy gritou de algum lugar onde não podia ser visto.

- Nos vemos lá, Jenna! – Elena avisou à tia.

- Até mais – Damon disse quando Jenna acenou. Brincou com Elena – Pelo menos nossas vítimas terão os primeiros socorros rápido.

Ela não entendeu muito bem.

- O quê? Somos vampiros ou não?

Ela aproveitou que já tinham fechado a porta e avançou no pescoço de Damon com uma mordida leve.

- Cuidado comigo, Jenna disse que eu estou ameaçadora!

- Está sim e nesse momento eu corro sérios riscos de errar propositalmente o caminho da festa e acabar te levando pra outro lugar…

Não seria má ideia…, Elena pensou, mas não teve coragem de dizer.

Tinha passado uma semana além das expectativas com Damon, encontrando-o todos os dias após as aulas. Estavam cada vez mais próximos e mais íntimos, mesmo ela ainda não sabendo muito sobre ele, já que Damon insistia em focar suas conversas nela, e ainda tendo a incômoda impressão de que ele escondia algo. Fosse o que fosse, ela tinha uma inesperada certeza de que poderiam lidar com isso, desde que não tivesse a ver com a cena do banheiro dos Salvatore. Só de pensar em outras mulheres com Damon, Elena achava que iria surtar. Poderia lidar com qualquer coisa, desde que ela fosse a única na vida dele.

.

Elena não demorou muito pra encontrar Caroline e Bonnie na festa, a primeira fantasiada de Tinker Bell e a segunda de bruxa. Estavam conversando quando Elena avistou Matt.

- Eu vou falar com ele, só um minuto.

- Claro – Damon observou o rapaz, mas não pareceu incomodado.

Elena cortou a multidão que mais pulava do que dançava e foi ao encontro do ex-namorado.

- Hey, você veio.

- Escapei por dez minutos do Grill… Você viu a Vicky?

- Não está com Jeremy? Ele chegou agora a pouco e estava procurando por ela.

- Mas você a viu? – Matt estava claramente tenso.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, não… É que… Esquece, Elena. Você não veio aqui falar da Vicky – ele sorriu amigavelmente. Ela sorriu de volta. Podiam ser ex-namorados agora, mas ainda eram melhores amigos de infância.

- Bem, na verdade eu só queria… Matt, eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre nós agora que eu estou com outra pessoa.

- Então, é Damon, certo? - Elena assentiu antes que ele completasse a frase. – É oficial?

- Mais ou menos.

- Ele é legal?

- Não é estranho eu falar disso com você?

- Eu só preciso saber que ele não vai te magoar. Você é minha melhor amiga, Elena, isso não mudou quando nós terminamos. Eu só quero que você seja feliz. Se tiver que ser com Damon, que seja – Matt olhou pra Damon, que estava do outro lado ainda agora falando com Alaric. – Mas se esse cara te magoar, eu quero ser o primeiro a saber.

- Eu nem sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada. Eu estou feliz que você esteja melhor, depois de tudo.

- Obrigada, Matt – ela passou os braços ao redor dele e o amigo deu um beijo em sua testa.

- Eu tenho que voltar pro Grill. Se você vir a Vicky, fala pra ela me ligar.

- Claro, eu falo.

Voltando pra junto de Damon quase ao mesmo tempo em que Alaric saía para dançar com Jenna.

- Tudo bem? – Elena assentiu. - Vem, vamos dançar também – Damon a puxou para o meio da pista, a música estava animada e Elena só conseguia pensar no quanto estava a cada momento mais envolvida por Damon, até que viu a garota visivelmente bêbada passando aos tropeços.

- Vicky. Eu preciso falar com ela, Matt me pediu.

Damon abriu espaço pela multidão, mas quando eles finalmente conseguiram se desvencilhar Vicky não estava mais lá. Damon olhou pelo salão, mas a garota havia sumido. No lugar que ela estivera, porém, ele percebeu algo que Elena não seria capaz de notar. O inconfundível cheiro de sangue.

- Droga. Jer não atende – Elena começou a ficar preocupada

- Ele não pode estar só se divertindo com outras pessoas?

- Ele só veio por causa dela. Jer não anda muito amigável desde que nossos pais… você sabe.

- Talvez ele tenha decidido que é hora de seguir em frente. Relaxa, Elena, ele deve ter encontrado outras pessoas. Essa Vicky não parecia uma boa companhia.

- Esse é o problema, Damon. Ela não é uma boa companhia. Jeremy andou metido com umas coisas nos últimos meses… ele estava usando drogas. Achei que tivesse parado porque ele começou a chegar cedo em casa e frequentar as aulas direito… Mas andando com Vicky é claro que ele não iria ficar longe disso por muito tempo.

