Todos naquele show estavam assustados e agitados, causando a desorganização total no local. Luffy correu até companheira, que estava desmaiada no chão sangrando muito, e uma poça de sangue se formava ao seu redor. Rapidamente os seguranças a levaram em uma maca, enquanto Luffy estava estático e tremendo levemente, pelo susto.

Estava com medo.

– Nami!!! - Chopper e Usopp gritaram. Ouvindo também um "Nami-san" de Sanji e outros gritos de Franky e Brook.

– Eu vou com a Nami para o hospital! - disse Robin, largando seu instrumento e correndo na direção que levaram Nami, sendo seguida por Chopper. Isso fez com que os fãs que estavam na plateia gritassem e se agitassem mais, querendo invadir o palco para saber o que estava acontecendo com a vocalista da banda que tanto amavam.

– Luffy, vá! - Zoro gritou por causa do barulho, balançando o capitão, tinha que abrir os olhos dele para o que estava acontecendo; sua amiga havia acabado de ser baleada no meio um show muito esperado, estava sendo levada para o hospital e Luffy ficava parado?

O garoto do chapéu de palha acordou com aquilo, e rapidamente saiu correndo atrás da companheira. O resto do bando ficaria e tentaria acalmar os fãs, afinal, todos, incluse eles, estavam muito preocupados com o estado de sua amiga.

Casa dos Supernovas; 21:12 PM

– Nami!!! - Bonney se levantou num pulo ao ver o que havia acontecido ao vivo para o Japão inteiro ver. - não pode ser... não pode ser... Eu disse, eu disse que ele logo daria o primeiro passo, Law! MAS QUE DROGA! - a rosada andava de um lado para o outro, suava frio e estava pasma.

– EU VOU MATAR O DESGRAÇADO QUE FEZ ISSO, MAS É AGORA! - Kid se levantou revoltado.

– SE ACALMEM! - Law gritou, fazendo os dois amigos pararam. - tudo o que temos que fazer primeiro é nos acalmar... E pensar. Sabemos quem foi a responsável por isso, só pode ter sido ela, então não é nenhum mistério! Agora, o nosso problema é outro... - como sempre, Law agia com causa e precisão. Kid e Bonney se acalmaram, ouvindo atentamente o que o outro dizia. O Trafalgar olhou para Kid, continuando; - Kid-ya, você se lembra do que eu comentei ontem a noite?

– Sobre as garotas da playboy? - o ruivo respondeu como se fosse a coisa mais natural do mundo de se na frente de uma garota.

– Não. "e foi você que começou com isso." - completou mentalmente. - sobre a onde de sumiços de cirurgiões no Hospital Sakura... - Bonney pareceu não entender onde Law queria chegar com aquilo. - se não houver cirurgiões lá, pode demorar para ela chegar até outro hospital, levando em conta que Nami-ya tem um corpo um pouco mais frágil comparado às outras pessoas... - suspirou, se levantando e pegando as chaves do carro. Já de costas e andando, ele completou percebendo que Kid e Bonney o seguiam querendo saber mais. - ...ou seja, ela pode morrer.

Isso foi como um choque de realidade para os donos dos cabelos chamativos. Já estavam em frente ao carro, quando gritaram novamente:

– CORRE JÁ PRA AQUELE HOSPITAL!

(...)

– Hiluluk! Não tem ninguém pra cuidar da Nami?! - Chopper estava chorando desesperadamente, enquanto gritava com o pai adotivo, dono daquele hospital. Todos ali estavam angustiados, enquanto Nami estava na sala de cirurgia recebendo soro.

– Entendam, por favor! Os nossos cirurgiões estão sumindo um por um, e só restaram dois aqui. Sendo que um está realizando a cirurgia de uma criança que chegou agora pouco em estado grave, e o outro foi atropelado . Você sabe muito bem o que estamos passando aqui, Chopper! - Hiluluk respondeu limpando o suor, queria muito ajudar a amiga de infância de Chopper, ele conhecia todos daquela banda desde que eram apenas crianças.

– Você não pode fazer a cirurgia, Chopper?! - Robin perguntou olhando para o amiguinho.

– *snif* gomem, Robin... *snif* eu ainda... *snif* não sou especializado em cirurgias desse tipo... *snif* waaaaaaahhhh... - Chopper voltou a chorar, mesmo entendo de medicina, não poderia ajudar a amiga que estava a beira da morte, estava se sentindo horrível e inútil.

– MAS SE CONTINUAR ASSIM, A NAMI VAI MORRER! - Luffy gritou sentindo o sangue ferver, estava com raiva, triste, e com medo.

– Podemos mandá-la para outro hospital. - Hiluluk sugeriu, antes que o moreno continuasse a gritar e incomodasse os outros paciêntes.

