A Lenda Dos Encantrios escrita por Any Queen


Capítulo 3
Distante


Notas iniciais do capítulo

Comentem, bjin ♥



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Pisquei várias vezes tentando acordar, mas a verdade era clara não era um sonho, nem uma visão, era tão real quanto se podia imaginar.

A mão de Brian que estava até então no meu ombro tinha se afastado e ele procurava algo no bolso, fiquei me perguntando como ele estaria se sentindo. A mesa do refeitório ainda estava entre nós seis, com o meu almoço. Não era hora para sentir fome, mas ao ver a comida fez meu estomago roncar, só esperei que ninguém tivesse escutado.

O mais incrível foi a floresta. Era gigantesca, fugia do meu campo de visão, as árvores pareciam que podiam tocar o céu, eram irreconhecível, não tinha visto nenhum tipo de vegetação como aquela. O lugar era totalmente negro, não havia nenhuma luz ou indícios de vida naquele lugar estranho, apena a luz do sol se pondo a oeste. As plantas davam medo, parecia que estavam te encarando, querendo algo... Morte.

Mindy encarava com um certo no nojo, nisso eu não poderia culpá-la, também estava segurando a vontade de vomitar. Lily havia soltado a mão de Liam e estava boquiaberta com tudo, quem não estava? Como havíamos parado ali?

– Acho que não estamos mais no refeitório... – depois de ter falado eu percebi o quão idiota soara, quem não havia percebido isso.

– Ah não, - exclamou Brian sarcástico – estamos na minha casa, aqui é meu quarto, que bom que vieram me visitar. – ele levantou as mãos irritado, seu cabelo louro estava bagunçado enquanto ele mexia instintivamente, talvez fosse um tique por estar nervoso e não queria demonstrar.

– Chega Brian... – Lily estava arrumando a franja que havia se soltado da trança, Liam ainda quieto atrás dela tentava tocar a namorada.

– Ela tem razão... Como...? – nem a rainha das respostas, Mindy, sabia explicar.

– Só sei de uma coisa, - começou Frank – vamos sair dessa floresta, não sei onde estamos nem como viemos parar aqui, mas está me deixando com medo.

“Isso que me fez gostar dele”, eu me peguei pensando, ele não se preocupava em esconder quem era, não tentava fazer como Brian, ele era sincero até quando não queria.

– Concordo, - Liam falou pela primeira vez esticando a mochila e tirando o celular – vamos procurar alguém, - ele parou assim que levantou o olhar da tela do celular decepcionado. – alguém que tenha um telefone fixo, não tem sinal aqui.

– E rápido, - completou Lily também abaixando o celular – está escurecendo, e se esta floresta já da medo de dia... – se fez uma pausa desconfortante – não gosto de pensar em como seria a noite.

Brian olhou pela floresta estendendo seu olhar ao horizonte, tinha permanecido quieto até agora. Tirou o celular do bolso e começou a mexer.

– Já disse – falou Liam – não tem sinal.

– Não estou tentando ligar para ninguém, - ele olhou indignado, talvez não gostasse de ser chamado de burro. – tenho uma bussola.

– I daí? – Frank cruzou os braços e encarou Brian, ninguém havia se movido ainda.

– Meu pai me ensinou tudo o que sabia sobre vida na floresta, - ele me olhou tão rapidamente quanto um feixe de luz. – e, ao menos que alguém tenha um plano melhor ou seja melhor do que eu, o que eu duvido, vão ter que me seguir. – ele olhou além de Mindy. – e como meu pai sempre dizia... “Ao norte é a melhor opção”.

Ele começou a andar em direção ao que ele chamava de norte.

– Espere! – eu falei mais alto do que deveria, Brian me encarou irritado.

– O que foi agora? – disse com certa preguiça.

– E a comida?

– Nós estamos perdidos e você pensa em comida? – ele falou debochando.

– Só acho, dono da verdade, que não sabemos por quanto tempo vamos demorar para achar alguém, devemos aproveitar a comida que sabemos... – fiz uma pausa e olhei envolta, encarando as plantas carnívoras – que não são tóxicas.

