Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 5
Que porre, Pietro!


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pelos reviews lindos e perfeitos ♥
Outro capitulo da Mel S2



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/373664/chapter/5

Melanie:

-Pietro, a rainha do drama! –Caçoei do garoto que estava jogado no chão, agarrado ao meu pé.

-Exagerado, jogado aos seus pés, eu sou mesmo exagerado. Adoro um amor inventadooooooo!!! – Ele cantarolou Cazuza desafinadamente, me fazendo rir como uma idiota.

  Jogar vídeo game com o Pietro fora a pior idéia que eu já tive em um bilhão de anos! Ele era dramático e, no primeiro ponto que eu fiz no jogo te tênis, ele simplesmente se jogou no chão segurando minhas pernas.

 Tentei me mover e acabei caindo no chão, sentada. Rimos juntos.

-Me solta, Pi. –Implorei, o peso em minhas pernas me prendia ao chão.

 Pietro me soltou e deitamos os dois lado a lado no chão da minha sala.

-Eu deixei você ganhar. –Ele falou, convencido.

-Sem essa, você assinou a sua sentença de perdedor quando se jogou no chão no primeiro ponto.

 Ele me encarou, ficando serio repentinamente. Pietro estava deitado perto de mim, seus lábios estavam a quase um palmo dos meus. Pensei que ele me beijaria, me lembrava do beijo da noite anterior, com gosto de bala de morango, mas queria um enquanto eu estava sã.

 Contrariando todas as minhas expectativas ele começou a me fazer cócegas. Eu estava esperando por um beijo, mas ele preferiu me fazer cócegas. Tudo bem, dei um chute em sua barriga, na esperança de o afastar, mas sem querer o machucando.

-Hó droga! Acho que vou vomitar meu estomago! – Observei o rosto de Pietro passar por todas as cores do arco Iris, parando em um vermelho meio arroxeado.

-A culpa é sua! –Gritei, ainda rindo pelas cócegas mal recebidas –Eu odeio cócegas mais do que odeio ervilha.

 Pietro riu e logo em seguida fez cara de dor.

-Não me faça rir. Dói.

 Me desesperei com o comentário, me levantando e me ajoelhando ao lado dele. QUE PORRE PIETRO!

-Quer que eu te leve a um hospital? –Olhei para o seu corpo musculoso caído ao lado do meu sofá e percebi que não agüentaria levar para o carro nem que o arrastasse. –Correção, quer que eu ligue pra ambulâncias?    

-Esta me chamando de gordo, Mel? –Ele se levantou e se sentou em meu sofá, ainda com a mão na barriga.

  Ótimo, isso significava que ele podia andar até o carro.

-Você não é gordo. –Revirei os olhos. –É um obeso!

-Hey! Gorda é você!

 Ok, eu não era do tipinho de modelo que tinha problemas com alto estima ou distúrbios alimentares, mas ele não podia simplesmente me chamar de gorda assim! Ta certo, eu o chamei de gordo primeiro mas, é diferente, eu posso xingar as pessoas.

-Quer saber, vá andando até o hospital. –Dei de ombros fui desligar o vídeo game.

-Você só pode estar de brincadeira, jura que esta brava? Você é perfeita.

-Não. Que porre Pietro! O que vamos fazer agora?

-Tem algum jogo ai?

-Não tenho mais 10 anos. –Suspirei.

-Que tal verdade ou desafio?

-Verdade. –Respondi prontamente.

-Mas o jogo ainda não tinha começado.- Ele ergueu as sobrancelhas.

-Agora começou.

 Ele pareceu em duvida do que perguntar.

-Qual seria o seu ultimo pedido? –Ele bateu com a mão no sofá ao seu lado e eu me sentei, cruzando as pernas.

-Isso é tão obvio. Desejaria ter mais desejos.

 Ele bufou.

-Injusto isso. –mostrou a língua como uma criança de 3 anos que briga com o coleguinha de creche. PI devia voltar para a creche. –sua vez.

-Tem fetiches? –Perguntei, observando suas bochechas ficarem vermelhas como tomates automaticamente.

-Não temos intimidade suficiente pra falar sobre isso...

