Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 66
Hunt 65 - Leashes




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Entraram no local evitando ao máximo fazer barulho. Deram alguns passos em um corredor e correram para as sombras, evitando um homem que patrulhava o local. Edge com muito cuidado se levantou nas sombras e o agarrou por trás. Com um movimento rápido, acertou a cabeça dele com sua pistola e o deixou desacordado. Sem falar nada, Bran olhou ao redor e se afastou em silêncio. Com cuidado, avançou evitando todas as câmeras que encontrava e evitando os opositores. Sempre que encontrava algum oponente, o desarmava e largava-o inconsciente. Edge ia por outro caminho, procurando pistas e anulando todos os opositores que encontrava. O primeiro ponto que deveriam ir era a central de segurança, caso houvesse uma. Derrubando-a, conseguiriam se movimentar livremente pelo laboratório. Muitas das portas estavam lacradas, o que forçava os dois a esperarem escondidos até que alguém as abrisse para passar e logo em seguida derrubá-lo.

Bran fazia questão de deixar algum objeto pequeno impedindo todas as portas por onde passavam de se fecharem novamente. Era uma forma de manter uma rota de escape razoavelmente boa e também para se situarem lá dentro. Bastaria passar perto de uma porta levemente aberta e saberiam que haviam visitado tal local. Esgueiraram-se com cuidado até um longo corredor. Foi quando Edge percebeu uma figura atrás de si. Um homem apontava uma arma contra ele. A reação foi rápida e inesperada. Em um movimento, o caçador lançou um cristal da ponta de seus dedos e atingiu o oponente no pescoço. Ele tentou gritar algo, mas era tarde demais, suas cordas vocais haviam sido destruídas e o sangue já escorria de seu pescoço com uma pressão considerável. Com um passo rápido, Bran segurou o homem antes que caísse ao solo, apoiando seu corpo e evitando barulho. Retirou a arma das mãos do homem e vasculhou seu corpo. Encontrou mais um dos colares que usaram para atravessar o túnel cheio de criaturas explosivas. Acabou por encontrar um relógio de bolso. Dentro dele, a foto de uma mulher. Provavelmente esposa daquele homem que acabara de morrer. Com um suspiro, colocou-o em seu bolso e se levantou, escondendo o corpo. Edge assistiu a tudo e não conseguiu evitar o comentário.

Não devíamos ter matado esse homem Essa mulher Ele tinha uma família, não é mesmo?

Não importa agora. Ele está morto e não podemos trazê-lo de volta. Se envolveu com as pessoas erradas, é um risco que todos que estão aqui correm e devem saber disso. Não podemos parar pra pensar nisso, Edge. Esqueceu de quantos dos nossos morreram também?

O peso caiu sobre Edge em poucos segundos. Quantos homens haviam morrido desde que se recorda de estar vivo? Quantas ele mesmo não tirou naquele fatídico incidente? E depois, quantas mais não fora capaz de salvar? Mordeu o próprio lábio a ponto de sangrar. Bran notara o ocorrido e não tentou evitar que Edge carregasse isso. Ele já tinha sua própria cruz para carregar até o final da vida. Seguiram adiante sem mais palavras. Após aproximadamente cinco minutos conseguiram chegar ao que parecia a central de segurança. Lá dentro, três homens armados guardavam a porta e dois outros assistiam ao que acontecia nas câmeras de segurança. Era preciso pensar em como atacá-los de maneira correta para evitar conflitos. Conseguiam chegar até a porta, mas se quisessem entrar e evitar conflito, era preciso eliminar os três guardas rapidamente assim como os dois homens que vigiavam tudo. O peso de mais uma morte era algo que Edge queria evitar, mas parecia não ter uma forma de invadirem o local sem alarmar todos. Bran tinha uma idéia completamente diferente. Estavam do outro lado da porta em questão de segundos, um de cada lado.

