Devil Hunter E - A inspiração de ChrysopoeiaRPG escrita por Cian


Capítulo 10
Hunt 9 - Training




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Acordou, ainda dolorido. Levantou-se, trocou de roupa, colocando roupas um pouco mais casuais e saiu para passear, andando nos arredores do hotel em que estavam hospedados. Encontrou Nina no gramado. Ela olhava para a sua sacola cheia de artefatos que encontrou naquele antigo quarto com certa curiosidade.

–Nina?

–Edge!

–Estou bem... Ainda um pouco dolorido, mas bem. O quê foi?

–Nada. Somente estou pensando... Por que eu trouxe aquilo?

Ela apontou para as adagas e espadas que estavam na sacola. Sem hesitar, se levantou e andou até a sacola. Ela não estava muito distante, apenas alguns passos. Chegou, abriu a sacola e pegou uma adaga. Num misto de brincadeira e curiosidade, ela atirou a adaga contra uma árvore. A adaga seguiu reta e rápida, se fincando na árvore alguns segundos depois do arremesso.

– Wow! Como assim?!

– Nina, onde você aprendeu isso?

– Eu... Eu não aprendi isso!

Ela então retirou a adaga da árvore e foi logo atirar contra outra macieira. Mirou numa grande maçã e, depois de alguns segundos tentando mirar, atirou. A adaga pegou em cheio e caiu próxima à árvore com a maçã cravada em sua lâmina.

–Não é difícil.

– Você consegue, Edge?

– Não. Eu não pratiquei isso nunca.

Ele pegou a adaga e mirou em uma maçã. Atirou. Errou por alguns centímetros. A adaga ficou presa na árvore, num galho próximo.

–Edge... Como você não consegue?

Ela agora pegou uma adaga com cada mão, retirando uma da sacola. Atiramos ambas em duas maçãs. Em cheio. As duas caíram no chão próximo uma da outra.

–Como você faz isso?

– Eu não sei... Eu olho e enxergo exatamente aonde tenho que acertar. Parece tão natural...

– Já entendi.

–E-Edge?

– A sua visão especial... A sua visão de energias não se limita só a seres humanos. Você é capaz de sentir todo tipo de energia, Nina. Sabendo exatamente quanta energia um objeto possui e quanto precisa aplicar nele, você consegue essa mira perfeita. Nada mal. Tenho um pedido, nesse caso.

– E-Edge?

– Eu quero que você me ensine. Ensine-me como joga essas adagas. É sempre bom aprender coisas novas.

– C-Claro...

Alguns momentos depois, Nina estava explicando cada passo para atirar as adagas. Ela o explicava com uma leveza na voz e certa tranquilidade. Falava de um jeito simples.

–Tente. Mire naquela maçã. Se concentre, o vento está um pouco para a esquerda, isso poderá alterar sua trajetória. Curve um pouco mais o braço. Segure mais para cima.

–Está certo. Deixe-me tentar.

Ele sacou a adaga e num movimento rápido, atirou-a contra a maçã. Essa foi cortada de raspão pela adaga, que se fincara em um galho próximo.

–Quase! Continue assim! Nada mal! Sua mira é realmente boa!

Então, Edge passou algumas horas treinando. Atirava as adagas, tentando se aperfeiçoar nessa técnica que o impressionara de imediato. Atirava as adagas, mas sempre errava ou acertava de raspão. Com suas pistolas, era uma situação muito mais simples. Estava acostumado a disparar. Não tinha que se preocupar tanto com o vento, a trajetória do projétil e afins. Estava começando a perder a esperança. Sacou outra adaga, essa era uma das adagas que chamaram a atenção de Nina naquele local.

Era uma adaga totalmente negra, completamente diferente das outras adagas. Ele sentiu uma pequena energia tomar seu corpo. Como se praticasse lançamentos há muito tempo, atirou a adaga negra contra a maçã. Em cheio. Ela caiu no chão pouco depois com a maçã encravada em sua negra lâmina. Sacou também a segunda adaga, a transparente como cristal. Sentiu agora uma energia um pouco diferente. Atirou a adaga, ela percorreu todo o percurso. Caiu exatamente do outro lado da maçã que o jovem deixara no chão ao acertar a adaga negra. Era como mágica. Simplesmente acertava o lançamento agora. Não entendia bem o porquê, mas a sintonia entre aquelas armas e seu corpo era bem maior. Estava começando a escurecer. Ele guardou as adagas na mochila e entrou no hotel, estava exausto. Subiu e se deitou, dormindo alguns segundos depois.

