Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 11
Hunt 10 - Possession




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Ele se levantou. Encontrou uma grande caixa de veludo no solo do seu quarto. Surpreso, a abriu. Lá dentro, uma espada embalada em um tecido branco bastante fino e rico. Separou o pano do resto do objeto e encontrou lá uma espada de ébano, totalmente negra. Em sua base, alguns cristais que se pareciam com rubis. A espada era de uma lâmina levemente torta, mas parecia extremamente afiada. Era um tanto quanto estranho, mas ela era completamente opaca. Não havia brilho em nenhuma parte da negra lâmina daquele artefato. Logo notou que não era presente de sua família. Não havia nenhum bilhete nem nada do gênero. Aquela espada simplesmente apareceu no seu quarto. Ele então a segurou. Naquela época, era incomum achar um objeto que parecesse valer tanto. Sempre foi muito pobre, então aquilo poderia ser uma chance única. Sentiu um choque estranho. Caiu no chão alguns segundos depois. Estava totalmente imóvel, não respirava, não via nada. Morto. Alguns minutos depois, houve uma movimentação naquele ambiente. Algo inesperado. Ele se levantou como se nada estivesse acontecendo. Andou até o espelho e olhou para si próprio calmamente. Assustou-se como nunca antes. Estava totalmente pálido, seus olhos estavam vermelhos por inteiro, como se estivessem irritados. Sua boca estava com rastros de sangue, e nela, sentia-se o gosto do sangue fresco. Pequenas partes de sua pele se soltaram levemente, deixando o músculo por baixo aparente. Suas mãos se alongaram um pouco, tomando uma forma muito mais esguia que antes.

– O Que está havendo comigo!?

Ele então sentiu algo frio em suas mãos. Era a espada, o segurava empunhada. Tentou soltá-la no chão. Não conseguira. Sua mão não obedecia. Algo o assustou novamente. Pousou sua mão sobre a que empunhava a espada. Estava fria, mais fria que o próprio metal da espada. Não podia controlar aquela mão. Ela estava morta. Ou era o que esperava. Logo um barulho surgiu na porta de seu apartamento. Um convite para sair, ao que parecia. A recém-morta criatura não entendeu completamente o que foi dito, mas aparentava ser algo casual, apenas tomar uma cerveja, nada demais. Ele atendeu, escondendo a mão morta. O amigo entrou naturalmente, sorrindo. De repente, o rapaz sentiu algo quente em sua mão. A espada estava queimando, extremamente quente. Como se estivesse possuída, ela se fincou no peito do amigo do pobre jovem. Ele entrou em pânico. Não queria matar o amigo, aquilo não foi ideia dele. Correu para fora de casa. Nunca mais foi visto nos arredores da cidade. Em uma cidade vizinha, surgiu a lenda de um matador amaldiçoado que matava todos que viam sua mão morta com uma única espadada. Todos morriam quando o encontravam. A contagem de pessoas encontradas em estado extremamente trágico era gigantesca. Alguns anos se passaram e as pessoas dessa cidade estavam apavoradas com os assassinatos misteriosos. Surgiu então uma pequena ideia. Uma esperança, talvez. Não fizeram outra coisa. Um informante chegou à cidade e acabou por contar histórias de um caçador. Logo, Edge foi chamado. No hotel, atendeu ao telefone calmamente. Explicados os fatos, ele chamou Nina e se dirigiram à cidade. Somente algumas horas de viagem. Nina ia com ele, sorrindo. Já tinha se acostumada àquela vida. Juntaram suas coisas e foram para a cidade. Em algumas horas, estariam entrando em ação novamente.

– Edge, qual a missão de hoje?

– O mesmo de sempre. Demônios. Sempre demônios.

– Hm. Imaginei...

Eles então, depois de uma agradável viagem, em que passaram a maior parte do tempo pensando no novo caso, chegaram à cidade. Ruas totalmente desertas. Nenhum humano, nada naquela deserta rua. Somente Edge e Nina. Eles bateram à porta de um pequeno bar, iriam se hospedar lá. Uma voz abafada logo surgiu do outro lado da porta.

– Quem é?

– Estamos aqui para nos hospedarmos.

Uma portinhola abriu. Ele pode ver Edge e Nina parados lá. Lentamente, tomou coragem e abriu a porta. Foi muito grosso.

– Podem ficar no quarto de cima, mas tomem cuidado.

– Obrigado senhor.

Eles se hospedaram no bar. Naquela mesma noite, Edge saiu para fazer seu trabalho. Abriu lentamente a janela de noite e pulou por tal com cuidado para evitar qualquer barulho. Foi descendo pelo telhado, correndo silenciosamente pela cidade totalmente deserta naquela bela noite de lua crescente. Descendo lentamente pelo Bar, passando pelo letreiro luminoso que indicava o nome do bar, "Ebony". Ele alcançou o chão lentamente levantando uma pequena nuvem de poeira. Em alguns segundos, estava o jovem a andar calmamente pelas ruas, como se nada o incomodasse. Alguns momentos depois, ouviu um pequeno som de passos se aproximando. Logo em seguida, apenas ouvia-se uma respiração ofegante de algo que se aproximava sem pressa. Avançava sem hesitar um segundo sequer. Esse ser não parecia sentir medo, raiva, nem sentimento algum, era como um ódio sem motivo, um vazio enorme preenchido por um sentimento violento. Ele estava chegando próximo de Edge, ele já podia ver um vulto emergindo das sombras de um beco próximo. Deu um leve sorriso. Agora, a criatura podia ser vista claramente em meio aos postes de luz falhos e a luz fraca que era emitida dos que ainda restavam.