-Pensei que fossemos amigos. –O interrompi, dando de ombros.

 Suspirou, ele perdera a batalha.

-Tenho, claro. Chocolate é... droga, excitante.

-Só isso? Vamos! Tem mais de onde veio esse.

-Garotas bonitas, fantasiadas. Banheiros também são legais.

-Vou me fantasiar para alguém, um dia. –O rosto dele ficou vermelho de novo. Qual o problema dele?

-Qual o tipo de homem que te atrai? –Ele olhou para o chão algumas vezes antes de perguntar, e continuou a fazer depois que perguntou.

-Sou lesbica.

-É O QUE???- Ele gritou. Estávamos sozinhos em minha casa, portanto falávamos em um tom de voz normal, seu grito me assustou e me fez arregalar os olhos. –Desculpe...Hum.

-Tudo bem, eu estava só brincando. –Ergui meu corpo e levei meus lábios até sua orelha e sussurrei bem baixinho- Gosto de homens que surpreendem. –Voltei a me sentar.

 Pietro demorou alguns segundos antes de falar novamente e gaguejou algumas coisas inelegíveis antes de finalmente dizer algo coerente.

-Acho que já vou.

QUE PORRE PIETRO!

-Ta cedo. –Murmurei.

-Quer que eu fique?

-Pode ir ,se quiser... – Não vai!

-Acho que posso ficar mais um pouco, se não incomodar, claro.

-Você sempre incomoda. –ri e olhei para baixo.

 Pi era o tipo de garoto insistente, mas sem coragem. Do tipo que corre atrás mas não tem coragem o suficiente para fazer no final. Eu era exatamente o contrario, não insistia em ninguém, mas tinha mais coragem e determinação do que devia.

 Conhecia Pietro a 1 dia e meio, e era como se ele já estivesse em minha vida a meses ou anos, ele era importante.

-Por que eu incomodo?

-Me incomoda seu jeito de “Coragem, o cão covarde”.

 Ele manteve o olhar fixo em minhas pernas durantes alguns segundos que me pareceram horas.

-Sabe, Mel... não sei com que tipinho você esta acostumada, mas eu sou difícil. –Ele falou, eu podia ver que seus lábios se curvavam milimetricamente para cima. Não conseguia acreditar no que acabara de ouvir, ele era difícil?

 Cai na gargalhada, sentindo minha barriga doer enquanto algumas lagrimas se formavam em meus olhos.

-Pi, como ousa me fazer chorar de tanto rir? –Falei em meio as gargalhadas.

 Difícil? O garoto que corria para minha casa nas manhas para tomar café da manha comigo e que me encontrava as noites, onde quer que eu estivesse? Difícil o garoto que se jogava aos meus pés e cantava cazuza, que me ajudava a descer do carro quando eu estava bêbada? Não, “difícil” não se encaixava a Pietro, “mole” se encaixava perfeitamente.  

-Não ria de mim! –Ele tentou segurar sua risada, conseguindo por apenas alguns segundos antes de gargalhar com as mãos no abdômen bem definido.

-Você não é difícil, Pi. Você é fácil até demais. –Continuei a gargalhar.

-E você não tem nada de perfeita! É complicada, dos pés a cabeça. –Parou de rir, mantendo apenas um sorriso no rosto, o acompanhei.

-Obrigado.

-Você é perfeita.

-Indeciso. –Debochei.

-Você é complicada!

-E então...? –Parei de sorrir e o encarei, ficando tão indecisa quanto ele parecia estar.

-Complicada e perfeitinha, você me apareceu... –Ele cantarolou desafinado, mesmo assim amolecendo todos os músculos do meu corpo, me fazendo abrir por poucos segundos uma pequena brecha no meu escudo. Ele segurou minhas mãos nas dele e olhou nos meus olhos, me fazendo sorrir. –Mulher de fases!

 Não sabia que reação ter. Ele acabara de cantar Raimundos? Ta certo, ele me chamou de complicada... e “perfeitinha”, mas ele cantara lindamente olhando em meus olhos com aquele sorriso de lado que me deixou meio boba...

-Que porre, Pietro! 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!