Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 38
Hunt 37 – Answer




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/375099/chapter/38

– Bran. Fique onde está. Edge. Por que está deixando que ele lute sozinho?

A voz era familiar e retirou Edge de sua reflexão. Era um choque para si. Nina estava ali. Olhou para o alto, procurando a origem da voz. Era Nina, acompanhada por Fung e Julie.

– Eu ordeno. Vocês dois. Parem de brincadeira e acabem com isso. Não quero perder nenhum membro nessa operação!

Bran já havia recuado, para a surpresa de Ramsay. A disciplina daquele homem era completamente inquestionável, assim como sua lealdade. Quem mandava não era a garota ali acima dele e sim a voz que representava a organização. Edge se reagrupou com Bran, que disse.

– É bom tê-la aqui, Milady. Peço que ajude esse idiota aqui a lutar direito. Libere-o, por favor.

– Como desejar, meu cavaleiro. Edge. Concentre-se comigo. Limpe sua mente e pare de hesitar. Nunca te vi assim! Vamos. Feche seus olhos e deixe-se levar comigo. Agora.

E assim Edge fez. Talvez por instinto, talvez por ordem. O importante é que estava de olhos fechados e sentia Nina. Sabia que ela estava preocupada. Ela sabia exatamente o que ele sentia. Aquele dom era realmente poderoso. Sentiu-a regular energias dentro dele mesmo. Abriu os olhos lentamente. As adagas estavam em suas mãos e sequer percebeu. Sacou-as por instinto. Estavam clamando por ele, ou talvez fosse o contrário. Sumiram. Sentiu a energia crescer em seu corpo. Um cristal surgiu em sua mão. Sephira. Logo lembrou-se de seu treinamento. Pensou e formulou um plano. Primeiramente, precisava de energia e precisava da ajuda de Bran. Nina leu as energias e deixou à mostra que concordava com o plano. Faltava apenas Bran. Julie aproveitou essa pausa de Ramsay e arremessou algo para o irmão. Era um transmissor. Julie repassou o plano de Edge exatamente como Nina informara à ela logo em seguida. Bran sorriu. Era arriscado mas tinha boas chances de dar certo. Bran tomou distância. Preparou-se para atacar sem hesitar. Avançou com as armas em defensiva. Precisava abrir uma chance. Ramsay abriu os braços, o esperando para o ataque direto. Foi quando Edge saltou e empurrou Bran, sendo pego em seu lugar. Estava sendo agora preso com os dois braços de Ramsay, mas tinha uma mão livre. Não conseguia sacar sua arma de maneira nenhuma, então estava indefeso. Ramsay começou a apertá-lo. O som de ossos quebrando surgiu em poucos momentos. Edge tinha duas costelas quebradas e a situação apenas tendia a piorar. Gritou. Foi com o som alto de seu grito que a atitude de Bran foi encoberta. Ele havia lançado uma das pistolas de Edge para o mesmo, que a agarrou sem hesitar. Ela tinha um pequeno brilho. Edge reviu seu plano até o momento. Bran deveria deixar de ser o alvo por um curto prazo de tempo, prazo esse que seria usado para que ele pegasse a arma que Edge deixara cair durante seu momento de fraqueza. Aquilo serviria bem. Também deixara cair seu Sephira. Aquilo era a chave para seu plano. Bran colocou o Sephira na arma como uma bala. Agora, ele tinha empunhado uma arma apontada para os dois. Ramsay percebeu isso e logo colocou Edge à frente de seu corpo, fazendo-o de escudo humano. Foi quando Edge acenou com a cabeça. Bran disparou sem hesitar. O tiro havia sido bem preparado. Acertou o ombro de Edge em cheio. Atravessou-o sem demora, causando um buraco de tamanho considerável no corpo do caçador. O disparo o acertou em cheio. Edge segurou sua dor com toda a força e a comprimiu. Precisava fazer o que tinha planejado. No exato instante em que a bala tocou seu corpo, ele havia se preparado para receber o Sephira de volta em seu corpo e projetá-lo. Sabia que era possível mas nunca tinha tentado. Era uma estratégia criada num misto de desespero e genialidade. Atrás de seu corpo, colado em sua pele, surgiu o Sephira. Edge conseguiu juntar energia dentro de si e gritou após o cristal ter aparecido em seu corpo. Liberou toda a energia acumulada dentro de si. Essa energia reagiu automaticamente com o Sephira, fazendo-o se expandir e crescer de maneira desenfreada. Das costas do caçador surgiu um conjunto enorme que se assemelhava à um grupo de estalagmites saindo das costas de Edge. Afiadíssimas e em crescimento desenfreado, logo atravessaram todo o tronco de Ramsay. Ele havia sido perfurado em várias partes de seu corpo. O Sephira em suas costas que havia formado um conjunto de estalagmites agora se afinava, formando algo próximo de galhos de uma árvore. Ramsay havia sido atravessado por completo. Seu coração, pulmões, tudo havia sido marcado pela estrutura cristalina que saia do corpo do caçador ferido. Edge já estava desacordado quando Ramsay o soltou, atingindo o solo em um baque surdo. Estava sangrando muito. Nina estava espantada. Queria largar sua posição de líder e abraça-lo, cuidar dele, mas as correntes da MAGNUM a seguravam ali. Não podia arriscar-se dessa forma. Bran logo o teve em braços e escalou as vigas quebradas, chegando ao andar superior, aonde Fung, Nina e Julie esperavam. Cuidariam de Edge. Ele abriu os olhos aos poucos, vendo Nina. Estava com a cabeça no colo dela, cujo vestido estava levemente ensanguentado. Sentiu duas lágrimas frias caírem do rosto dela e tocarem o seu. Com muito esforço, levantou o braço que conseguia mover e limpou o rosto da garota.