Lá dentro provavelmente haveria alguém com um rádio ou uma forma de emitir um sinal de emergência e era isso que tentavam evitar. Bran começou a ação com um chute, derrubando a porta e com isso, jogando dois dos soldados no chão. Edge vinha logo atrás e saltou sobre os painéis e televisores, evitando que os dois vigias tivessem tempo para reagir. Os acertou com um golpe nas têmporas de cada um e eles desmaiaram. Enquanto isso, Bran cuidava dos dois homens caídos. Com um golpe extremamente forte, deixou os dois inconscientes. Sobrara apenas um que, com um movimento rápido, retirou um comunicador. Foi o suficiente para Edge lançar um das adagas em sua mão, atravessando-a e derrubando o transmissor que foi esmagado por Bran com um golpe apenas.

O homem entrou em pânico, mas foi logo silenciado por um soco. No final, conseguiram derrubar todos sem nenhuma morte. Em sua mente, o caçador de cabelos brancos agradecia muito por isso. Dentro da sala de segurança encontraram um mapa detalhado do laboratório. Composto de duas partes separadas por um portão principal, a que se encontravam era a mais externa. Seguindo pela área de segurança passariam por duas salas de experimentos e finalmente chegariam ao portão. Bran já havia guardado o mapa em sua mente, agora precisavam só seguir por ali e estariam na parte mais profunda e conseqüentemente com mais informações. Saíram dali com cuidado e seguiram em direção às salas de experimentos.

A mulher se virou após assistir o ataque à sala de segurança. Uma câmera escondida que nem os próprios operativos conheciam realmente tinha sido uma boa idéia. Saiu de sua sala no interior do laboratório e seguiu até seu armazém pessoal. Com passos calmos, ela refletia sobre o que viu no monitor.

Estão avançando bem mais rápido do que eu esperava. E sequer mataram aqueles porcos Poderiam ter me poupado tanto trabalho! Quando isso acabar farei com que desejem ter morrido naquela sala.

Com isso, adentrou seu armazém. Lá dentro, dezenas de celas vazias nas paredes. Finalmente encontrou o que queria. Uma corrente pendia de cada uma das celas que tinham alguma coisa lá dentro. Com um movimento rápido, abriu as duas celas e segurou as correntes. Duas figuras encapuzadas saíram dali em passos lentos. Levemente curvados, os dois vultos se moviam sem pressa e seus corpos pendiam para os lados quando se moviam. Uma respiração pesada ocupava o local enquanto ela guiava suas mascotes pelo corredor. Um deles tropeçou levemente e logo se recompôs. Foi o suficiente para que a mulher o chutasse com bastante força, jogando-o pra frente. A criatura logo se colocou novamente em movimento e sequer pensou em revidar o golpe que sofrera.

Os dois caminharam até uma pequena porta. Com a segurança desativada poderiam se mover sem receio lá dentro. Ao abrirem a porta, notaram instantaneamente o quê vieram impedir. Dos dois lados da longa sala que acabaram de entrar, vários cilindros mantinham corpos em uma espécie de hibernação. De anatomia humana, os corpos estavam em um estado desgastado e corroído. Alguns em carne viva ou sem membros, todos os corpos tinham algo em comum. Olhos abertos e arregalados e pupilas vermelhas. Pareciam experimentos fracassados, guardados para análise futura. Edge sabia exatamente do que se tratava, mas tentava evitar deixar a conclusão chegar a sua mente. Eram humanos que receberam os genes de Knights.

Não sobreviveram ao processo, sendo corrompidos. Caso o processo desse certo, outros soldados como o gigante vermelho que enfrentara na base da MAGNUM poderiam surgir. Seria algo completamente avassalador para a disputa de poder, mas principalmente, eram vidas sendo desperdiçadas em prol de um experimento. Suas mãos se fecharam com força e ele evitou ao máximo a vontade de destruir toda aquela sala. Enquanto observava cada um dos corpos, Bran revistou a sala.

