Casais Improváveis escrita por Valerie Grace, Lady Salvatore, Hiccup Mason, Bess, Sherlock Hastings


Capítulo 51
Glimmer & Cato


Notas iniciais do capítulo

Oie fofoletes :3
Aqui é a Bess, tô aqui surpreendentemente rápido, não faz muuuito tempo desde que a gente se viu pela última vez :D Como o Hiccup disse no capítulo passado, eu escrevo ones de Divergente, então estou abertíssima a pedidos kaka.
Sim minha gente, peçam o que quiserem e eu vou tentar escrever!
Inclusive, esse capítulo foi pedido de uma leitora. Aproveita gata :3 Enquanto escrevia, eu ouvi as músicas:
1. P!nk - Try.
2. Cloud Atlas - All Conventions Are Boundaries.
3. Cloud Atlas - Death Is Only A Door.
Bjss e Feliz Ano novo pra todo mundo!



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Tema: Glimmer e Cato

Fandom: Jogos Vorazes

Tentar

Katniss Everdeen é a faísca, só um tolo não perceberia isso. Quando há uma faísca, alguém vai se queimar. Todos nós vamos queimar. Todos nós, todos os tributos, seremos como peças de xadrez na partida mortal entre ela e a Capital. Não há como não se queimar. Eu vou queimar, serei consumida pelas chamas, serei apenas uma imagem bruxuleante no meio da corrida pela sobrevivência.

Estou tentando me convencer de que só porque vou queimar, não significa que vou morrer. Eu tenho chance. Sou de um distrito rico, posso ter privilégios, tenho que ser esperta. Alguém algum dia me disse “Você tem que se levantar e tentar”. É isso que estou tentando fazer. Estou tentando. Mesmo não tendo habilidade, eu vou tentar, mesmo sendo considerada apenas um rostinho bonito pelo povo da Capital (eu sei que eles pensaram isso de mim depois do desfile e da entrevista), mesmo que as pessoas me xinguem, mesmo sabendo que Katniss e os outros Carreiristas tenham mais poder e mais chance que eu, eu vou tentar.

É o que vencedores fazem. Eu sei que para vencer, eu terei de matar as outras crianças remanescentes, e eu sei que sou absolutamente igual a elas, temos famílias para voltar, casas para ver novamente, amigos para saudar. Todos nós passamos fome. Todos nós somos joguetes. Todos nós temos nossos futuros e destinos em potencial obliteração. Todos nós temos uma vontade ardente de voltar pra casa.

Casa. Penso no meu lar enquanto acampamos embaixo da árvore em que Katniss Everdeen está. O sol está se pondo. Sei disso, mas não dá pra admirar nem nada, nem é algo estonteante. Os últimos lampejos da luz alaranjada são eliminados um por um. Pensando bem, é algo bonito sim, apesar de ser brutal. Não Glimmer, o pôr-do-sol não é brutal. Brutal é o corpo do menino morto por você, todo aquele sangue entremeando-se na pele. Aquilo foi brutal.

A D4 me chuta e diz que está na hora de eu montar a guarda. Bem no turno da noite. Menina antipática.

Um por um, vejo os Carreiristas irem dormir. Marvel, Clove, D4, Peeta, Cato. Não, Cato não vai dormir. Ele se levanta e vem até mim. Tiro minha faca e aponto pra ele.

– Um passo a mais e você morre.

– Você não pode me matar – ele acenou para Katniss – não com ela lá em cima.

E era verdade. Encurralamos a Garota Quente na copa da árvore, e estávamos esperando ela descer. Tínhamos que manter os olhos em Peeta. Na entrevista ele se declarou apaixonado por ela, não era de se esperar que ele tentasse ajuda-la. A menos que tudo aquilo fosse uma farsa destinada a manter ambos vivos.

– O que você quer? – senti o suor escorrendo na minha testa.

– Conversar.

O mirei de alto a baixo e guardei a faca; mas ainda tinha um canivete em mãos.

Ele se sentou ao meu lado e apertei mais o canivete. Senti os contornos da pequena arma na minha mão, o metal gélido contra minha pele; minha respiração arfante intercalando-se com minha vontade de mascará-la.

