Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 18
Hunt 17 - Inability




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A nevasca passara. Acordaram os dois. A casa, ainda sendo a única que permanecera inteira, estava caindo aos pedaços. Tiveram ambos uma noite muito ruim . A estrutura da casa, ruindo, preocupava os dois. Seria um fim muito infame ambos morrerem soterrados em uma casa após todo esse trabalho. Não. Eles tinham que voltar logo. Era esse pensamento que invadia suas cabeças. Como Nina estaria lidando com o fato de estar sozinha? Edge tinha calma, ela sabia se virar. Dentre os dois, ele era o que menos se preocupava. Ambos logo trataram de sair daquela cidade. Os restos de gelo daquela gigantesca criatura. Eles passaram pela mesma sem nem desviar o olhar. O cheiro de decomposição ainda estava no ar. Aquele cheiro era a única prova de que o jovem Yuri realmente existiu. Era uma coisa a menos para explicar depois. Eles partiram logo. Seguindo pela rua, ambos foram relembrando todo o percurso corrido até agora. Edge se lembrava do primeiro encontro com Nina, de como tudo foi mudando com o tempo. Lembrava-se com mais força agora do beijo que trocaram. Ainda mais forte estava uma lembrança, talvez um pressentimento tardio. Ele se lembrou da invasão à M.A.G.N.U.M. Então, algo lhe veio à cabeça. Algo horrível.

– Bran! Temos que nos apressar! Vamos rápido!

– Como assim? O que houve?

– A invasão! Nós não devíamos tê-la deixado lá! Eles sabem onde a M.A.G.N.U.M se encontra! E sem nós lá para protegê-la, eles podem invadi-la com certeza! Isso tudo foi uma isca!

– Maldição! Então era por isso que ele estava sozinho. Um membro da D.A.N.T.E agindo sozinho em um lugar tão distante não podia ser algo normal! Foi planejado! Eles queriam nos tirar de lá!

Então, um calafrio tomou conta de ambos. Eles então mudaram suas passadas tranquilas por uma extrema correria. Eles estavam correndo o máximo que podiam. Ambos, depois de uma hora de corrida forçada, chegaram ao aeroporto. Nem se importaram com a alfândega. Bran providenciara o transporte muito tempo antes. Eles correram para dentro do avião. O desespero de Edge era maior que qualquer coisa que sentira até agora. Nunca se sentiu tão preocupado com algo quanto agora. O avião decolara logo que entraram. Agora era só uma questão de tempo. Eles viajariam por algumas horas. E assim foi. Ambos logo trataram de tentar se ocupar enquanto o avião não chegava. Uma eternidade de tortura para ambos. Talvez, eles estivessem chegando, talvez não. O tempo não parecia algo certo naquele momento. Não sabiam se passava rápido demais, ou muito lentamente. Finalmente, o avião descera.

Estava pousando. Mal acabara de pousar e abrir as portas e os dois jovens estavam correndo pelo check-out. Claro, usaram as influências de Bran para passar por lá sem serem barrados. Tempo era algo vital agora. Muito importante. Não sabiam o que podia esperá-los pouco à frente. Eles se puseram no caminho da Magnum. Edge entrou em seu carro o mais rápido que pôde. Bran também. O carro esteve desligado por um bom tempo, mas ainda funcionava perfeitamente. Edge dirigiu como nunca fez antes. Estava ultrapassando todos os limites de velocidade. Não se importava com isso. Tinha coisas maiores para se preocupar. Em sua mente, circulavam todas as possíveis possibilidades que poderia encontrar. As mais terríveis o afligiam demais. Ele tentava escapar dessas com todas as forças, mas eram as mais fortes, as que não o deixavam em paz.

