Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 46
Hunt 45 - Discovery




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Fechou os olhos. Respirou fundo e sacou suas adagas rapidamente. Sua mente estava clara. Conseguia ver cada movimento de Bridget. Edge estava desacordado atrás dela e lá permaneceria por um bom tempo. Apertou seus dedos contra a adaga na espera de um ataque. A garota demorou em tomar alguma reação, parecia estar tentando decidir o que fazer dali em diante. Nunca acreditara que Nina pudesse tentar enfrenta-la e não sabia bem como reagir. Era uma oponente imprevisível. Iniciou então com um movimento rápido, deslocando-se em direção à garota e lançando dois Chakrams lateralmente. Nina de olhos fechados preparou sua defesa. Podia ver todas as linhas no local e como elas afetariam o movimento dos projéteis. Fariam uma curva repentina logo após passarem por ela, visando acertá-la pelas costas. A garota avançava, já com mais duas armas em mãos. Nina então avançou também. Observando os movimentos de Bridget, ela se esquivou com um movimento giratório. Abaixou seu tronco, rodando-o e passando por baixo do golpe de Bridget. Havia também se posicionado fora do alcance das armas da garota. Tinha como se esquivar perfeitamente de qualquer tentativa de ataque da garota. Recuou após isso e esperou pelo próximo ataque. Iria desestabilizá-la mentalmente evitando todos seus ataques. Preparou-se para o avanço da garota que veio como ela esperava. Dessa vez ela não tentou nenhum truque especial, avançando diretamente contra Nina. Pouco antes de chegar saltou para frente, acelerando de maneira surpreendente sua aproximação de seu alvo. Nina havia previsto isso também. Moveu-se para o lado e preparou sua adaga para um contra ataque. Acertaria Bridget durante a aproximação com poucas chances de esquiva. Prosseguiu com o golpe até o momento em que a garota parou de avançar repentinamente, sendo puxada para trás.

– Belo uso dessas cordinhas, Bridget. Vamos ver se consegue usá-las para me derrotar.

– Tesouro, eu não queria ter que fazer isso com você... Por que me obriga a enfrenta-la?

– Não a obrigo. Vá embora e nos deixe em paz. Não nos ataque. Deixe essa organização para trás e vá para longe!

– Não posso... Não posso. Meu mestre não gostaria!

– Não disse que ele estava morto?!

– Ele está... Como eu o conheci, ele está. Ele agora é um de nós. Agora não me resta muito dele... E é culpa dele. Dele. Ele a tirou de perto de mim!

E Nina não conseguia entender o que a garota queria dizer. Procurava em suas emoções, em suas energias e nada conseguia decifrar além de uma tristeza enorme e uma inveja enorme com relação a ela mesma. Não podia ficar na mente dela por mais tempo ou perderia sua concentração. Ela não desistiria, foi a única coisa que conseguiu sentir com seu poder. Pensou se conseguiria matar outro humano. A força lhe esvaia dos braços quando esse pensamento passava pela mente. Olhou para Edge caído. Ele era capaz de tanto por ela e ela fraquejava ali, não sabia como reagir. Sentiu-se fraca, sem direito de exigir nada de ninguém. Era a líder por conveniência do destino. Não ganhou o título por direito. Voltou à realidade com um movimento de cabeça rápido para o lado, fazendo a arma afiada da oponente acertar sua bochecha de raspão e deixar um corte. A dor era outro fator que a deixava sem rumo. Não estava na linha de frente antes. A dor lhe trouxe finalmente também a ideia de morte. Sentia-se no escuro, encolhida. Pequena, frágil. Se errasse, talvez perdesse a vida. Era uma provação muito maior do que imaginava. Foi quando olhou novamente para Edge e relembrou por tudo o que ele passara novamente. Segurou a adaga com força.

– Eu não sou uma líder digna. Não sou sequer uma boa companheira. Ele está lá, exausto. Enfrentou tudo por mim e cá estou eu fraquejando e com medo... Não posso decepcioná-lo. Ele conta comigo. Por ele... Por mim. Mesmo que eu morra. Mesmo que tudo se acabe... Não vou deixar que ele não tenha o melhor de mim! Eu... Eu vou lutar. Bridget, me perdoe. Não deixarei que saia viva daqui. Por Edge, por Bran e por mim mesma. Não lhe matarei de forma dolorosa, eu juro pelo meu título de líder da organização. Abaixe sua arma e se renda. No melhor dos casos ficará presa na MAGNUM. É o máximo de piedade que lhe posso dar.

