My Best (dragon) Friend escrita por AutomaticLove


Capítulo 5
Cap 5 – Os pensamentos do dragão


Notas iniciais do capítulo

esse é o penultimo capitulo!

boa leitura! :3



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Eu só podia estar sonhando. Não era possível meu pai ter decidido do nada com quem eu iria me casar, e ainda dizendo que eu havia escolhido por mim mesma o meu futuro marido. Ou eu estou sonhando ou ele surtou de vez.

- Papai – disse piscando freneticamente, tentando acordar desse pesadelo – o que o senhor que dizer com isso? Eu não escolhi Sir Gray, não o protegi de Natsu. Papai, o senhor deve ter confundido as coisas. – falei rindo nervosamente. Vi seu sorriso murchar um pouco.

- Lucy, acredito que você entende a sua situação no momento, certo? – ele disse me olhando sério – Já tivemos essa conversa, então repense nessa proposta do Sir Fullbuster e dê sua resposta até amanhã.

- Mas que proposta? – me fiz de desentendida

- Vossa alteza – Sir Gray se pronunciou pela primeira vez, se levantando e vindo em minha direção, assim que estava a minha frente, se ajoelhou e me olhou nos olhos – Deseja se casar comigo?

E ali, parada, sendo encarada por aqueles olhos tão profundos, me senti como se estivesse presa. Aquele arrepio esquisito percorreu novamente meu corpo, desviei o olhar.

- P-posso lhe responder depois? – falei sem olhá-lo, porém ainda com aquele sentimento de prisão.

- Claro – ele disse – Mas lhe peço que não demore. – ele sorriu

- Sim – disse me levantando e saindo rapidamente do salão.

Corri para a biblioteca, precisava pensar em um plano para fugir desse casamento. Sentei-me em uma mesa e apoiei a cabeça nos braços.

- O que eu faço? O que eu faço? – murmurei para mim mesma, forçando meu cérebro a pensar em uma saída. Até que... – É isso!! – falei levantando em um pulo e saindo apressada do aposento. Passei rapidamente pelo meu quarto para pegar uma capa e desci as escadas rapidamente, parando no corredor.

Entrei pela passagem secreta que não usava há muito tempo, e saí atrás do castelo, olhando por todos os lados e não encontrando ninguém, segui em direção à floresta, cobrindo minha cabeça com o capuz da capa.

Parei na orla, respirando fundo e sentindo o ar fresco bater em meu rosto. Entrei decidida, não iria me casar com Sir Gray. Caminhei pela floresta, procurando com os olhos por entre as árvores alguma coisa conhecida, procurando com os ouvidos algum som familiar. Mas nada me surpreendeu dessa vez. Suspirei. Um farfalhar de folhas as minhas costas me assustou, me virei esperançosa e vi que era somente um esquilo.

- Não estou te procurando – falei para ele, que se assustou e saiu correndo, suspirei novamente, mas de repente ouço um rosnado ecoar por meio as árvores altas ali. – Natsu? – falei me virando e procurando pela fonte, meu coração batendo forte – Natsu! – o chamei alto, fazendo minha voz ecoar – Natsu!! Cadê você?! Natsu!! – comecei a andar novamente – Natsu! – parei ao ouvir novamente o rosnado, mais próximo de mim agora, girei em todas as direções, procurando. Ouvi o rosnado mais uma vez e percebi que vinha de trás de uns arbustos ali perto, sorri. – Natsu, querendo me assustar?  - disse sorrindo e indo em direção ao arbusto que vinha o rosnado – Te achei! – gritei afastando os galhos, e para minha surpresa não o encontrei, mas sim um lobo cinzento, que rosnava cada vez mais alto e mostrava os dentes. Congelei.

Recuperei meus sentidos, e comecei a andar de costas o mais lento possível, tentando me afastar do lobo que rosnava ameaçadoramente. Ele uivou e avançou na minha direção, gritei o mais alto que meus pulmões conseguiam e corri, corri como nunca tinha feito, corri mais que minhas pernas, corri até sentir o chão sumir dos meus pés... Espera, o quê?

Olhei para meus pés e realmente não havia chão abaixo deles, apenas as copas das árvores passando como um borrão verde. Olhei para cima e tive a melhor surpresa das ultimas semanas: Natsu. Senti meus olhos se encherem de lágrimas, o tinha encontrado, ou melhor, ele havia me encontrado.

Ele me carregou até um rio cristalino que corria calmo sobre algumas pedras. Me colocou delicadamente na margem e aterrissou ao meu lado. O olhei, ele parecia maior, mais encorpado, sorri.

