Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 49
Hunt 48 – Miasma




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A cidade estava quieta. A morte silenciosa pairava pelo local na forma de uma névoa bastante densa. Não poderiam ficar por lá muito tempo. Fung havia estimado um prazo limite de 3 horas e eles não estavam dispostos a ver o que aconteceria depois desse tempo. Edge e Bran caminhavam rapidamente por entre as ruas. Não corriam, tentando manter o silêncio do ambiente aparente. Havia uma situação estranha naquele local. Nenhum corpo em local nenhum. Não havia sinal de nenhum morto naquela cidade amaldiçoada. Viraram por entre ruas e ruas e nada encontraram. Os dois já estavam ficando impacientes. Meia hora havia se passado.

– Edge. Não podemos vagar sem rumo. Precisamos de um plano de ação.

– Essa cidade tem uma forma circular. No centro dela existe uma grande praça, podemos encontrar alguma informação chegando lá. Temos 15 minutos de caminhada em média até ela e mais 45 minutos para voltar, totalizando uma hora. Ainda teremos uma hora e meia para investigar. Precisamos estar atentos e voltar dentro do prazo. O que acha, Bran?

– Parece um bom plano por agora. Vamos lá. É provável que tenhamos alguma pista por lá. Seguimos por aqui, não?

Edge e Bran haviam estudado um pouco sobre o ambiente em que se infiltrariam antes da missão. Tinham recebido um mapa de Fung que os guiou por entre as ruas. Segundo o mapa, virariam mais duas vezes e chegariam. Seguiram os passos marcados e se viram num ambiente completamente sem vida. Nenhum corpo, nenhum vestígio. Nem animais. A cidade estava limpa. As estruturas permaneciam em perfeito estado. Edge e Bran aproveitaram o momento e adentraram uma das casas mas não antes de abrir as portas e esperar a concentração da névoa diminuir. Estava claro, algo errado acontecia. Havia uma torneira aberta, comida sobre a mesa e nenhum sinal de luta. Alguma coisa acontecera naquele local e eliminara os moradores dali.

– Vamos... Não temos mais tempo a perder aqui. Temos que chegar ao centro logo. Perdemos mais cinco minutos aqui. Edge?

– Vamos.

E saíram. Edge tinha em sua mente algumas hipóteses. Procurava as peças que faltavam naquele quebra-cabeça. No fundo de sua mente queria evitar pensar no óbvio. Dante. Não queria que fosse aquilo. Talvez já soubesse a resposta. Talvez, só não quisesse enxergar. Pensara em abrir seus olhos para a verdade mas não agora. Queria acreditar que poderia resolver isso sem trazer tudo à tona novamente. Seguiu com Bran para a praça finalmente.

Chegaram sem muita demora até o local. Havia uma enorme estátua no centro da cidade. Antiga, era a única coisa que lembrava um ser humano dentro de todo aquele ambiente. Ainda haviam por todos os lados as tendas de comércio vazias ao redor desse monumento. Os dois caçadores focaram-se então em procurar por mais pistas. Começaram investigando todas as tendas. O material de venda continuava lá. Havia até alguns Woods espalhados sobre o pequeno balcão improvisado. Os indícios estavam ficando claros. Alguma coisa aconteceu em pouquíssimo tempo naquela cidade. Algo que acabou com todas as vidas do local. Edge e Bran estavam já preocupados com o tempo. Foi quando Edge percebeu um detalhe que havia passado despercebido. Preso a uma parte do monumento havia um pedaço de pano. Um pedaço de pano que combinava perfeitamente com o uniforme da organização. O que aconteceu aos moradores provavelmente também levou os membros da Magnum. Um peso caiu sobre Edge e Bran. Queriam descobrir o que houve o mais rápido possível. O tempo corria contra eles. Foi quando deram conta de um barulho. Um barulho ao fundo. Longe. Era o som de algo batendo contra uma porta de madeira. Correram em direção ao local que poderia indicar uma alma viva. O fizeram e se depararam com uma cena aterradora. Numa casa do outro lado do pátio central da cidade ouviram o som de alguém batendo à porta. Abriram-na com cuidado. O que viram sair da porta não foi nada agradável.

Os restos de uma pessoa em decomposição. Alguém correu rapidamente para o local e morreu em instantes. A concentração de névoa na casa era muito grande, logo deduziram. Como a cidade era um ambiente aberto, o efeito era muito menor. Ainda sim, assustador. O corpo tocou o solo em instantes. Foi quando o fato mais aterrador aconteceu. Decompondo-se rapidamente, uma poeira branca restou no solo. Finíssima, logo reconheceram. Ela estava por todos os lados. A névoa tinha uma tonalidade exatamente igual. A sensação que tomou o corpo dos dois foi horrível. Com quantas pessoas não haviam cruzado? Quantos mortos tocaram suas peles desde que chegaram lá? Quantos já haviam morrido? A resposta havia chegado. Encontraram todos os mortos da cidade. Todos os corpos. Estavam ao redor deles o tempo todo. Eram o vento, eram o silêncio. Eram a névoa branca ao redor dos dois. O sentimento era forte demais para manter por dentro. Edge segurou as lágrimas e a ânsia que crescia dentro de si. Queria sair dali. Queria abandonar aquele lugar. Cada inalação daquele ar o deixava mais nauseado. Precisava abandonar esse local. Voltaram para a praça central da cidade e resolveram partir o mais rápido possível. Seguiam pela rota correta, evitando ao máximo respirar aquele ar horrível. Estavam próximos da rua que os tiraria da praça. Mais alguns passos e teriam tempo de sobra para abandonar o local. Tinham pouco menos de uma hora e quarenta minutos. Era um tempo bom o suficiente. Não descobriram o porquê daquilo tudo mas tinham pelo menos noção do que acontecera à cidade. Era bom o suficiente. Quando estavam próximos de sair, encontraram uma figura misteriosa. Curvada para frente, a figura era macabra. Com uma roupa completamente negra, possuía uma máscara no lugar do rosto. Não havia buraco algum, sendo praticamente apenas um rosto vazio. Em suas mãos, uma arma completamente estranha. À primeira vista uma foice de cabo negro, ela tinha algo encrustado em sua lâmina curvada. Parecia uma espécie de organismo vivo, pulsando. Veias e extensões daquele conjunto orgânico se espalhavam pela lâmina. Nenhum som podia ser ouvido naquele momento. A criatura não respirava. Quando Edge e Bran prepararam-se para correr e passar por ela, ela mudou de posição. Colocou a foice apoiada em uma mão e fez um sinal de negação com as mãos.

Ele não os deixaria passar. Embora quisessem lutar, tinham pressa. O lugar era o pior possível para um combate. Edge tinha os Sephiroth preparados e poderia lutar de igual para igual, ainda mais tendo Bran consigo, mas não podiam arriscar-se demais. O tempo era curto e a sensação os consumia. A figura não se moveria. Estava na posição ideal. Eles teriam que passar por ele caso quisessem chegar a tempo. Teriam que derrota-lo antes da morte tóxica os alcançar. Era questão de tempo. Se houvesse uma boca naquela máscara com certeza estaria sorrindo.


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