Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 19
Hunt 18 - Retribution




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– Eles estão demorando!

– Calma, seu desesperado! Eles devem mandar algum tipo de mensagem.

– Eu não sei como você pode ter tanta certeza!

– Seu imbecil! Você não notou ainda? Ela não tem nada a ver com isso. Ela só vai servir de isca. Só temos que esperar pelo contato. Se fosse um ataque intencional, teriam matado a garota assim que a vissem. Eles vieram com um propósito claro. Preparar uma futura emboscada. Uma boa jogada, devo admitir.

– O quê você disse!? Isso não é um jogo! É a vida da Nina que está em jogo!

E com isso, Edge segurou Bran pelo casaco. Estava enfurecido com o modo com que o companheiro se referira a ela. Era como se tivessem o encurralado. Ele agia como um animal selvagem prestes a ser capturado.

– Acalme-se logo, seu idiota. Se gastar sua raiva comigo, como vai enfrentar aquele garoto?

– Tsc. Ok... Mas não se refira mais a Nina dessa maneira!

– Tá. Cara. Você é irritante às vezes.

– Cale-se e vamos voltar a esperar.

E então, como se fosse cronometrado, ao se calarem, eles ouviram um leve estrondo vindo da entrada da Magnum. Era alguém que adentrava as instalações. Ficaram quietos, enquanto aguardava. Edge sacara suas pistolas e Bran preparava sua espada. Com a mão na bainha, ele estava pronto para usá-la se necessário. Era apenas um "mensageiro". Ele adentrou a sala fazendo um enorme estrondo. Era um demônio enviado. Ele era de uma altura considerável. Maior que Edge e Bran, ele destroçara por completo a porta por onde entrou. Ele era como um ser reconstruído. Suas mãos não possuíam dedos, apenas garras de aço, implantadas nele. As cicatrizes das operações para sua transformação ainda estavam aparentes. Ele sangrava muito por entre os pontos mal executados. Ele possuía em sua face vários e vários pontos de aço, como pregos, que a mantinham inteira. Era composta de partes de vários outros demônios. Era um ser amórfico e bizarro. Ele adentrara sem pestanejar. Edge já mirara no instante em que a criatura adentrara. Ela se virara, num ato de ignorância. A criatura não parecia ter raciocínio lógico. Era apenas um mensageiro, afinal. O modo como fora "Construído" sem muito cuidado demonstrava isso. Edge então disparou contra a criatura algumas vezes, que gritou, agonizando de dor. Bran, aproveitando o saque de sua espada, usou o mesmo movimento para obter velocidade e energia, cortando fora o braço da criatura. Pelo local onde o braço pendia anteriormente, jorrou uma escarlate porção de sangue. Ele voava longe, como que bombeado sob pressão.

O sangue jorrava para os lados da sala, escorrendo pelas paredes. Edge não hesitara, saltara para trás para esquivar-se de um ataque de fúria do oponente, que, com suas garras, tentava desesperadamente acertar algo. Edge então, amortecendo o salto no solo e mirando na cabeça do oponente, despejou mais uma rajada de tiros. Os tiros acertaram em cheio, atravessando a cabeça do oponente. Vários e vários buracos de bala se formaram na parede atrás do demônio. Ele caíra ao solo, sem vida, enquanto o seu sangue escorria e encobria totalmente o solo. Edge e Bran, caminhando sobre o sangue, viram de relance então um brilho estranho vindo do corpo do cadáver fresco. Revistando o corpo do demônio, encontraram uma placa de metal. Um endereço e uma data. Esse mesmo dia. O local era outro prédio abandonado, esse, situado no centro da cidade mais próxima. Ambos não hesitaram. Edge tratou logo de sair, pouco antes de sair, ele encontrou uma de suas adagas. Era escura como a noite. Já vira aquela adaga antes. Rezava para o que ocorrera da última vez que tentou usá-la não se repetir. Rezara com todas suas forças, e então, saíra.