– Não dá tempo, até lá a Nami pode morrer! - Chopper retrucou entre pausas do choro.

– Não temos outra saída... - Robin parou de falar aos poucos, ao sentir passos apressados se aproximando deles.

Lá estava ele: Trafalgar Law, um dos cirurgiões mais renomados do Japão, mesmo sendo jovem. Mas é claro, como não tinha pensado dele antes? Sabia muito bem que o amigo não recusaria ajudá-los. O Trafalgar passou por eles sem dizer uma palavra, estava com pressa, muita pressa. Chegou na sala de cirurgia e colocou o jaleco e as luvas, pronto para começar a operação. Os enfermeiros o conheciam, de vez em quando ele fazia umas cirurgias ali no hospital, por isso seguiam atentamente á todos os seus comandos.

Luffy não tinha entendido o que que seu colega de escola fazia ali, e ainda mais realizando a cirurgia de Nami. Então, sobrou para Robin, Bonney e Kid - que haviam aparecido logo após o Trafalgar - explicar o motivo da ação do supernova. O vocalista da banda pareceu entender, mas ainda estava muito tenso. Segundo Hiluluk, ela tinha chances de não sobreviver, já que a bala perfurou sua barriga.

Assim, se passaram duas horas e nada. Ace, Nojiko, Nayden, Lisa, Sabo e os outros mugiwaras já haviam chegado super preocupados e aguardavam na sala de espera.

– Como será que anda a cirurgia...? Está demorando muito... - Nayden comentou em meio ao silêncio mortal, estava extremamente preocupado com a irmã. Lisa suspirou, abraçando-o.

– Calma... Vai ficar tudo bem. - as palavras doces da não-oficial namorada foram o suficiente para fazê-lo relaxar os músculos.

– Shanks-san não veio por que, Zoro? - Robin perguntou para o esverdiado ao seu lado.

– Ele queria vir - este respondeu - mas teve que resolver umas coisas chatas lá. Estamos com problemas, já que abandonamos um show depois de tocar só uma música.

– Depois pensamos nisso, marimo. O que importa no momento é a Nami-san. - Sanji disse, acendendo seu cigarro. Mas logo o apagou lembrando que era proibido fumar ali.

– Ahhh tô de saco cheio! Eu vou é entrar naquela sala e ver o que o esse cara tá fazendo com a minha companheira!! - Luffy se levantou bufando, não aguentava mais esperar esse tempo todo. Usopp, que estava mais perto do amigo, o segurou com toda a força que tinha.

– Calma Luffy! Acredite, eu sou pessoa que mais entende o que você está sentindo, mas você não pode ir entrando na sala de cirurgia assim, o melhor a fazer agora é se acalmar e esperar! - Luffy se acalmou, e se sentou no chão, emburrado.

Todos os amigos de Usopp entendiam o que ele queria dizer com aquilo, e realmente, a situação era parecida com a que ele passava. Mas ninguém comentou nada sobre isso, sabendo que seria algo duro para o mentiroso. Novamente o silêncio se instalou na sala de espera, pois todos estavam em silêncio aguardando notícias, cada um com seus pensamentos.

– "Huh..." - Bonney olhou para Ace, que estava sentado em uma das poltronas com Nojiko ao seu lado, escorada no jovem de sardas. Ele passou o braço por cima da namorada, passando uma sensação de conforto. Ela parecia muito triste e abalada, o medo de perder mais um membro importante de sua pequena família falava mais alto que qualquer coisa. Apesar da situação, a rosada não conseguia deixar de ficar incomodada com aquilo. Era difícil pra ela aceitar que ele é dela, e não podia nem contestar.

Isso a fez pensar como o mundo o injusto com ela. Bonney nunca quis se apaixonar, a culpa era dele, a culpa era toda dele, que lhe estendeu a mão com aquele sorriso encantador.

– "Eustass Kid, nosso maior concorrente está aqui esperando a Nami sair da sala de cirurgia... Que estranho." - Zoro observou, e logo olhou para Robin, que parecia estar pensando a mesma coisa. Sem hesitar, ela comentou:

– Eustass Kid-san, o que está fazendo aqui? - Robin perguntou sem medo, dobrando a perna elegantemente. - sem querer ser rude, mesmo na escola você nunca foi de falar conosco, por que está aqui?

– Realmente, eu também não sei. - Franky comentou colocando a mão no queixo. - o que uma super pessoa como ele faz aqui?

– As coisas aqui estão tão tensas que estou tremendo de animação! Yohoho! - Brook se meteu.

