Os Diários De Thalia - O Último Raio EM HIATUS escrita por Gigi Castellan


Capítulo 6
Capítulo 6 - Minha hospedagem na casa de uma deusa


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para esse capítulo, mas ta aí! Espero que gostem!
Esse capítulo ta enorme! q bom! rsrsr

Dica para o final: *uma parte da cena na biblioteca vai ser extremamente importante para o resto da história*



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Acordei com Grover invadindo meu frigobar.

-Os M&Ms do meu quarto acabou. – ele disse enquanto engolia metade do pacote de uma vez.

-É. Bom dia pra você também, Garoto-Bode.

Luke não estava no quarto, fiquei um pouco feliz, pois eu não sabia como agir depois do nosso primeiro beijo.

Annabeth entrou no quarto, se jogou na ponta da minha cama e me abraçou.

-Feliz aniversário, Thalia!

-Ah, obrigada. – tentei não parecer com cara de sono. – Você está melhor?

-Muito melhor! Nem parece que eu caí de um avião. – ela riu.

-Thalia, é seu aniversário! – Grover gritou. – Eu tinha esquecido! Parabéns!

-Valeu Garoto-Bode.

Luke entrou no quarto e derrubou Grover que estava atrás da porta. Todos deram risada.

-Onde você estava? – perguntou Annabeth.

-Fui à padaria comprar isso. – ele abriu uma caixa e dentro havia um bolinho de morango. Ele tirou uma velinha azul do bolso, espetou no bolinho e entregou pra mim. – Feliz aniversário, Thalia.

Acendemos a vela e eu assoprei. Não fiz nenhum desejo, mas as duas coisas que eu mais pensava no momento eram meu pai e meus amigos que estavam presentes naquele quarto.

Nós dividimos o bolinho que estava ótimo, por sinal e durante nosso café da manhã eu ficava olhando para Luke o tempo todo. Ás vezes ele olhava para mim também e nós segurávamos a risada.

-Agora, vamos ao que interessa. Temos que ir para o farol. – disse Annabeth.

Assenti, nós pegamos nossas mochilas e fomos embora.

O hotel era bem perto da praia, só precisávamos atravessar duas avenidas para chegar lá. Era sábado e a praia estava lotada. Miami é muito famosa por Miami Beach e era exatamente lá que estávamos. Havia uma feira de artesanato lotada de pessoas, muitas crianças andando de bicicleta ou patins, pessoas correndo, jogando bola, deitadas na areia, nadando no mar, dormindo, comendo, conversando e muitas meninas jovens muito bonitas tomando sol de biquíni.

Percebi que Luke começou a olhar para uma moça morena que estava deitada tomando sol e cutuquei-o.

-Ei!

-Ah, desculpa. – ele riu.

Estava muito sol e comecei a passar calor. Tirei minha jaqueta de couro e fiquei apenas com uma regata cinza, o que era muito raro.

-Nunca vi a Thalia de roupa de calor. – disse Grover. Todos viraram para olhar.

-Por que Nova York é fria e aqui é horrivelmente quente. – respondi envergonhada.

Finalmente chegamos ao farol, uma torre de 50 metros de altura feita de pedra com uma grande janela e um holofote gigante no topo. A porta de baixo estava aberta para que quisesse subir para apreciar a vista.

-Devemos subir? – perguntei. – Onde vai estar o mapa?

-Duas pessoas sobem e duas ficam aqui. – disse Annabeth. – Meninos, subam. Eu e Thalia vamos ficar aqui em baixo.

-Ótimo, por que não quero nem saber de altura depois do avião. – falei.

O mar tinha uma cor azul bem clara e parecia estar bem gelada por causa do inverno, mas isso não impedia as pessoas de nadar com um calor desses.

Nós fomos à ponta do deque, olhamos em baixo dos bancos, Annie foi embaixo do deque, procuramos pessoas estranhas.

-Ei, Annabeth! Subam rápido aqui! – gritou Grover lá de cima com a cabeça pra fora da janela.

