Os Diários De Thalia - O Último Raio EM HIATUS escrita por Gigi Castellan


Capítulo 5
Capítulo 5 - Meu primeiro amor




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O dragão nos viu pulando e mergulhou na nossa direção após largar o avião amassado. Mas não eu não queria acordar amanhã com a notícia de que centenas de pessoas morreram – se eu fosse acordar amanhã.

Fechei os olhos, pensei na nossa única chance de sobreviver e chamei as duas águias de meu pai para nos salvar, mas elas não iam conseguir deter aquele dragão.

Uma dica: não é muito agradável mergulhar no céu com nuvens negras e raios. Bom, pra mim era tranquilo, mas pela cara de Grover, Luke e Annabeth, não.

Já conseguia ver o chão, que não era o chão. Na verdade era o mar. Agarrei a adaga paralisante de Luke e arremessei na asa do dragão. Ele diminuiu a velocidade, mas continuava nos seguindo.

Tive que fazer o que eu temia; usar todo o meu poder.

Olhei para Luke que estava com o rosto à minha altura; ele fez um olhar de aprovação como se percebesse o que eu estava prestes a fazer e estava permitindo.

Concentrei-me pelo resto do tempo que me restava e senti a energia junto com a dor percorrer por meu corpo e sair pelas minhas mãos como uma luz forte.

O dragão gemeu muito alto e “explodiu” no ar. Ele não aguentou.

Eu estava sentindo muita dor no momento e a última coisa que vi foi meu mergulho no atlântico.

****

Acordei com um inspiro muito forte e muita dor na cabeça, na garganta e no resto do corpo. Olhei para o lado e só havia água.

–Thalia! Thalia! Você está bem? – vi Grover ao meu lado.

–O que?... – eu não estava conseguindo respirar nem enxergar direito e era uma péssima sensação.

–Precisamos ir para um hospital – ele falou.

–Como assim? – perguntei com a voz rouca enquanto tentava me levantar. Quando meu foco voltou ao normal e pude enxergar as coisas com mais nitidez percebi estava deitada na areia de uma praia e ao meu lado estava Annabeth desmaiada. – Meus deuses, o que aconteceu com ela?

–Ela bateu a cabeça na porta do avião na hora da queda, ficou inconsciente. Luke está lá atrás tentando descobrir onde estamos.

–Fique com ela – apontei para Annie que estava com um pano na cabeça ensanguentada. Levantei-me e fui atrás de Luke. Parecia que minha cabeça estava girando e eu não conseguia andar muito bem.

Era horrível ver uma garotinha daquele jeito, especialmente Annabeth. Precisávamos ajudar ela, mas uma simples cura com néctar não ia funcionar; Annie precisava de pontos ou cirurgia – o que não me fazia sorrir nem um pouco

–Luke! – gritei quase me rastejando pela areia como uma serpente do deserto para subir à parte mais alta da praia.

Ele se virou rapidamente e veio correndo em minha direção para me abraçar.

–Você está bem?

–Um pouco. Descobriu onde estamos?

–Aqui é uma praia desértica, mas lá em cima daquela colina tem uma ponte que passa carros. – ele apontou. – Mas é à 10 quilômetros daqui.

–Não temos tempo, Annabeth precisa de ajuda agora! – me lembrei das águias que tinha chamado enquanto estávamos caindo. – Vou chamar Lena e Cáila de novo.

–Quem?

–Lena e Cáila, as águias gigantes do meu pai. – respondi.

Concentrei no céu, nas nuvens e me comuniquei com elas. Rapidamente dois pássaros enormes – mas não tão grandes quanto aquele dragão – pousaram na areia. Aquilo com certeza foi mais fácil que soltar um raio de 15 metros, de ponta cabeça, no ar, em um dragão.

–Uau! – disse Grover admirado com os animais.

–Ei, Garoto-Bode! Traga ela aqui. - falei

Subi nas costas de Lena com Annabeth no meu colo. Disse para Luke e Grover irem em Cália.

–Elas são mansas – falei. – Acariciem ela que fica tudo bem.

–Vamos, levantem! – falei para as águias.

Elas levantaram voo devagar e quando chegamos à 100 metros do chão consegui ver que estávamos no extremo sul de Fisher Island, uma ilha ao sul de Miami Beach.

–Não tem nenhum hospital aqui, temos que ir para Miami Beach. Rápido, norte!

Lena acelerou e seguiu reto, logo, Cália a seguiu. Eu apesar de tudo me sentia morta, mas não podia ignorar o fato de que minha amiga que era apenas uma criança ainda estava com uma contusão na cabeça.