Eles logo estavam perto da M.A.G.N.U.M., podiam ver ao longe o prédio antigo que era a base do local. Eles agora estavam à apenas alguns metros. Pararam o carro. Abriram a porta da frente. Destrancada. Era absurdo. Algo estava errado. Logo que deram os primeiros passos, notaram o rastro de destruição que fora deixado. Nada naquela estrutura estava inteira. Havia restos de corpos e sangue pelo chão. Eles seguiram pelos corredores correndo o máximo que podiam. O aposento de Nina estava próximo. Não tinham um segundo a perder. Com todo seu esforço, eles corriam em direção ao inesperado. Estavam agora a uma porta de distância do quarto de Nina. Então, eles ouviram gritos. Uma jovem gritando. Era Nina. Eles então arrombaram a porta com um chute e adentraram. Encontraram um rapaz com Nina no ombro. Ela estava amarrada. O rapaz, de costas, abrira um buraco na parede algum tempo antes. Ele não era alto. Seu cabelo era comprido, mas separado em duas mechas diferentes. Cada uma delas em uma espécie de rabo de cavalo. Ele usava uma jaqueta preta fechada até a boca. Com uma leve risada, ele se virou. Viu-se então um símbolo enorme de uma aranha branca em sua roupa. Ele era, com certeza, da D.A.N.T.E., com um olhar vazio, o pequeno rapaz disse somente.

– Hemp. Foram mais rápidos que eu imaginei. Será que aquele inútil do Yuri não é capaz de segurar essas crianças por mais um dia apenas? Era para isso ser em silêncio. Mas não importa. Chegaram tarde demais.

Os olhos de Edge se encheram de fúria. Aquilo era absurdo. Não deixaria Nina ser levada de forma alguma. Ele então retrucou.

–Calado! Coloque-a aqui! Ela é inocente! Não tem nada a ver com essa briga! Deixe-a de fora disso! Seu covarde!

O seu oponente apenas riu abafadamente e falou

– Então, por que não tenta pegá-la? Vamos! Estou esperando. Seu lixo.

Edge não respondeu. Apenas avançou contra seu oponente. A fúria que corria em seu sangue o deixara sem raciocínio. Ele avançou desarmado, sem plano algum. O seu oponente, rindo, apenas o repeliu com um chute, enquanto, sem derrubar a jovem, saltou para fora do buraco. Ele tinha uma rota de fuga preparada. Antes que Edge pudesse se preparar para segui-lo, ele destruiu sua rota de fuga. Um botão e tudo explodiu. Era dinamite na saída. Ele fugira com sucesso. Edge caíra de joelhos. Aquilo era demais para ele. Nina não estava mais com ele. Ele não aguentou. De joelhos, ele começou a desferir socos contra o chão. Seus olhos, cheios de lágrimas, o forçavam a piscar. Ele estava totalmente descontrolado.

– Saco! Não sou capaz de protegê-la! Por que eu não estava aqui? Por que você não a protegeu também Bran? Por quê?

– Não adianta. Ela é mais uma vítima. Não há nada a ser feito.

– O quê? Você tem noção do que está dizendo? Isso é absurdo! Nós temos que salvá-la!

– Não. Não nesse estado.

– Calado! Temos que ir logo! Não sabemos o que eles querem com ela! Precisamos salvá-la!

– Imbecil! Pare com isso! Você nem sabe para onde eles foram!

– Mas...O que eles vão fazer com ela? Ela não tem nada a ver com isso tudo!

– Esse é o ponto. Acho que é algum tipo de sequestro. Por isso digo para não fazermos nada. Eles vão entrar em contato logo.

– Tem certeza disso? Eu te mato se estiver errado!

– Sim. Eu tenho. Agora tente se acalmar. Você não a salvou por que se desesperou. Podia ter feito algo decente se tivesse raciocinado. Vamos usar esse nosso tempo para bolar uma estratégia para vencê-los.

Edge então se levantou novamente. Seus punhos cerrados. Ele estava em fúria, mas se continha. Devia guardar tudo isso para a hora certa. Seu olhar, fixo no buraco deixado pela invasão, não piscava. Estava determinado. Sua mente só pensava em Nina. Ele só a queria a salvo. Daria sua vida por isso. Então, como forma de alívio, ele se virou para Bran.

– Bran. Prometa-me. Vamos salvá-la. Nem que tenhamos que morrer tentando. Vamos salvar aquela garota!

– Tsc. Calma. Sua namoradinha vai ficar bem.

– Não é hora para brincadeira, Bran!

– Não estou brincando.


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