Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 6
Mel do Pi


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei muito pra escrever, mas vocês tem de me perdoar, porque PiMel voltou com toda a fofura do mundo (sqn) kkkk'
Enfim...



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-SAIA DA MINHA FRENTE AGORA SEU IDIOTA! Serio, eu... Que porra, Pietro! Não, não faça isso. Quer saber? EU ODEIO! ODEIO DEMAIS VOCÊ SEU SER IRFERNAL DE ARAQUE! TOMARA QUE CAIA UMA GELADEIRA EM CIMA DE VOCÊ!!! – Após um mês do meu primeiro encontro com Mel, naquela noite chuvosa e apenas um guarda chuvas, nós estávamos juntos em sua casa... –Harg... eu odeio esse jogo.

 Melanie levava competições de vídeo game a serio. Tão a serio a ponto de acordar a vizinhança plena madrugada. Eu havia chegado em sua casa as quatro da tarde, pouco depois de sair do serviço e  agora já passavam das 3 da madrugada.

-Calma Mel...

-CALMA? CALMA UMA PORRA!

 Sussurrei um “ok” bem baixinho e depois me encolhi no sofá, assistindo Melanie assassinar cada policial que encontrava na tela da TV.

 Sim, minhas chances com Melanie estavam extintas e eu estava oficialmente na friendzone. Não que isso fosse totalmente ruim, ela era gente fina... quando não estava jogando video game.

-Sabe Mel, já são 3 e pouco. Acho que vou para casa.

-Dorme ai. –Ela desligou o vídeo game e se sentou ao meu lado.

-Tem certeza? Não quero incomodar Melanie.

-Esta tudo bem, vai ser bom ter mais um ser psicótico vagando por essa casa.

 Mel me mostrou o quarto e me emprestou uma camisa e uma cueca boxe dela que—juro que eram masculinos e do meu tamanho.—ela alegou usar para dormir.

 Me joguei na cama de solteiro, me acomodando e ficando em um silencio absoluto para tentar ouvir o que Melanie fazia, sem sucesso. Senti um cheiro forte de queimado e desci as escadas o mais rápido o possível, em total alerta.

 Melanie usava uma camiseta verde, larga e cumprida que tapava um shorts talvez existente ali. Olhei para o fogão a sua frente, lá estava, uma panela com uma fumaça preta.

 Olhei para a gororoba preta grudada no fundo da panela, aquilo não tinha uma cara muito boa. Mal pude identificar o que era quando desliguei o fogo e taquei o objeto não comestível no lixo mais próximo.

 Fiz alguns sanduíches enquanto Mel me observava atentamente sentada na bancada.

-Você podia me ajudar.

-Vai Pi! Você consegue cara! –ela ergueu os braços como se eu estivesse em um jogo.

-Estava pensando em algo mais produtivo que o apoio moral.

-Você esta fazendo sanduíches pra uma manada de elefantes esfomeados. –Cruzou os braços.

-Vamos magrela... –Não terminei a frase porque Melanie atacou em mim uma colher que estava em cima da bancada, ao seu lado. –Ai ai!

-Não sou magrela. –Levantou da bancada e me deu um peteleco no nariz, ficando na ponta dos pés.

 Levei a mão esquerda ao nariz.

-Você é tão magrela que eu agüento contigo com apenas uma mão. –Abaixei um pouco e, antes que ela pudesse ter uma reação, joguei-a por cima do ombro utilizando a força do braço direito.

 Melanie se debatia, esperneava e socava minhas costas.

-ME SOLTA SEU PROJETO DE DEFUNTO! –Ela berrava, nem se importando com o fato de passar das 3 da manha.

 Caminhei lentamente e fui subindo as escadas.

-Estou bem vivo.

-NÃO VAI CONTINUAR QUANDO EU DESCER DAQUI, MANSON! EU JURO!

-Não seja tão má Melanie. –Ri. Ela esperneava e arranhava minhas costas.

 Ainda no meio da escada Melanie parou de espernear e ficou quieta, o que era mais desesperador do que as ameaças. Sua mão passou pela minha bunda.

-Você tem uma bunda bonita, Pi.

-Você também tem uma bunda bonita Mel. –Ela me beliscou.

-Pensei que eu era magrela.

-Você é gostosa.

 Cheguei ao quarto de Melanie e a ataquei na cama. Me sentei ao seu lado e fiz cócegas nela em quanto ela se contorcia e ria.

-Para...eu...não...consigo respirar!!!- Ela dizia ofegante enquanto gargalhava. A gargalhada mais gostosa do mundo, que fazia eu sentir como se estivesse no céu.

-Ok, mas só um pouco. –Rimos.  

-Você é um tapado Pietro! – Melanie falou olhando nos meus olhos. Seus olhos cor de chocolate tinham um brilho particularmente novo para mim, e a sua covinha apenas do lado esquerdo do rosto estava a mostra com o meio sorriso dela.