Só ele poderia ir. Não havia menção de Bran naquela placa de metal. Seja quem for, queria apenas Edge. Era uma emboscada clara, mas Edge não podia recusar uma chance de salvar Nina. Era claro que ela estaria lá. E era com isso que ele contava. Saiu apressado. Carregou consigo a adaga negra, suas pistolas e as adaptações. Fenrir II. Era somente isso que o jovem levava para o encontro com seu oponente. Entrou em seu carro e partiu em direção à cidade destinada. A viagem seria um pouco demorada. Edge se pôs a pensar nesse tempo que tinha. Era muito pouco tempo para tantos pensamentos. Ele pensava no estado de Nina, no que deveria fazer quando a avistasse. No que faria caso precisasse reagir. Sua mente divagava. Ele estava mais preocupado que nunca, dessa vez, ele tinha um refém para salvar. Seria mais complicado. Ele não se importava com esse detalhe. Ele iria para salvá-la. Não lhe importava a dificuldade. O tempo passou muito rápido no caminho. Seus pensamentos pareciam não acabar enquanto ele dirigia.

A data e o horário marcados ainda estavam um pouco distantes de ser alcançados, então ele podia seguir viagem enquanto pensava em tudo aquilo. Era apenas uma questão de tempo. Ele estava chegando. Ia parando o carro lentamente na calçada vazia. Era um lugar totalmente deserto. Ele adentrou o prédio em silêncio. Se era esperado, queria fazer questão de chegar sem anunciar sua presença. Chegara um pouco antes, então, a pessoa que chegaria logo era seu oponente. Ele aproveitou o tempo livre para estudar o local onde estava. Era uma sala fechada e grande. Os buracos na parede, possivelmente anteriormente janelas, deixavam o resto da luz do dia passar. Era final de tarde, e o Sol laranja iluminava as construções ao redor do prédio. Estava quase na hora. Então, num barulho leve, o som de um motor se aproximava. Era um carro, pelo que Edge conhecia, era um carro de aceleração e velocidade altas. Perfeito para fugas. Aquilo seria um problema caso desejassem fugir com Nina novamente. Agora, era só aguardar alguns momentos. O barulho de passos ecoava pelo local enquanto alguém se aproximava. Edge notara, pelo número e frequência de passadas, que não era somente uma pessoa. No mínimo duas. Ele então se preparou. Logo, adentraram o local. Era o garoto que a sequestrou. E Nina vinha logo atrás. Amarradão jovem ameaçava-a. Ele vinha, mantendo a visão alternada entre Nina e Edge. Nina, que caminhava lentamente, tinha seu olhar, vazio, não demonstrava nenhum sentimento aparente. Ela caminhava para onde o sequestrador a levava. Eles pararam em frente à Edge. Ele tratou logo de iniciar uma conversação.

– Alex.

Edge não entendera nada.

– Como assim?

– Seu imbecil. Esse é meu nome. Alexander Fischer. Agora vá logo e se apresente.

– Que perda de tempo é essa? Eu vim aqui pela Nina, não para ouvir você falar de você mesmo!

– Calado! Quem a tem sou eu, não é? Então é melhor fazer o que eu peço. Agora, se apresente logo.

– Edge. Agora, trate de me dizer o que quer.

Ele rira. Seu olhar se fixou em Edge. Não era o olhar de antes, era um olhar assassino. Sua pupila estava dilatada e fixada em Edge.

– Ainda não sabe? Eu quero que morra!

