A entrevista já havia acabado, o set de filmagem já estava se fechando e Harold já havia saído de dentro do mesmo e estava a espera da carona de Lourenço, que por sinal estava atrasado.

Sam não possuía carta de habilitação, era perigoso ela estar dirigindo - enfurecida - até o set de filmagem do programa de entrevistas. 

Como Alison já havia sido assumida por Noah só faltava o romance falso de Harold e Samanta ser exposto para a mídia.

A menina parou algumas quadras longe da entrada do set de filmagem e entrou dizendo ser namorada de Harold e o mesmo estava esperando-a, assim os guardas deixaram ela entrar.

Sam não sabia nem por onde começar a procurar o dono dos olhos verdes. Eram muitos sets, muitos trailers, mas por instinto - ou talvez uma ajuda divina - ela conseguiu achar o caminho e consequentemente achou Harold.

Ele mexia no celular distraído, com a cabeça baixa. 

Ele estava lindo, com uma toca segurando os cabelos cinza  rebeldes, o que aparentava ser uma bota nos pés, uma calça preta e um sobretudo de mesma cor.

Obviamente Samanta não quis admitir que o rapaz estava lindo, mas infelizmente seu coração falou por poucos segundos quando seus olhos acharam-no.

- Harold! - gritou ela voltando ao seu estado carrancudo anterior.

Ele arregalou os olhos e olhou para os lados procurando quem havia gritado e quando encontrou a morena abaixou os ombros e suspirou derrotado.

- Oi Samanta.

- Como você tem a ousadia, a petulância, a cara de pau de me dar isso? - ela disse estendendo a caixa onde estava a aliança.

O mesmo franziu o cenho ao olhar para a caixinha e guardou o celular no bolso da calça. Pegou a caixa e a abriu vendo a aliança jogada de qualquer modo dentro dela.

- Eu não te dei isso... Também ganhei uma aliança. Me falaram que era para usar. - revirou os olhos e entregou novamente a caixa para a menina que ficou sem saber o que falar. Era obvio que haviam dado aquilo, que nunca havia passado pela cabeça dele dar algo assim para uma estranha.

O ronco de um motor de carro quebrou o silencio e o carro negro de Lourenço apareceu a frente do casal. O moreno de olhos claros saiu do carro e cruzou os braços sobre o capo do mesmo com um sorriso vitorioso nos lábios.

- Não sabia que ela iria conosco. - disse olhando primeiramente para Harold e em seguida para Samanta que estava com as sobrancelhas arqueadas.

- Eu não vou para lugar nenhum... - disse ela revirando os olhos e escondendo a caixa dos olhos de Lourenço. Ele era famoso por suas piadas e ela não queria ser alvo delas.

- Que pena... Nós estávamos indo comer alguma coisa, vamos encontrar os outros no restaurante. - informou Samanta para onde estavam indo e ela não deu a minima importância para tal.

- Bom apetite. - rosnou saindo andando deixando os meninos ali com cara de confusos.

- Espera, você não quer uma carona? - disse Harold olhando exitante para o amigo que deu de ombros.

- Estou de carro. - disse sem olhar para trás.

- Mas você não tem idade para dirigir, tem? Se te pegarem dirigindo você vai se encrencar. - disse ele sorrindo com o pensamento de manipular a mais nova.

Samanta girou nos calcanhares e cruzou os braços olhando friamente para os dos olhos esmeralda.

- Então como vou levar o carro do meu pai para casa? Esperto? - disse ela cansada.

- Ligo para um guincho e ele leva o carro para sua casa. - disse Lourenço se intrometendo na conversa sem ser chamado.

- Tanto faz, mas é para me levar para casa! - disse ela voltando para perto dos rapazes que entraram no carro.

Ela fez o mesmo, dentro era espaçoso e aconchegante. Uma musica baixa ecoava pelo carro, mas assim que todas as portas foram fechadas a musica aumentou e ela reconheceu a voz do vocalista da banda The Fray.

- Liga, por favor... - disse Samanta tentando parecer simpática e grata pela carona.

- Hazza, liga para o guincho, vai. - disse Lourenço estendendo o celular para o amigo que digitou alguns números no IPhone e rapidamente começou a conversar com alguém que Sam deduziu ser o quincho.

- Vocês sabem que minha casa não fica pra cá, né? - disse a menina olhando pela janela e identificando onde estavam.

- Sei disso. - disse Lourenço sorrindo discretamente para Harold que franziu o cenho sem entender o que o amigo estava fazendo.

- Eu disse para me levarem para casa! - disse Samanta chorosa reparando que ela não iria para casa tão cedo. - Isso pode ser considerado sequestro. Vocês podem ir presos!

Mais Samanta falava mais Lourenço ria e mais Harold entendia o que o amigo estava fazendo. Ele queria que o casal se entendesse de uma vez, pelo menos se tornassem amigos, e sair para jantar parecia uma boa tentativa.

Assim que chegaram no restaurante onde os três outros da boyband estavam Lourenço teve de pegar Samanta pelos braços e arrasta-la para dentro do restaurante. 

- Criança. - disse Harold tirando a toca, arrumando o cabelo e se sentando a frente dos amigos que não entendiam completamente nada.

- Me solta! - disse a garota puxando os braços para si e fazendo o mais velho solta-los ainda aos risos.

Boa parte de quem estava no restaurante encararam-nos confusos, mas ao ver que eram jovens pensaram ser uma brincadeira.

Ela se sentou ao lado de Noah que sorriu para ela e a mesma tentou sorrir simpática para todos.

- Odeio você. - sussurrou Samanta olhando diretamente para Lourenço que apenas ria.

- O que é isso? - Noah pegou a caixinha o bolso de Samanta que estava prestes a cair. Ela não havia guardado muito bem a caixa da aliança.

Assim que ela viu que o loiro estava segurando a aliança tentou retira-la da mão do mesmo, mas ele passou para Zach e depois para Lourenço que abriu a caixinha mostrando a aliança para todos.

- Você que deu Harold? - disse Zach olhando para o amigo com o cenho franzido e bebendo do refrigerante a sua frente.

- Claro que não. Também ganhei uma hoje de manhã, mas não vou usar. - disse revirando os olhos.

- Nem eu. - a menina cruzou os braços encarando friamente o suposto namorado.

- Vocês ficam tão fofos juntos... - sorriu Noah fazendo Samanta corar levemente, mas por sorte ninguém reparou em tal.