Oblivious escrita por Return To Zero


Capítulo 7
Destruição


Notas iniciais do capítulo

"Por muitas vezes, a princesa jurou vingar-se da pessoa.
Mas seu ódio apenas poderia mantê-la parada, inerte no mesmo local."



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Seu pai havia avançado, furioso, fazendo Bartholomeu cair no chão. Cego por uma raiva inexplicavel, esmurrou a filha contra o chão. As pernas junto a cintura da garota a impossibilitavam de mover-se.

Sem saber se alguém podia ouví-la, Charlotte continuou gritando. Gritou até o momento em que seu maxilar começou a não obedecer seus movimentos. Para ela, a dor não era tão intensa, mas a situação em si lhe incomodava. Lhe incomodava aquele homem por sobre seu corpo.

Por fim, ele se levantou ao ouvir a voz chorosa da mulher que abraçava o pequeno pedaço de carne chamado Bartholomeu. Lhe escorria um pequeno filete de sangue da cabeça, e havia uma pocinha perto dele. A mãe ajoelhada parecia berrar, com lagrimas em seus olhos.

"Desgraçada!" ele gritou, desferindo um bruto pontapé em Charlotte. Ela se contorceu, gemendo de dor, abraçando a propria barriga. Sofreu outros três pontapés, que a arrastaram para mais perto da mãe.

Esta estava desolada. Charlotte mirava-a, levemente impressionada por aquele tipo de pessoa mostrar aquele tipo de comportamento. Altamente compreensivel, já que aquilo não era para com ela. Fechou os olhos, o pai agora lhe chutava o rosto. Provavelmente, caso alguém a encontrasse, teria outra visita ao hospital. O que não era de todo ruim pois poderia se encontrar com aquele tal garoto.

Aos poucos, a dor foi-se esvaindo, restando apenas o vazio. O escuro vazio, sem sentir, sem barulho, sem nada. Nesse vazio, a Charlotte que se importava, que se lembrava, chorou. A Charlotte, coberta de sangue e culpa, abraçou-a, consolando-a.

Quando abriu seus olhos, estava sozinha. Continuava escuro, mas ela reconhecia o lugar. Deitada sobre uma poça de sangue seco, perguntou-se porque acordara.

Se levantou com dificuldade. Estava tonta e entorpecida pela dor. Marchou para o banheiro, acendendo a luz e assustando-se com seu reflexo. O rosto ainda gotejava em algum lugar, alguns cortes já estavam secos e escurecidos de sangue. Seu maxilar parecia ter se deslocado alguns centimentros para a esquerda.

Delicada como uma flor, bateu com a mão no maxilar até que este retornasse a uma posição confortavel. Abriu e fechou a boca. Sentiu-o estralar e fez uma careta.

Abaixou-se e, do armario da pia, tirou um kit de primeiro-socorros. Aquilo daria conta.

Deixou a toalha de rosto embaixo da torneira até que estivesse pesada. Torceu-a e passou-a em seu rosto, limpando o sangue. Não estava tão ruim assim.

Procedeu, embebedando um chumaço de algodão em alcool, aplicando-o em seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Não sei se consegui traduzir a violencia com clareza mas, me esforcei muito. Espero que tenham gostado! ;u;



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