No instante passado, Edge pôde notar que ele movia sua mão estranhamente. Estava se preparando para algo. Ele estava certo, no instante seguinte, ele retirou algo de um bolso de sua roupa. Edge não pôde definir o que era pois o oponente estava na escuridão. Só conseguia ver as silhuetas, mas tinha certeza de quem era. Mas algo vinha em sua direção. Saindo das sombras, o projétil iria o acertar na face. Notando isso, o jovem moveu sua face para a esquerda. O projétil passou por ele e foi se fixar na parede oposta. Edge notou então o que era. Era uma espécie de faca presa a uma fina linha, semitransparente. Edge só foi capaz de notar a linha devido ao reflexo da luz que entrava pela janela. Era uma espécie de faca, cuja extremidade estava presa à linha. Uma arma de arremesso, e pelo que aparentava, Alexander sabia utilizá-la muito bem. Edge então notou que aquele lugar não era o melhor para lutarem naquele momento. Ele então, numa tentativa de evitar uma luta naquele local apertado, onde teria uma desvantagem, pulou pela janela. Já sabia que o alvo de Alexander era ele, não Nina, então podia deixá-la lá. Antes de cair, o jovem retirou um sensor do sobretudo. Bran o dera isso antes de sair. Era um alarme, indicando que Bran poderia se aproximar. Ele não pretendia resgatar Nina por si só, esperava que pudesse atrair os oponentes e deixar que Bran cuidasse do resto. Sabendo que ele era o alvo, tudo se tornara mais fácil. Agora, em sua mente, as dúvidas foram substituídas por uma certeza, ele iria salvá-la. Bran deveria estar vindo em sua moto nesse instante mesmo. Logo, seus pensamentos foram interrompidos, agora, fora do prédio, ele pôde ver seu oponente completamente. Era um garoto, não muito velho, com certeza, mais novo que ele. Seu cabelo, negro, era curto na parte frontal, mas atrás, existiam duas mechas de cabelo, grande, até os pés dele. Elas estavam presas por um enorme pano branco, as enrolando e dando forma às mechas. Usava também uma jaqueta fechada. Levantada até a boca, a jaqueta azul-escuro tinha um desenho de aranha próximo à extremidade superior. As mangas longas da jaqueta possuíam suporte para várias facas. Seus olhos, azuis, fitavam Edge com certo vazio, um olhar assassino, sem emoção alguma, mas que passava uma enorme vontade de matar. Tinha também uma calça escura. Edge pôde ver todos esses detalhes de relance. Logo após pular, Alexander veio atrás.

Edge pousara no topo de outra construção mais baixa. O sol ainda batia lá, iluminando totalmente o teto da construção. Edge, ao cair, rolou. Bem a tempo, a faca seguinte já o perseguia. Fincando-se ao solo logo após o jovem rolar para fora do alcance, a faca permaneceu lá. Alguns momentos depois, o oponente já caíra e pegara a faca novamente. Edge se pôs de pé e ficou a fitá-lo, com as pistolas, procurando uma opção de ataque. Seu oponente era só um garoto, mas não tinha tempo para pensar nisso. Permaneceu focando sua arma nele. Era um alvo um tanto quanto fácil. Disparou uma bala em sua direção. O jovem saltou para o lado, escapando do ataque. Edge então saltou atrás dele. Rodando no aro jovem executava um chute na altura da face do oponente. Este, por sua vez, se abaixou, deixando Edge passar por cima de sua cabeça. Alexander, então, o chutou para fora do prédio. Acertando em suas costas, ele o lançou para a rua logo abaixo. Edge, com esforço, conseguiu se movimentar no ar, caindo no chão e executando uma cambalhota, para dissipar a energia da queda. Ele se pôs de pé logo em seguida. Iria lutar sem armas contra o garoto.