 Senti meu estomago ser revirado por borboletas descontroladas. Apesar de saber que Melanie e eu nunca teríamos nada eu me apaixonei. Foram precisos 30 dias para eu me apaixonar, menos até. Me apaixonei pela ironia e o sarcasmo que tomavam conta da maior parte do vocabulário dela, me apaixonei pela mania idiota de revirar os olhos e grunhir, me apaixonei pela forma como ela destrata as pessoas sem realmente as ferir, me apaixonei pela sinceridade, pelo cheiro, pelo jeito de andar, pela forma inocente de sorrir e pela carência oculta que a possuía.

-Só um tapado pra passar a noite na casa de uma garota tão gostosa e não tentar nada. –Me abaixei para beijar Melanie, mas a única coisa que consegui foi um tapa no braço, com o Maximo de sua força.

-Do que me chamou? –Perguntou, seu olhar me desafiava.

-Já te chamei pelo nome, pelo apelido, de linda, de chata, de magrela, de gorda, de baixinha, de birrenta, de amiga, de corajosa, de briguenta, de fofa, de desajeitada, de bagunceira, de atrapalhada, de anjo, de princesa, de orgulhosa, gostosa... já te chamei de tudo Mel, menos do que eu realmente queria chamar. –Tive um surto de sinceridade e coragem, que me eu a oportunidade de dizer tudo que eu vinha guardando nos últimos dias, que era exatamente a mesma coisa que eu não deveria falar.

-E do que você... –Eu a interrompi.

-De minha. –Eu disse, me abaixando e a beijando antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.

 Melanie colocou as mãos em meu peito e empurrou com toda a força que tinha, que não era suficiente para me afastar mas era o suficiente para me trazer de volta e me lembrar que ela não queria aquilo.

-O que diabos você ta fazendo? –Mel enrugou a testa. Não parecia brava, e sim em duvida.

-Me desculpa. –Pedi, sem me afastar um milímetro se quer. Eu não estava arrependido, não estava nada arrependido, talvez confuso.

-Por que as desculpas? Se arrependeu?

-Não, nunca. Mas você não quer. –Ai dela se pudesse ler minha mente.

 Não, melhor não.

-Você não quer isso pra você, Pi. Não sabe onde esta se metendo. –Murmurou, me olhando seria, um pouco de sarcasmo na voz.

-Eu sei, você é mó problemão.

 Rimos.

-Sim, eu sou mó problemão.

-Eu não me importo. –Dei de ombros.

-Só hoje. –Ela também deu de ombros.

 Fiquei alguns minutos absorvendo as palavras dela, tentando entender o sentido que aquilo fazia.

-Ham?

-Só hoje. –Ela se aproximou.

-Só hoje? Só hoje não. –Enruguei a testa. Eu a queria para mim, não só como uma diversão. –Quero construir algo contigo, Mel. Não quero só uma noite.

-Mas eu não quero isso. Pra infernizar minha vida com um relacionamento que não vai acabar bem. Eu gosto de você, Pi, mas...

-Mas? Não tem que ter esse mas ai Mel. Quem gosta, gosta, e ponto final. Não tem essa de mas, não tem essa de que “não quer se apegar”...

-Eu não quero te perder. –Murmurou. –Não estrague tudo, idiota.

 Me afastei lentamente, tirando a fachada de serio e ficando sem expressão.

-Vou ir dormir, boa noite Melanie.

 Andei até o quarto tentando não desmoronar. Entrei e encostei a posta. Me joguei na cama de barriga para cima e fechei os olhos. Eu a queria, e agora havia estragado tudo.

 Me belisquei na intenção de me fazer acordar daquele sonho ruim, mas o Maximo que senti foi uma dorzinha do braço.

 Talvez eu devesse chorar como uma criança até Melanie ouvir, sentir pena de mim e vir correndo até aqui para me abraçar, me beijar e depois nós seriamos...

 A porta se abriu, deixando entrar no quarto escuro a luz do corredor, me tirando de meus pensamentos. A luz foi acesa.

-Seus lanches, gordo. Você tava com fome. –Mel segurava uma pequena bandeja com todos os lanches que eu tinha feito. Olhou para os lados e depois encarou o chão, contei mentalmente até 130 até que ela falasse de novo. –Não gosto quando você fica bravo comigo. –Olhou para mim com aqueles olhos deliciosos e com a expressão mais triste do mundo.

-Como ficar bravo contigo, pequena?

-Eca, não me chama assim. –Fez careta, sorriu, largou a bandeja em cima de uma penteadeira e se jogou na cama.

-Então, que tal babaca?

 Enrugou o nariz em desaprovação.

-Você consegue fazer melhor que isso, Manson. –cruzou os braços no meu peito e deitou a cabeça lá.

-Minha. –Sorri para ela.

 Me olhou pensativa.

-Eu estava pensando em algo mais legal, tipo Batman.

 É, não tinha espaço pra romantismo no sarcasmo da Mel. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentem. ^^'



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