- Natsu – me aproximei dele, a fim de abraça-lo, mas ele afastou-se sem nem me olhar, franzi o cenho – O que houve?

Ele continuou a se distanciar de mim, o segui e parei ao ver para onde ele se direcionava. Era uma caverna média feita de um amontoado de pedras parecidas com as do rio logo atrás de mim, por toda a entrada estavam espalhados restos de peixes e outros animais menores. Natsu entrou na caverna e se deitou, ficando de frente para mim, ele abriu os olhos e me encarou, sem expressão. Me arrepiei com esse olhar sem emoção e senti um aperto no coração.

- Natsu, sou eu, Lucy – falei me aproximando lentamente – Veja, estou bem! – tentei sorrir, mas não consegui com ele me olhando daquele jeito – Natsu? Natsu eu vim te procurar, vim te trazer de volta pra casa e...

- Não – ouvi uma voz grave e forte e me espantei ao perceber que veio dele

- O-o que? – falei, meu coração pulando em meu peito

- Não, não irei voltar com você – arregalei os olhos, ele estava falando normalmente – Não irei voltar para o lugar onde sou considerado uma fera selvagem e minha cabeça está sendo caçada para enfeitar uma sala de jantar.

- Mas o que...

- Sim, é isso que ouviu. Não tente negar, sei que é isso que todos pensam de mim.  –ele disse, e vi rapidamente a tristeza trespassar por seus olhos. – Principalmente seu pai, ele quer minha cabeça enfeitando a sala do trono dele, para mentir aos seus netos como ele a conseguiu ao matar um dragão feroz e salvar o reino...

- Natsu, não é assim... – tentei argumentar

- Claro que é! – ele rosnou – E você sabe disso muito bem! – ele me olhava intensamente – Não sei ainda o que tinha em mente para aceitar viver com você naquele castelo... – ele disse desviando o olhar para o chão – Sempre fui tratado como um bichinho de estimação exótico por todos, apenas me tratavam bem porque você estava sempre junto. Mas eu sentia o medo deles ao me encararem.

- Medo? De que? – disse confusa, estava recebendo muita informação de uma vez só.

- De que? De que você ainda me pergunta? – ele disse se levantando – Você já se esqueceu do que aconteceu? Que eu te deixei aleijada por quase um mês inteiro! – agora eu podia ver claramente a culpa em seus olhos

- Como você sabe que foi quase um mês? Você nem estava lá! Esteve esse tempo todo escondido aqui! Eu posso ter me recuperado há muito tempo e você nem saberia!

- Não saberia? Você realmente acredita que eu te deixaria sozinha lá? Eu estive te observando, esse tempo todo acompanhei sua dor no processo de recuperação, via suas noites mal dormidas por causa dos ferimentos que eu mesmo lhe causei! – a culpa agora tomava conta de seus olhos, o aperto em meu coração aumentou.

- Natsu, não foi culpa sua!

- Claro que foi! Foram essas garras afiadas que cortaram como manteiga sua pele! Foram essas garras que ficaram cobertas de seu sangue! Foi por causa delas que você ficou com essas cicatrizes horríveis em seu corpo! – ele agitava as garras com desprezo – Se eu não tivesse me descontrolado... Se eu tivesse recuperado a consciência alguns segundos antes... – ele disse deitando novamente na caverna e fechando os olhos – Eu queria nunca ter te conhecido, pelo menos você estaria perfeita, como sempre foi...

- Natsu... Por favor... Não diga isso... – eu murmurava baixo, lágrimas escorriam pelo meu rosto – Você é meu melhor amigo, você me salvou de uma vida horrível que meu pai queria que eu seguisse, eu não consigo imaginar outra vida sem você junto a mim. Essas semanas foram as piores da minha vida, e não foi por causa dos ferimentos, mas porque você não estava lá comigo, meu coração estava apertado até agora a pouco quando te reencontrei.

Ele abriu os olhos e me fitou por um tempo, em silencio.

- Natsu... Volta pra mim. – implorei, com as lágrimas escorrendo incessantemente pelo meu rosto. – Por favor.

Ele me encarava intensamente, se levantou e veio em minha direção, parando enfrente a mim. Ele abaixou até ficar com os olhos no mesmo nível que os meus. E para minha surpresa ele me lambeu.

- Você prometeu nunca mais chorar – ele disse baixinho, fechando os olhos e suspirando. – Luce

Não consegui me segurar mais e o abracei, com todas as minhas forças. Não iria deixa-lo fugir nunca mais, se dependesse de mim, não o deixaria fugir de meus braços nunca mais.