Dia seguinte. Saiu para treinar novamente. Encontrou Nina no mesmo local que antes. Agora, ela estava com duas espadas em mãos. Executava golpes rápidos e precisos, atacava o tronco de uma grande árvore que ficava nos arredores do hotel. O tronco estava totalmente coberto de cortes. Ela ainda estava cortando, seus movimentos eram incrivelmente habilidosos. Ele se assustou novamente com a habilidade de Nina. Alguns momentos depois, se aproximou dela, falando num tom baixo. A visão da garota era algo assombroso. Naturalmente ela conseguia sentir o fluxo de energia de tudo, em muitos aspectos diferentes. Aquilo realmente era extremamente útil.

– Nina... Queria treinar com você. Você aceitaria?

– Claro!

Então está feito... Eu queria usar essas duas adagas. Sem problema?

–Claro que não Edge! Mas cuidado, não vai me machucar, vai?

– Tsc. Até parece. Pelo que eu estou vendo, é bem o contrário.

Ela foi até a mochila e pegaram as duas adagas que o jovem pedira. Ela o entregou a adaga negra e a transparente. Ele as empunhou com certa naturalidade. Lentamente, tomou uma posição de defesa, colocando-as cruzadas à sua frente, esperando pela garota. Ela então, pegou as duas espadas e foi atacar o jovem. Correu e fez um corte vertical rápido.

Ele, por instinto, saltou para o lado. Ela sentiu esse movimento. Estava com a outra espada pronta para perfurá-lo naquele instante. Ele então posicionou uma das adagas protegendo seu corpo da espada e fincou a outra no chão. Se segurando na que fincara, executou uma pequena rasteira. A garota prevenira esse ataque também, saltando para fora de perigo. Agora, Edge estava atacando, tirara a adaga do solo e avançava contra a garota. Sem hesitar, ele executou um corte horizontal com uma das adagas. Foi facilmente bloqueado pela garota, que parou o golpe com uma das espadas num choque metálico que ecoou pelo local. Ela, então, executou um contra ataque com a espada que estava livre, executando um corte vertical. Edge bloqueou esse ataque também, usando a outra adaga, causando outro choque metálico. Agora, os dois se golpeavam rapidamente, sendo bloqueados instantaneamente. Os barulhos dos choques só aumentavam cada vez mais, cada intervalo entre um e outro diminuía à medida que eles atacavam e defendiam. Edge então, executou um corte diagonal. Nina o bloqueou na hora.

Sem querer, ela escorregou e ia cair, quando Edge a segurou. Ela corou no mesmo momento. O treino acabou instantaneamente. Eles se dirigiram novamente para o hotel. Chegaram lá, jantaram e foram cada um para seu quarto. Dormiram bem. Nina sonhou com o momento da queda, como foi amparada por Edge. Edge não sonhou. Acordou no dia seguinte exausto do treino. Levantou-se e foi logo treinar novamente. Pegou as suas adagas favoritas e foi para a grande árvore treinar. Queria se tornar um bom utilizador de tais armas. Começara o treino. Lentamente, foi se aperfeiçoando nas técnicas das adagas. Aprendendo, ele marcava a árvore com seus esforços ao final do treino. Estava totalmente ofegante, exausto. Deitou-se à sombra da árvore e ficou lá a relaxar enquanto admirava a paisagem do local. Após alguns dias de treino, o jovem estava totalmente acostumado com tais armas. Numa tarde, Nina o viu treinar. Estava tão empolgado que ela tomou uma decisão. Aproximou-se dele lentamente.

– Edge. Eu queria lhe dar uma coisa...

– Nina. O que é?

– As suas adagas. Você sabe manejá-las bem melhor que eu...

– Não minta assim!

– Eu tenho outras muitas, fique com essas, por favor!

– Nina. Obrigado.

– Não agradeça, apenas use-as como queira, é um presente.

– Ok. Eu irei treinar sempre E vou me tornar melhor que você algum dia!

– Tá. Não exagere, hein?

– Vamos, está na hora da janta.

– Claro... Estou com fome!

– Edge. Você nunca muda...

Nina riu.


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