Os Diários De Thalia - O Último Raio EM HIATUS escrita por Gigi Castellan


Capítulo 4
Capítulo 4 - MEU mergulho para a morte




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Finalmente chegou a nossa vez de comprar a passagem, eu peguei a carteira e disse:

–Olá, nós queremos 4 passagens para Miami. A primeira que tiver.

–Preciso de seus documentos.

Peguei o de todos nós. Todos inventaram nomes falsos para nossos pais deuses.

–Certo, são os assentos 12, 13 e o 14, 15. $1350,90 no total.

Aquilo era muito dinheiro, mas Sr. D nos deu um cartão com um limite de $3000,00, portanto tínhamos o suficiente.

Entreguei o dinheiro, disse que não havia nenhuma bagagem e pegamos nossas passagens.

–Nosso avião sai daqui a 30 minutos. – falei.

Grover tinha caído no sono na cadeira.

–Ei! – gritei batendo em seu ombro – Garoto-Bode! Acorde!

Ele levantou rapidamente, esfregou os olhos e nos seguiu.

–Vamos para o salão de embarque. – Luke disse.

–Precisamos comer alguma coisa antes não é? – Grover comentou com a voz estranha por estar bocejando.

–É, eu também estou com fome – comentei.

Fomos para a praça de alimentação no andar de cima do aeroporto. Havia muita opção de comida, mas escolhemos o Gray’s, uma lanchonete. Todos nós comemos um lanche e um refrigerante.

Sentamos na última mesa no canto do salão, pois era muito reservada e daria para nós conversarmos tranquilamente.

Eu, Luke e Annabeth estávamos comendo e Grover estava devorando até o prato e nem coseguia respirar direito, nem mesmo falar.

–Hum... – disse Grover mastigando de boca cheia e olhando para Annabeth. – O que tem na sacola do Yankees?

Annabeth juntou as sobrancelhas e franziu a testa tentando descobrir do que ele estava falando. Finalmente arregalou os olhos e se lembrou do presente de sua mãe.

–Tinha me esquecido disso. – ela disse enquanto abria sua mochila e retirava uma sacola do New York Yankees.

Ela finalmente abriu e retirou um boné roxo escuro com as letras “N e Y” na frente em branco.

–Desde quando Atena curte Baseball? – Luke perguntou.

–Eu não sei. Isso é estranho. – ela analisava o boné e o posicionava para colocar na cabeça.

Um barulho bem alto veio de trás do salão e fez eco. Eu, Luke e Grover olhamos para trás, mas era apenas uma mulher que havia derrubado sua bandeja. Viramos-nos de novo e Annabeth não estava mais lá.

Percebi que Luke arregalou os olhos e começou a olhar ao nosso redor.

–Annabeth? – perguntei.

–Ai, isso é ruim – disse Grover.

–O que? Por que vocês estão assim? – ouvi a voz dela, mas não a via em lugar algum.

Todos olharam para a cadeira vazia de onde saia sua voz.

–Mas o que? – eu não conseguia entender. Onde estava ela?

De repente ouvi o grito dela.

–Não consigo ver minhas mãos! Não consigo me ver!

Estiquei o braço pra frente onde ela estava sentada e toquei-a, mas não conseguia vê-la.

–Annabeth, você está invisível!? – comentei.

–O que? – ouvir sua voz, mas não poder vê-la era muito estressante. Ah! Foi o boné.

Ela começou a aparecer novamente aos poucos exatamente onde estava sentada antes e estava retirando o boné.

–Isso é tipo um boné da invisibilidade? – Luke perguntou.

–Sim. Tipo isso – ela respondeu com o boné em cima da mesa. – Vai ser muito útil.

Ela olhou para cima e deu um sorriso, percebi que estava agradecendo sua mãe.

–Ufa, você me assustou, Annie. – disse Grover.

Demos risada e Annie guardou seu boné na mochila. Finalmente terminamos de comer e fomos para o salão de embarque.


–Como vamos passar pelo detector de metais? – Luke perguntou cochichando. – Temos uma dúzia de armas.

–Você podia usar o boné. – disse Grover para Annabeth.

–Não sei... – ela olhou para o chão como se fosse uma ideia ruim.

–Annie, nós precisamos! Eu sei que é errado, mas nós pelo menos não estamos deixando de pagar as passagens. – disse Luke.

–Tudo bem. – ela fez sinal para irmos a um canto onde ninguém via. Ela colocou o boné e sumiu. – Me passem todas as armas e qualquer outra coisa que vai nos atrapalhar.

Luke entregou sua espada, seu escudo e sua nova adaga. Eu entreguei minha lança, Aegis e o cinturão de bombinhas e facas da Anne.