A escadaria do farol era gigantesca e com o formato circular era muito mais cansativo. A altura já estava me fazendo passar mal por ter pulado de um avião.

Quando chegamos lá, Grover estava olhando dentro de uma luneta pra ver a cidade mais detalhada.

-Acharam o que? A sorveteria? Ficar olhando a cidade não vai nos fazer achar o mapa. – falei.

-Não é o que vemos pela luneta. – disse Luke que estava parado ao lado de Grover. – É o que tem dentro da luneta. Olhe.

Fui até lá, abaixei e olhei pela lente. Não dava pra ver nada muito bem, por que tinha algo na frente, uma folha de papel enrolada dentro da luneta.

-É o mapa? – perguntei.

-Com certeza. – disse Luke.

-Como vamos pegar? – perguntei.

-Fácil assim. – disse Annabeth enquanto arrancava sua faca presa no braço e dava um golpe na luneta. Mas nada aconteceu.

-Ei, calma aí garota! – falei. Força não funciona, tem que usar habilidade também.

-Deixem comigo. – falou Luke. Ele pegou um palito de metal na mochila e começou a passar pelo canto da lente. Com a mão ele sentia tudo, virou a tampa que caiu lá em baixo. A luneta estava aberta, assim como nossas bocas ao ver a facilidade de Luke ao fazer aquilo.

-Especialidade de Hermes, arrombar as coisas. – ele percebeu que estávamos olhando para ele.

Tirei o mapa de dentro e era igualzinho à metade que já tínhamos. Mostrava a pequena ilha Star Island, uma pequena ilha com enormes mansões de celebridades. Víamos claramente uma mansão na área sul e um pequeno porto. Acho que iríamos conhecer alguma celebridade que morasse ali.

-Isso vai ser interessante. Mansões, famosos, iates e drinks! – falou Grover.

Annabeth pegou as duas partes do mapa e aproximaram-as, elas magicamente se juntaram e a parte de cima do mapa estava completa.

-Essa foi fácil. – disse Luke. – Temos que ir para Star Island ou para outra parte do mapa?

-Temos que ir para Star Island para achar a outra parte do mapa. – Annie olhou para o mar. – De barco.

O porto era logo ao lado do farol, estava lotado de vários tipos de barcos e tinha um péssimo cheiro de peixe.

-Vamos procurar alguém que possa nos levar até lá. – disse Annabeth. – Venha Grover!

Eu era uma pessoa curiosa e gostava de observar as coisas. Fiquei em pé esperando olhando pro mar, pro céu, pra rua, os barcos. A praia não me agradava muito, não tem um clima bom.

-E aí? – Nem percebi que Luke estava ali parado atrás de mim. Estava evitando ele por causa da noite passada. – Dormiu bem? Você nem falou nada pra mim hoje.

-É, acho que estava cansada.

-Ei. – ele abaixou o tom de voz e segurou minha mão. – Você realmente que esquecer o que aconteceu ontem? Por que eu sei que você não consegue parar de pensar nisso assim como eu.

-Luke, eu não quero nada no momento. Eu gosto muito de você, mas vamos deixar do jeito que está. –Eu tinha gostado muito de ter beijado ele, mas não queria começar algo agora. Eu estava concentrada em outras coisas e ainda via Luke como meu irmão. – Você, não vai ficar chateado, vai?

-Ah, eu entendo. Tudo bem, Thalia. Eu também gosto muito de você. – ele parecia sim chateado pelo tom de voz. – Mas eu vou esperar, não importa quanto tempo.

-Venham! Achamos uma carona! – gritou Annabeth de longe apontando para um barco.

O barco era branco e amarelo, cabiam 10 pessoas e o dono do barco ia nos levar até Star Island por $80,00. O homem devia ter em média uns 50 anos, usava uma camisa azul e um bermudão. E reparei só quando cheguei perto, mas ele fedia cigarro.

-Star Island? As crianças vão bisbilhotar os famosos? – perguntou o homem cumprimentando cada um de nós. – Estou brincando, meu nome é Leonard.

-Boa tarde – falei.