Ela ouviu mais uma vez o celular chamando.

- Ele não atende… Me empresta o seu, talvez ele esteja me evitando.

Damon passou o celular pra ela. Elena fez uma nova tentativa.

- Nada… - devolveu o celular e levou a mão à testa. – Eu tenho que falar com Jenna. Pode ser exagero meu, mas não vou arriscar. Preciso ver Jeremy agora, nem que seja só pra saber que eu estou errada.

- Aconteceu alguma coisa, Elena? – Bonnie se aproximou ao ver a expressão aflita da amiga.

- Jer não me atende, não sabemos onde ele está.

- Elena acha que isso pode ter algo a ver com Vicky circulando bêbada por aí.

- Jer está… - Bonnie não sabia o quanto Damon estava a par dos problemas de Jeremy.

- Damon sabe. Sim, eu acho que sim, eu te disse sobre ele e Vicky, e Vicky pode ser a irmã do Matt, mas ela tem todo esse problema com drogas e… O próprio Matt estava preocupado com ela hoje, por isso ele queria encontrá-la.

- Ok, não vai entrar em pânico à toa. Jeremy pode estar apenas se divertindo com outras garotas neste exato momento. Fiquem aqui vocês duas enquanto eu vou dar uma olhada lá fora. Vai ficar tudo bem, Elena. Ok? Vai ficar tudo bem.

- Ok… Eu vou achar Jenna.

-Tudo bem, eu te ligo.

.

Conduzido pelo cheiro de sangue, Damon contornou o salão da escola até os fundos. No caminho, passou por alguns grupos de jovens e por alguns casais, mas Jeremy não estava com eles. Tentou o número do garoto mais uma vez. Não teve resposta, mas ouviu um telefone tocando alguns metros adiante, na parte mais afastada. Como não havia ninguém observando, Damon poupou tempo e em um milésimo de segundo estava no local. Ele sabia que algo estava errado, sabia que Vicky estava sangrando e sabia que Elena tinha reais motivos para se preocupar, embora tivesse tentado convencê-la do contrário. Mesmo assim, Damon não estava esperando pela cena que encontrou.

- O que diabos aconteceu aqui? – ele perguntou mais pra si mesmo do que para as duas pessoas aparentemente incapacitadas de respondê-lo.

Vicky estava sentada encolhida no chão, seus olhos estavam vermelhos e vidrados. Ela olhava para frente mirando lugar nenhum, enquanto com uma lâmina fazia pequenos cortes nos pulsos e ao longo do antebraço. Jeremy estava desacordado no chão ao lado dela, com sangue escorrendo da sua testa e do nariz.

Imediatamente, Damon foi até os dois, checou a pulsação do pescoço de Jeremy, ao mesmo tempo em que arrancou a lâmina da mão de Vicky, cortando a si mesmo no processo, já que a garota tentou lutar com ele. Com isso, Damon teve uma grande evidência do que tinha acontecido ao irmão de Elena. Uma vez que ele se certificou de que o garoto estava vivo, tratou de dar um jeito em Vicky primeiro.

- Hey! Hey! – Damon segurou o rosto dela com as duas mãos e olhou diretamente em seus olhos. – Pare, Vicky. Acalme-se. Você não vai mais se cortar.

A menina parou de se debater pra tentar recuperar a lâmina, mas choramingou:

- Eu tenho que continuar o corte… Por que eu estou fazendo isso?

Damon não teve dúvida nenhuma do que havia acontecido ali, mas deixaria pra pensar nisso depois. No momento, tinha algo mais urgente.

- Não saia daqui.

Soltou-a e se voltou para Jeremy. O garoto respirava, mas ainda estava desmaiado. Damon mordeu a própria mão e deixou que o sangue escorresse. Ergueu o pescoço de Jeremy um pouco e então levou a mão à boca do garoto, fazendo com que ele bebesse o seu sangue.

- O que está fazendo? – Vicky se exaltou, aterrorizada.

- Não grite e não se mova – o vampiro disse para os olhos dela, da mesma maneira autoritária que tinha feito antes.

Jeremy começou a recuperar os sentidos, Damon o deitou novamente no chão e foi para Vicky. Antes que ela tivesse tempo de protestar, ele a fez beber um pouco do seu sangue. Os ferimentos nos braços dela sumiram em questão de segundos.

- Você bebeu demais, brigou com Jeremy e foi embora. Isso é tudo o que vai se lembrar dessa noite. Agora vá pra casa e limpe esse sangue sem que ninguém perceba. – a garota já tinha se levantado quando Damon complementou: - Ligue pra o seu irmão e diga a ele que está indo pra casa. E, Vicky… pare com as drogas, ok?