E assim segurou novamente suas adagas. O sangue escorria pelo lado de sua face. O corte incomodava mas ela não queria pensar nisso. Fechou os olhos e se concentrou como nunca antes. Podia ver cada uma das linhas muito mais claramente do que antes. Via com uma precisão absurda todo o fluxo de energias no corpo da garota. Também conseguia ver por trás disso tudo uma sombra bastante forte. Logo deduziu que era como os outros. Deveria estar preparada. Abriu os olhos e olhou em volta. A garota parecia ter um estoque inacabável de armas. Aquilo era magia. Provavelmente algum trabalho de Edward. Suspirou. Localizou todos e preparou-se para colocar seu plano em prática.

Bridget havia recuperado a compostura enquanto Nina conversava consigo mesma. Estava pronta para atacar. Avançou e tentou acertar Nina com um golpe frontal. Nina esquivou-se com os olhos fechados, saltando para o lado. Foi o suficiente para que Bridget olhasse para ela horrorizada. Sua oponente estava suspensa no ar, apoiada em uma das cordas.

– Não pense que não posso vê-las. Eu já percebi que elas se tornam física a partir do momento em que as coloca, embora sejam invisíveis. De outra forma seus ataques não funcionariam corretamente. Eu analisei as cordas que usou durante cada ataque. Todas elas já estavam aqui antes, foram colocadas previamente. Logo deduzi que uma vez que são colocada, você não pode deixa-las imateriais novamente. Ou seja, sua brincadeira agora tem outra jogadora. Venha se for capaz. Vamos ver se consegue usar essas cordas melhor do que eu, Bridget.

Foi o suficiente para fazer com que a garota avançasse contra ela. Nina apenas esticou o braço. Em sua mão, um dos Chakrams atirados. Puxou a linha e arremessou o chakram como num estilingue. A arma ia em direção à garota sem desvio algum. Nina tinha uma pontaria fabulosa, bastava calcular a energia e analizar tudo com calma. Bridget se esquivou por pouco, caindo ao solo. Nina não deu tempo para que ela se recompusesse. Afastou-se novamente e coletou uma quantidade grande de Chakrams. Tinha visto uma das possibilidades de ataque de Bridget e usaria aquilo a seu favor. Finalmente aproximou-se novamente. Bridget estava de pé, pensando em um plano. Foi quando notou o que Nina faria e começou a rir.

– Acha mesmo que essa técnica que eu criei funcionaria comigo? Muito bem, foi um passo excelente prever como funcionaria tudo isso. Eu montei todas as cordas para que funcionassem especialmente para isso. Você é inteligente, tesouro, mas me subestima. Acredita mesmo que eu cairia no meu próprio truque?

E preparou-se para o que viria. Nina lançou quase todas as armas para os lados. Cada uma das armas seguiu uma direção. Seu raciocínio era simples. As linhas podiam adquirir um aspecto elástico como ela usou anteriormente. Aquilo significava um novo leque de opções. As armas que Nina arremessou logo começaram a ricochetear por entre as linhas invisíveis. Em poucos segundos, uma quantidade enorme de armas estava atravessando o local inteiro, cortando todo o vento e passando próximo das duas. Não havia ponto cego, cedo ou tarde, aquele golpe iria aonde elas estivessem. Nina aproveitava aquilo. Podia prever aonde cada uma das armas estaria com sua habilidade. Com movimentos suaves e próximos de uma dança, ela esquivou-se de cada uma das armas que passavam próximas do seu corpo. Bridget as esquivava de maneira muito mais mecânica e rígida. Sabia aonde iriam por treinamento. Tinha decorado todo o padrão de cada arma até um limite extremo. Era realmente uma garota genial no combate. Nina deixou o tempo passar.

Seus movimentos suaves esquivavam-se por centímetros de cada arma sem afetar em nada seu corpo. Os olhos permaneciam fechados. Ela se preparava para o momento certo. Procurava em cada arma a leitura que precisava e que eventualmente chegaria. Bridget não conseguia antecipar nenhuma arma além do que treinara então não arriscaria-se a avançar. Era cheque-mate para a líder da Magnum. Dali para frente, ela controlava a situação. Usava a própria habilidade de sua oponente contra ela de forma maestral. Os passos simples de Nina foram se tornando cada vez mais leves. Era como se não houvesse nenhuma arma circulando seu corpo. De olhos fechados, ela esquecia do perigo e concentrava-se apenas no espetáculo luminoso em sua visão. As energias se moviam e mudavam de curso enquanto ela dançava na escuridão iluminada por tudo isso. Sentia-se estranhamente alegre. Era uma visão bonita a que tinha naquele momento. Foi quando deu conta de si.

O momento havia chegado.


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