As armas não seriam muito úteis naquele instante. Ele não tinha tempo para recarregar suas amasso seu oponente atacava de longe e também era extremamente ágil. Não era uma boa chance atacar com as pistolas. Teria que confiar na sua habilidade em combate. Em alguns segundos, o oponente já havia tocado o solo. Edge então se levantou. Posicionou-se, esperando pelo avanço de seu oponente. Edge também não podia se descuidar. Não deixaria de ficar próximo do prédio onde Nina estava. Não queria que seu plano desse errado. Toda essa preocupação o atrapalhava. Era algo que o impedia de se concentrar. Ele recuou um pouco, para se aproximar do prédio, e retomou sua posição, esperando pelo ataque do oponente. Este, por sua vez, sorriu. Abrindo sua jaqueta, ele retirou duas facas, que atirou ao solo, enquanto terminava de remover a jaqueta. Abaixo dela, uma espécie de armadura. Preta com detalhes em branco, a armadura encobria totalmente o tronco do jovem, mas deixava seus braços completamente soltos. O oponente então, sacou as duas adagas e veio em direção à Edge. Edge somente aguardou. Não poderia contra-atacar de qualquer jeito. O oponente estava armado. Edge então esperou que ele se aproximasse, para então o segurar pela mão.

Usando sua mão, deslizou-a pelo braço do oponente, enquanto, abaixando, passava do lado dele, evitando o corte da outra faca. Assim, desarmara uma das mãos de seu oponente e evitara um ataque. Segurou firma a faca e se preparou para um próximo ataque de seu oponente. Alexander já se virou executando um corte na altura da face de Edge, que se defendeu com a recém-adquirida arma de seu oponente. Um som metálico. Ambos saltaram para trás, pegar distância era um ponto importante daquela luta. Edge partiu para cima dele. Iniciou um ataque baixo com o pé, enquanto, rodando logo em seguida, executou um chute quase vertical, do qual seu oponente escapou por apenas alguns centímetros. Mais uma interrupção, ambos se afastaram novamente. Era uma luta de golpes rápidos. Sem continuidade. Aquele que errasse primeiro iria perder. Edge então, olhou de relance para o prédio. Ele viu na janela algo que o acalmou. Bran tinha acabado de aparecer pela janela. Nina então saiu poucos segundos depois. Agora, ele poderia se concentrar. Nada o atrapalharia agora. Ele se sentiu tranquilo. Leve como uma pluma, sua mente começou então a raciocinar como normalmente. Até sua postura mudara. Ele estava tão feliz que não se aguentava. Conseguira realizar o que queria. Segurava a faca, e a rodava pela mão, a felicidade não se continha. Ele sorria. Não se aguentou, disse então.

– Agora sim. Agora que consegui recuperar ela, vou poder agir direito.

Alexander só riu.

– Tsc. Você achou mesmo que eu ligo pra ela? Que a resgatem. Eu quero é ver até onde você consegue aguentar. Essa sua preocupação já estava me irritando. Agora quem sabe isso se torna um desafio.

Edge ficou sério. Se aquilo fosse verdade, ele poderia estar com um sério problema. Edge não podia perder tempo também. Correu em direção ao seu oponente, que correra também. Ambos vinham em direção um do outro. Seu oponente o atacou com um golpe perfurante na altura da barriga. Ele, então, usou a própria faca. As lâminas se chocaram, deslizando uma sobre a outra, e emitindo um som de metal se chocando. Edge então, juntou forças em uma mão e atirou a adaga de seu oponente para trás, esta, por sua vez, se fixou no solo alguns metros à frente dos dois oponentes. Logo depois, ele se abaixou e, usando uma perna como apoio, desferiu um chute pra cima. Alex percebeu esse movimento pouco antes, antecipando-se e saltando para trás, rodando no ar. Ele então caiu de pé, ao lado de sua faca, que pegou num instante. Ele então se levantou. Correu e desferiu um chute na face de Edge. Era um chute potente, e Edge acabou por não conseguir escapar do mesmo. Com o chute, Edge fora arremessado para trás. Rolando pelo solo, ele se recompôs. Levantou-se e iniciou mais um ataque. Avançou contra Alex e, com cuidado, tentou se desviar dos chutes de seu oponente. Bloqueou dois, conseguindo perfurar na defesa de seu oponente, e desferindo um soco. Movimentando sua mão, ele o acertou na face, em cheio. Alex fora lançado para trás como Edge fora segundos antes. Levantou-se.