– Talvez nem tanto tempo – disse Frank com os ouvidos alertas, quase fiquei irritada por pensar que ele estava defendendo Brian, mas logo depois escutei um som, no começo de longe, depois mais perto, eram galopadas, de um cavalo talvez, não sei ao certo.

– Agora a gente corre ou fica? – Ian ficou esperando uma resposta.

– Não vou correr com estes saltos – Mindy protestou, apontando para o salto de quinze centímetros que estava usando, o que não foi realmente uma resposta.

– Nem adiantaria, quem é que seja está a cavalo, seria idiotice correr. – Brian colocou o celular no bolso e pediu que nos juntássemos.

Quando o fizemos a mesa desapareceu, quase que imediatamente, levei um susto, mas foi logo cortado com a visão do cavaleiro: Ele era moreno e trajava uma antiga armadura de batalha, os olhos eram cor de café e estavam arregalados, parecia que não era muito comum encontrar seis adolescentes em uma floresta escura, como não era comum ver uma pessoa usando roupas da idade média.

Meu olhar se deslocou para o emblema da bandeira que segurava: Era um sopro, como havia no meu colar, e envolta dele havia mais cinco símbolos, os cinco que havia no colar que estava no pescoço de cada um...

– Quem são vocês? – ele disse arqueando as sobrancelhas.

Silencio. Ninguém se sentiu a vontade de dizer algo, e quem éramos nós? Ninguém importante... Só nós.

– Vou repetir, só podem ser surdos, que são vocês? – ele desceu do cavalo que era marrom com a crina branca, pelo menos... Normal. Ele seguiu até onde estávamos e apoiou a mão no cabo da espada que pendia na cintura.

– Não somos surdos. – disse Brian dando um passo mais perto do homem, se estava com medo, certamente não era visível. – só não vamos dizer quem somos. – o homem examinou Brian e soltou um ruído.

– Meu senhor me desculpe pela minha impertinência. – ele abaixou a cabeça em forma de respeito e viu que todos nós também tínhamos algo que o deixou intrigado.

– Quem é você? – perguntei controlando o medo na voz.

– Sou um guarda real minha senhora, Robert. – ele levantou a cabeça.

Guarda real? O quão impossível isso era, realeza não era mais a forma de governo no mundo, deveria existir apenas só três países que ainda tinham reis e rainhas, e esse homem não parecia ser de nenhum deles.

– Real? – perguntei – rei e rainha?

– Que pergunta mais peculiar, minha senhora, - ele disse como se fosse a coisa mais normal possível. – é claro, só que há muito tempo não temos um rei, ele morreu faz muito tempo e...

– Ah que lindo, história realmente tocante Robert - Mindy empurrou Lily e chegou mais perto do guarda, ele pareceu chateado por ser cortado numa história tão importante para ele, mas Mindy nem ao menos se importou. – Mas por que nos chama de senhor e senhora? Somo só adolescentes, para mim é um insulto.

– Me desculpe se a insultei, minha senh... Senhorita – ele disse com um sorriso, querendo agradá-la, eu queria dizer para ele não fazer isso. – é que esses colares... – ele apontou para todos – são das famílias reais de Pórfiron, então quer dizer que vocês...

– Não somos desse tal lugar Patifiron... – Lily queria entender a situação.

– Pórfiron senhorita, e você está nesse lugar... O lar dos mais antigo feiticeiros.

– Agora esse cara pirou! – Frank jogou as mãos para alto. – Feiticeiros? Eles não existem.

Eu queria concordar, mas isso de certa forma explicaria como haviam parado ali e como aquele homem lhe entregou o colar se nem ao menos pudesse ser tocado.

– Agora não mais, infelizmente foram destruídos, junto com a família real.

– O quê? – perguntei como se tivesse levado um soco na cara. – você disse somos da família real, e estamos bem vivos.

– Isso que eu estou me perguntando senhorita. – isso tudo não era culpa dele, mas eu estava arrumando alguém para culpar, era mais fácil assim.

Então tudo aconteceu muito rápido, de repente o mundo sumiu e eu estava de frente para uma mulher branca, parecia um fantasma, usava um vestido antigo, seu cabelo era grande e seus olhos me encaravam com certa tranqüilidade.

– Você voltou para mim.


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