Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 41
Hunt 40 – Crime




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Nina mal teve tempo de saltar para o lado enquanto segurava o livro e esquivar-se de algo que se assemelhava à uma esfera negra e que colidiu com a estante atrás de si. Ela havia percebido tudo o que precisava daquilo então sequer tentou proteger o local. Bran se aproveitou e tentou revidar o ataque à Nina com um golpe vertical da Purgatorio de cima para baixo. Quando estava próximo do corpo do homem de cabelos vermelhos, a arma parou. Havia atingido algo na metade do caminho, uma pequena esfera negra. A garota aproveitou esse momento e lançou uma adaga que estava presa à sua coxa contra o atacante, fazendo-o mover a cabeça suavemente e esquivando-se por completo do golpe. Foi tempo suficiente para Bran abrir espaço com a Purgatorio através da parede criando uma rota de fuga para ela.

– Meus convidados, porquê tanta pressa? Venham, aproveitem tudo o que tenho a oferecer. Garota, conte-me o que viu naquela estante e posso pensar em te tratar bem daqui em diante.

Os dois não pararam para ouvi-lo. Olhavam para trás boa parte do tempo enquanto corriam. Ele não estava correndo. Depois de alguns segundos Bran percebeu que ele estava exatamente na mesma distância não importava o quanto corressem. Um sorriso crescente se deu na face do oponente dos dois que com um movimento de mão, comandou tudo ao seu redor. Nina e Bran escaparam por pouco de serem esmagados por duas paredes negras que surgiram de repente. O caçador começou a deduzir tudo o que acontecia. Magia. Aquele oponente era um praticante de magia negra e não bastando isso parecia dominar essa arte perfeitamente. Ele envolveu todo o trecho do corredor em que estavam com essa magia e impediu que avançassem, apenas esperando pela reação. Bran analisou o homem e notou que ele queria que descobrissem. Parecia ser alguém extremamente esnobe e que queria ser reconhecido como um oponente digno. Talvez isso facilitasse as coisas. Ele e Nina se posicionaram com um olhar em um ponto estratégico. O membro da Magnum havia estudado a estrutura quando observava a cena do crime. Sabia onde atacar para criar uma rota de fuga. Aquele pequeno corredor era uma armadilha extremamente poderosa para um oponente como aquele. Precisavam de espaço para manobra e de tempo para reação. Com um movimento rápido, arremessou Purgatorio contra a parede, quebrando-a. Nina seguiu logo atrás dele com o livro ainda debaixo do braço. Correndo por entre os destroços, eles abriam buracos nos ambientes em busca de um lugar melhor para iniciar um contra-ataque. Enquanto pareciam extremamente apressados, o oponente ia tranquilamente caminhando pelos destroços com uma graça acima do normal.

Finalmente chegaram ao salão. A festa ainda continuava em alguns cantos com alguns convidados conversando entre si em mesas afastadas. Bran gritou o mais alto que pôde para abrirem espaço e rodou Purgatorio uma vez apenas, jogando algumas mesas para longe. O filho do anfitrião logo chegou. Ele sabia que os dois não iriam fugir. Seria admitir a derrota e abrir mão de descobrir o que quer que estivesse escondido naquela casa. Eles observaram-no enquanto fazia uma reverência extremamente polida.

– Meu nome é Edward Ashley. Creio que seja Nina Mynatt e esse brutamontes deve ser Bran Bertrand. Meu caro rapaz, não use tanto dessa força bruta. Você destruiu boa parte da minha humilde moradia, agora terei que arcar com os custos... Poderiam morrer de maneira rápida e silenciosa, como aquele velho... Porquê escolheram esse caminho?

– Morrer não é algo que possamos fazer agora, Edward. Temos muita coisa a resolver ainda!

– Tsc. Como quiserem. Não vai demorar muito.

E assim, ele os encarou. Ao seu redor pequenos pontos pretos parecidos com moscas surgira e se agrupara. Aos poucos o aglomerado negro assumiu uma forma esférica que pairava opaca próxima de Edward. Com um movimento de mãos, a esfera foi lançada contra Nina. Ela recuou, saltando para trás e evitando o contato direto. O mago então abriu os punhos e sorriu. Foi uma questão de segundos até a esfera se dividir em dez outras menores e avançarem novamente contra Nina que aguardava sem reação. Bran saltou na frente dela e a protegeu com um contragolpe da Purgatorio. Incrivelmente, a espada não conseguiu destruir as esferas. O que havia ali agora era uma disputa de forças e que aparentava estar à favor de Edward. Sem esforço físico ele os atacava de longe. Os dois gastavam energia para se esquivar. Caso a luta prosseguisse dessa forma eles perderiam. Bran juntou suas forças e repeliu as esferas para divertimento de Edward.

– Me parece que até um brutamontes como você pode ser útil.

– Nina. O assassinato... Não teve tiro nenhum, foi tudo ensaiado. Ele havia espalhado essas esferas pelo ambiente como forma de precaução, mas estavam em uma forma extremamente pequena e vibravam, imitando insetos voando. Aquilo fez com que ninguém na festa percebesse nada. Depois bastou apenas montar a cena. A bala estava fria, não havia sido atirada. Ele simplesmente a deixou lá enquanto abraçava o pai. Foi uma boa estratégia. Ele se valeu de sua inocência. Você nunca iria ler o que ele sentia num momento trágico como esse num ato de respeito. Aquilo era um véu que o protegia dele enquanto ele eliminava aquele que poderia te dar as respostas que procurava sobre o plano!

– Meu deus. Me parece que você não é apenas um brutamontes afinal, possui uma massa cerebral ativa. Meus parabéns, garota, por ter criado um cachorrinho tão obediente e poderoso.

E com isso, ele preparou outro ataque. Nina conseguiu evitar os danos por completo e passava à Bran as coordenadas precisas para evitar o que Edward pensaria atingir. Ainda sim, as divisões e fusões de esferas dificultavam muito qualquer tentativa de defesa. Aos poucos, foram começando a ser sobrepujados pelas esferas. Edward finalmente juntou toda a magia negra da casa em uma grandiosa esfera no centro do local. Nina e Bran prepararam uma defesa mas não foi algo muito efetivo. A esfera explodiu em uma área, eliminando praticamente todos os presentes. Os dois, escondidos atrás da Purgatorio sofreram danos apenas externos. Nina sangrava com cortes pelo corpo e alguns hematomas. Não estava acostumada à isso. A dor deixava-a zonza mas não poderia desmaiar. Bran precisava dele. Foi quando olharam ao redor e notaram a verdadeira armadilha que aquele local proporcionava.


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