Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 25
Hunt 24 - Prey




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Hunt 24 - Prey


– É aqui?

– Sim, se eu não me engano, é aqui mesmo.

E assim, Edge e Nina entraram naquele jardim e abandonado. Estavam caminhando entre a grama ressecada e as árvores secas daquele local. Os dois, quietos, ainda carregavam muitas dúvidas em seus corações. Dúvidas demais, na verdade, mas não tinham tempo de ficar parando para pensar nelas. Desde o último evento, não tiveram descanso. Trabalhos atrás de trabalhos. Agora, estavam em uma pequena cidade nos arredores de Puritah. Em frente a uma igreja abandonada, ambos seguiam. Edge tinha em sua mente uma visão bastante irônica. Ele, que cometera tantos pecados, agora entrava em um lugar considerado por alguns habitantes da cidade como um lugar sagrado.

– Tsc. Porquê justo um lugar assim?

– Edge...

Nina o olhou, preocupada. Suas feridas emocionais demorariam muito mais para sarar. Tentou segurar a mão de Edge, mas ele afastou-se sem dizer nada. Olhou em volta. Como era uma cidade pequena, acabaram fazendo um pequeno cemitério próximo à igreja. Aquilo não parecia muito favorável. Adentraram a igreja lentamente. Era uma noite silenciosa, com uma enorme lua no céu. A luz da lua adentrava pelo enorme vitral no fundo daquela estrutura de arquitetura gótica. Uma cúpula extremamente alta e várias vigas laterais separavam dois corredores laterais que provavelmente levariam às catacumbas daquele local. Por toda a parte, vários bancos de madeira enormes estavam em estado precário. As pedras que compunham o chão da igreja haviam se rompido, dando espaço à pequenos arvoredos e plantas que se contorciam por entre os bancos e vigas. A Igreja possuía um segundo andar que permitia observar todo e qualquer evento que acontecesse lá sem ser visto. Edge tratou de se mover. Olhou para Nina, que logo entendeu. Fechou seus olhos. Um breu enorme ocupou sua visão. Ela ainda podia ver Edge como uma estranha silhueta azulada no meio do breu total. Virou seu rosto em outras direções, procurando algum sinal de energia. Foi virando à esquerda, olhando para um dos corredores laterais, que ela captou algo. Era uma pequenina névoa avermelhada. Nina abriu seus olhos.

– Edge, é por ali. Alguma coisa passou por aqui. Pelo que parece, acredito que não faça uma hora.

– Muito bom mesmo. Você está realmente melhorando. Fique atenta e não se esqueça de se proteger.

Nina acenou com a cabeça. Na sua cintura, duas pequeninas adagas. Era uma forma mínima de defesa, mas que ela conseguiria usar em conjunto com sua visão de maneira absurdamente eficaz. Edge continuou andando. Por dentro de seu sobretudo, suas pistolas estavam sempre preparadas. Edge deixou as adagas com Bran, para análise. Desde que retornara, Bran parecia levemente menos perturbado, até certo ponto mais disposto. Tratava Edge com mais cortesia. Talvez fosse pura imaginação, mas Edge gostava daquela nova situação. Continuou a se direcionar para esquerda. Sem mais nem menos, um dos bancos que aquele local possuía se quebrou ao meio, lançando estilhaços para todos os lados. Edge ignorou e prosseguiu. Nina ia logo atrás, olhando suavemente para o ambiente. Ela estava sim com medo, mas ela acreditava realmente que Edge a fosse proteger. Confiava nisso. Edge continuou a andar, quando outro banco, dessa vez mais próximo, se rompeu da mesma forma que o anterior. Edge suspirou, olhou para Nina e fez um sinal singelo.

Ela entendeu. Parou de olhar em volta e continuou a andar. Edge finalmente havia chegado ao corredor com Nina. Bastou tocar na maçaneta que levaria às catacumbas que algo ainda mais estranho aconteceu. Duas pilastras caíram, derrubando parte da estrutura superior em cima dos dois. Edge chutou a porta com força, empurrando Nina para dentro. Com um movimento rápido de seus pés, chutou uma ou duas pedras maiores que caíam em sua direção e entrou, com as costas viradas para Nina. Ela não havia se assustado. Aqueles bancos foram um aviso pequeno do que quer que estivessem atrás naquele momento. Edge tinha experiência e sabia que aquilo poderia acontecer. Ele se virou e sussurrou.

– Está tudo bem? O que vê na escuridão?

– O rastro continua por aqui. Me siga.

– Eu vou à frente. Me guie. Fique bem atrás de mim e mantenha-se atenta à qualquer alteração.

