A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls, desculpem a demora! ;)

Antes de mais nada, quero agradecer a Thais Oliveira pela linda recomendação. Muito obrigada! ♥



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Damon deslizou um pouco para o lado, só o suficiente para livrar Elena do peso do seu corpo. Pegou a colcha que estava aos pés da cama, cobrindo-os, e puxou a garota mais pra perto. Só depois de alguns minutos de um silêncio que irradiava cumplicidade foi que alguém falou.

- Como consegue? – Elena falou baixo, com a respiração se normalizando.

- Como consigo o quê?

- Ficar assim… tão perto.

- Assim? – Damon deitou de costas e puxou Elena pra o seu peito. A garota descansou a cabeça lá, abraçando-o pela cintura.

- É. Como consegue? Não devia ter problemas com esse contato?

- Elena, eu nunca, jamais, poderia ter qualquer problema com uma sensação tão boa.

Damon traçou a linha da coluna dela com as pontas dos dedos, desencadeando um delicioso arrepio por todo o corpo de Elena. Ela o abraçou mais forte.

- Acho que minha ficha ainda não caiu. Isso é tão absurdo…

- Você vai ver que não é nada demais. Isto é, se você ainda quiser que eu fique.

Elena ergueu a cabeça pra conseguir olhá-lo nos olhos.

- Eu vou entender se preferir que eu vá embora, Elena. Você é uma garota tão linda, com toda essa humanidade ao seu redor. Eu sei que não tenho direito de interferir nisso. Não posso ser egoísta com você.

- E eu não gosto quando fala assim… - levou a mão ao rosto de Damon, tocando-o de leve, e deslizou os dedos até os lábios dele que estavam entreabertos. – Não devia ter… algo aqui?

Damon não pode evitar um riso.

- Quer dizer “presas”?

- Bem, isso não é o que pessoas como você deveriam ter?

- Agora você quis dizer “vampiros”?

Ela não respondeu. Damon conseguia sentir uma tensão se apoderando da garota em cima dele. Voltou a passear os dedos pelas costas nuas dela, lembrando-a da situação em que se encontravam, e percebeu-a relaxar um pouco.

- Tudo bem usar as palavras certas, Elena.

- Ok. Então… vampiros não deviam ter presas?

- Nós temos, mas elas só aparecem quando necessário.

- Você pode controlá-las?

- Basicamente, sim.

- E elas são… você sabe, venenosas? Eu quero dizer, quando você… morde. Quando você morde alguém a pessoa vai virar um também?

- Não, onde você viu essa baboseira? Esses cineastas de hoje em dia não sabem mais contar boas histórias de vampiros… Não há veneno nenhum, não é assim que funciona. A transformação é algo mais complexo do que apenas levar uma mordida de um vampiro faminto ou irritado. Se fosse desse jeito, provavelmente a população de vampiros no mundo já teria superado a de humanos.

- Mas como funciona, afinal, a transformação? Eu acho que consegui assimilar que vampiros existem e que você é um, mas… como, em nome de Deus, isso é possível?

- Sangue. É tudo sobre o sangue, no fim das contas. O humano tem que morrer com sangue de vampiro no organismo. Acontece que se uma pessoa está ferida e recebe nosso sangue, ela se cura. Mas se ela morrer enquanto esse sangue ainda estiver no seu sistema, então ela se transforma. O sangue a traz de volta, mas como um vampiro.

- Foi isso o que aconteceu com você? Você morreu?

Passaram várias coisas pela cabeça de Elena ao mesmo tempo. Uma delas, mais a título de curiosidade, era sobre como diabos Damon conseguiu ter sangue de vampiro no corpo. Mas decidiu pensar nisso mais tarde, pois a coisa que ocupou o maior espaço na sua mente foi a compreensão de que, se não fosse o vampirismo de Damon, ela nunca o teria conhecido. Damon havia vivido no século XIX, havia morrido em 1864 e, se não fosse a fato de ele por algum motivo ter sangue de vampiro no seu organismo na ocasião, esse momento que viviam agora nunca teria acontecido. Ela nunca teria encontrado Damon naquela estrada, ele nunca teria aparecido na sua vida, nunca a teria beijado, nunca teria feito amor com ela. Ele simplesmente não existiria. Não mais.

Elena tentou imaginar um mundo em que Damon não existisse e não conseguiu.

- Mas não é como se eu estivesse morto morto – ele riu, esperando que isso não a afastasse. – É um meio termo. É mais como estar… congelado. É higiênico, não se preocupe. A dieta de sangue faz com que meu corpo funcione de forma relativamente normal.

Ele achava que ela estava com repulsa por ter acabado de ir pra cama com um tipo de morto-vivo? Na verdade, Elena estava grata ao vampirismo que permitiu que Damon atravessasse os séculos até encontrá-la.

