Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 14
Hunt 13 - Magnum




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/375099/chapter/14


Chegando lá, encontrou Nina no Hall. Ela estava à espera dele, sentada na janela. Quando ele entrou, ela voltou correndo para dentro de casa. Ela não queria parecer preocupada. Logo se deitou e fingiu estar dormindo. Edge entrou e foi logo seguindo para seu quarto, sem parar ao menos para checar se Nina estava acordada. Entrou em seu quarto e logo se sentou na cama, abriu o papel e, quando ia começar a ler, somente sentiu um punho em sua face e, quando levantou do impacto, encontrou Nina sentada em sua cama, lendo calmamente o bilhete. Ele levantou com uma marca vermelha em seu rosto, e foi logo se aproximando de Nina.

– Por que você fez isso !?

– Isso o quê?

– Esse soco!

– Ahh, agora você me notou é?

– Não. Notei só sua mão.

– Hmph, isso não se fala pra uma dama.

– DAMA? Uma dama não dá um soco assim!

– O quê você quer dizer com isso?

Nina estalou os dedos, uma de suas mãos já estava cerrada

– Nada... Esquece...

Edge deu uma risada sem graça. Nina então se virou e voltou a ler. Depois de alguns minutos, ela se virou e olhou Edge fixamente. Ela estava pálida e séria, apontava uma parte da carta. Só se podia ser lido em tinta vermelha, em letras grandes: "BRAN". Ele estremeceu ao recomeçar a carta. Ela marcava um encontro para uma batalha. O fato estranho foi ele ter mencionado o local como "Central 616 da M.A.G.N.U.M.". Ele conseguiria chegar lá. Tinha três dias para treinar antes do encontro marcado. Levantou-se e logo saiu para treinar. Seu braço ainda doía um pouco. Sacou as adagas assim que saiu do quarto. Dirigiu-se a uma grande árvore próxima do local onde estavam hospedados. Lá, treinou arduamente para conseguir melhorar suas habilidades de corpo a corpo. Atirava algumas pedras para o alto e logo sacava suas pistolas, tentando atirar rapidamente e acertar todas.

Passou os três dias nessa mesma rotina de treinos. No último dia, ele acertava as pedras de uma distância enorme. Estava pronto para o encontro. Naquela noite, ele não dormiu, ficou se preparando para a batalha. No outro dia, ele se levantou cedo e saiu com seu carro para o lugar marcado. Eram alguns quilômetros dali. Em 15 minutos, ele estaria lá. Preparava-se mentalmente no percurso. Precisava estar concentrado, pois, dessa vez, o oponente era à sua altura. Ele logo parou o carro. O local à primeira vista parecia um prédio abandonado perto de uma estada. Estava totalmente fechado. Nenhum barulho ecoava pelo local. Somente se encontrava uma grande motocicleta na entrada. Edge se aproximou lentamente. Ela ainda estava quente, o seu dono acabara de chegar. Edge então tentou entrar pela porta da frente. Ela estava trancada. Ele sacou uma de suas pistolas e disparou contra a maçaneta. Com a tranca arrebentada, ele pôde entrar tranquilamente. Por dentro, o local era totalmente diferente. Toda a estrutura era de aço polido recentemente. O local transparecia higiene. Ao entrar, ele notou um enorme logo na parede. Uma pistola totalmente branca com as iniciais M.A.G.N.U.M., logo avançou pelo corredor onde estava. Entrou na primeira porta que avistou. O local estava em funcionamento, mas estava totalmente deserto. Estranhamente deserto. Edge se assustou ao encontrar cadáveres dentro. Uma visão mais aproximada fez o jovem notar que eram cadáveres de demônios. Todos estavam totalmente sem líquido. Edge logo saiu do local. Continuou seguindo pelo corredor. Havia uma grande porta à sua frente. Ele a abriu. Dentro dela, outro corredor, mas esse levava para um complexo subterrâneo. Ele desceu pelo corredor e logo se encontrou novamente de frente a uma enorme porta. A abriu calmamente. Entrou.