O barco saiu e estávamos a caminho de Star Island. O mar de Miami era muito parecido com o do meu sonho – o que não me deixou animada pelo fato do meu sonho não ser nada agradável.

Nós quatro estávamos apoiados na bancada observando o mar enquanto o vento batia em nossos rostos.

-Por que a Thalia não pode simplesmente nos carregar voando até a ilha? – questionou Grover.

-Eu nunca mais quero voar. – afirmei. – A última vez não foi muito boa.

-Mas eu fiquei bem. Nada grave aconteceu. – Annie falou.

-Pra mim foi grave por que eu não estou acostumada com isso, vai ser um trauma pro resto da vida. – suspirei. – Podem rir.

-Ninguém vai rir de você, a gente entende.

Dei um sorriso para ela como uma forma de agradecer.

-Aonde devemos parar? – gritou Leonard que estava controlando o barco.

Eu ia começar a falar, mas Annabeth me interrompeu.

-Extremo sul da ilha, tem uma mansão azul clara de frente pro mar.

Paramos ao lado de um deque de madeira muito comprido e havia uma placa na ponta dele escrito: “The Moonlight”. Havia uma lua desenhada.

-A casa tem um nome? – perguntei.

-Residentes de Miami são sofisticados. – falou Leonard enquanto nós descíamos do barco.

Demos o resto do dinheiro para ele que foi embora e nos deixou na ponta do deque em frente uma mansão ouvindo o barulho do barco se afastando e a água batendo nas rochas.

-Vocês sabem que estamos na casa de alguém, não é? Não estamos em um lugar publico. – falou Luke.

-Vamos procurar pelo jardim sem ser vistos e se não acharmos nada, a gente bate na porta. – falei.

Seguimos pelo deque, atentos ao redor caso algum jardineiro, faxineiro ou morador nos visse. O jardim era incrível, cheio de palmeiras, roseiras, a grama era verdíssima, havia bancos de madeira em baixo das árvores, muitos pássaros voando e um caminho de pedras que ia até a varanda dos fundos da casa. Até agora não tinha avistado ninguém.

O jardim tinha um cheiro de jasmim – aquelas pequenas flores roxas – e o único barulho desconhecido eram nossos pés batendo nas pedras enquanto andávamos.

Luke parou de repente.

-Vocês ouviram isso? – ele se virou e ficou procurando alguma coisa ao seu redor. – Tem alguém por aqui.

Ouvi um barulho de folhas de árvores se mexendo. Todos pararam para procurar alguma coisa, mas não saímos do lugar.

De repente várias garotas surgiram de cima das árvores, perfeitamente equilibradas nos galhos apontando flechas para nós. Uma delas pulou da árvore na nossa frente. Seu arco era maior e diferente dos outros. Ela devia ser um pouco mais velha que eu, tinha cabelos escuros presos à uma trança. Era baixinha, usava uma camisa preta, uma calça dourada e uma sandália “estilo Grécia antiga”. Mantia os olhos apertados e firmes em nós, não piscava, não se movia, apenas apontava o arco para nós.

-Quem são vocês? – ela perguntou ainda do mesmo jeito de antes. – Como ousam entrar aqui sem autorização?

-Meu nome é Thalia e estamos procurando algo que está aqui. – falei calmamente.

Percebi que Luke estava com a mão em sua espada pronto para sacá-la.

-Por que seu item perdido estaria em propriedade privada? – ela perguntou.

-Vocês são as Caçadoras, não são? – Luke me interrompeu.

-Como você sabe disso?

-Sou Luke, filho de Hermes. Essa é Thalia, filha de Zeus; Annabeth, filha de Atena e Grover.

-Por que eu sou “apenas Grover” como sempre? – Grover reclamou.

-Vocês são semideuses? Do bem?

-Sim, somos do Acampamento Meio Sangue e queríamos falar com a dona da casa. – disse Annabeth.

-Mas é claro. – ela assoviou e todas as outras meninas abaixaram seus arcos e foram embora. Ela fez o mesmo. – Meu nome é Zoë; sigam-me.