– Pode deixar, Edge.

Com isso, Edge tratou de seguir em frente. Nina seguia-o, segurando de leve na ponta dos cabelos do caçador. Aquilo a divertia um pouco, na verdade. Segurou uma leve risada e continuou a observar. Edge prosseguia, seguindo as instruções de Nina.

– Antes estávamos como caçadores. Agora, estamos dentro do ambiente dele. Somos presas. Ou pelo menos, é o que queremos que pense.

Ela o observou. Estranhamente, ele parecia estar se divertindo. Ela compreendeu. Aquela era sua vida antes de Nina. Aquilo é o que ele sempre soube fazer. Nina chegou e tudo mudou. Por um lado, se entristeceu. Segurou mais forte no cabelo dele, como que num sinal. Edge fingiu não notar. Mordeu de leve seu lábio, como quem se culpa por algo. Continuou andando. Fingia estar desarmado. Teve uma ideia. Nina o observou. Corou instantaneamente. Leu as intenções de Edge rapidamente. Puxou de leve o cabelo dele, como num sinal de desaprovação. Edge revidou com mais uma leva de energia. Ela continuava levemente brava. Edge então tratou de guardar a ideia para outro momento mais oportuno. Continuaram andando. Foi quando Edge comentou.

– Nina. Você está muito bonita hoje.

– Edge...

– Você sabe que é verdade. De qualquer forma. Foi uma boa escolha nossa esse local. Abandonado, ninguém saberá de nada, nem irá ouvir som algum.

– Realmente. Fizemos uma boa escolha, meu amado.

Nina puxou firme seu cabelo. Era um misto de emoções. Edge parou na hora, se virando. Foi quando ela o beijou com vontade. Ele se envolveu em seus braços e os dois ficaram lá, no escuro, num longo beijo. Nina, de olhos fechados, assim como Edge. Esqueceram para que foram até lá. Distraídos, não pareciam notar que algo os espreitava. Do fundo do corredor, alguma criatura se aproximava silenciosamente. Edge estava de costas, não podia vê-la. O escuro impedia completamente. Nina prosseguia no longo beijo. Edge a segurou firme pela cintura. O beijo fluía sem conhecimento de que algo se aproximava. A criatura, invisível no escuro, estava agora a poucos metros. Nina logo então envolveu Edge novamente, segurando em sua cintura. Edge colocou as mãos sobre as dela. A criatura preparava-se para um ataque.

Foi quando o som de disparos interromperam toda a cena. Edge havia disparado suas pistolas de costas. Não havia sequer mirado. Nina havia feito todo esse trabalho para ele quando colocou as mãos na cintura dele. O sobretudo encobria as armas. O pequeno buraco nas vestes de Edge foi um preço pequeno a se pagar. A criatura, acreditando que os pegaria desprevenidos, não teve como reagir. Ao ser atingida, ouviu-se um pequeno barulho de algo caindo no solo. Não conseguiriam encontrar tal coisa. Edge logo interrompeu o beijo. Nina o olhou. Era uma mistura de um olhar doce com um certo sentimento estranho. Foi uma estratégia fantástica e ela sabia disso, mas sabia que não era só isso. Sentia que aquele beijo com certeza tinha algo a mais. Deixou para lá esse pensamento. Edge disse.

– De presas à caçadores novamente, não é mesmo, querida? Bom. Com certeza temos mais desses por essas catacumbas. Me ajude a subir com esse aqui. Precisamos analisar para saber o que estamos enfrentando exatamente.

Nina ajudou Edge a carregar a criatura. Estimava que ela tivesse aproximadamente a altura do caçador, mas longas garras que ela não conseguia definir bem. Possuía uma visão bastante boa no escuro, ao que tudo indicava. Não estava mais viva. Edge observava que o solo possuía alguns fios bastante grandes se espalhando pelo local. Era uma dica considerável. Continuou a andar e saíram dali. Seguiram carregando a criatura para a área iluminada, no centro da catedral. Foi uma visão bastante aterradora. Edge soltou a criatura na hora. Parecia-se com um cadáver humano em decomposição, mas possuía traços extremamente tensos. Possuía seis cavidades na testa, ocupadas por algo que pareciam olhos. Sua boca era destroçada, um buraco aberto à força. Lá dentro, duas grandes presas se encontravam. Seus dedos foram arrancados também. No seu lugar, uma grande pata com um exoesqueleto bastante forte. Era uma criatura metade humana metade aracnídea. Pelo menos, Edge acreditava nisso. Logo, tudo fazia sentido. Aqueles bancos estavam cercados de teia. Uma teia transparente que não podia ser vista à olho nu. Edge pisou em um fio e isso gerou aquela reação. Era um aviso de um predador. Um aviso de que estavam entrando em sua área de caça. Edge então pediu para Nina se afastar. Edge recuou bastante. Preparou sua pistola e disparou algumas vezes contra a criatura. Foi quando algo mais surpreendente aconteceu. De dentro dos buracos da criatura, caíram aranhas de um tamanho considerável. Elas estavam mortas, mas ao caírem, deixavam a parte deformada um pouco mais natural.

