O quarto estava escuro, apenas a luz do celular iluminava o local. No canto mais isolado do quarto uma criaturinha estava encolhida, com os joelhos entre os braços que apertavam-nos contra o peito.

Os cabelos quase louros estavam na frente de seu rosto, sua testa estava encostada em seus joelhos e seus olhos estavam fechados, mas eles permitiam a passagem das lagrimas que escorriam pelo seu rosto.

– Filha? - ouviu-se a voz de Louis atrás da porta.

Sam não respondeu, muito menos moveu a cabeça para encarar a porta que naquele momento já estava se abrindo para Louis entrar no quarto.

– Sam? - disse ele acendendo a luz do quarto e vendo o mesmo uma bagunça só. Milhares de roupas sujas estavam espalhadas pela cama e abaixo dela, sacos de salgadinhos e latas de refrigerante espalhados pelo quarto e uma Samanta descabelada e suja em um canto da parede oposta da porta. - Filha, o que aconteceu aqui? Se sua mãe ver o que acontece...

Antes de continuar Samanta levantou o rosto deixando a mostra as grossas marcas de lagrimas secas pelo seu rosto sujo também de maquiagem. Faziam três dias que haviam dado a noticia aos jovens.

– Não interessa pra você o que acontece ou deixa de acontecer na minha vida! - disse seca com a voz rouca por causa do choro.

Louis arregalou os olhos e fechou a boca que até então estava entreaberta.

– Fala logo o que quer... - disse ela limpando, ou tentando, o rosto com a manga da blusa, mas seu rosto ficou apenas mais borrado de maquiagem.

– Harold te mandou isso. - Louis retirou uma caixa preta do bolso do terno que usava e estendeu da menina que não moveu um músculo, apenas ficou observando o pai.

– Harold, ou os empresários? - ela disse olhando fixamente para a caixa pequena e negra na mão do pai.

Louis fechou os olhos e respirou fundo, deu mais um passo e simplesmente jogou a caixinha no colo da menina que ficou observando as ações do pai.

– Não faça pergunta difícil Samanta, só falaram para você usar! - disse ele já irritado. Saiu do quarto da menina deixando-a mais uma vez sozinha.

Fechou os olhos ao ouvir o baque da porta se fechando e respirou fundo tentando controlar as lagrimas que mais uma vez tomaram conta da sua vista.

Se levantou, pegou a caixa que o pai havia jogado em seu colo e a colocou sobre o criado mudo. Começou a organizar o quarto, colocando as roupas sujas no cesto de roupas sujas, o lixo no lixo e as roupas limpas dentro do armário. Depois de ver o quarto organizado foi até o banheiro e tomou um banho de banheira para tentar relaxar os músculos.

Depois de tomar banho durante quinze duradouros minutos foi para o quarto e colocou uma das suas roupas favoritas.

Penteou os cabelos, não colocou os tenes e se deitou na cama. Ligou a televisão e a primeira visão que teve fora do seu suposto namorado.

Urrou de ódio, mas não trocou de canal, ficou olhando para os olhos esmeralda que apareciam na tela da televisão.

– Então, Harold, como se sente sendo o único solteiro da sua banda? - disse a loira que entrevistava ele.

Harold hesitou para responder, olhou para alguma direção que a câmera não filmou e finalmente sorriu de um modo falso, mas apenas Samanta pareceu notar.

– Talvez não seja mais solteiro da banda. - deu de ombros e olhou para a loira que pareceu animada com o assunto.

– Então um dos britânicos mais desejados está comprometido. - ela disse quase salivando encima do rapaz.

– Estamos apenas nos conhecendo melhor. - garantiu ele olhando fixamente para a mulher enquanto algumas pessoas da plateia gritavam excitadas, ou decepcionadas.

Samanta revirou os olhos e trocou de canal, onde passava uma mulher gorda preparando um belo bolo de chocolate. Aquilo fez com que o estomago da menina roncasse.

Se levantou da cama e saiu do quarto para ir para a cozinha, mas os gritos de seu pai fez ela recuar os passos.

– Aquela garota é insuportável! - ele gritava do seu quarto.

– Querido, não fale assim... - a mãe de Samanta pediu com um tom choroso.

– Ela está testando minha paciência. - gritou mais uma vez, mas dessa vez Sam ouviu o som de uma porta se abrindo e por impulso voltou para dentro do quarto.

Fechou a porta e respirou fundo assim que encostou as costas na superfície fria da mesma.

Ele quem estava usando sua imagem e ela era a insuportável, ou que a testava?

Encostou a cabeça na porta e empinou o nariz em direção ao teto fechando ainda mais os olhos.

Como ela odiava aquela vida.

Mordeu o lábio e abriu os lábios para encarar o quarto. O sol entrava por uma das janelas que estavam destampadas pela cortina turquesa.

Ao ver a caixa preta sobre o criado mudo se lembrou do que o pai havia dito... "

Caminhou em passos lentos, apanhou a caixa e se sentou na cama. Ficou fitando aquela caixinha preta por longos segundos até resolver abri-la.

Dentro estava encaixada um anel prateado, grosso e liso se não fosse por pequenas swarovskis brancas que faziam uma linha fina pelo anel. Era uma aliança.

Samanta ficou olhando para o anel durante um bom tempo. Até fechar a caixa e coloca-la mais uma vez no criado mudo.

Pegou o All Star que estava ao lado cama, voltou a pegar a caixa, saiu do quarto e desceu as escadas ignorando as perguntas que a mãe fazia.

Ao chegar no andar de baixo viu o pai sentado no sofá vendo televisão, mas rapidamente se dispersou do aparelho eletrônico a sua frente ao ver a filha indo em direção a porta.

– Onde pensa que vai, Samanta?

– Falar com Harold! - disse ela abrindo a porta e fechando-a em um baque surdo.

Foi até a garagem, pegou a chave do carro do pai, onde sabia que ficava ao lado de algumas ferramentas - que o pai nunca havia pego na mão - e entrou no carro totalmente negro e acelerou assim que viu a porta da garagem se abrir.