Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 50
Hunt 49 – Reverend




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Edge e Bran não tinham tempo a perder. Precisavam agir rápido. Não pararam para planejar antes de se lançarem, um para cada lado, na tentativa de passar pelo oponente. Corriam o mais rápido que podiam em direção ao oponente. Queriam evitar um combate direto. Precisavam sair dali. O oponente sequer se moveu, esperando-os se aproximar mais. Continuaram avançando sem hesitar. Olhavam atentamente para a figura que os impedia, esperando por alguma reação. Estavam preparados para atacar caso precisassem, mas preferiam evitar gastar mais tempo ainda. Foi quando ouviram o som da inspiração do ar infectado por parte do oponente, alta e bastante longa. Com um movimento rápido, ele soltou todo o ar. Em seu corpo, os buracos que possuía lançavam para os lados uma rajada concentradíssima de névoa. Ele era o causador de tudo aquilo. Toda a pestilência, todas as mortes daquela cidade, tudo isso se resumia àquela figura macabra com a foice em mãos. Edge e Bran logo pararam de avançar e recuaram, evitando assim a névoa. Edge ainda aproveitou o momento para disparar com suas armas de fogo. As balas voaram rápidas em direção ao alvo, mas foram interrompidas pela foice. Com movimentos circulares, a foice acertou cada uma das balas e as defletiu, mantendo a criatura ilesa. Sem pressa, ele avançou em passos curtos e silenciosos. Mantinha a foice em posição, pronta para atacar. Edge e Bran sabiam que o tempo corria. Estavam cercados por todos os lados. À frente, um oponente fortíssimo e perigoso. As outras rotas de fuga levariam muito mais tempo do que tinham realmente. Era uma armadilha e tanto. Tomaram então uma medida drástica. Recuaram ainda mais e se afastaram. Afastaram o máximo que podiam. Assim, caso o oponente avançasse em um deles, o outro era capaz de atacar ou no caso mais extremo, fugir, largando o atacado para se defender sozinho e se salvando. Era uma questão de bom senso. Preferiam que um morresse e outro escapasse a deixar que os dois morressem em vão.

O pensamento de poderem morrer a qualquer momento não os assustava tanto, já haviam experimentado tantas vezes o gosto da morte que quase lhes era conhecido o sabor. Para descontentamento dos dois, o oponente não os perseguiu. Pelo contrário. A pressa deveria vir dos dois, ele podia ficar lá o resto da eternidade sem problema algum. Eram os dois que precisariam avançar e derrota-lo, cada vez mais rápido.

– Bran. Vamos lá. Não temos outra escolha, não é mesmo?

E com essas palavras, Edge começou novamente a atirar. O oponente precisou se defender com a foice, evitando os ataques diretos. Bran então avançou. Com um movimento rápido, atacou o oponente que mal teve tempo de esquivar-se. Defendeu com a foice como pôde e foi arremessado para trás, atingindo uma parede próxima. Edge e Bran aproveitaram o tempo para correr ainda mais. Precisavam avançar rápido. Próximos da rua que os levaria para fora dali pararam de correr. Os dois mal tiveram tempo de se esquivar. Saltando para os lados, esquivaram do oponente que veio por cima. Ele havia aproveitado o momento e procurado um lugar alto para conseguir uma vantagem. Saltara e mirava a foice em Edge, com um corte de cima para baixo. A estranha lâmina passou logo ao lado do alvo, errando por muito pouco graças ao movimento do mesmo. Bran aproveitou o momento e avançou com sua arma. Não podiam mais perder tempo naquele local.

Era uma questão de tudo ou nada. Com a Purgatorio em mãos, desferiu um golpe vertical em direção ao oponente, que a bloqueou com a foice. As lâminas se tocavam e moviam muito enquanto cada um dos dois tentava forçar o outro a perder a batalha. Bran então sorriu e moveu sua mão esquerda, girando o cabo da espada. Na mesma hora, ela se abriu. Ele soltou a arma e rapidamente retirou as duas espadas dela. O oponente perdeu o equilíbrio, indo para frente com a força que fazia para opor a espada de seu oponente, jogando-a para trás. Bran aproveitou esse deslize e desferiu uma dezena de cortes contra o oponente. Embora afiada, a espada não era capaz de atravessar por completo o corpo do oponente, fazendo uma imensidão de cortes pouco profundos. Embora em silêncio, Bran podia jurar que tinha ouvido uma risada. Seus olhos se fecharam. Desmaiara logo em seguida. Havia inalado mais névoa ainda. Uma rajada bastante concentrada. Edge vira tudo incrédulo. A névoa vinha de dentro do corpo daquele ser. Cada um dos cortes deixou escapar uma rajada forte. Bran naquela distância não tinha o que fazer além de inalar aquilo. O elemento surpresa na realidade havia sido do oponente. Edge finalmente entendera por que o oponente não estava preocupado com Bran. Ele não seria um problema a curta distância. O verdadeiro problema era Edge. Provavelmente o oponente evitara ser atingido por qualquer golpe para preservar esse elemento surpresa. Agora, Edge sabia. Mas podia ser tarde demais. Era ainda mais urgente. Precisava tirar seu aliado daquele local com urgência. Deixou-se levar por esses pensamentos. Procurava em sua mente alguma forma de vencê-lo. Os disparos não tiveram efeito, ele era capaz de defletir cada um deles com sua foice. Edge também não poderia atacar de perto com suas adagas. Foi quando viu o oponente caminhando novamente em direção a ele, num silêncio mortal. Podia ver a morte naquela máscara vazia, sem expressão.

Então, sentiu o medo e a culpa dominarem seu corpo.


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