- Por favor, Natsu, não me deixe! Eu preciso de você! – falei ainda abraçada a ele, o apertando um pouco mais – Por favor... Por favor... – sussurrava desesperada

- Luce, me escute. – ele disse tentando se soltar – Me solte um minuto. – o soltei rapidamente e ele me olhou – Eu não vou te deixar, mas eu não posso mais voltar para aquele castelo, todos querem me matar lá.

- Não, eu posso dar um jeito e ninguém encosta um dedo em você! Eu sou a princesa, eu mando e desmando o que eu quiser!

- Sim, mas é seu pai que quer me matar, e ele é o rei, ele pode tudo.

- Então... então... – tentava achar uma saída – Então terei que fugir! É isso! Irei fugir do castelo e de quebra do casamento!

- O que? Que casamento? - ele disse surpreso

- Meu casamento. Meu pai quer que eu me case com Sir Gray, ele acha que eu o escolhi como noivo quando tentei impedi-lo de atacar você. – falei revirando os olhos – Mas é isso! Irei fugir ainda hoje e...

- Não! Você não pode fugir de seu próprio casamento assim! Não era isso que você sempre desejou? Formar uma família com o homem que você ama?

- O que? Sim eu quero formar uma família com o homem que amo, mas não com Sir Gray! Eu não o amo.

- Mas não parecia que não sentia nada por ele naquele dia – ele disse e eu estranhei o modo como ele disse aquilo

- O que quer dizer com isso? – falei estreitando os olhos

- Nada, apenas que não parecia que você não sente nada por ele – ele disse sem me olhar – Vocês estavam tão próximos...

- Espera um pouco – dei uma risadinha, entendendo tudo – Você está com ciúmes? É isso mesmo? – ri novamente

- Não, não estou com ciúmes. – ele disse sério

- Se não está com ciúmes, então porque perdeu o controle quando nos viu tão próximos? – falei levantando as sobrancelhas, o vendo ficar sem resposta.

- Eu...  Não sei – ele disse baixo, olhando o chão – Eu não sei por que perdi o controle, eu estava bem, estava voltando para pedir desculpa por ter te assustado mais cedo em seu quarto, quando a vi no jardim, decidi te fazer uma surpresa, mas então eu vi que não estava sozinha, e que era um dos herdeiros que seu pai queria que você se casasse, porém ele estava próximo demais, mais que normalmente você deixaria se aproximar. E de repente eu já não enxergava mais nada claramente, uma coisa foi subindo pelo meu peito e um rugido saiu pela minha boca. Sentia meu coração batendo dolorosamente contra minhas costelas, como se ele estivesse sofrendo para bater. E então aquele homem estava gritando coisas sem sentido apontando uma lâmina brilhante em minha direção, aí eu ouvi uma coisa que me deixou nervoso. Ele gritou que iria protegê-la de mim, quem ele pensa que é para protegê-la de mim? Eu sou seu único protetor, sempre fui e sempre serei! E assim eu o ataquei, para mostrar que ele não servia para protegê-la, que somente eu posso fazer isso. E no segundo seguinte você estava caída no chão, sangrando com um rasgo no vestido e minhas garras estavam todas ensanguentadas. Eu não estava entendendo o que tinha acontecido e o homem não parava de gritar por socorro, eu me desesperei e fugi para a floresta.

Estava em choque com essa declaração tão detalhada dos acontecimentos. Natsu estava tentando me proteger no fim de tudo, como ele sempre fez a minha vida toda.

- N-natsu... – falei com as mãos nos lábios trêmulos

- Luce, eu... eu me sinto tão bem quando estou perto de você, sua voz me acalma, seu cheiro me inebria, seu sorriso me da força. Eu sofri tanto quanto você quando ficamos separados essas semanas todas, eu sentia como se estivesse faltando um pedaço de mim. Eu sinto uma necessidade muito grande de te proteger a todo tempo. Amaldiçoo-me eternamente por ter te atacado, por ter te ferido, tentando protegê-la. Eu sou o pior tipo de amigo que você poderia ter, mas mesmo assim não consigo ficar separado de ti.

- Natsu, eu te perdoo por ter me atacado, por favor, não fique se culpando por isso! Dói em mim  ver essa culpa em seus olhos e seu sofrimento por causa disso!...

- Luce, eu... – ele me interrompeu, me olhando nos olhos intensamente - Eu acho que te amo. 


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Notas finais do capítulo

já podem soltar a fangirl de dentro de vcs LOL

semana que vem o ultimo capitulo!! não percam!!

mereço reviews? :3