Kid e Bonney encaravam os Chapéu de Palha seriamente, percebendo o clima. Já era de se esperar, afinal, Kid e eles ficassem assim, ele era um rival que muitas vezes os ultrapassou no ranking dos melhores supernovas.

– Minna... - Luffy se pronunciou, virando para o lado que eles estavam, porém ainda sentado no chão. - tudo bem, deixa eles aí! - o moreno transpareceu tranquilidade, mas não sorriu como sempre faria.

– Tinha até me esquecido de dizer. - Sabo disse. - como vocês já sabem, este ruivo é nosso colega de classe, Eustass Kid. A de cabelo rosa é Jewelry Bonney, também outra colega de classe. Mas também não entendi porquê estão aqui. - o loiro olhou para os dois, esperando uma resposta.

– Estávamos vendo seu show pela TV... Quando a Nami-san foi baleada... - Bonney começou, percebendo que Kid não estava nem um pouco afim de dizer. - ...não foi, punhos de fogo? Eu até falei pra você no whatsapp. - aproveitou a situação para falar com Ace, que no momento só dava atenção para Nojiko.

– Sim, é verdade. - ele concordou. - não sei porquê esse drama todo, gente. Eles estavam vendo o show, até que viram o que aconteceu, e o Law sabe do que anda acontecendo com os cirurgiões daqui, aí veio já imaginando que Nami seria mandada pra cá.

– Faz sentindo, Law é bem famoso no mundo da medicina, todos os chamam de Cirurgião da Morte. - disse Chopper.

– Sim... Mas acho que isso ainda está muito estranho... - Sanji disse também desconfiado. Logo, o assunto morreu, dando inicio a mais um clima tenso.

Era estranho estar num lugar com todos os Chapéu de Palha reunidos e um silêncio se instalando no local. O pior era mesmo Luffy, que sempre fora o mais animado, agora não dizia um "pio". Apenas fitava o corredor que levava à sala de cirurgia. Se Nami tivesse vendo isso, ela daria um tapa na cabeça de Luffy e falaria que se ele não sorrisse iria lhe dever 1000 berries...

Uma dor se instalava no peito de Luffy. Doía pensar que ela poderia morrer. Doía pensar que não poderia mais ficar com medo dela, ouvi-la reclamar da bagunça que faz com Chopper e Usopp, escrever músicas com ela e cantar, ou colocar seu chapéu em sua cabeça.

E poderia nunca mais sentir...

...seu cheiro de laranja?

Todos ficaram atentos ao ouvir passos vindo na sala de cirurgia. Luffy se levantou num pulo ao ver a face do tal cirurgião da morte. Law estava com a sombra de seu chapéu cobrindo os olhos.

– Fala logo!! Como é que tá a Nami?! - Luffy gritou o sacudindo o outro.

– Ela teve o estômago perfurado, foi uma cirurgia difícil, sem contar que ela teve uma hemorragia externa... - todos continuaram apenas olhando, esperando que ele continuasse. - ...foi uma cirurgia difícil e delicada. Por isso... Foi complicar, mas consegui salvá-la.

Para Luffy em especial, foi como se seu mundo voltasse a ficar claro e colorido. - EU VOU VÊ-LA! - gritou passando por cima do cirurgião, que não gostou nada daquilo.

– Eu também vo- antes de Sanji imitar o garoto foi logo detido por Law.

– Vocês são loucos ou o que? Okane-ya acabou de passar por uma cirurgia arriscada, não está acordada, e muito menos pode receber visitas!

Os infantis do grupo rapidamente protestaram, mas por fim, com Robin e Chopper compreendendo, acabaram cedendo, e foram para casa.

Na sala onde Nami estava, Luffy havia acabado de entrar.

– Nami...? - ele entrou devagar. As enfermeiras que mexiam nos equipamentos perceberam sua presença ali, saíram deixando-os a sós.

Nami estava com uma daquela roupas que os pacientes usam, Luffy percebeu isso por causa dos filmes que via de vez em quando. Quando percebeu, já estava sentado na cadeira ao lado de sua cama, fitando o semblante da amiga. Ela continuava linda, mesmo totalmente apagada e cheia de tubos.

Bip... bip... bip... bip... bip...

Aquele barulhinho antigamente lhe irritava, mas agora foi bem tranquilizante. Essa fora outra coisa que aprendeu vendo filmes com hospitais; aquele barulhinho era o que representava as batidas do coração do paciente.

E saber que Nami estava viva... Com o coração batendo...

Era algo que inconscientemente... aquecia seu peito.

– Fico feliz que esteja bem. - Luffy sorriu, dando um leve beijo em sua bochecha direita.

Ele podia não entender direito o motivo de ter sentido tanta vontade de fazer isso, mas de modo algum havia se arrependido.

To be Continued