A garota assentiu e se foi. Jeremy finalmente acordou.

- Com calma, você aí – Damon ajudou-o a se erguer.

- O que… o que aconteceu?

- Do que você se lembra?

- Vicky! – ele olhou ao redor, procurando. – Você a viu? Ela estava se cortando, eu tentei pará-la, mas…

- Jeremy – assim que o garoto estava olhando para ele, Damon continuou. – Você e Vicky brigaram porque ela estava bebendo demais. Ela foi embora e você ficou aqui fora esse tempo todo, tendo uma recaída emo. Vá pra casa e se limpe antes que a sua irmã veja.

Jeremy obedeceu e Damon voltou para a festa.

.

- Eu te disse que não era nada. – Damon disse segurando Elena pela cintura bem junto do seu corpo. A festa estava mais calma e tocavam músicas lentas.

- Acha que ele usou alguma coisa?

- Não, no máximo bebeu uma cerveja ou duas… Ele estava bem, eu já te disse. Não confia em mim?

- Confio. – ela recostou a cabeça no peito dele e fechou os olhos, permitindo-se relaxar ao ritmo da música e desfrutando do calor do corpo de Damon tão próximo do seu. Sentiu os lábios dele tocarem seu pescoço de leve e então o abraçou mais. Ficaram assim alguns minutos, até que a pista de dança começou a ficar vazia e eles viram que era hora de ir embora.

Foram abraçados até o carro e, durante todo o caminho até sua casa, Elena foi deitada no ombro de Damon. Quando chegaram, ele a ajudou a abrir a porta e esperou que ela entrasse, mas Elena o abraçou ainda mais forte. Do abraço passaram ao beijo, inicialmente delicado, mas que logo se tornou profundo e ansioso.

Quando deram por si, estavam subindo as escadas de mãos dadas e em um instante a porta do quarto de Elena estava fechada atrás deles. Ela não sabia de onde tinha tirado a coragem pra fazer isso e ele não conseguia acreditar que estava acontecendo, mas nenhum dos dois teve dúvidas quando uniram seus lábios e envolveram um ao outro em um abraço que provava toda a necessidade que ambos sentiam.

Peças de roupa, como a camisa dele e o espartilho dela, foram tirados do caminho, assim como seus sapatos, antes que eles chegassem à cama. Deitados, Elena teve a maravilhosa sensação de ter o peso do corpo de Damon sobre o seu, a boca dele devorando seu pescoço com beijos, suas mãos passeando pelo seu corpo, enquanto ela se deliciava com esse momento que ela tinha imaginado tantas vezes antes.

Rolaram na cama e Elena ficou por cima dele, retribuindo às carícias, beijando seu peito, seu pescoço e se permitindo a ousadia de levar as mãos à cintura dele e procurar pelo zíper da calça. Essa era ela sinalizando que iria até o final, que tinha certeza do que estava fazendo. Damon levou a mão até a dela, dando a Elena a certeza de que ele tinha pressa pra se livrar do restante das roupas…

Mas, em lugar disso, Damon a deteve, tirou-a de cima dele e sentou na cama. Elena o olhou estupefata, Damon se levantou e começou a andar pelo quarto ainda ofegante, esfregando as mãos no rosto e levando-as pelo cabelo.

- Damon, o que… Eu fiz algo errado?

- Não! – ele sentou na cama em frente a Elena e pegou seu rosto entre as mãos. – Você é perfeita, é linda, é tão, tão, tão especial, Elena… - ele travava uma luta interna neste momento. – Eu queria que fosse tudo mais simples, eu não queria te arrastar pra isso.

- Eu não entendo…

Ele respirou fundo antes de voltar a falar.

- Eu te amo, Elena.

Os olhos dela se iluminaram com as palavras que ouviu e qualquer dúvida que ela tinha sobre o que estava acontecendo se desvaneceu sob o som da voz de Damon.

- Damon, eu…

- Ouça. Eu te amo. Eu preciso que se lembre disso, Elena. Essa é a maior certeza que eu já tive na minha vida e eu estou falando de bastante tempo. Eu preciso que você se lembre de que eu te amo. Não duvide disso, nem por um segundo. Eu queria que as coisas fossem diferentes, eu não tenho o direito de fazer isso com você, mas não sou nobre o suficiente pra te deixar ir sem lutar. Tem uma coisa que você precisa saber.

Ele pausou por um momento, um momento no qual só passou pela cabeça de Elena que nada do que ele pudesse dizer agora tiraria o magnitude do que ele tinha dito antes. Então, ela ouviu as palavras que nunca poderiam fazer sentido:

- Eu sou um vampiro.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Não esqueçam das minhas reviews, please!

Até o próximo!
Xoxo ;)