Uma enorme salão estava à sua espera. Entrou. O salão era iluminado do alto por um enorme lustre de vidro. Não havia nada além do jovem no salão. Era um lugar totalmente fechado, exceto por dois grandes janelas de vidro bem no alto. Por alguns minutos, um silêncio enorme tomava a sala. Qualquer movimento do jovem era notado pelo eco do local. Até sua respiração era notável naquele ambiente. Então, alguns momentos depois, um som de vidro quebrando tomou o local. Era Bran. Ele acabara de chegar. Viera do alto, tinha quebrado um dos vidros do alto da estrutura e estava caindo livremente no ar. Alguns metros antes de atingir o chão, ele cravou sua enorme espada na parede do salão, aliviando sua queda. Ele pousou em instantes no solo sem nem ao menos fazer barulho. Edge o encarou por alguns momentos. Lentamente, ele questionou.

– Por que você está atrás de mim?

– Como se você não soubesse. Acha realmente que não sei quem você é?

– Como assim? O que você sabe sobre mim?

– Cale-se, seu demônio.

– Demônio?

– Óbvio. Preciso relembrar-lhe do que houve naquela mansão abandonada?

– Como assim? O quê você está dizendo? Eu... Eu não sou um demônio!

Ele o olha assustado e surpreso ao mesmo tempo.

– É exatamente isso que você está ouvindo, maldito!

– Eu não sou um demônio, seu imbecil! Eu... Não sei o que aconteceu naquele lugar...

– Chega! Agora você irá pagar pela sua existência, ser maldito!

Bran o mirou com um olhar cortante, era um olhar de ódio enorme. Edge então se atirou para trás enquanto sacava suas pistolas do sobretudo. Disparou contra Bran várias vezes. Antes de tocar o chão, ele virou no ar e ,usando as mãos para ganhar impulso, saltou de ponta cabeça, ainda atirando. Ele atirava e pegava munição numa velocidade assustadora. Enquanto isso Bran retirou sua espada da parede e a usou como um escudo para proteger-se das balas. Sorriu calmamente enquanto a enorme espada em forma de cruz repelia todos os tiros. Avançou então contra o jovem que acabara de pousar e atacou com sua enorme espada. Edge mal teve tempo de atirar suas pistolas no chão e sacar suas adagas para bloquear o golpe. Conseguiu parar o golpe. Bran apenas sorriu novamente.

Executou um movimento e conseguiu atirar as adagas de Edge para o alto, assim continuando o percurso previsto para a espada. Edge pulou para trás e, com um impulso, pisou na espada de Bran e saltou para pegar ambas as adagas que caíam pelo ar rapidamente. Ainda no ar, ele moveu seu corpo de modo a focar as costas de Bran. Atirou uma de suas adagas, essa que acertou em cheio as costas de Bran. Ele não berrou ,nem ao menos disse nada, apenas retirou a adaga de suas costas e a atirou de volta à Edge. A adaga seguia em direção ao coração de Edge. Ele foi rápido o suficiente para parar a adaga com sua outra adaga. Uma adaga acertou a outra fazendo um enorme som de metal estalando. A adaga atirada por Bran rodou pelo ar. Edge conseguiu pegá-la ainda no ar. Agora, Edge estava no ar se dirigindo a uma das paredes do local. Ele executou meio mortal , para, assim, conseguir apoiar os pés na parede e ganhar novamente impulso para voltar. Ele agora pegou impulso e voltou em direção a Bran. Ele largou sua espada e apenas esperou. Edge avançou com movimentos rápidos. Bran apenas sorria, se movia muito rapidamente, a cada movimento, ele desviava de um dos cortes que Edge lhe queria infligir.

Ele se esquivava com uma velocidade e naturalidade inacreditáveis. Edge acelerou ainda mais os seus cortes. Bran desviou de todos. Ele se abaixou e chutou Edge no estômago, ele foi atirado para trás pelo impacto. Bateu em um estrondo enorme contra a parede. Ele caiu no chão. Demorou alguns segundos para se recompor. Levantou e sacou suas adagas. Bran estava agora com sua espada em mão. Em um movimento rápido, ele atirou sua espada contra Edge. Ele se moveu para a esquerda. Depois de alguns momentos, a espada atingiu novamente a parede, causando um enorme impacto que lançou pedaços da parede para todos os cantos. Edge protegeu seu rosto com o sobretudo. Alguns momentos após a poeira baixar, ele sentiu uma enorme dor tomar seu braço. Ao olhar para ele, encontrou um corte em seu sobretudo e em seu braço, que sangrava um pouco. Ele logo retomou sua concentração e avançou contra seu oponente. Havia guardado as adagas e agora avançava desarmado. Correndo, ele alcançou Bran em poucos segundos. Saltou e girou no ar em um chute que pegou Bran de surpresa. Seguido desse chute, outro chute com a outra perna, atirando Bran para longe, fazendo-o bater contra a outra parede. Edge então pousou graciosamente no solo e correndo, pegou suas pistolas, que estavam no chão desde o começo da batalha. Com ambas em mãos, ele avançava pelo campo de batalha que a alguns momentos atrás era um silencioso salão. Ele disparava contra a parede onde Bran estava impiedosamente. Assim que a poeira do impacto do guerreiro na parede, só se podia notar uma parede totalmente cheia de buracos. Bran estava de pé, apenas com alguns cortes em sua vestimenta pelos tiros que passavam de raspão.