Ela deu seu arco para uma das meninas e começou a andar em direção a casa. Nós a seguimos.

Subimos a escadaria de mármore e passamos por uma porta em forma de arco toda dourada. Se o jardim da casa era maravilhoso, o interior da casa então era muito mais!

Havia um lustre de cristal no teto, o chão brilhava, à esquerda, uma enorme cozinha cheia de frutas e móveis modernos. À direita uma mesa enorme de madeira com um vaso de orquídeas em cima. A casa estava extremamente limpa.

Seguimos Zoë até ela parar em frente uma porta dupla dourada bem alta. Quando abriu, havia um tapete vermelho que seguia reto até o fim da sala onde havia uma poltrona branca muito brilhante vazia. Havia esculturas de caçadores com arcos pela sala e mais duas caçadoras, uma de cada lado da poltrona.

Ouvi passos vindos de trás à nossa direção. Uma menina ruiva passou pela gente e sentou na poltrona.

Ela tinha olhos castanhos, cabelo ruivo liso, usava um vestido branco estilo grego e uma tiara de flores. Parecia ter uns 8 anos.

-Senhora, esses semideuses querem falar com você. – Zoë disse.

-Mas é claro! Aproxímem-se, por favor. – a menina falou. Achei estranho uma menina ser chamada de senhora.

Um pássaro entrou pela janela e pousou no braço da poltrona, a menina começou a fazer carinho nele. Aquilo era estranho, pois pássaros não ficam tão perto de pessoas assim.

-Lady Ártemis? – falou Luke.

Ártemis? Aquela era Ártemis, a deusa da lua e da caça? Mas era apenas uma criança!

-Obviamente sou eu. – ela falou.

-Você é a deusa Ártemis? – perguntei. Zoë franziu a testa para mim. –Hã, enfim, estamos procurando uma coisa que acredito estar em sua casa.

-E o que seria?

-Um mapa das ilhas de Miami. Estamos em uma missão e precisamos.

Ela suspirou.

-Venham comigo. – ela se levantou e nos guiou. Subimos uma longa escada e entramos em outra sala que parecia uma biblioteca. Olhei para trás e percebi que Zoë estava me observando, o que achei um pouco assustador por que ela era meio estranha.

-Venha dar uma olhada nos meus mapas, veja se é algo que está procurando. – Ártemis falou.

Havia muitos tipos de mapas, de vários lugares desconhecidos, mas nenhum de Miami. Aquilo já estava ficando estressante, pois depois de completarmos o mapa, ainda teríamos que segui-lo e encontrar o Louro de Atena.

Ártemis deu um longo suspiro e se virou para nós.

-Crianças, por que vocês não se juntem conosco para o almoço? Mais tarde procuramos por mais mapas. – ela ficou olhando para cada um de nós.

-Bom, nós... – eu comecei a falar, mas Ártemis me cortou.

-Deixe-me olhar para vocês. – ela chegou perto de mim. – Você usa muito preto, isso traz tristeza, minha querida meia-irmã.

-Meia-irmã? – Luke questionou. Ártemis se dirigiu a ele.

-A garota é filha de Zeus assim como eu; ela é meia-irmã da maioria dos olimpianos. – ela analisou Luke. – Não tinha percebido que havia um homem em casa. Nós não aceitamos homens em casa.

-Mas a senhora acabou de me convidar pro almoço.

-Sim, podemos fazer uma exceção, filho de Hermes. Seu pai não me visita já faz tempo, ele tinha o costume de passar aqui o tempo todo. - ela se voltou para mim.

-Por que você usa tanto preto, garota?

-Por que eu gosto, senhora.

-Claro. – ela parou. –Mas que cheiro é esse?

-Deve ser o Grover. – falei.

-Meu querido sátiro, por que você não vai ao quintal se limpar?

-Sim, Lady Ártemis.

Ela se virou para Annabeth que não estava prestando a atenção em nada, ela estava olhando ao seu redor naquela imensa biblioteca e seus olhos estavam brilhando.