Um pouco de sangue escorria do canto de sua boca, que ele limpou rapidamente. Edge então se posicionou novamente contra seu oponente. Fixou seus olhos nos olhos de seu oponente, esperando por uma brecha em sua defesa para poder atacar novamente. Então, seu oponente largou sua posição de batalha. Edge somente pode ficar a fitá-lo. Espantou-se com a ação de seu oponente. Ele simplesmente se posicionou no campo de visão de Edge e cruzou os braços. Em alguns momentos, algo absurdo aconteceu. Edge ficou incrédulo. Não era possível. Um fenômeno não presente na natureza e inexplicável para Edge. O desaparecimento de um corpo. Ao mesmo tempo em que ele se posicionava em frente à Edge, o corpo de Alex fora se dissolvendo. Dissolvendo lentamente. Não deixara rastro nenhum. Simplesmente sumira. Edge então, percebeu algo ainda mais absurdo. Alguns momentos depois, ele ouviu uma voz. Era a voz de seu oponente, e o mais surpreendente. Ela vinha de onde o corpo desaparecera. Em alguns instantes, a mesma voz falou novamente.

– E então? Como irá me acertar agora? Eu acho que até deveria lhe explicar o que acontece, já que é tão lerdo que não percebe. Eu estou bem aqui. Só que você não tem capacidade pra me ver. Eu consigo manipular os raios de luz que se aproximam do meu corpo, e assim, eu consigo alterar a sua trajetória, fazendo então a invisibilidade acontecer. Será que agora entende melhor sua situação? Não há como me acertar, não tem como ganhar de alguém que não consegue pegar.

– Ahh. Então é isso? Eu achei que tivesse fugido. Se for só isso, não há com o que me preocupar. Não te deixarei escapar depois do que fez com Nina, seu maldito! Não adianta se esconder, nada vai te salvar de mim! Vou até onde for para te pegar!

E com essas palavras, ele avançou contra seu oponente invisível. Fora onde o corpo dele desaparecera. Tentou tocar algo. Mas, como era de se esperar, o seu alvo não estava mais lá. Ele atacara o nada. Alguns momentos depois, ele sentiu algo se aproximar. Uma faca. Ela veio de algum lugar adiante. Ela era muito rápida para ser evitada, mas Edge fez o que pôde para evitar que a faca o atingisse no peito, se desviando para a esquerda, acertando assim seu braço. A faca penetrou fundo em sua carne, que começou a sangrar no mesmo instante. Ele se segurou para evitar a dor, e retirou o projétil do braço. A dor era grande, mas ele superaria. Parou então por um momento. Como um raio, uma ideia lhe descera à cabeça. Olhou em volta. O local o deixara com uma ideia. Ele saltou então pelos prédios usando as sacadas como apoios para sua escalada. Chegando ao topo, ele ficou a observar o local. Eram uma rua principal, dois becos. Um antes de sua posição original, e outro depois, à direita. Com esses dados, ele sabia onde seu oponente estaria. Ele tinha que estar em um dos becos. Se não, a faca que o atacou não teria de onde ter saído. Saltou de volta para o local inicial. Essa ação foi de apenas alguns segundos. Ele queria de todo jeito acabar com aquele oponente, então estava dando tudo de si. Tanto que Alex não pode notar tal movimento. Estava preocupado demais tentando evitar qualquer som ou movimento que indicasse sua posição. Edge então se aproximou com muito cuidado.