Passamos por cima do mar outra vez e finalmente chegamos à ilha de Miami Beach.

–Pare ali! – avistei o hospital e disse para parar no telhado.

–Obrigada, Lena e Cália. – elas fizeram um sinal como se estivesse dando um “não foi por nada” e foram embora.

–Luke, me ajude com a Annie. – nós a seguramos no colo e entramos no prédio.

Deixamos ela em uma maca no pronto socorro e uma enfermeira a levou embora. Nós três ficamos em uma sala com um sofá que estava vazia.

–O que aconteceu exatamente? Alguém sabe? – perguntei.

–Eu não vi nada. Quando pulamos do avião eu fechei os olhos e prendi a respiração. Só lembro-me de ter ouvido um raio passar bem ao nosso lado. – falou Grover.

–O raio não passou do nosso lado, Grover. – Luke olhou pra mim. – Ele saiu de nós.

–Como assim de nós? – perguntou Grover.

–Eu vi tudo. – Luke disse com seriedade. - Thalia, você salvou nossas vidas. Poupou-nos de um dragão carnívoro, de uma tempestade monstruosa e de uma grande queda. Aquilo foi incrível.

–Não sei como fiz aquilo, pode até parecer legal, mas não tem bons efeitos colaterais. Eu não desejo isso a ninguém.

–Aquele raio enorme que matou o dragão foi feito por vocês? – Grover ficou de boca aberta e esticou as sobrancelhas.

Assenti. Logo, uma enfermeira veio falar com nós.

–Nós limpamos a área, paramos o sangramento, mas teremos que dar alguns pontos. Eles não ficaram visíveis por causa do cabelo. Mas ela ficará bem.

Senti um grande alívio. Annabeth tinha apenas 10 anos e não deveria passar por essas coisas. Eu nem sei como a mãe dela deixou isso acontecer, mas seja o que for que aconteceu, aquele dragão tinha uma missão: matar-nos e alguém era responsável por aquilo. Não queria tentar voar outra vez.

–Podemos vê-la? – perguntei.

–Ainda não, só daqui 30 minutos mais ou menos.

Voltamos a sentar e havia uma mesa de café em frente o sofá. Lá estava cheio de revistas e entre elas havia um guia de Miami para turistas.

–Precisamos de um hotel pra passar a noite. – falei. – Vamos dar uma olhada em um bem barato.

Luke e eu começamos a xeretar pela revista e vimos à variedade de hotéis que havia em Miami. Desde os mais simples com quartos para uma pessoa, até os mais luxuosos.

Mostrei a Luke um que ficava perto do farol onde estaria nosso mapa. Era 2 estrelas e parecia bacana. A diária tinha um bom preço. Peguei o número, fui ao telefone público e reservei duas suítes para duas pessoas.

Olhei para o relógio, já eram 18 horas e tínhamos que ir descansar para começar a procurar o mapa amanhã. Então vi Annabeth vindo pelo corredor com a mão na cabeça e cara de sono.

Dei um abraço nela, não muito forte para não a machucar, ela disse que estava melhor e que eles a deram uns remédios.

–Certo, mas nenhum remédio é tão bom quanto néctar, loirinha! – disse Luke dando um abraço nela. – Vamos para o hotel que eu te dou um pouco.

Ela deu risada, nós pegamos nossas coisas e fomos embora.

Já havia escurecido, mas as ruas de Miami não paravam. Muita gente passeava pelas ruas e muitos carros passavam tocando música, principalmente rap. Muitas lojas estavam abertas, com muitas cores neon, tudo era muito festivo, o que não me agradava tanto. Não era muito minha “cena”.

Finalmente chegamos ao hotel que chamava: “Live Garden”, era um prédio de oito andares e nossos quartos ficavam no segundo andar.

Entramos em uma suíte, havia duas camas de solteiro, um sofá, frigobar, uma pequena televisão na parede e um banheiro nos fundos. O outro quarto era igualzinho.

Eu estava muito cansada e me joguei em uma das camas.

–Quem vai dormir aqui comigo? – fiquei esperando que Annabeth deitasse lá, como um quarto pras meninas e para os meninos.

–Eu vou pro outro quarto. – ela disse. – Vem Grover!

Não entendi por que Annabeth não queria dormir comigo, mas não fazia diferença, todos ali eram meus amigos.

Enfim, Luke se deitou na outra cama e fechou os olhos, mas ele não ia dormir, pois estava de tênis e jeans. Acho que ia apenas descansar.

