Sistema Calculado escrita por Sadah


Capítulo 16
ATO 16




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Você nunca se lembra das coisas quando recebes uma porrada na cabeça. Eu acordo na rua Flowers e o que vejo era algo muito além de uma revolução, era isso o que Anne propôs? A cidade estava em chamas, haviam dezenas de homens retalhados ao chão (soldados e revolucionários). Sinto imensas dores de cabeça, sinto que não dormi faz meses de tanto cansaço que tinha quando abria os olhos.

Eu me levanto.

Olho ao meu redor e o que vejo são as ruinas daquela bela rua abandonada.

O céu dizia que vinha chuva.

Crianças estavam amontoadas aos corpos dos cadáveres dos combatentes.

Onde está Anne?

Eu me fazia essa pergunta o tempo todo. Sentia uma dor infernal no meu abdômen e percebi que estava carregando uma pistola silenciada na minha mão. Eu tinha um buraco de bala no meu abdômen e estava sangrando muito.

Eu andava meio curvado para contrair a dor o máximo possível. Eu queria apenas achar Anne. Eu chorava por ver todos aqueles corpos... onde está Anne.

Eu não resisto a minha dor e caio no chão, olho para a direita e vejo muralhas de entulhos, materiais domésticos e etc. vejo muitos guardas mortos, tanques queimados, carros destruídos, inúmeras balas no chão, sangue espalhado por tudo que era canto; eis o nosso inimigo derrotado. Olho para esquerda e vejo dezenas de casas destruídas, eu avistei o teatro no final da rua e decidi usar minhas ultimas forças para ir até lá.

Eu olho para a rua, só o que vejo são corpos amontoados e jogados ao chão de muitos revoltosos e e de soldados, a medida que chegava perto do teatro o numero de cadáveres só aumentava e eram de revoltosos, haviam diversas barreiras de moveis queimados e entulhados (muitas delas estavam destruídas e com tanques queimados a sua frente, o campo de batalha sugeria uma briga feia.

O teatro estava totalmente destruído.

Só o que permanecia do teatro era algumas paredes, nem o teto do teatro tinha sido poupado.

Eu vejo apenas uma câmera no hall do teatro eu aperto o botão de reproduzir vídeos e começo a velos sendo reproduzidos em uma telona.

O vídeo mostrava apenas algumas gravações mas era eu que estava sendo filmado, apenas eu e somente eu, eu comecei a falar tudo o que Anne havia falado – palavra por palavra – eu me horrorizo com tudo aquilo, eu dizia tudo o que Anne dizia, eu agia como Anne, mas onde ela estava em todos aqueles momentos em que ela devia estar lá?

Eu sinto uma forte dor de cabeça e passo a mão na minha cabeça, olho para minha mão após sentir que a minha cabeça estava meio molhada e vejo só sangue na minha mão.

De repente a minha dor de cabeça volta a piorar e começo a escutar gritos de garota.

Era Anne gritando e se contorcendo no chão.

Ela cospia sangue e mais sangue e se contorcia de dor na cabeça.

Anne... o que está acontecendo?

- Fora daqui! Se não você morre!

O que ?!

- Foooooora!!! Quando eu vejo uns guardas na porta do teatro.

- Ei, você ai pare!- eles diziam.

Eu comecei a correr para uma passagem que levava a uma escadaria que ia para o subsolo do teatro, eu desço cambaleando as escadas,  eu sigo o enorme corredor daquele subsolo escutando barulho de guardas descendo as escadas correndo eu subi um lance de escadas e me deparei com a minha liberdade. Começo a correr pela rua que ficava atrás do teatro (não haviam mais paredes), escuto zunidos de bala raspando meus ouvidos. Corro e corro, até que uma das balas atingiu a minha perna e me fez cair no chão. Olho para a esquerda e vejo Anne se contorcendo de dor e deitada ao chão com o mesmo ferimento de bala na perna. Ela diz:

- ATIRE LOGO NELES!

Eu vejo que meu inimigos se aproximavam e disparei dois tiros certeiros em suas cabeças, eles caíram ao chão. Anne conseguiu se levantar e disse:

- Se levanta logo, e me segue.

Eu consegui me levantar e fui seguindo ela mas claro que não me apoiando na perda machucada.

Quando vejo um tiro de tanque derruba um prédio e vários soldados vinham de uma direção, enquanto revolucionários disparavam contra eles tiros de bazuca.

- Abaixa e cabeça e vem rápido!

Eu abaixei a minha cabeça e fui seguindo Anne, milhares de tiros passavam pela minha cabeça.

Seguíamos pelos restos de casas.

Parávamos em alguns lugares para recuperar folego.

Anne me levou até uma escadaria que levava para um deposito no subterrâneo.

Eu seguia ela, até que eu parei para me recuperar e agarrei a mão de Anne.

Anne você existe?

- Claro que sim.

Ela me deu um soco na cara.

- Isso serve de prova para você?

Serve... mas.... os vídeos....

- Deixe essa porra de vídeos de lado! Vamos! Temos que nos juntar aos revolucionários!

Quando atravessamos aquele corredor subterrâneo demos direto com uma porta que levava ao campo dos revolucionários.

Era uma correria e uma troca de armas constantes entre homens e mulheres, todos eles sabiam contra quem estavam lutando e estavam dispostos a morrer para defender sua liberdade.

Eu seguia Anne até onde ela estava querendo me levar.

No campo dos revolucionários ainda haviam casas antigas servindo de base para feridos de guerra e hospedagem para os revolucionários. O QG dos revolucionários era o bar do Crash.

Quando entramos lá todos nos aplaudiram e nos saudaram como verdadeiros heróis de guerra.

O líder que estava no comando era o Hans.

- Líder Zero... Acreditávamos que estava morto... como é possível?

Anne me pegou pelo ombro e me jogou para responder aquela pergunta.

Eu estava jogado em um campo de batalha, acordei e me deparei que estava sem memoria e não me lembro de nada do que aconteceu... quero que me esclareçam como chegamos a esse ponto?

Hans olhou para mim e disse:

- Senhor... como o senhor disse que está sem memoria... peço que me acompanhe até a enfermaria eu lhe contarei tudo.

Eu o sigo até a enfermaria, só que no caminho eu sinto aquele derrame e uma forte dor de cabeça, esse era diferente, era ainda pior do que as outras... eu cai no chão e vi tudo ficar escuro.


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