– Estou sem sono – ele explicou.

– Sugiro que vá dormir. Longo dia pela frente.

Ficamos em silêncio e segurei o canivete com menos força.

– Eu sei que você não pode confiar em mim – ele recomeçou.

– Por que está dizendo isso?

– Porque sei que mesmo que eu conquiste sua confiança, você sempre terá um pé atrás comigo.

– Não me culpe.

– Não estou te culpando.

– É o que qualquer um faria.

– Eu sei. Também não posso confiar plenamente em você.

E era verdade. Eu balbuciei um pouco, queria argumentar que era uma boa pessoa, mas a verdade era que ele era mais um obstáculo entre eu e a minha sobrevivência. Ele podia ajudar-me a chegar mais perto dela, mas sua existência ameaça a minha.

Ele mediu o horizonte e soltou aquela afirmação como se deixasse ir embora uma importante parte de si:

– Eu sei que no final nossos instintos é que vão contar. Eu vou me salvar se puder e você vai se salvar se puder, mesmo que para isso a gente tenha que se matar. Eu não queria que fosse assim.

– Mas é. A Capital manda. A gente não pode fazer nada.

– Então a gente tem que aceitar que os fracos são a carne que os fortes comem? Sem nem pestanejar?

– Pra não perder o pescoço.

– Entendo. Eu também não quero perder o pescoço.

Suspirei.

– A gente nasceu pra morrer – eu falei melancólica.

Nesse momento ele me olhou profundamente e eu achava que seria covardia desviar o olhar. Então Cato veio pra cima de mim vorazmente e eu tentei apontar o canivete pra ele, mas ele tirou da minha mão. Droga. É o fim. Vou morrer. Espero que ele me mate de forma rápida e que eu não sofra muito. Fecho os olhos e começo a soluçar.

– Glimmer, abra os olhos. Abra os olhos! – ele quase berra.

Relutantemente assenti e abri os olhos. Ele não estava com cara de quem ia me matar. Ele foi abrindo espaço para que eu pudesse me estabilizar. Então me beijou, para a maior surpresa da minha vida. Eu comecei a chorar, e ele também. Não sei descrever aquele momento, apenas posso dizer que fiquei assustada e sem ar.

Ele segurou minha cabeça e cochichou ao meu ouvido:

– Eu sei que no final nossos instintos é que vão contar. Eu sei que você e eu teremos que nos matar. Eu sei que você tem que andar com facas pra se proteger de mim. Eu sei que nós vamos morrer. Mas primeiro, vamos viver.

Eu assenti. Sonho com o amor eterno, sei que ele não existe. Apesar do horror, eu amo nosso mundo. Acredito que há um mundo melhor nos esperando após a morte. No final das contas, não tinha vivido até aquele momento. Apenas amor pode tornar um mundo solitário e cheio de medo em algo profundamente precioso. Tenho vivido uma vida preenchida de vazio. Quando for a hora de morrer, morrerei. Mas nós nascemos para morrer, amar e viver. Eu amo nosso mundo, e quero que todos nós vivamos.

Deitei junto de Cato, e ele entendeu porque eu guardava facas e segurava canivetes, e eu entendi porque ele também mantinha suas armas por perto. Mas ao menos eu estava perto dele. Eu sentia o calor dele e ele sentia o meu. Deixei escorrer uma singela lágrima. Podia ouvir o coração dele batendo e a respiração incessante. Ele podia sentir a minha. Isso é amor. Isso é vida. Eu amei Cato com data de validade, poucas pessoas conseguem fazer isso, sou orgulhosa por ter conseguido realizar tal proeza. É assim que a vida é. Dois amantes temendo um ao outro e confiando simultaneamente. Exatamente assim.

Eu queria mais tempo. Sabe, é muito bom estar com Cato. Eu acho que amo ele. Sempre foi assim, desde que o vi no Centro de Treinamento. Eu queria mais tempo e lugar pra gastar com ele. É muito bom estar viva.


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Notas finais do capítulo

E aí meu povo? :D O que acharam? Pedidos? Deixem tudo nas reviews, elas me deixam mt mt mt mt feliz kaka xD



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