Ele sabia que Alex não poderia correr, se o fizesse, entregaria sua posição, e Edge o pegaria em instantes. Ele estava encurralado agora. Edge estava na entrada do beco agora. Ele podia ouvir levemente barulhos de passos. Acertara em seu palpite. Sua estratégia funcionara. Agora, ele o tinha encurralado. Iria o derrotar agora mesmo. Retirou de seu, sobretudo a última arma que tinha. As pistolas não eram de utilidade agora. Ele podia escapar dos tiros facilmente. Agora, precisava de algo para combate corpo a corpo. Sacou então, a adaga negra que trouxera consigo. A adaga que tinha um passado um tanto quanto assustador quando passou pelas mãos do jovem. Era a adaga que o deixara fora de controle uma vez. Talvez, dessa vez, se ele se controlasse desse tudo certo. Mas então algo inesperado aconteceu. Alex riu. Ele estava lá, e não tinha como correr, mas ele havia planejado algo. Em alguns momentos, uma dezena de facas caiu em direção à Edge. Ele não tinha como se defender direito. Usando a adaga em sua mão, Edge tentou refletir algumas das facas que vinham em sua direção. Conseguiu impedir três apenas. As outras sete se cravaram em sua carne. Sentia uma dor enorme. Ele fora perfurado em várias partes. As facas que se fincaram fundo em sua carne ficavam levemente escarlates com o sangue que escorria de seus ferimentos. Agora, ele tentava ficar em pé. A dor era muita para ele aguentar. Alex então saiu de seu esconderijo. Com uma última faca em mãos, ele avançava correndo em direção à Edge. Ele então se surpreendeu novamente. Edge ainda se encontrava de pé. Em sua mão, a adaga. Lentamente, estava começando novamente. As raízes que brotavam da arma estavam se fincando no corpo de Edge novamente. Sangrando ainda mais, ele estava em transe. A adaga o controlava novamente. As raízes então, agora fincadas em seu corpo o movimentavam por completo. Então, algumas dessas raízes saíram da adaga em direção a Alex. Essas mesmas raízes se enrolaram em Alex, o imobilizaram em segundos, no ar. Então, ele entrou em desespero. Ele não imaginava ser derrotado, pelo contrário. A face da morte tão próxima dele o deixou em estado de pânico. Ele então começou a gritar.

– Seu monstro! Eu não imaginei que fosse você! Se eu soubesse que era você eu não teria vindo! Maldito monstro!

Essas palavras acabaram por acordar Edge. Ele então se lembrou da última vez. O transe era muito forte, mas sua mente também. Eles estavam em combate no interior do jovem. Ele não queria se deixar dominar novamente por essa adaga. Seu desejo de se ver livre era muito grande. Então, veio à sua mente a imagem de Nina. Relembrou-se da sua expressão ao ser sequestrada. Um calor tomou conta de seu corpo. Ele não queria mais deixar isso acontecer. Queria protegê-la, mais que tudo. Era isso que o iria mover para frente. Então, ele recobrou a consciência. Alex ainda pendia entre as raízes, imobilizado e em pânico. Edge então disse.

– Eu disse que iria te pegar, seu maldito! Agora quero explicações. Você sabe o quê sobre mim? Por que disse aquilo sobre saber algo sobre mim? Eu quero respostas. Agora.

– Tsc. Você acha mesmo que iria lhe entregar tudo fácil? Vá procurar no covil da sua "dona". Quem sabe encontre algo lá.

– "Dona"? Está se referindo a Nina? Quer dizer Paris?

– Tsc. Descubra por si só. E corra. Acho que ela e seu amigo não estão muito bem no momento.

– O quê você disse!? Deixe-os em paz! Maldito!

Edge então não se conteve. Juntou suas forças e correu em direção a Alex. Saltou e, com a adaga, o cortou na altura da barriga. Atravessou-o por completo. Ele então caiu ao solo morto. O cadáver tinha uma face de terror absoluto. Edge então juntou suas forças. A dor das facas que o perfuraram não eram nada. Ele retirou uma por uma. As raízes então secaram, e logo sumiram no ar em questão de segundos. Era o fim de mais um terror. Ele então não podia se deixar levar, saiu correndo em direção ao local de encontro com Bran depois da operação de resgate. Eles podiam estar encrencados. Era melhor ele correr logo. Saiu correndo o máximo que podia. Sentia cada ferimento mas não podia deixar-se levar por isso, queria acabar logo com esse inferno.


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