– Eram os cadáveres do cemitério. Temos então um trabalho de controle de pragas agora? Tsc.

– Edge... O que é isso?

– Temos uma bem grande dessas para eliminar. Provavelmente está na área mais profunda dessas catacumbas. Elas injetam seus ovos nos cadáveres. Essas criaturas podem mudar sua forma, como uma colônia, fazendo essas criaturas surgirem. São só cadáveres infestados. Prepare-se. A gente vai ter um trabalho bem feio pela frente.

– Edge... Eu tenho medo de aranhas. Mesmo.

– Tsc. Não é só você. Bom. Preciso que você faça-me um favor. Você será minha guia. Preciso muito da sua visão. Sem ela, não temos chance nenhuma de concluir esse trabalho.

– Pode deixar. Vou dar o meu melhor.

– Espero que sim. Caso contrário, acabaremos como esse pobre coitado aqui.

Edge olhou de relance para a criatura no solo ao seu lado. Tinha uma teoria que precisava confirmar. O primeiro passo para conseguirem vencer aquela situação era bem simples. Edge abriu novamente a porta. Não entrou. Voltou e pediu à Nina para trazer alguns dos pedaços de madeira restantes do banco. Edge logo juntou vários. Agora precisava de uma fonte de energia. Pegou dois pedaços pequenos e tratou de fazer fogo. Era o que precisava no momento. Com uma fonte de calor, a situação seria mais simples. Ficou logo na porta, sem se mover muito, com a tocha improvisada em mãos. Foi quando viu uma movimentação vinda de cima da porta, do lado de dentro. Empurrou Nina para trás e saltou, evitando que duas patas extremamente afiadas se fincassem em seu corpo. Havia uma criatura na parede oposta, acima da porta, pronta para dar o bote. Edge não poderia avançar estupidamente ali. Olhou ao redor. Precisava de um plano. Foi quando, olhando para Nina, teve uma excelente ideia. Recuou-se novamente à área iluminada. Pegou os farrapos do que servia de toalha de mesa num canto e, com a ajuda de Nina, cortou-o numa longa fita. Pegou uma de suas pistolas e amarrou no gatilho.

Se afastou da porta e jogou a pistola para dentro das catacumbas. Quando ela passou a porta, Edge puxou a corda. Isso fez a pistola recuar e disparar ao mesmo tempo. Voltada para cima, ela acertou a criatura de primeira, fazendo-a cair. Dessa vez, ao invés de dedos, o braço inteiro havia sido removido e substituído por pernas muito mais afiadas que as anteriores. Da cintura para baixo, havia todo o abdômen de uma aranha. Edge ficou novamente enojado. A criatura agora, no solo avançava contra os dois. Edge atraiu a atenção da mesma disparando. A fonte de calor era importante agora. Lançou a tocha contra a criatura. Ela recuou o rosto instantaneamente, embora o resto do corpo continuasse avançando. Edge não pensou duas vezes. Pegou suas duas pistolas novamente e disparou exatamente contra a cabeça da criatura, que ao ser atingida, caiu ao solo. Uma grande aranha avermelhada caiu ao solo num baque surdo. Logo após, a criatura parou de se mover. Edge havia descoberto o segredo. Ele precisava acertar a aranha que controlava as outras. Eram uma comunidade simbionte. As aranhas obedeciam apenas uma, enquanto essa controlava o funcionamento de todo o resto do grupo. Sem a líder, as outras morriam instantaneamente. Edge tratou de se prevenir novamente. Pegou uma outra tocha e avançou contra a escuridão, com Nina logo atrás de si. Avançavam lentamente. Agora, com uma fonte de luz, era muito mais simples. No solo, haviam vários traços de teia que serviam primariamente como forma de alertar uma possível presa. Edge evitava pisar neles, assim como Nina. Ela olhava ao redor. Todas as tumbas estavam vazias, o que era um péssimo sinal. Edge sabia disso, mas precisava avançar. Antes de cada cruzamento, Edge arremessava um pequeno pedaço de madeira, tomando o cuidado de não atingir nenhum traço de teia. Estava silencioso demais. Seguiram pelos corredores com muito cuidado. Foi quando se depararam com um obstáculo bastante perigoso. A porta logo à frente estava completamente selada com teia. Caso quisessem passar por ela, alertariam todas as criaturas de que estavam lá.