– Não... Chore. Eu... Faço tudo... Pelo seu sorriso.

E assim, desmaiou novamente. Estava vivo, mas em estado crítico. Bran continuava no andar inferior. Investigava o corpo de Ramsay. Conseguiu vê-lo ter espasmos. O sangue escorria de seu corpo enquanto seu rosto finalmente apresentava uma expressão de surpresa realmente digna. Bran não sabia o que sentir por aquele oponente. Foi formidável do começo ao fim. Foi quando observou o cinto do homem. Ele havia começado a emitir um brilho peculiar de uma hora para outra. Bran sentiu a energia emanando. Já havia sentido isso antes. Lembrou-se. Yuri. Foi quando sentiu-se ser arremessado para trás. Uma esfera de energia tomou o corpo de Ramsay. Alguns segundos após isso, Bran estava de pé, de frente à dois olhos bastante intimidadores. Uma enorme criatura quadrúpede. Em seu pescoço musculoso, um conjunto de pelos vermelhos. Sua boca ensanguentada havia acabado de comer os restos do corpo de Ramsay. Virou-se para Bran com um olhar intimidante. Bran precisava se preparar. Correu e pegou a Purgatorio. Um inimigo grande contra uma arma grande. A criatura parecia completamente irracional. A força dela era tão grande ou maior que a de Ramsay. Bran sorriu. O intelecto de seu oponente era o que o fazia tão perigoso, não sua força bruta. Com um salto para o lado, evitou o primeiro ataque da criatura, que tentou atravessá-lo com seus chifres. Bran aproveitou o salto para arremessar a Purgatorio. Ela, por sua vez, acertou um dos chifres da criatura e caiu ao solo com um barulho metálico. Os chifres eram com certeza mais fortes do que aparentavam. Bran então avançou e recuperou sua arma. Precisaria das espadas gêmeas também. Recuou e preparou-se para o próximo avanço da criatura. Posicionou-se em uma pilastra próxima, tentando se manter escondido. Não precisava ver a criatura, bastava apenas ouvir. Ela não tinha a menor intenção de passar despercebida. Bran esperou até o último momento, quando a criatura começou a cravar seus chifres na coluna e saltou. Com as espadas gêmeas, ficou preso, pendurado na parte da pilastra que começou à ruir, caindo sobre a criatura. Aproveitou esse momento para retirar as armas e saltar. Acertou-a na parte de trás das pernas traseiras, cortando os dois tendões. A criatura gritou em desespero. Bran recuou e a deixou se contorcendo no solo. Tomou distância e lançou uma onda energética, acabando com a criatura. Saiu do buraco em que estava e reencontrou-se com os outros, agora do lado de fora. Edge estava dentro do veículo de Julie. Nina e Fung estavam esperando na porta do veículo. Nina logo comentou.