Fui tomar banho. Foi muito relaxante tomar um banho depois de tudo que houve. Aconteceu tanta coisa no meu dia que parecia uma eternidade. Encontrei um deus no metrô, voei de avião, pulei de um avião, quase fui atacada por um dragão e soltei um raio durante queda livre.

Coloquei uma camisa branca simples e uma calça azul e me deitei.

–Grover já começou a roncar! – Annabeth abriu a porta rapidamente e se jogou no sofá.

Demos risada e eu fui me sentar com ela. O sofá ficava embaixo de uma grande janela com cortinas brancas com uma vista para o mar. Luke ainda estava descansando.

–Você está bem? – perguntei.

–Bem melhor depois que eu tomei néctar.

–Você não faz ideia do quanto eu estava preocupada, mas depois que eu te vi saindo daquela sala médica, eu percebi que tenho que parar de te subestimar, Annie. Você é incrível!

–Por causa de você, Thalia. Sou incrível por causa de você. Você me ensinou tudo que eu deveria ter aprendido com meus pais e você viu o que fez hoje? Conseguiu salvar 4 pessoas em uma queda livre no meio de uma tempestade? – ela riu. – Bom, 3 e meio.

Demos risada e percebi que Annabeth teria um ótimo futuro como semideusa.

–Annie, eu sei que você é muito mais esperta do que eu então me explique: quem está de olho em mim? Você disse ontem.

–Eu não acredito que você ainda não percebeu! – ela jogou a cabeça pra trás. – Thalia!

–O que? Você está me deixando nervosa, Annie, fale!

Ela parou de rir e olhou para o outro lado do quarto como se estivesse apontando para alguma coisa. Quando me virei a coisa que ela estava apontando era Luke.

–Você só pode estar de brincadeira?! O Luke é como meu irmão!

–Sim. Isso pode ser sua opinião, mas na dele, ele gosta de você!

–Mas isso não é certo, Luke é meu melhor amigo! Ele deveria ter me contado a verdade.

–Eu acho que você também gosta dele.

–Annie! Eu gosto dele, como um amigo!

–Você está numa fase que tudo é muito confuso, você pensa em alguma coisa, mas na verdade é outra. – ela se levantou. – Vou dormir, boa noite.

–Boa noite, Annie.

Fui dormir, eram 21 horas e Luke acabou dormindo. Peguei um lençol e joguei por cima dele e finalmente me deitei.

Fiquei deitada de lado olhando para ele. Não, ele não podia gostar de mim. Talvez Annabeth estivesse errada, talvez tivesse batido a cabeça muito forte. Depois tudo apagou.

Acordei de repente, era quase meia noite, estava tudo igual do que à três horas atrás, exceto por Luke que não estava na cama, estava sentado no sofá olhando pela janela. Levantei-me e fui falar com ele.

–Não consegue dormir? – perguntei.

–Acho que não. – ele deu um sorriso. – Feliz aniversário.

–O que?

–É meia noite, ou seja, já é o dia do seu aniversário.

–Ah, sim. Obrigada. – Eu não estava muito animada em comemorar meu aniversário. Estava passando por uma época ruim, meus pais não se importavam comigo e não sei como eu me sentia a respeito de Luke.

–Você não parece animada.

–É que as pessoas ainda me veem como se eu tivesse 10 anos. – inventei uma resposta mais simples e menos complicada.

–Por que você acha isso?

–Não sei ao certo.

–Thalia, eu não te vejo como uma criança. Você é forte, independente, inteligente e muito bonita.

Eu não tinha certeza o que ele quis dizer com o “bonita”. Será que Luke gostava mesmo de mim? Mas e eu? Será que eu realmente gostava dele e não sabia?

Mas eu estava ali, naquele momento, com 13 anos e estava olhando para ele. E ele era lindo. Tinha um cabelo loiro bagunçado, olhos azuis bem claros que brilhavam quando ele olhava para a lua. E naquele momento o que eu sabia?

Ele segurou minhas mãos ao perceber que eu estava olhando para ele, pois meu cabelo atrás da orelha e se aproximou; eu deixei. Foi um simples beijo, mas foi o meu primeiro e me aqueceu como uma xícara de chocolate quente.

Agora naquele momento eu sabia que estava apaixonada por Luke.


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Notas finais do capítulo

Shippadores de Thaluke piram *--* hahahaah
Eu sou péssima em descrever cenas de aventura tipo quando eles pularam do avião, mas vou tentar melhorar.
Acho que minha ideia ao fazer a cena deles pulando do avião foi um motivo da Thalia ter medo de altura, tipo traumatizou ela.
Enfim, estou ainda escrevendo o cap. 6 mas logo eu posto!



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