Edge parou. Tomou distância. Nina fechou os olhos e rastreou uma área pequena ao redor deles. Haviam duas criaturas dentro daquela sala. Edge precisava as atrair para fora. Tinha um plano. Recuou. Mirou bem e pegou as peças da Fenrir II. Posicionou-se bem e disparou. O tiro atravessou num pequeno espaço aonde a teia não se entrelaçava. O tiro acertou em cheio o local que Nina indicara. Acertou uma das criaturas com seu rifle. A precisão era completamente obrigatória, por isso o uso do rifle. Agora, a criatura sabia que havia algo por perto. Precisava checar. Como um instinto natural, as duas criaturas agora se aproximavam da porta. Abririam aquilo, mas sendo da mesma espécie, não alertariam as outras criaturas. Edge esperava por aquilo. Se escondeu na virada do corredor. As criaturas acabaram logo de abrir a porta. Foi quando Edge arrancou um pedaço pequeno de sua tocha e arremessou próximo do local. Havia preparado uma pequena armadilha. No solo, alguns restos de madeira pegaram fogo, assustando as criaturas. Uma delas teve o ombro recuado primeiro, enquanto a outra, o tórax se jogou para trás.

Edge não esperou uma outra reação. Disparou com seu rifle contra os dois pontos que tiveram a reação primária e em pouco tempo, ambas estavam no chão. Edge então pediu novamente à Nina para rastrear o ambiente. Nenhum traço forte. Foi quando atravessaram a teia da parede. Edge se surpreendeu. Centenas de casulos estavam pendendo do teto. Semitransparentes, era possível ver os cadáveres retirados de suas tumbas lá dentro sendo corrompidos por centenas de criaturas pequenas. Era como uma mudança, aonde uma massa de criaturas se aloja em outro lugar. Uma visão assombrosa, no mínimo. Edge engoliu em seco. Estariam em uma situação bastante complicada caso mais criaturas aparecessem. Trataram então de procurar novamente a fonte de tudo isso. Nina fechou os olhos, mas tantas criaturas juntas faziam sua visão ficar bastante borrada. Foi quando Edge teve a ideia mais absurda que poderia. Aquela criatura deveria estar criando esses “filhos”. Não poderia estar longe. Edge então preparou-se com cuidado e mirou bastante. Disparou um tiro do rifle apenas para cima. O tiro passou por entre os casulos. Edge desmontou rapidamente a Fenrir, ficando novamente com suas pistolas. Um barulho enorme começou a surgir naquele ambiente. Num momento extremamente rápido, Edge viu algo que se pareciam com enormes olhos acima dos ovos. Era um sinal de que seu chute havia sido correto. Os casulos começaram a se mover.

Descendo lentamente, a visão que tiveram era completamente assustadora. Uma gigantesca criatura aracnídea formava o teto daquele local. De seu abdômen, todas aqueles casulos pendiam. Eles estavam literalmente embaixo da criatura que procuravam. Uma enorme aranha que parecia estar pronta para gerar mais centenas de filhotes. Edge precisaria ser rápido. A criatura então desceu. Ocupava facilmente metade do salão em que se encontravam. Edge tratou de pegar todos os pedaços de madeira que possuía e arremessa-los para todos os cantos do local. Precisaria iluminar todo aquele ambiente. A criatura não os deu um minuto de trégua. Abriu sua mandíbula e dela, uma dezena de pequenas aranhas avermelhadas saltou. Edge sabia o que significava. Caso fossem atingidos, seriam corrompidos rapidamente. Utilizando suas pistolas, disparou exatamente dez tiros. Cada um deles acertou uma das dez criaturas, que caíram ao solo. Nina o guiaria quanto à qualquer aproximação perigosa enquanto ele fazia seu trabalho. Incrivelmente, os dois tinham uma coordenação fantástica juntos. A criatura urrou ao ver suas crias sendo destruídas. Avançou com uma de suas patas em direção à Edge, que se esquivou com um salto lateral. Disparou contra a perna da criatura, mas seu exoesqueleto era consideravelmente duro. Em breve, outras criaturas espalhadas pelas catacumbas iriam retornar para ajudar a progenitora. Precisariam acabar com isso rápido. Edge então teve novamente outra de suas ideias. Ficou parado, com os braços abertos em frente à criatura. Ela o via. Não hesitou. Preparou com outra garra mais um ataque. Edge estava esperando por isso. Quando ela disparou o primeiro ataque, Edge saltou levemente para o lado. Ela fincou sua pata no solo com uma força descomunal. Estando mais próximo dela, ele tinha mais espaço para trás para se esquivar, enquanto limitava o alcance de uma criatura tão grande. Ao ter sua pata fincada no solo, a criatura ficou presa por um momento, fazendo força para retirar sua pata desse local. Edge aproveitou esse segundo de distração.

