Distrito 6 é um dos 12 distritos de Panem, sua principal indústria é o transporte. Distrito 6 também é conhecido por ser muito instável e pode ser muitas vezes maior que o D11 e D12.

Catrina "Trina" Carnaby (http://media1.bonsai.tv/uploads/2011/02/kaya_scodelario_effy_skins_uk.jpg)

—Tem certeza que está bem?— Trina perguntou acariciando a perna esquerda de seu pai.

—Estou ótimo— disse tentando sorrir, mas tudo o que conseguiu fazer foi uma careta de dor.

—Está sentindo dor— suspirou pesadamente —quer que eu mude a sua posição?

—Estou ótimo!— tentou ser convincente, sem sucesso.

—George Carnaby, você sofreu um acidente na fábrica, não finja que não está com dor!— exclamou irritada.

—Eu recebi alta, isso significa que eu estou bem, não precisa se preocupar— insistiu.

—Mamãe não está mais aqui para te ajudar, eu preciso fazer o papel dela— disse engolindo o bolo que se formava na sua garganta.

—Ela ficaria orgulhosa de você— disse fazendo mais uma careta de dor.

—Eu sei— Trina sussurrou enquanto uma lágrima solitária escorria pela sua bochecha.

—Hey, temos um ao outro, não precisamos de mais nada, não é mesmo?— seu pai perguntou tentando animá-la.

Ela apenas assentiu enquanto ele continuava a falar:

—Agora vá se arrumar, não quer chegar atrasada para a colheita, não é mesmo?— perguntou forçando um sorriso.

Ela concordou e foi tomar um banho quente, tentando aliviar toda a tensão que se encontrava sem eu corpo, aquele era o dia da colheita, o pior dia do ano para os adolescentes de Panem, é claro, Trina tinha os seus atributos, era inteligente, ótima em formar estratégias, e acima de tudo, conseguia ler a expressão das pessoas, dom que adquiriu ao longo dos anos observando a vida alheia, já que ela não tinha nenhum amigo.

Ao sair do banho, olhou-se no espelho, o que ela era afinal? Uma garota frágil que não duraria um dia nos Jogos, ao menos era isso que ela enxergava.

“Você é inteligente demais para morrer nos Jogos Trina” uma voz na sua cabeça sempre dizia, mas parecia que a voz que dizia que ela era só uma garotinha frágil de 15 anos sempre falava mais alto, o que a amedrontava demais.

Por fim colocou um simples vestido cinza, junto com um par de meias calças brancas e sapatilhas no tom bege.

—Prometo não demorar pai!— exclamou enquanto ia em sua direção— tem certeza que não precisa de nada?

—Eu estou ótimo meu doce— disse com desdém —não precisa se preocupar.

—De qualquer modo eu volto logo— disse dando uma leve risada enquanto beijava-lhe a testa.

—Catrina!— exclamou quando ela abriu a porta — está linda.

—Obrigada pai— disse sorrindo e indo em direção ao local da colheita.

Juliano Stanford (http://img.poptower.com/pic-73035/colin-ford.jpg?d=600)

—Sai daqui pirralha!— gritou quando a irmã de dois anos, Elena, puxou a barra de sua calça.

—Querido, ela é só um bebê!— a mãe exclamou pegando a pequena no colo.

—Um bebê idiota que estava mexendo na minha perna problemática!— exclamou raivoso.

—Sua perna tem uma pequena deficiência, ela não é problemática— a mãe corrigiu-o— e sua irmã nem ao menos sabe sobre a sua perna, é impossível que ela faça isso por mal meu bem.

—Por que você e o papai sempre a defendem?— perguntou batendo os pés.

—Juliano, você não é mais uma criancinha, tem 12 anos, trate de agir como um adolescente e não como um bebê— resmungou irritada.

Juliano nada disse, apenas subiu para o quarto e pegou um pedaço de vidro que ele mantinha escondido dentro de sua gaveta, e começou a cortar seus pulsos, não sabia ao certo porque ele fazia aquilo, só sabia que o aliava, para ele era algo prazeroso.

Ao terminar de se cortar foi direto para o banho, tratar de lavar os ferimentos, e claro, começar a se arrumar para a colheita.

Quando saiu do banho vestiu uma camisa social rosa, uma calça branca e suspensórios, logo ele já estava pronto para a colheita.

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Scarlett Louise era com toda certeza, a representante mais brilhante de toda a edição, usava um vestido longo, revestido por pequenos cristais, usava também luvas vermelhas lotadas de glitter, juntamente com uma peruca loira quase branca que caía em cachos por todas as suas costas, e claro, uma tiara extremamente reluzente no topo de sua cabeça.

—Bem vindos, bem vindos, sejam todos bem vindos— um sotaque ainda mais irritante do que de todos os outros representante saía de sua boca rebocada de glitter— Feliz Jogos Vorazes, e que a sorte esteja sempre ao seu favor.

Logo após o vídeo vindo da capital foi passado.

—Agora chegou o grande momento, em que escolheremos os dois jovens especiais, que terão a honra de representar o distrito 6, na 46ª Edição dos Jogos Vorazes!— exclamou levantando as mãos — primeiro as damas, alguma voluntária?— como ninguém se voluntariou ela escorregou a mão pelo globo de cristal, e depois de muito enrolar, tirou um papel que se encontrava no fundo — Catrina Carnaby!

Catrina sentiu o ar faltar naquele momento, como assim ela havia sido sorteada? E seu pai? Como ele ficaria sem ela? Ele precisava de cuidados, e afinal, ela era sua única família.

Trina só voltou a realidade quando dois pacificadores a agarraram pelo braço e a levaram até o palco.

Ela aceitou a ajuda de Scarlett, pois não confiava em seus próprios sentidos para guiá-la.

—Agora os garotos, algum voluntário?— novamente ninguém se pronunciou, portanto ela sorteou mais um nome — Juliano Stanford!

Juliano trincou o maxilar ao ouvir seu nome ser pronunciado, ficou paralisado, droga, era a sua primeira colheita e já estava sendo empurrado para a morte?

Andou mancando até o palco, e aceitou a ajuda de Scarlett, uma vez que somente uma perna sua era completamente confiável, mas na realidade, ele tinha a impressão de que nem sua perna boa parecia funcionar direito agora.

—Muito bem, aplausos para Catrina Carnaby e Juliano Stenford, os tributos que representarão o distrito 6 na 46ª Edição dos Jogos Vorazes!— exclamou enquanto os fazia apertar as mãos, porém, nenhum aplauso foi ouvido.

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Já era de se esperar que Trina não fosse receber nenhuma visita, uma vez que seu pai não conseguia andar e ela não tinha amigos, então aproveitou para chorar.

Como seu pai reagiria quando descobrisse que a única filha viva havia ido para os Jogos? Como reagiria ao ouvir seu canhão ser soado? Não, ela não permitiria que isso acontecesse, iria ganhar, iria ganhar pelo seu pai.

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—Querido!— a mãe exclamou correndo em sua direção —você pegou tésseras?

—Sabe que sou da parte rica do distrito, nunca pegaria tésseras— disse aos prantos — meu nome estava lá apenas uma vez mamãe, como eu fui sorteado?

—Acalme-se filho, você vai ganhar— seu pai disse com lágrimas nos olhos.

—Vocês sabem que eu não vou!— berrou enxugando as lágrimas com agressividade— só espero que aquela pirralha vá para os Jogos também um dia!

—Não fale assim— a mãe pediu chorando.

—Tempo esgotado!

Não houve mais visitas para Juliano.