Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 64
Hunt 63 - Restoration




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O caminho para Lens’Sol seria longo. Todos haviam se preparado como podiam para aquela exaustiva viagem. Da última vez que fizeram uma travessia tão longa por Albius, Fung ainda os guiava. Ele havia se tornado uma marca dentro de cada um. Edge e Nina caminhavam lado a lado. Ele, ainda cansado do treino, tentava descansar e recuperar suas energias. Nina por sua vez mantinha uma expressão séria enquanto caminhava pela organização. Logo, Bran se juntou aos dois. Carregava a máscara emocional que tanto prezava e a exibia sem hesitar pelos corredores. Encontraram-se finalmente com Julie esperando-os logo na entrada da organização. A garota parecia animada, talvez com a distância que iria poder dirigir. Edge já havia se conformado com a direção perigosa de Julie e nem questionava mais nada. Sabia que não descansaria o suficiente dentro do veículo, mas tratou de levar a situação de maneira tranqüila.

– Vamos lá. Será uma longa viagem!

E com as palavras de Julie, entraram. Posicionaram-se da maneira mais confortável que conseguiram. Edge carregava consigo não só as adagas, mas também os acessórios para suas pistolas. Bran se sentou no ponto mais seguro e sequer olhou para os outros evitando que sequer reclamassem de sua atitude. Ele acabou cedendo finalmente seu lugar para Nina por uma questão de respeito, mas tratou de buscar o segundo melhor. Edge acabou ficando no lugar mais incômodo, mas não queria pensar nisso para não se sentir ofendido. Finalmente percebeu pelo que estavam brigando e notou a proximidade que adquiriram. Sorriu e aceitou sua derrota. Pelo menos, até saírem.

As horas passavam rápido. Todos tinham os olhos fechados enquanto Julie dirigia veloz pelo continente. Como saíram durante o final da tarde, logo a noite chegou e com ela, o sono. Dormiram em meio ao balanço descontrolado daquele veículo. Talvez aquilo estivesse virando rotina. Talvez fosse apenas muito cansaço. De qualquer forma, apagaram.

Abriram os olhos e estavam próximos a uma enorme muralha. De aproximadamente vinte metros, ela se estendia por um longo território. Julie então falou.

– Chegamos. Atrás dessa enorme muralha ainda existe uma menor que divide as duas cidades. Sejam bem vindos à Lens’Sol. O acesso a Ke’Um só se dá por aqui, são cidades bastante fechadas no quesito de segurança.

E assim, entraram. O ambiente interno era completamente diferente do que esperavam. Pareciam ter chegado durante um festival. As ruas estavam lotadas e não havia sequer uma pessoa com aparência triste ou sequer desanimada. A cidade estava viva. Suas ruas pulsavam como veias com os movimentos da multidão enquanto o som da conversa se espalhava por dentro da muralha. Deixaram o veículo com Julie e prosseguiram para a cidade. Ela ficaria para trás caso precisassem evacuar rapidamente o local. Dessa vez, a precaução não deveria ser deixada de lado. Edge e Bran iam à frente de Nina, protegendo-a de todos na multidão e abrindo caminho. Ela logo os fez parar com tal atitude e se enfiou em meio às pessoas. Crescera dessa forma, lembrou-se de quando encontrou Edge pela primeira vez e sorriu. Movia-se com delicadeza e precisão por entre a multidão e era seguida de longe pelos dois que, preocupados, tentavam abrir caminho. Ela logo parou pouca a frente e aguardou pelos dois. Havia sido uma atitude involuntária, quase que natural, mas ainda sim, Nina se desculpou. Ela podia ver a preocupação no olhar daqueles dois e tratou de respeitar tal sentimento. Aproximou-se dos dois e os três caminharam juntos. Edge com cuidado parou e pegou um pequeno folheto que indicava o motivo da festa. Logo comentou com os outros dois.

– Ao que tudo indica, Woods nasceu aqui.

– Woods?

– Sim. O fundador da Ordem dos Caçadores, não sabe dessa história, Nina?

– Ah! Sim! Havia me esquecido!

Nina relembrou-se de ter ouvido essa história mais de uma vez. Continuavam o trabalho daquele homem que se consagrou salvador de Albius. Um pouco de orgulho preencheu seu peito, mas logo se foi quando se lembrou das situações pelas quais passara. Voltaram então ao caminhar. Ao longe avistavam a muralha menor que impedia a passagem para Ke’Um. Havia um enorme portão e entradas menores laterais. Pelas laterais entravam mercadores, pessoas comuns e produtos enquanto que pela maior, apenas pessoas de alto escalão dentro das duas cidades. Tentaram se aproximar pela porta lateral, mas foram barrados. Pensaram em se infiltrar, mas seria uma atitude bastante arriscada e não podiam correr esse risco. Nina então falou, depois de pensar muito, voltando-se para os dois guardas que lá estavam:

– Poderíamos passar? Somos da MAGNUM, descendentes da Ordem dos Caçadores de Woods.

A resposta veio com um gesto negativo de cabeça:

– Minha senhora, é preciso que verifiquemos suas credenciais. Além disso, precisamos também que assine um documento na instalação central de Lens’Sol, diante do líder da comunidade e mais uma testemunha daqui antes que possam passar. É a autorização formal para irem até Ke’Um.

Nina explicou a situação novamente, mas não foi suficiente. Para passarem por ali, seria preciso uma autorização formal. Não só isso, a burocracia para atravessar a muralha era muito mais demorada do que parecia. Levariam um dia inteiro para realizar tal travessia da maneira correta.

– Edge, Bran, vão na frente. Eu ficarei e cuidarei da parte burocrática. Como líder da Magnum, é meu dever arcar com essas situações, não é mesmo?

– Milady! Isso é perigoso! Pode ser uma armadilha!

– Nina, não faça isso!

– Edge, Bran, não se preocupem. Eu sei me virar muito melhor do que pensam. Além disso, vocês são capazes de acabar com essa missão tranquilamente se trabalharem juntos, não é mesmo?

Eles se entreolharam e entenderam o que ela queria dizer.

– Como quiser Milady. Aguardaremos sua chegada do outro lado. Caso demore demais, nós voltaremos e derrubaremos essa muralha à força se for preciso, mas não deixaremos que corra perigo.

– Não se preocupem. Agora, devem ir. Boa sorte com a missão, Edge, Bran!

E assim, Nina se virou de costas. Dois guardas ouviram toda a conversa e confirmaram a teoria da garota. Ela teria que ficar para trás. Acreditava ser uma armadilha e iria diretamente para ela, sem hesitar. Conseguiria escapar sem muitos problemas enquanto Edge e Bran cuidavam de neutralizar a instalação em Ke’Um. Pelo menos, era o que Nina acreditava.

Caminhou por entre as ruas e finalmente, chegou ao centro de governo de Lens’Sol. Assim que entrou foi recebida por um homem de baixa estatura e levemente acima do peso. Ele ofereceu-a uma cadeira e ela aceitou de bom grado. Um chá logo foi servido e Nina se viu finalmente na posição real. Era uma refém. Caso algo acontecesse fora do esperado na missão dos dois em Ke’Um, quem sofreria as conseqüências era ela. Estava indefesa naquele local. Foi então que viu a porta se abrindo e uma figura feminina entrando. Olhou-a nos olhos e não conseguiu mais parar de olhar.


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