–Tudo bem, Luke vai passar primeiro e eu vou junto com você, obviamente a máquina vai apitar por causa das armas e o guarda vai parar o Luke. Ele vai dizer que foi seu cinto que se esqueceu de tirar. E até aí, eu já terei passado. – disse Annabeth.

Todos concordaram e nós fomos passar pelo detector.

Luke foi à frente, colocou sua mochila na esteira e quando foi passar, o detector apitou. Annabeth havia passado.

–Senhor, cheque seus bolsos, por favor. – disse um guarda para Luke.

–Senhor? O Luke tem cara de senhor? – perguntei rindo e cochichando para Grover que esperava na fila comigo.

–Tem sim, Thalia. - ele disse com seriedade

Luke retirou seu cinto e colocou junto com a mochila na esteira.

–Desculpe, esqueci meu cinto. – ele disse para o guarda.

Depois, finalmente eu passei e Grover passou. Pegamos nossas mochilas e fomos para a van que nos levava até o avião.

Enquanto esperávamos os outros passageiros entrar na van, senti um cutucão no meu braço, percebi que era Annabeth. Fiz sinal para os meninos me seguirem para trás do veículo.

–Guardem suas armas. – ela disse ainda invisível.

Ela nos entregou todas as armas que começaram a aparecer aos poucos conforme ia entregando-as para nós. Conseguimos guardar todas as armas e Annabeth finalmente apareceu tirando seu boné.

–Vamos. – eu falei e entramos na van.

Quando chegamos ao avião a van parou e nós descemos. O avião era branco e azul como as cores da bandeira da Grécia. Ele tinha tamanho médio e já havia algumas pessoas embarcando.

Eu fui à frente seguida por Annabeth, Grover e Luke no fim.

Sentei no assento 12, na esquerda e na janela. Olhei para fora e conseguia ver toda a pista de decolagem. Percebi que Annabeth tinha sentado do meu lado, mas não olhei pra ela, estava olhando pra fora.

Mas quando me virei, não era Annabeth, era Luke com um sorriso no rosto.

–O que você tá fazendo aqui? – perguntei.

–Hã, estou sentado no assento do avião indo para Miami e você? – ele perguntou ironicamente.

–Não era pra ela estar aqui? – apontei para Annabeth que estava do outro lado do corredor com Grover na janela.

–Mas eu pedi pra ela me deixar sentar aqui com você. – ele falou enquanto se ajeitava na poltrona. Ele esticou as penas, deitou o assento estava quase deitado. Deu um suspiro e colocou os braços atrás da cabeça.

–Então tá. – falei e voltei a olhar para a janela.

O motor do avião finalmente ligou e a comissária de bordo disse para nós colocarmos o cinto.

Senti o avião tremer quando começou a andar em direção à pista. Quando ele finalmente chegou à grande pista começou a acelerar muito e as coisas que eu via pela janela passavam muito rapidamente. De repente o avião inclinou e nós estávamos voando. As casas lá em baixo começaram a ficar pequena.

O avião começou a fazer a curva e avistei lá na frente o Empire State Bulding.

–Luke! Nós vamos passar ao lado do Olimpo! – eu o cutuquei.

Ele se esticou ao meu lado para ver pela janela.

Não consegui ver nenhum templo acima do prédio e fiquei decepcionada, mas conseguia sentir uma força enorme naquela região. Não sabia o que era, mas acho que tinha algo a ver por estar no território de Zeus.

Vi Manhattan ficar pra trás e parei de olhar pela janela. Olhei para o outro lado e percebi que Grover estava dormindo e Annabeth estava muito mais vidrada no que acontecia lá fora do que eu.

Olhei para Luke que estava com os olhos fechados.

–Amanhã é seu aniversário. – ele disse ainda com os olhos fechados.

–Não estou animada como geralmente as pessoas normais ficam.

–É por que você não é normal, você é a filha de Zeus.

–Ta, mas sei lá, não tenho uma família minha pra comemorar. Ah, não sei explicar direito.

–“Não tem uma família sua pra comemorar”? E eu sou o que então? E a Annie?

–Luke, você é como um irmão pra mim. Na verdade é bem parecido com o meu de verdade, mas na realidade você é meu meio-sobrinho.

Ele franziu a testa tentando entender como ele seria meu meio-sobrinho. Mas é que eu sou filha de Zeus, e Zeus é pai de Hermes, e Hermes é pai de Luke.

–Thalia, eu não acho que sua preocupação é seu irmão e sua família – ele falou. – Acho que o problema é seu pai.

–Por que você pensa assim? – perguntei.

–Eu percebi que no metrô você ficou chateada por causa de Atena ser tão atenciosa com sua filha e seu pai, não. E você é filha de Zeus e quer ser melhor que os outros, mas não se preocupe isso não é um defeito. Se eu fosse te analisar, você não tem defeitos, você é perfeita.