Edge então começou novamente a atirar contra ele numa velocidade absurda. Bran corria para os lados e desviava dos tiros tranquilamente. Olhava fixo para Edge enquanto desviava dos tiros. Edge então prevê o próximo movimento de Bran, dispara no local e então, Bran se move novamente, dessa vez avançando contra a bala que seguia em sua direção. Ele então por alguns momentos não é ferido fatalmente na cabeça. Conseguiu se abaixar, fazendo o tiro passar acima de sua cabeça. Edge sorria tranquilo. Bran o observava.

– Aquilo não era algo que humanos sejam capazes de fazer!

– E daí? Eu não faço ideia do que foi aquilo, mas eu posso garantir que eu não fiz nada!

– Como assim?

– Se eu me lembrasse da minha vida, seria mais fácil saber o que sou, mas infelizmente não sei. E aquilo foi um evento repentino, estou até agora tentando entender.

– Hm...não irá me enganar com esse truque barato de amnésia!

– Acredite se quiser. Não sei o que sou. Não sei se sou humano, se sou demônio. Para mim, pouco me importa. Isso não irá mudar meu modo de agir nem meus ideais. O que eu faço é acabar com demônios que merecem punição nesse mundo!

– Todos merecem!

– Até certo ponto eu concordo com você, Bran. Mas certa garota me fez acreditar que existem casos raros em que não vale a pena mata-los.

A memória do espírito que encontrara em Puritah o fez pensar novamente.

– Já está tentando se livrar da morte com esse papo, não é? Nós, da Magnum, não deixaremos você sobreviver, demônio imundo!

– Magnum? A Ordem dos Caçadores?

– Sim. Nós cuidamos desses seres que invadem nosso mundo para causar o caos e a desordem!

– Você acredita mesmo que está certo no que diz?

– Claro! Não adianta, as palavras sujas de um demônio como você não me farão mudar de ideia!

Ele olhou Edge com um olhar furioso e pegou novamente sua espada. De repente, um enorme estrondo é ouvido no local. Um gigantesco buraco surge de uma das paredes. De dentro dela, um enorme homem com um grande rifle surge. Ele andava calmamente pelo local. Fitou Bran e disse apenas.

– Morra.

Apontou seu rifle contra o rapaz e disparou contra ele três tiros. Edge não suportou. Atirou com suas pistolas na direção do homem enorme. Cada tiro disparado por Edge foi em direção ao tiro disparado pelo rifle. Ao se chocarem, uma enorme explosão tomou o local. Os tiros do rifle atravessaram facilmente os das pistolas de Edge, tendo apenas uma mudança de direção. Bran foi atirado para trás. Edge agora podia ver claramente o oponente. Ele tinha um enorme cabelo vermelho que cobria por completo seu rosto. O cabelo era atirado para frente de modo que não se deixava muito espaço para se observar a face. O pouco que era visto era apenas um sorriso sem emoção nenhuma em sua face e duas grandes linhas vermelhas que lhe corriam pelo rosto até os olhos, estes cobertos pelo cabelo vermelho. Trajava uma camiseta regata vermelha. Acima dela, vários cintos de couro negros estavam presos firmes na camiseta. Formando uma espécie de armadura de cintos. Um enorme cadeado prendia todos os cintos e ficava exatamente no meio da camiseta, segurando os cintos e duas grandes correntes que subiam pelo ombro do ser e voltavam pelas costas dele. Era muito forte, tendo músculos muito bem definidos. Trazia em cada braço uma grande cicatriz que surgia na lateral do braço e seguia até o meio do braço para então descer em direção à mão. Usava uma calça negra com pequenos desenhos de chamas em sua ponta. Em suas mãos, ele trazia o enorme rifle que usara para abrir aquele enorme buraco. Era um rifle negro, tinha 1,80m de comprimento. Trazia duas enormes hastes de metal soldadas ao rifle, eram usadas para segurar o enorme rifle. Ele tinha um sistema de disparo na qual quando uma haste fosse empurrada, o rifle dispararia. Ele tinha também uma abertura pelo qual as balas voavam ao serem gastas. Possuía marcas iguais às cicatrizes nos braços do enorme ser que fitava os dois combatentes, que agora estavam mais preocupados com o gigante. Ele falou sem nem mudar a expressão.

