As Vantagens De Ser Ou Não Ser escrita por mikkaelinhah


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, o mistério finalmente acabou...ou não?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/375254/chapter/14

5 de janeiro de 1993

Andei por toda casa, confusa e ao mesmo tempo convicta do que eu havia descoberto. Lyra acompanhava-me com os olhos, as pernas tremendo de ansiedade para que eu pudesse falar quem era a garota que mandava os bilhetes. Eu precisava ter certeza, mas não tinha outra ideia de quem poderia ser senão aquela.

— Dá pra parar de andar que nem uma barata tonta e falar quem é a garota? — Lyra despeja aquilo de tal forma que parecia que era ela que estava sendo ameaçada, o que não deixa de ser verdade pois sendo minha amiga ela também poderia correr algum risco.

Eu estava descabelada de tanto tentar extrair alguma coisa de minha cabeça para ter certeza daquilo. Será que eu não estou ficando doida, será que estou pensando errado, será que estou culpando alguém que não tem nada a ver? Mas quem mais poderia ser? Essa era a minha única esperança.

— FALAAAA — Lyra grita e eu acordo de meus pensamentos.

— Dá pra ficar calada e me deixar pensar? — Digo, depois falo pra mim mesmo em murmúrios — e se for ela? mas não tem como não ser, pela descrição do Charlie tem que ser ela, sem condições.

— Ei, eu to aqui ta? Pode falar mais alto, por favor?

Uma luz no fim do túnel. Era isso ou nada. Charlie. Precisava falar com ele. Só ele poderia confirmar minha tese, só ele me acalmaria confirmando-a.

Puxei Lyra pelos braços com as únicas forças que eu tinha e disse:

— Precisamos falar com o Charlie urgentemente.

***

Brendon estava em casa, sóbrio como nunca. Ele pega seu carro e nos leva até o centro, em uma loja onde um amigo dele trabalha. Ele segue até o balcão do que seria uma borracharia.

— E aí, cara? — Seu amigo cumprimenta-o — O que te traz aqui, Brendon?

Meu irmão olha pra gente, com esperanças.

— Teria como você emprestar o seu telefone pra minha irmã, ela precisa fazer uma ligação urgente.

— Ah, claro, venham cá.

Seu amigo nos encaminha por uma série de corredores até chegarmos a um cubículo no qual ele chamava de escritório. Só havia uns cinco metros quadrados, se eu estivesse certa, tinha uma mesinha e uma cadeira e o telefone sobre ela. Como minha ansiedade estava a mil, corri até o telefone e disquei o número de Charlie.

Os garotos saem da sala e deixam eu e Lyra na sala.

***

— Eu tenho certeza de que é ela, Charlie. — Quase grito.

Ele respira e diz:

— Eu não lembro de ter falado dela nas cartas, Bia.

— Você está se fazendo de doido, Charlie. Você sempre falava dela, disse que tiveram um namoro horrível...

— Mary Elizabeth? Nem me fale dela.

— Eu lembro da descrição que você fez dela, não sei se ela tem cabelos coloridos, mas ela era estranha, disso eu tenho certeza. Era ela que estava nos meus sonhos, eu tenho certeza.

— Mas porque ela faria isso? Ela ta na faculdade, feliz com o novo namorado dela, eu não sou mais nada para ela.

— Isso é o que eu pensava, Charlie. Mas e se ela ainda sente algo por você? Ou ache que mesmo ela estando namorando e você também, ela sinta ciumes pela Sam? Você não pode simplesmente ignorar as possibilidades. E olha que são muitas.

— Eu não sei não, Bianca. Você deve estar se precipitando...

Interrompo-o, cansada de tentar explica-lo que estou certa, que sempre estou certa.

— Charlie, eu fui isolada na minha própria sala, fui julgada como lésbica, quase perco a única amiga que eu tenho e você ainda acha que estou me precipitando em achar que um ex maniaca sua está atrás de mim por causa de um simples ciumes besta? Você acha que estou brincando, Charlie? ACHA QUE É BRINCADEIRA? Isso não é só comigo, é com você também — respiro — Aceite os fatos, é ela.

Silêncio. Um silêncio infernal que parecia não acabar mais.

— Eu não sei em que acreditar, Bianca. Me desculpe.

Bip,bip,bip.

O telefone fica mudo.

— E então? — Pergunta Lyra, com olhar de preocupação.

Ele vai ligar de novo, eu sei que vai.

— Ele não quer aceitar, de jeito nenhum, que é Mary Elizabeth. Lembra dela?

— Lembro sim.

O telefone toca novamente, mas ao atende-lo escuto gritos.

— Charlie? Charlieeee! CHARLIE!

A ligação cai.

Mal sabia eu que não era ele.

Mal escutei a ligação.

Ignorei tudo, só escutei os gritos.

E não escutei as risadas, as risadas de vigança. Mary Elizabeth só estava começando a preparar seu prato frio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Vantagens De Ser Ou Não Ser" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.