Encontrou uma pasta escondida em meio a livros. Seus olhos se abismaram com o que leu, mas guardou-a sem esperar muito. Não podiam perder tempo com aquilo agora, era um problema diferente que deveria ser enfrentado na hora certa. Guardou o arquivo e seguiram adiante. Avançaram pela área seguinte com pressa. Bran queria resolver logo essa situação para poder se dedicar ao que descobrira na sala anterior. Edge por outro lado só queria abandonar esse lugar. A sensação que lhe subia a garganta quando observava cada um dos experimentos fracassados se envolvia em sua traquéia e o enforcava, tirando-lhe o ar. Precisava se livrar desse ambiente. Precisava de Nina. Assim, atravessaram a porta e finalmente chegaram ao portão.

Uma área que formava um semicírculo com o portão na área reta. Com cuidado, caminharam até o mesmo e procuraram uma forma de abrir aquela passagem, sem sucesso. Não havia sequer um mecanismo para abrir aquele local. Se viraram para recuar e procurar outro caminho, mas foram surpreendidos por um grupo de soldados armados. Já estavam em suas miras. Poderiam reagir, mas aquilo provavelmente atrairia ainda mais atenção para aquele local. Empunharam suas armas, não tendo outra saída. Foi quando uma fresta se abriu no portão. Assim que ele começou a se abrir, os operativos recuaram. Olhos vidrados no vão que surgia entre aquelas duas paredes de metal. Aproveitando aquilo, os dois se esgueiraram e surgiram do outro lado. Era uma armadilha com toda a certeza, mas não tinham outra opção. Estavam avançando ainda mais, mesmo que enfrentando uma armadilha. Dali em diante não poderiam recuar.

Ora ora! Os ratinhos que se esgueiravam por aqui vieram sem medo para minha jaula?

A mulher falava calmamente. Ao seu lado, o sistema que abria o portão. Ao que parecia, só poderia ser aberto por dentro, o que levava a crer que aquela era a residência daquela mulher. Edge e Bran analisaram o local. Era como o anterior, um semicírculo com várias portas que levariam a outros corredores. Logo ao lado esquerdo, a mulher observava-os com as duas criaturas à sua frente. Sua roupa era bastante decotada e transparente, revelando muito de seu corpo curvilíneo. Seu cabelo ondulado e castanho caía-lhe sobre parte do rosto e era longo, chegando até a cintura. Seus olhos eram grandes e belos, reluzindo e chamando a atenção. Suas mãos eram delicadas e estavam envoltas em luvas. A abertura lateral de sua roupa revelava muito de sua pele clara e que aparentava ser muito macia. Edge e Bran finalmente voltaram seu olhar para as criaturas encapuzadas que ali se encontravam, protegendo-a. Não era possível ver nada sobre as figuras, exceto que uma delas tinha uma estatura bem menor que a outra e aparentava ser mais selvagem. Eles pareciam perigosos, mas a mulher não aparentava estar armada ou sequer ser forte. Trataram então de questioná-la.

O que faz aqui? Qual é a pesquisa desse local? O que planejam fazer com isso tudo?

Meu deus, eu tirei vocês do outro lado do portão exatamente para não dar essas respostas a vocês, eu não confio naqueles animais treinados com armas que temos. Prefiro evitar que algum deles fale uma besteira e estrague tudo!

A resposta deixou Edge bastante nervoso, mas ele tentou se conter. Precisavam tomar cuidado com a duas figuras que a protegiam. Notara finalmente a corrente que a mulher segurava, mantendo-os presos. A mulher logo percebeu e sorriu.

Gostaram dos meus brinquedos? Terminei-os faz pouco tempo, sabiam? Não tive tempo de testá-los direito. Vocês dois serão cobaias bem interessantes! Acho que está na hora, não é mesmo?

Se aproximou das criaturas e com um movimento rápido, removeu as capas que os mantinham escondidos, jogando-as ao solo. Debaixo, dois corpos. Um deles tinha uma pelugem amarelada que cobria os braços e unhas afiadas. Sua boca possuía dentes afiados e longos. Era uma figura humanóide e pequena, mas de aparência realmente selvagem. Sem camisa, a figura era magra e pequena. Possuía cabelos loiros e ondulados que lhe caíam pela face e algumas mechas brancas eventuais. Incrivelmente, tinha uma face bastante jovial. Bran levou alguns segundos até finalmente perceber o que estava à sua frente.