Era somente um jovem. Seu cabelo estava enorme e totalmente bagunçado. Seus olhos estavam vermelhos como se não dormisse há muito tempo. Suas roupas eram simples e estavam totalmente sujas e rasgadas. Sua feição era de um terror inimaginável. Suas pupilas estavam dilatadas. Seus olhos estavam trêmulos. Ele andava, arrastava algo pelo chão, fazendo um barulho de metal arrastado. Era uma espada negra. Era bastante grande e consideravelmente deformada. Sua lâmina parecia estar estilhaçada em vários pedaços. Ele estava andando sem medo nenhum, avançava lentamente. Estava a apenas um metro do jovem. Num movimento rápido, empunhou a espada e avançou contra Edge com um corte diagonal. Edge se esquivou se abaixando e rolando para o lado. Antes de conseguir terminar o movimento, o ser o chutou na barriga, fazendo-o rolar por alguns metros, parando do outro lado da rua. Então, Edge sacou suas pistolas e disparou contra o ser que insistia em avançar contra ele, o jovem num ato rápido, cortou as balas que avançavam contra ele num golpe de espada apenas. Era um exímio espadachim. Continuava avançando enquanto Edge disparava como louco. Cada bala era repelida pela espada do jovem espadachim. O espadachim logo o alcançou, com movimentos rápidos, ele dava espadadas em Edge com fúria. Edge desviava velozmente. Num dos movimentos, acabou sendo atingido de raspão no braço. Seu braço agora estava ficando vermelho de tanto sangue. Edge estava acostumado a esquivar-se de Nina, mas ela possuía movimentos suaves e precisos enquanto esse homem tinha apenas movimentos coordenados pela força bruta e pela raiva.

– ARGH!

– Morra!

– Você acha mesmo que vou morrer aqui?

– Morra... Morra... MORRA!

– Entendo. Hm. Poucas palavras, não é mesmo?

Edge então somente se apoiou no braço ferido. Com a mão do braço ileso, ele sacou as adagas dadas por Nina e, num movimento inesperado, deu uma rasteira no possuído jovem. Ele caiu num baque surdo, ainda empunhava a espada. Edge se levantou e tomou uma posição de batalha semelhante à que treinou com Nina. Empunhando as duas adagas, ele foi andando para trás para tomar distância do ser, que, nesse momento, se levantava calmamente, também tomou posição de batalha e, alguns segundos após se encararem avançaram. Ele empunhava a espada agora com as duas mãos. Edge apenas o esperava atacar, não demorou muito, ele logo o alcançou e foi logo desferindo um enorme e poderoso golpe horizontal. Edge se abaixou, ficando muito próximo do chão. Aproveitou-se para saltar para o lado e desferir um golpe rápido na cintura do oponente. Esse golpe abriu levemente a pele do alvo, que não sangrou. No lugar disso, uma substância próxima de óleo escorreu pelo ferimento. O oponente logo revidou. Emendou o golpe horizontal com um vertical, por cima. Edge teve tempo apenas de se apoiar numa base mais firme e cruzar as adagas, que se chocaram com a espada num baque metálico bastante forte. O golpe que sofrera feriu seus dois braços devido à força, mas era algo controlável. Usou sua força para jogar a espada para o lado, abrindo a guarda do mesmo. Deveria igualar o combate. Com uma adaga, focou um corte no peitoral, horizontal. Com a outra, ele executou um corte vertical na altura do braço do jovem. Em cheio. Feriu o braço do habilidoso espadachim. O mesmo material saiu do braço da criatura. Ela simplesmente repetiu.

– Morra... Morra... Morra!

– Só sabe falar isso? Esperava mais de você!

Ele tentava demonstrar tranquilidade, mas estava preocupado com a batalha. Poderia perder se ao acaso se descuidasse. Aproveitou esse momento para pensar. Alguns momentos depois, montou uma estratégia. Várias possibilidades passaram em sua cabeça. Avançou contra o ser e, num movimento rápido, atirou suas adagas na espada negra dele. Uma delas bateu apenas na lâmina de leve e com o ângulo, subiu rodopiando no ar. A outra se fincou na espada com um barulho de metal vibrante. Sacou suas duas pistolas e disparou contra o inimigo. Quando ele fez o movimento para defender os tiros, Edge pulou e agarrou a adaga que girava no ar. Empunhou-a em um segundo e usou a adaga presa à espada como um trampolim. Chutou-a, ganhando impulso. Saltou diretamente sobre o espadachim e num mortal um tanto quanto improvisado, arremessou sua adaga na mão que segurava a espada. O impulso que Edge deu para o salto, voltado para baixo, prendeu a espada do alvo no chão. O pulso do jovem foi cortado fora. A mão que segurava a espada permanecia firme. Nesse mesmo momento, o jovem caiu morto no chão. Seu corpo foi apodrecendo instantaneamente enquanto o líquido próximo de óleo escorria. Ele se tornou apenas uma caveira à mostra no meio da rua. Edge então se aproximou lentamente da espada. Foi cambaleando, pois a ferida em seu braço o deixara com pouco sangue, ele estava fraco. Com suas últimas forças, chegou à espada, e, com uma mira incrível, acertou um tiro no cabo da adaga, que penetrou fundo na espada, partindo-a em dois pedaços. Quando fez isso, o cadáver do jovem começou a queimar em chamas negras. Ouviu-se um grito enorme vindo da espada. Era uma voz assombrosa, em pânico. Edge nunca ouvira isso antes. Logo após isso, Edge voltou para seu quarto. Era quase manhã. Ele estava tão cansado que mal pode acabar de curar sua ferida e desmaiou em cima da cama. Tanto que não pode notar uma sombra que o observava na escuridão de um beco.


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