-Querida? – Ártemis chamou.

Ela voltou à realidade.

-Hã? Ah, o que? Desculpe-me.

-Quantos anos você tem, querida?

-10, senhora.

-Você está mais do que bem vinda para explorar minha biblioteca depois do almoço, filha de Atena.

-Sério? – ela abriu um sorriso. – Muito obrigada, senhora!

-Zoë, por favor, acompanhe nossos convidados para o salão de jantar.

-Sim, senhora.

Nós descemos a escada e fomos para uma sala de jantar com aquela mesa enorme ao lado do jardim que entramos.

Eu me sentei na lateral da mesa e Luke sentou-se do meu lado. Sim, ele estava me rondando.

Annabeth se sentou do outro lado da mesa, de frente para mim e Ártemis e Zoë sentaram cada uma em uma ponta.

Duas meninas trouxeram várias bandejas com vários tipos de carne e legumes. Nós nos servirmos, e aquela comida estava muito boa!

-Então todas aquelas meninas são caçadoras? – perguntei.

-Sim, são as meninas que se comprometeram comigo. – Ártemis respondeu. – E são semideusas também.

-Você é filha de quem, Zoë? – perguntei tentando fazê-la parar de me encarar.

-Meu pai é Atlas. Mas eu não falo muito sobre isso.

-Atlas? Nossa! – falou Annabeth. – Sem querer ser rude, mas quantos anos você tem?

-14 – Zoë suspirou. – Por muitos séculos.

-Uau! – falou Luke.

Ela forçou as sobrancelhas pra baixo para Luke. Luke não estava sendo uma boa companhia ali.

Percebi que Ártemis começou a me olhar da mesma maneira de que Zoë estava. Na boa, aquilo estava me incomodando.

-Quantos anos você tem, Thalia? – Ártemis perguntou. Ela estava interessada em alguma coisa, talvez algo que eu tinha ou que queria.

-Hoje é meu aniversário de 13 anos, senhora.

-Meus parabéns, minha querida!

-Obrigada.

Depois que o almoço acabou nós voltamos para a biblioteca.

-Sentem-se aqui que Zoë irá buscar todos os mapas e livros que talvez vocês achem alguma coisa. – Ártemis falou apontando para uma mesa na biblioteca.

-Alguém reparou que a Zoë não para de me encarar? – sussurrei quando estávamos apenas nós 4 na mesa. Grover e Annabeth balançaram a cabeça negando. Luke olhou para baixo e suspirou.

-Luke? Você sabe de alguma coisa? – perguntei.

-Eu acho que elas querem que você... – ele foi interrompido por Zoë.

-Aqui estão todos os mapas que temos e os livros de guias turísticos. – ela jogou uma caixa na mesa. – Boa sorte.

Começamos a mexer em tudo. Annabeth ficou vendo os livros e eu e os meninos ficamos vendo os mapas, um por um.

-De onde é esse mapa? – Grover perguntou me entregando um mapa.

-Mundo Inferior. – falei. – Não mexa nele.

Grover jogou o mapa na caixa como se tivesse segurado uma larva. Nós demos risada.

-Ei, olhem isso. – falou Annabeth. –Esse livro tem umas frases grifadas.

-Sobre o que? – perguntei.

-Licáon.

-Quem? – perguntou Luke.

-Licáon é um monstro em formato de lobo.

-Mas isso não é importante para nós, é? – perguntei.

-É, acho que não. – Annabeth fechou o livro com força.

-Achei. – Luke falou.

Todos olharam rapidamente para ele.

-Onde estava? – perguntei pegando da mão dele.

-Estava no chão, deve ter caído de dentro do livro que a Annie pegou.

O mapa era diferente, era maior.

-Gente, eu acho que conseguimos 2 partes de uma vez só. – falei. – Annie, me dê o mapa que temos.

Ela abriu a mochila e entregou a parte superior do mapa que já tínhamos. Eu peguei a parte nova e encaixei. As pontas brilharam e se juntaram magicamente. Abri um largo sorriso. O mapa estava completo.