– Porquê demorou? Eu ouvi muitos estrondos, o que houve?

– Tsc. Esses malditos estão formando contratos com demônios. Ganham poder em troca de “hospedagem”. Dão um local para demônios se alojarem e sangue para se alimentarem e com isso ganham poderes acima do normal. Só exterminei mais um deles, nada demais.

– Certo. Bem, então está na hora de partir, não, Julie?

– Sim! Vamos logo! Irmãozinho, entre! Temos que correr!

E Bran entrou. Sentou-se ao lado de Nina e Fung. Fung não conseguiu evitar a pergunta.

– Como vieram aqui? Como nos encontraram?

Nina respondeu sem hesitar.

– Não sabia se era uma armadilha ou não, então aproveitei e pedi à Julie que viesse o mais rápido possível. Ela iria descobrir aonde estavam. Eu não deixaria vocês sozinhos. Ninguém sabe que eu tomei essa atitude e espero que não saibam que me expus à esse risco, mas é algo que deveria fazer. Sem a minha presença... Edge não pode usar seu potencial completo. Foi a decisão lógica. Caso fosse uma armadilha, vocês teriam reforço e em última instância, uma forma de escape. Caso fosse um sucesso, nada demais aconteceria. Quanto à você, Fung, realmente acertou com o que disse. Era um laboratório e havia pesquisa lá, mas também errou. Era uma armadilha. Uma armadilha bastante inteligente. De qualquer forma, acredito que não foi sua culpa. Você ficou do nosso lado até agora. Te dou esse voto de confiança.

– Milady, eu... Mil perdões! Eu realmente não esperava que fosse uma armadilha! Tudo o que pensei foi o bem da organização, juro pela minha vida! Anotei tudo o que vi em um relatório e tenho aqui tudo o que pude observar!

– Não se exalte. Está tudo bem. Quanto à forma como encontramos vocês? Julie é uma garota bastante precavida. Bran, com que frequência você checa o interior de sua espada?

Bran respondeu, assustado.

– Não costumo fazer isso, milady! O que está insinuando?

– Simples. Julie colocou um rastreador aí para uso próprio. Eu perguntei à ela se havia alguma forma de te localizar, afinal foi ela quem nos salvou daqueles anjos, lembra-se? Ela devia ter alguma forma de te localizar. Perguntei à ela e ela me contou desse rastreador. Espero que não fique bravo, querido cavaleiro, mas eu precisava disso.

– Milady, é uma honra ter ajudado nessa missão, independentemente de como. Mas... Julie. Não precisava manter segredo desse rastreador.

– E eu vou me arriscar a revelar algo assim para você com essa cara carrancuda aí? De maneira nenhuma! Vai que você tenta me bater? Eu não quero isso, maninho, estou tranquila te espionando de longe.

– Julie!

– O que foi? Faz parte, não? Irmãos fazem isso... Não?

– Julie, você não tem jeito mesmo.

– Obrigado, irmãozinho. Sei que gosta de mim assim. E por sinal, melhor colocarem os cintos. Tenho que correr um pouco mais que o de costume!

E correu. Bran se recusou a colocar os cintos e pôde contar as pancadas que sofreu nas manobras de Julie.

Finalmente na Magnum, Edge foi colocado em repouso. Não poderia participar de missão alguma por um bom tempo. Bran foi se deitar. Julie deixou-os novamente à pedido de Nina, que por sua vez estava o tempo todo do lado da cama de Edge. Escondia as lágrimas mas não guardava o sorriso. Ele havia sobrevivido novamente. Foi um sucesso. Sua moral dentro da organização iria crescer ainda mais e principalmente, poderia abraça-lo novamente em breve.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.