Nunca ouvi Luke falar tão bem assim de mim que eu me lembre. Isso me deixou mais confortável. Encostei a cabeça no ombro dele e também fechei os olhos.

Acordei assustada com um trovão muito forte. Olhei para fora e parecia de mentira, mas as nuvens estavam negras e havia raios e relâmpagos pra todos os lados, e o avião chacoalhava.

–O que está acontecendo? – Luke acordou também.

–Tempestade, mas há algo muito errado. Isso não é normal, alguma coisa não deixou meu pai muito feliz. – falei.

–Mas ele sabe que você está em um avião, ele não te iria por em perigo.

–Ou não. Por que ele saberia?

O avião deu pulo no ar e muitos passageiros assustaram.

–“Atenção senhores passageiros, estamos passando por uma tempestade e teremos uma forte turbulência. Pedimos a todos que apertem seus cintos. Obrigada”. – a comissária de bordo disse pelo rádio.

Olhei para Annabeth que parecia aflita e tentava entender o que estava acontecendo. Ela se virou para mim.

–Você não fez ou disse nada que deixasse seu pai assim né?

–Que eu saiba, não.

Olhei para fora, mas não dava pra ver nada e nem onde estávamos.

De repente eu consegui ver a sombra de alguma coisa entre as nuvens e se mexia muito rapidamente. Era muito estranho.

–Luke? Aquilo não é outro avião é?

Ele arregalou os olhos para ver.

–Espero que não. Qual é a nossa altitude?

–8 quilômetros acima do solo. – eu conseguia responder isso, só não sabia como. Acho que era uma coisa de “filha de Zeus”.

Não se estava certo, mas aquela sombra parecia uma cabeça enorme de um lobo. Mas não haveria um lobo voando em uma tempestade.

A turbulência não parava e nem a tempestade. Tentei me comunicar com meu pai, mas ele não estava ouvindo com toda aquela raiva. Todos estavam muito aflitos e preocupados.

Não sei qual foi minha reação ao ver aquilo lá fora, mas não foi boa. A sombra que parecia um lobo ficou nítida, e não era um lobo, parecia mais um dragão.

–Temos que sair daqui. – disse paralisada olhando pela janela vendo aquelas enormes asas no meio das nuvens negras.

–Estamos dentro de um avião, Thalia.

–É? Mas ele não. – eu apontei para o gigante voador.

Luke ficou paralisado como eu.

–Concordo, devemos sair daqui.

Annabeth rapidamente trocou de lugar com Luke para ver o monstro.

–Aquilo é tipo um dragão? Mas dragões não são da Grécia, são da China certo? – perguntei pra ela que olhava para fora.

–É basicamente uma Hidra com uma cabeça e enormes asas. – ela falou. – Mas é outra espécie; desconhecida.

O monstro diminuiu a velocidade e se aproximou do avião. Ele virou a cabeça e parecia estar olhando diretamente para mim. Era muito assustador. De repente ele avançou na nossa direção.

–Isso não é bom – eu levantei da cadeira. – Vamos, temos que sair daqui!

Nós 4 nos levantamos e fomos correndo para a parte de trás do avião. Dava pra ver pela janela enquanto eu corria o monstro se aproximando e chegou uma hora que ele bateu muito forte no avião que balançou pro lado. Nós todos caímos e as pessoas começaram a gritar.

–Levantem, vamos! – gritei.

Finalmente chegamos à porta de emergência, só faltava puxar a alavanca. A comissária de bordo estava vindo correndo pelo corredor para nos impedir.

Nós estávamos presos. De uma lado, uma comissária de bordo brava, do outro um dragão enorme e à baixo havia quilômetros de ar.

Muitas janelas começaram a quebrar e vi uma das garras do dragão entrar por ela. Uma garra sua era do tamanho de Annabeth.

Mais garras começaram a aparecer pelas janelas e as paredes do avião estavam se amassando. Tínhamos pouco tempo.

–O que vai acontecer com as pessoas? – perguntou Grover aflito.

Não sabia responder aquilo, decidi ignorar.

–Vocês vão ter que confiar em mim. – falei enquanto segurei a mão direita em Luke, a esquerda em Grover e Annabeth agarrava minha cintura. – Prontos?

Eles fizeram sinal de sim com a cabeça.

–Prendem a respiração. – fiz sinal com a cabeça para Luke e para a porta. Ele puxou a alavanca com muita facilidade, a porta saiu voando e um vento começou a nos sugar. –Já!

Sim, me joguei de um avião com minha família na véspera do meu aniversário e um dragão de 80 metros de comprimento nos seguiu.


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