– Nina, rápido! Preciso que me diga onde estão os olhos dessa criatura!

– Mire para cima, um pouco mais! Com a outra mão, vá mais para a direita e dispare!

– Ótimo! Você facilita muito meu trabalho, sabia?

E com isso saltou. Usando a pata da aranha como uma parede, conseguiu dar três passos verticais, saltando em seguida. Sem hesitar disparou nos locais que Nina indicara. Um barulho de baque ecoou naquele local. Um líquido pingou pouco à frente. Havia acertado em cheio dois dos oito olhos da criatura. Repetira o processo até que ela se enfraqueceu. Com apenas dois olhos agora, ela não conseguia rastrear Edge corretamente. Era o momento perfeito. Preparou-se para o golpe final. Por baixo da aranha, alguns dos casulos começavam a se preparar para rachar. Edge logo notou tal fato e tratou de usar aquilo ao seu favor. Correu para baixo da aranha, ficando diretamente por baixo dos casulos. Nina o indicava os mais prováveis de se abrirem. Edge havia posicionado anteriormente um pedaço de madeira em chamas lá, que se extinguiria em breve. Precisava daquela visão. A criatura precisava alimentar os casulos de alguma forma, então deveria ter algum espaço aberto em seu exoesqueleto para a passagem dos nutrientes e das crias. Preparou-se. Em alguns segundos, dezenas de casulos se romperam, derrubando criaturas disformes como as anteriores. Edge não tinha tempo para elas. Tratou de disparar, com seus tiros passando de raspão pelas mesmas enquanto acertavam os pequenos vãos internos da criatura aracnídea. Em um grito seco, ela começou a despencar. Edge havia conseguido acertar os pontos importantes. Baixou suas pistolas, aproximando-as do fogo. Por alguns momentos, ficou assim enquanto as criaturas que caíram da progenitora se preparavam para ataca-lo. Disparou um projétil contra cada uma. O calor da bala que ficou próxima do fogo indicava os pontos fracos. Edge em um giro único disparou dezenas de projéteis, acertando todas as criaturas, que caíram ao solo. Enquanto isso, a grande criatura estava começando a ruir. Edge recuou bem a tempo de ver a criatura desmontar-se na sua frente. Ela se abriu ao meio, revelando uma enorme quantidade de pequenas aranhas imaturas. Edge chamou por Nina na hora. Ela arremessou o último pedaço de madeira que ele possuía. Aproveitando-se do calor das pistolas, acendeu esse pedaço e o arremessou no meio da criatura. As pequenas aranhas iriam morrer queimadas facilmente. Edge recuou de costas tranquilo. Precisavam agora sair dali. Sem a progenitora, as outras aranhas da catacumba iriam cair e morrer. Era apenas questão de tempo.

Edge pegou Nina nos braços e tratou de sair de lá correndo o mais rápido que podia. Não podiam ficar mais tempo lá. Era perigoso ser pego por uma criatura no escuro. Edge possuía uma boa memória, sabendo voltar por onde veio. Nina o advertia da posição de todas as já marcadas para morrer criaturas, fazendo-o evitar mais confrontos. Edge logo estava na igreja novamente. Colocou Nina no chão novamente, suspirando um pouco. Havia sido uma situação bem mais complicada que o de costume.

– Esses demônios estão ficando mais fortes que o de costume... Tem algo estranho nisso.

– Edge?

– Eu consigo sentir... Tem alguém da D.A.N.T.E. Envolvido nisso, posso lhe garantir, querida.

– Edge... Deixe isso para lá por enquanto. Vamos voltar, eu não aguento mais ficar nesse lugar.

E com isso, saíram dali. Edge passou no vilarejo para recolher sua recompensa e voltou ao seu carro. Estavam agora indo diretamente encontrar com Bran.

– Edge. Por sinal, estou te devendo algo.

– Nina?

E com isso, tomou um tapa. Ela não havia esquecido-se do beijo.

– Nunca mais me beije com esse intuito, está entendendo?

– Haha. Ok. Eu mereci essa.


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