– Agora a Magnum tem um cachorrinho a mais?

Ele fitou Edge. Bran respondeu, surpreso.

– Ele...Ajudou-me? M-Mas por quê?

– Claro. Você tem a mesma meta que eu, acabar com os demônios nesse mundo. Não tenho por que matá-lo agora.

– Hmph. Você pode não ser tão idiota quanto imaginei. E belo truque com as balas, por sinal.

– Vou considerar isso um elogio.

Eles se entreolharam.

– Quem é você?

– Número 8.

– Como assim?

– Não ouviram falar da Dante?

– Dante !? Você quer dizer aquela organização criada por revoltos da Magnum que adquiriram poderes sobrenaturais? Eles não haviam parado de agir depois do fim da Magnum?

Bran estava perplexo. Edge nunca viu alguém tão assustado. Suas pupilas estavam dilatadas.

– Eu estou aqui para provar que não. Isso é só um aviso. Nós da Dante agora temos força suficiente para nos equipararmos com a Magnum e sairmos do escuro. Poderemos sair ao público muito em breve. Espero que tenha entendido, Cãozinho da Magnum.

Ao pronunciar isso, ele se virou e saiu. Edge tentou segui-lo, mas foi parado por Bran.

– Não vá. Se for, será morto. Deixe-o ir, pelo menos por enquanto. Venha comigo, temos coisas a fazer agora.

– Como assim?

– A Magnum está em crise. Nós estamos com sérios problemas.

– Explique isso melhor.

– A Dante é uma organização oposta à minha. Ela tem ideais totalmente opostos aos nossos. Ela pretendia eliminar a Magnum. É formada por ex-membros da Magnum que se entregaram aos poderes dos demônios. Antes, Nos atacaram e sumiram de maneira completa. Agora voltaram como algo concreto e uma ameaça à Magnum! Preciso dar um jeito nessa situação.

– Hm... E por que você está me contando isso?

– E-Eu...Acho que vou precisar da sua ajuda. Demônio ou não, me ajudou. Retribuirei esse favor lhe dando essa chance.

– Como?

– Você seria um reforço enorme na Magnum. Quer eu queira ou não, é o que eu posso fazer. E o que deve fazer, na realidade. Agora já o consideram membro, te viram comigo. Desculpe, mas já foi jogado nesse meio.

– Ah, ótimo. Mas e a Nina?

– Ela pode vir aqui. Nós forneceremos a você moradia aqui no QG da Magnum. Não se preocupe com isso. Temos outros esconderijos espalhados por aí, podemos nos manter por certo tempo.

– Entendo.

– Então?

– Aceito.

– Bem vindo à Magnum, Edge.

– Obrigado... Eu acho. Agora preciso busca-la.

Edge então se retirou do local. Foi para casa contar a Nina o que acontecera nesse dia. Chegando lá, encontrou Nina adormecida. Acordou a garota e contou cada detalhe da história. Ela então apenas levantou uma das mãos e deu um soco forte em Edge, que caiu para trás.

– P-Por que isso Nina?

– Você confiou nele?

– O que mais eu podia fazer?

Ela avança sobre ele, batendo ainda mais nele.

–...Ai.

– Você só diz isso?

Agora nós vamos morar sob a supervisão dele e você diz apenas ai!? Deveria se desculpar!

– Ok... Desculpe...Ai.

– Cale-se e durma logo, amanhã estamos de mudança, esqueceu?

– Claro que não, eu que... Ele toma mais um soco, vendo que não há o que fazer, ele vai se deitar.

"Bem Vindo à Magnum."

Deitou-se. Talvez, fosse o destino, mas aquilo de alguma forma trazia uma estranha sensação de felicidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.