-Acabou? É isso? – perguntou Grover.

-Sim! Nós conseguimos o mapa inteiro! – falei. – Vamos ver.

Coloquei-o aberto no centro da mesa para todos poderem ver. A nova parte mostrava duas outras ilhas: Dodge Island e Fisher Island.

-Devemos ir já? – perguntou Annabeth.

-Vamos aproveitar o tempo bom para ir embora. – Luke falou.

Levantamos-nos da mesa e Zoë apareceu.

-Conseguiram o que queriam?

-Sim, obrigada. – falei. – Temos que ir antes que chegue uma tempestade.

-Acho que é tarde demais. – ela apontou para a janela. Já estava chovendo lá fora.

-Eu posso consertar isso, ou tentar. – falei.

-Impressionante. – Zoë disse em um tom sarcástico.

Fui até a varanda e vi que as nuvens negras estavam chegando do sul. Tentei pensar em coisas felizes para o tempo mudar. Tentei fazer o máximo para controlar aquelas nuvens, mas nada aconteceu.

-Estranho.  – falei.

-A tempestade só vai embora amanhã. – Zoë falou. – Lady Ártemis acabou de ser informada.

-Nós estamos presos aqui até amanhã? – perguntei.

-Vocês estão bem vindos para hospedar-se aqui, temos muitos quartos vazios. Venham comigo.

-Nós subimos uma escada longa e larga que dava em um corredor enorme com dezenas de portas. Paramos em frente uma porta amarela que Zoë abriu.

Era um simples quarto como de um hotel, com duas camas de solteiro, sofá, penteadeira, televisão e uma mesinha com um abajur e um jarro de água.

-O outro quarto é a porta de frente. – ela abriu outra porta amarela com o quarto idêntico ao primeiro. – Podem se acomodar, o chá é às 16 horas.

-Obrigada – falei, mesmo não querendo passar a noite com pessoas me encarando. Eu olhei para meus amigos. – Acho melhor eu dividir o quarto com a Annie.

-Tudo bem – Luke me encarou por um bom tempo, suspirou e foi para o outro quarto seguido por Grover.

Entrei no quarto com Annabeth e comecei a desfazer minha mochila. Alguma coisa estava me incomodando, e não era mais a maldita profecia, ou meu pai, ou meu irmão ou meus poderes. Era algo aqui nessa casa.

Não estava me sentindo feliz como estava ontem. Mas por que eu estava feliz ontem?

-Você está bem? – Annabeth perguntou. – Você parece... Distante.

Dei um leve sorriso para ela entender que eu estava normal.

-Annie, o que nós fizemos ontem mesmo?

-Pulamos de um avião, eu fui para o hospital e nos hospedamos em Miami Beach.

Mas como ontem eu estava feliz se só houve desgraça?

-Não, não pode ser só isso.

-Nós tivemos aquela conversa estranha sobre o Luke.

Não sei o que aconteceu, mas a realidade passou por mim em fração de segundos. Era Luke o problema?

-Eu preciso falar com ele. – decidi.

Abri a porta rapidamente e quando ia bater na porta da frente, Grover e Luke estavam no corredor.

-Estamos descendo para o chá. – Luke falou.

-Ah, sim. Claro. – falei com uma voz de decepção. – Annie, venha!

Já era 16 horas e nós 4 descemos para o chá; Ártemis e Zoë estavam na varanda olhando a paisagem chuvosa e a mesa estava pronta com chá e biscoitos.

-Sentem-se, por favor! – falou Ártemis assim que nos viu.

30 minutos se passaram e eu ainda estava sentada na mesa e Zoë ainda me encarava, e agora, Ártemis também. Não, eu não ia aguentar aquilo.

-Qual é o problema? – perguntei meio alto.

-Perdão? – falou Ártemis.

-Vocês duas não tiram os olhos de mim desde que eu pisei nessa casa! É por causa do meu pai? Eu estou incomodando vocês? Por que isso está me incomodando!

