Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 28
Hunt 27 - Partner




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Ela sorriu. Sorriu de uma maneira nova. Era a primeira vez que ouvira algo assim. Edge sempre a protegeu enquanto ela era apenas uma vítima. Apenas jogada no meio de toda aquela situação, Nina pela primeira vez se sentiu parte de algo. Edge sempre fora completamente independente. Apenas a protegia enquanto ela assistia tudo, sem participar diretamente de nada. Desde certo tempo atrás começou a notar que ganhou mais utilidade nas missões de Edge. Era um pensamento fantástico. Ela se esqueceu completamente do perigo. Estava envolvida naquela sensação fantástica de poder ajudar aquele que tanto valorizava. Olhou em direção a ele e com um movimento discreto, se posicionou na frente dele. Estavam no hall inicial, em direção às escadas. Faltava olhar a área superior. Precisavam encontrar mais duas partes daquela pedra esculpida e assim abrir a porta. Ela interrompeu o caminho para ter a atenção total de Edge.

– Edge. Eu quero saber uma coisa.

– Fale, Nina. O que houve?

– Você... Me considera sua parceira?

– P-Parceira? Como assim?

– Ué. Somos uma dupla. Ultimamente tem me levado em todas as missões com você!

Nina tinha um leve receio. Talvez ela só estivesse lá porquê assim o risco de ser sequestrada diminuía consideravelmente. Ela tinha medo pelo que acontecera no seu sequestro. Edge realmente ficara completamente desesperado e queria evitar aquilo, mas caso estivesse lá só para evitar isso, a sensação de inutilidade voltaria. Ela não queria ser um peso morto. Queria ajudá-lo como pudesse. E foi com esse intuito que ela perguntou. Tinha que saber se era realmente um peso morto.

– É... Talvez...

– Então pare de se preocupar comigo.

– N-Nina?

– Você não confia em mim o suficiente para não se preocupar. Eu vou te provar. Irei te provar que pode confiar em mim e deixar esse peso ser carregado por mim mesma.

– Eu... Eu estarei esperando.

Ela sentiu no olhar dele uma certa preocupação. Aquilo a irritou consideravelmente. Ela virou a cara e prosseguiu à frente de Edge. Subiram a escada com cuidado. Acima da escada, dois corredores se dividiam, indo para a esquerda e para a direita. Uma porta central levava ao que parecia ser um jardim. Em cada parede externa dos corredores, uma nova abertura para outro setor do sanatório ainda não conhecido pelos dois. Nas paredes internas, outras escadas, fazendo três escadas levando ao mesmo pequeno espaço do jardim que ficava centralizado ali. Primeiramente seguiram para a direita, indo novamente para o que seria a Ala Leste do sanatório, agora no piso superior. Passaram pela porta, completamente aberta. Do outro lado, mais um corredor que tomava um novo rumo noventa graus à esquerda. Ao que parecia, era a Ala de administração. Logo no início do corredor, uma pequena janela mostrava uma sala que parecia ser uma secretaria ou uma recepção. Nina observou que a porta estava trancada. Recuou e passou por dentro da janela aberta, adentrando o local. Edge ficou do lado de fora vigiando a sala pela janela pra dar apoio à Nina. Ela começou a revistar o local. Revistas antigas se encontravam empoeiradas e amontoadas num canto da sala, cercadas por dois conjuntos de três cadeiras de madeira que parecia formar uma espécie de área de lazer para os que visitavam os pacientes no sanatório. Na parede, alguns quadros. Nina prestou atenção especial ao central. Um certo sorriso estranho estava lá, escancarado na face do diretor do sanatório. Havia sim algo estranho naquela expressão facial, mas Nina não sabia o que era. Ignorou-o no momento e prosseguiu com sua procura. Edge estava atento. Nina vasculhou atrás de quase todos os quadros. No terceiro, que ficava na parede oposta à janela, Nina encontrou algo que parecia ser um cofre. A entrada era semelhante à de uma das pedras esculpidas. Provavelmente, a outra estaria lá. Duas peças atraem a terceira. Esse pensamento passou em sua cabeça e logo foi eliminado quando Edge arremessou uma das pedras nela, que a pegou no ar por puro instinto e prosseguiu, colocando-a dentro do encaixe. Ao fazer isso, o cofre se abriu, mas não antes de um grito de Edge. Nina olhou para trás. Edge parecia nervoso. Não conseguia ouvir direito o que ele falava, era como se tudo estivesse abafado. Ele apontou para o quadro do diretor. O sorriso não estava mais lá e sim na parede, escancarado e a encarando. Nina não entendia direito o que aquilo significava, mas pela cara de Edge, era perigoso. Estava sozinha. Precisaria de atenção e concentração.

Sacou suas adagas e colocou-se de olhos fechados. Podia ver o sorriso em sua mente. Não havia só um sorriso. Uma criatura quadrúpede estava na parede, a olhando fixamente. Não possuía olhos, apenas um espaço vazio aonde se encaixariam as orbes. O sangue negro escorria por esses orifícios. A boca era escancarada como a que via normalmente, com um enorme sorriso e dentes afiadíssimos. Tinha uma energia roxa viva, que parecia uma espécie de indício de perigo. Nina sabia o que viria adiante. Edge disparou algumas vezes, mas não conseguia acertar a criatura. Mirava em sua boca, mas ela se movia bastante rápido. Edge acabou por errar os disparos. Não tinha uma boa referência. Nina estava sozinha naquele momento. Precisaria apenas contar consigo mesma. Fechou os olhos. Sentia a energia se aproximando. Estava acima de sua face, muito próximo. Foi quando uma movimentação rápida fez com que ela saltasse para o lado, evitando o ataque. Aproveitou e lançou uma de suas adagas em direção à criatura. Sabia exatamente aonde ela estava e seu tamanho graças à sua leitura. Acertou-a em cheio, derrubando-a no solo em um baque surdo, embora continuasse invisível. Nina recuou e esperou, agora com apenas uma adaga. A criatura se levantou. Nina agora tinha uma adaga presa na criatura, facilitando a visão. Edge seria capaz de acertá-lo. Preparou-se, recuando e preparando uma posição defensiva com a adaga. Edge havia começado a mirar. A criatura saltou sobre Nina. Edge aproveitou a faca e mirou exatamente no local. A criatura naturalmente desviou, recuando e ficando em uma posição desfavorável. Nina sentiu tal recuo e aproveitou-se para executar um movimento circular e extremamente preciso. Tentara elevar ao máximo a energia que poderia conseguir arremessando sua segunda adaga. Calculou a energia correta, levando em conta todos os fatores Acertou-a exatamente na base da primeira. Tal acerto deu um poder de penetração enorme para a já penetrada faca, fazendo com que ela atravessasse a criatura por completo. Ela caiu para trás, coberta em sangue preto que jorrara do local aonde fora acertada. O sangue fazia sua forma ficar visível à olho nu agora. Era uma criatura quadrúpede com uma face que se assemelhava à humana. Nina havia agora recuperado a terceira peça e poderia sair dali tranquilamente. Foi o que fez, saltando através da janela com uma delicadeza assombrosa. Edge estava do outro lado, esperando-a, levemente impressionado.

– Então? Sou sua parceira?

– É. Você é, Nina. Sempre será.


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