Sem palavras pra demonstrar tudo o que sentia, Elena se colocou mais por cima dele e o beijou com força. Invadiu a boca dele com a própria língua de uma vez, pra que ficasse bem claro que a última coisa que ela sentia no momento era nojo. Damon respondeu imediatamente ao ato e se deliciou quando Elena foi descendo beijos ávidos pelo seu peito. Em um impulso na velocidade vampírica, ele rolou na cama, fazendo com que Elena ficasse deitada de costas e ele por cima dela. Deu por si de que o movimento brusco provavelmente teria a assustado, mas Elena abriu um sorriso divertido e o puxou pra mais um beijo. Quando ela finalmente o soltou, necessitando respirar, Damon deslizou os lábios pela linha do seu queixo, descendo pelo pescoço. Inspirou fundo. O aroma natural de Elena misturado ao cheiro do sangue que pulsava nas veias dela sob a sua pela macia era a coisa mais inebriante que Damon já havia sentido na vida e na morte.

Ele se deteve no local que mais latejava, acariciando com os lábios, deixando que os dentes roçassem a pele delicada. Elena se deu conta do risco que corria. Bastava uma pressão dos dentes na sua carne e ela seria para ele uma fonte de alimentação, como uma bolsa de sangue, como um animal a ser abatido. Contudo, foi tomada por uma excitação por senti-lo tão perto e saber que estava à sua mercê. Sentiu um prazer imenso com a respiração quente e acelerada de Damon na curva do seu pescoço, era gostosa a sensação dos lábios na sua pele. Perguntou-se o que faria se Damon realmente a mordesse. Teria forças, físicas e psicológicas, para empurrá-lo e tentar se libertar do ataque, ou apenas se entregaria à vontade dele? Elena não fazia ideia.

Porém, não precisou decidir. Damon apenas beijou a sua pulsação e foi dar atenção a outras partes do corpo dela que clamavam pelo seu toque. Recomeçaram a dança ritmada e ansiosa dos seus corpos e se uniram novamente, mergulhando em seguida em um sono tranquilo, exaustos e saciados… pelo menos por enquanto.

.

Quando Elena acordou, o sol já estava alto e entrava no quarto a despeito das cortinas semicerradas.

- Bom dia. – Damon lhe enviou um sorriso que a deixou tonta antes mesmo que despertasse por completo.

- Bom dia… - Elena se espreguiçou na cama e observou o vampiro. Ele estava sentado próximo à janela, já vestido. Levantou-se e sentou na cama, perto dela.

- Estava esperando você acordar pra eu ir embora.

- Já?

- Não acho que sua tia vai gostar de saber que eu ainda estou por aqui.

Era verdade. Por mais que Jenna entendesse que Elena era uma adolescente, ela seguia as regras já impostas antes pelos pais da garota. Nada de namorados passando a noite em casa.

Damon se debruçou para beijá-la, Elena passou os braços ao redor do seu pescoço, trazendo-o mais pra perto. Ele deitou ao lado dela e deslizou uma mão por baixo dos lençóis que a cobriam, acariciando a pele quente. Elena estava puxando a camisa dele pra cima quando um barulho no corredor chamou a atenção de ambos.

- Droga… - Elena gemeu.

- Foi Jeremy, ele tropeçou em alguma coisa.

- Audição também?

- Ainda não contei essa parte?

- Não e eu aposto que você ainda tem muita coisa pra me contar.

- Tenho sim, mas agora… - ele se levantou, Elena fez um muxoxo – eu realmente preciso ir. Preciso falar com meu irmão.

Elena sentou na cama. Não tinha pensado nessa parte.

- Seu irmão também é…

- Sim. Nós nos transformamos na mesma ocasião.

- Tenho algum motivo pra me preocupar com o fato de que você não é o único vampiro em Mystic Falls?

Damon demorou mais do que gostaria para responder.

- Não, não. Ele é meu irmão, Elena. Está tudo bem.

- Ok, se você diz…

- Eu já vou, mas preciso que você me prometa duas coisas.

- Pode dizer. – ela não tinha certeza se haveria alguma coisa no mundo que ela pudesse negar a ele depois da noite que haviam passado.

- A primeira eu acho que você já sabe. Isso tudo é segredo. É muito importante que você não fale sobre os vampiros pra ninguém e isso inclui sua família, suas amigas… - Elena assentiu sem nenhuma surpresa. – A segunda coisa é que você não deve convidar ninguém pra entrar aqui na sua casa. E aqui também estão incluídos a sua família, amigos, qualquer um.

- Tudo bem, essa você vai ter que explicar melhor.

- Tem algumas lendas que mencionam isso. Nós não podemos entrar numa casa sem sermos convidados. Convidados claramente, com todas as letras. Quando vier alguém aqui… qualquer pessoa, Elena, sem restrições… Quando alguém vier aqui, não convide pra entrar de forma clara. Você pode apontar pra dentro da casa, dizer coisas como “a sala é por ali”, mas nunca, de jeito nenhum, diga “pode entrar”. Você entendeu?

Ela assentiu, com a mente vasculhando as lembranças.

- Sua própria casa é o local mais seguro pra se proteger de vampiros, não que eles comecem a aparecer aos montes, mas… Agora que você sabe da nossa existência, isso é algo que você deve saber e aplicar sempre.

- Ok. Não convidar estranhos pra entrar.