-Querida Thalia. – Ártemis suspirou e se levantou da cadeira. Será que ela ia me matar por tanto desrespeito? – Venha comigo.

Ela fez sinal para irmos para a cozinha e Zoë nos seguiu.

-O que está acontecendo? – perguntei enquanto me apoiava no fogão.

-Nos queremos te oferecer o que pode ser a melhor oferta de sua vida, minha querida. – Ártemis disse.

Meus 3 amigos rapidamente apareceram na cozinha.

-Me desculpe, mas nós não vamos deixar ela sozinha. Se a senhora quer falar algo, nós vamos ouvir. – disse Grover. Era bom saber que meus amigos se preocupavam tanto comigo.

-Certo. –falou Zoë. –Thalia Grace, você aceita se juntar as Caçadoras de Ártemis?

-O que? – perguntei. Estava indignada, então era por isso que elas estavam me encarando? Não foi nada que eu pensei.

-Mas há algumas regras. – falou Ártemis. – Você terá que abandonar o Acampamento Meio Sangue, se unir comigo, NUNCA ter qualquer tipo de relacionamento.

-O que? Não! Nunca! – gritou Luke. –Thalia, não faça isso!

Eu não sabia o que responder, abria a boca, mas as palavras não saiam. Aquilo parecia uma ótima oferta. Mas não, eu não podia deixar Luke.

-Eu não posso. – falei. – Não posso deixar as pessoas que amo para trás, me desculpe.

Olhei para Luke ele abriu um sorriso para mim. Fiz o mesmo.

-Bom, você ainda tem tempo para pensar. – falou Zoë. Eu conseguia perceber a decepção que chegou a ela.

-Acho melhor a gente subir. – Annabeth falou. – Isso já está estranho demais.

Nós 4 subimos para nossos quartos. Eu deitei na cama, olhei para o teto e comecei a pensar.

-Obrigada por recusar. – disse Annabeth. –Mas, você não queria mesmo? Por que deve ser muito legal!

-Não, não mesmo. – respondi.

Alguém bateu na porta e Annabeth abriu. Era Luke.

-Thalia! Precisamos conversar!

-Eu vou esperar com Grover. – falou Annabeth que saiu e fechou a porta.

-Por que?! – ele estava muito agitado e andava de um lado para o outro. – Por que você recusou?!

-Eu disse por que.

-Você olhou pra mim quando disse que queria ficar com quem amava!

-Sim Luke, você é meu melhor amigo! Assim como Annabeth e Grover!

-Não faz sentido! Thalia, hoje você me olhou da mesma maneira que eu olho para você! Você tem que me dizer o que pensa!

Luke continuava falando, mas eu não estava prestando atenção, eu estava apoiada na janela olhando a chuva enquanto ele corria de um lado para o outro gritando. Comecei a me sentir incomodada, precisava fazer alguma coisa. Não estava aguentando mais.

-Sim!! – falei tão alto que Luke parou de falar e correr e olhou para mim. – Sim! Eu não aceitei por causa de você, Luke. Eu teria que deixar você e eu não quero te deixar por que eu te amo!!

Um silêncio permaneceu por 1 minuto. Eu estava olhando para baixo, mas sabia que ele estava olhando para mim.

-Isso é verdade? – ele perguntou em um tom baixo dessa vez.

Assenti e finalmente olhei para ele. Não fazia ideia do que ia acontecer, mas eu tinha certeza do que tinha falado.

Fiquei parada olhando para ele que finalmente me surpreendeu. Ele avançou e me beijou. Foi um beijo muito melhor do que o primeiro. Ele segurava minha cintura e eu, na ponta dos pés, enrolei o braço em seu pescoço. Minha mente dura e fria dizia para parar, mas meu corpo não.

Ele finalmente me soltou e estávamos muito perto, olho com olho.

-Eu também te amo. – ele falou.


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Notas finais do capítulo

Nossa, ta mesmo enorme, eu nem tinha percebido.
Enfim, eu sou péssima em escrever cenas de romance como pode ver rsrsrs vou praticar!
Aguardem ansiosos para o capítulo 7 :3



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