A outra figura tinha um cabelo negro longo com mechas esbranquiçadas que caía pelo seu corpo em duas mechas separadas. Boa parte de seu corpo era coberta por uma espécie de rede hexagonal azulada. Magro mas forte, a figura tinha um físico invejável. Por um momento, Edge viu parte da criatura desaparecer diante de seus olhos e retornar. Um frio percorreu-lhe a espinha. Olhos vermelhos e arregalados estavam estampados nos dois rostos que via. Eram Knights.

Pior ainda. Eram Cless e Alex.

Os dois estavam boquiabertos com as duas criaturas que estavam à sua frente. Em seus pescoços as coleiras os mantinham presos à dona. Seus olhares eram vazios e sem emoção alguma. A mulher percebeu a expressão no rosto dos dois caçadores e acabou por comentar, rindo bastante.

Ah! Então vocês dois se conhecem, é verdade! Tinha me esquecido disso! Esses dois lixos foram pouco úteis, então eu mesma cuidei de melhorá-los um pouco! Antes que me esqueça, podem me chamar de Emily, sou a líder da área de pesquisas da DANTE! Adorei essa expressão, esse olhar! Continuem assim!

Os dois estavam suando frio. Aquilo tudo era informação demais para processarem.

Bem, acho que eles ainda significam algo para vocês, não é mesmo? Então

Sacou uma agulha. Se aproximou de um deles e com uma paciência absurda, foi aproximando uma agulha do olho de Cless. A agulha finalmente tocou a íris e se afundou em seu tecido orgânico. O sangue escorria lentamente e a criatura agonizou um pouco antes de ser chutada por Emily e se calar. Bran se segurou para não avançar contra a mulher. Edge o segurou pelo ombro e com o olhar tentou acalmá-lo. A fúria dos dois era grande. Bran por ver seu antigo amigo em uma situação assim. Querendo ou não, ele se lembrava com certo carinho dos bons momentos que tiveram no passado antes do incidente que alterou a vida de todos. Segurou a Purgatorio com força, esperando uma chance. Edge por outro lado sentia um enorme mal estar. Lembrava-se do seqüestro de Nina e da dificuldade que teve para enfrentar Alex da outra vez, além do fato daqueles dois oponentes serem Knights assim como Edge. Aquilo era uma tortura psicológica extremamente eficaz.

Eu Eu esperava que tivesse visto alguma coisa errada naquela fita em Matahari. Eram os dois. Eles estavam lá! Eu Eu esperava tanto que fosse apenas um engano meu!

Olha! Vocês viram a primeira rodada de testes deles! Não sabe quantos Mataharianos caíram diante deles, meus caros! Foi realmente um espetáculo! Claro, não mantivemos isso aberto ao público, nem mesmo aquele porco matahariano da nossa organização sabia. Faltou muito pouco para usarmos a família dele como cobaia, sabiam?

A fúria consumia os dois, mas Edge sabia que aquilo era uma forma de abalar os dois e facilitar a luta. Não poderiam deixar aquele sentimento ocupar suas mentes e corações. Precisavam recuperar a compostura e rápido. A figura de Fung passou na mente dos dois e os deixou ainda mais nervosos. Assim que se deram conta, os dois já estavam soltos da coleira e Emily, encostada na parede de braços cruzados.

Espero realmente que vocês ratos durem um pouco! Quero ver aquela mesma expressão de sofrimento mais vezes!

Seu olhar era vivo e atento. Mordia o lábio com cada segundo de tortura mental que causava naqueles dois pobres homens. Finalmente, os dois ficaram em posição e esperaram o avanço das criaturas. Emily naturalmente comandou Cless para enfrentar Bran. Alex enfrentaria Edge, o que aumentaria ainda mais a tortura psicológica.


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