- Não só estranhos. Qualquer um.

- Ok, nunca mais convidar qualquer pessoa pra entrar em casa.

- Isso.

- Vou ter que pensar em meios de não parecer mal educada.

Damon riu com a maneira que ela estava levando a situação. Nem nos seus melhores devaneios passou pela sua cabeça que Elena fosse reagir tão bem.

- Você me convidou pra entrar na primeira vez que eu vim aqui.

- Com todas as letras?

Damon assentiu, com o seu melhor sorriso.

- Você disse “Entre um instante” e eu disse que você devia tomar cuidado com quem convida pra sua casa.

- Que descuidada. – Elena brincou. – Dei sorte que foi você.

- Pois é…

.

Damon chegou em casa no início da tarde. Depois das inacreditáveis horas que tinha passado com Elena, a vontade que tinha era a de pegar algumas bolsas de sangue, uma garrafa do seu whisky predileto e esquecer do resto do mundo enquanto relaxava na sua banheira e pensava na sua garota. Porque Elena era dele, contrariando todas as expectativas, eles estavam juntos oficialmente e sem segredos.

A não ser por alguns detalhes que ele trataria de esclarecer com ela, pois não iria correr o risco de Elena descobrir por outros meios e se chatear. Não podia, de forma nenhuma, correr o risco de perdê-la.

Por isso, ao invés de fazer o que tinha vontade naquela tarde, ele focou sua audição em procurar sinal do irmão pela casa. Ouviu o som de líquido sendo engolido, a respiração de alguém, exatamente na direção do quarto do Salvatore mais novo.

Em contraste com o quarto de Damon, que era espaçoso, bem ventilado e iluminado, o quarto de Stefan era pequeno, em relação ao restante da mansão, e tão cheio de objetos, lembranças de outras épocas, que dava a impressão de ser ainda menor. Uma pessoa claustrofóbica não conseguiria ficar muito tempo ali, tal era a sensação de repressão que o quarto passava. Damon nunca ia lá, além de não ter muito assunto com o irmão caçula, também não gostava de se sentir em uma masmorra. Mas depois do que acontecera na noite anterior, ele sabia que teria de ir até o inferno se fosse preciso para confrontar Stefan.

- A que devo a honra da sua ilustre visita, caro irmão?

- Não faça isso, Stef. Você não é engraçado. Exceto quando está bêbado… Espero que não tenha tomado todo o meu Bourbon de novo.

Stefan, que até então estava de costas, impulsionou a cadeira giratória na qual estava sentado e ficou de frente pra Damon.

- Tenho certeza que o meu querido irmão não vai se incomodar – pegou a garrafa de whisky no chão e virou o que restava no copo. – Aceita um gole?

- Do meu whisky que você acabou de detonar? Não, obrigado. O que deu em você pra beber tanto? Os animais da floresta finalmente se rebelaram e te expulsaram de lá ou você está só frustrado por seu plano brilhante não ter funcionado exatamente da maneira que você imaginou?

O tom de zombaria fugiu dos olhos de Stefan.

- Compelir uma garota a se cortar, Stefan? Achei que estivesse aqui pra proteger a cidade dos vampiros grandes e maus como eu e não pra manipular garotas indefesas.

- Essa parte é com você, não é? Estava com ela até agora?

- Deixe Elena fora disso. – a voz foi cortante e decidida. – Eu faço as perguntas aqui. Qual era o plano, Stefan? Eu sei o que você fez, mas não exatamente o que você pretendia. O que você queria com aquilo?

- Eu não fiz nada, Damon.

- Sim, você fez. Você compeliu Vicky a se cortar nos pulsos e braços, disse a ela pra “manter o corte”. Sei que você não ficou para o show, ou a essa hora uma certa figura lendária do início do século XX já estaria de volta à ativa. – Damon viu os olhos de Stefan ficarem vermelhos com a menção ao seu passado violento, mas continuou: - Então, qual era o ponto? Você tinha algum interesse específico em infligir dor à garota, ou foi tudo uma tentativa patética de me expor?

Diante do silêncio do irmão, Damon teve sua resposta. Foi com uma voz fria e absolutamente controlada que Damon falou, não deixando dúvida sobre o que dizia:

- Quando é que você vai aprender, irmãozinho, que eu não sou como você? Eu controlo o meu vampirismo, Stefan, não o contrário. Você já devia saber disso. Eu posso andar em meio a pessoas com sangue jorrando de suas jugulares porque eu só vou beber se eu quiser. Passou pela sua cabeça que eu perderia o controle quando sentisse o cheiro do sangue daquela menina? Achou que eu a morderia, que eu iria me expor, colocar tudo a perder?

- O quê você colocaria a perder, Damon? Elena? O que você pensa que está fazendo?

- A pergunta aqui é: o que você pensa que está fazendo? E eu sugiro que você pense melhor antes de fazer uma imbecilidade daquelas de novo, Stefan. Só avisando…

Damon deu as costas ao irmão e seguiu para o próprio quarto, deixando Stefan na solidão da sua pequena masmorra.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.

Até o próximo!
Xoxo ;)