Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 3
Conversas & Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Capitulo para vocês, meus leitores queridos que não deixam reviewspara mim ~ironia on.
Apesar de achar que é porque muitos ainda não sabem que comecei a postar a terceira temporada. Pelo menos eu espero que seja isso. Agradeço quem deixou reviews para mim, logo miais respondo.
Então, vamos parar de enrolar e começar logo o cap.



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Foi com pequenos ruídos que a garota abrira os seus belos olhos azuis como um céu claro, a sua frente pode ver o reflexo de seu rosto sardento na janela assim como a paisagem ali fora, o céu estava escuro e podiam se ver algumas estrelas já haviam surgido, não havia qualquer sinal da lua o que fez com que a ruiva pensasse quanto tempo havia cochilado. Ela se endireitara no banco enquanto se voltava para o lado esquerdo onde uma pequenina ave continuava pulando de um lado para o outro, parecendo agitada pelos pios a grifinoria julgou que poderia ser fome e buscou em sua bolsa algo que pudesse dar a sua mascote.

Pichi piara alegremente quando recebeu da dona uma pequena porção do que sobrara do lanche que a ruiva havia feito há horas atrás. Rose sorrira enquanto via a coruja anã desfrutando feliz das migalhas das torradas e patê de peru. Foi então que a garota notara algo que a fez ficar confusa, havia algo sobre si uma espécie de blazer ou casaco a caindo em seu colo e não era o seu já que havia o guardado na mala pouco após a partida do trem.

_ mas o que... – disse Rose erguendo o casaco na altura dos olhos.

_ isso é meu senhorita – uma voz masculina – não achei muito educado de minha parte permitir que você tivesse frio.


_ ah, sim... Bem, obrigada por isso então – disse Rose então se voltando para encarar o dono da voz a sua frente.  

Sentado a sua frente estava um rapaz, não deveria ser mais velho que ela, pelo menos parecia regular com de idade a primeira vista. Ele possuía os cabelos negros um pouco grandes caídos sobre o rosto, uma pele branca como se ele simplesmente não tivesse o costume de tomar sol desde que nascera. Suas feições eram familiares, lembrava vagamente Scorpius, rosto fino acompanhado de um queixo pontudo, nariz reto e lábios medianos. Mas o que certamente chamava a atenção eram seus olhos extremamente verdes, sendo a tonalidade bastante incomum de se ver algo que mesclava entre o verde musgo e o verde-piscina.

_ não precisava ter se importado, pode pegar de volta? Eu vou vestir um agasalho que tenho na minha mala – disse Rose estendendo ao rapaz que recusara.

_ pode ficar – disse o moreno – ele é bastante quente.

A ruiva sorriu um pouco tímida, imaginando quanto tempo estaria ele ali a sua frente a observando daquele jeito. O rapaz somente respondera com um meio sorriso enquanto retornava a leitura de sua revista, mal ele desaparecera atrás da capa e pode escutar uma exclamação vindo da garota.

_ você é um bruxo?! – disse Rose fazendo o garoto abaixar a revista e mostrando sua face seria que fez a garota se encolher na poltrona.

_ e não sou o único – disse o moreno indicando a coruja com um aceno de cabeça –poderia dizer para o resto do trem, acho que ninguém fora desse vagão escutou você.

_ sinto muito, é que não esperava encontrar um... – disse Rose sendo interrompida.

_ eu sei, utilizando um trem ocupado por um bando de trouxas – disse o moreno – mas infelizmente era a única alternativa para retornar para casa já que não me dou bem com chaves de portal e quanto a você?

_ gosto de viajar de trem, queria matar um pouco dessa saudade – disse Rose retornando a encarar a paisagem noturna pelo vidro – não temos isso em Beauxbatons.

_ é estudante de Beauxbatons? – disse o moreno analisando a garota o que a fez ficar incomodada – logo vi, mas não possui sotaque algum de francês o que quer dizer que pelo menos um de seus pais é inglês.

_ ambos na verdade, apesar de minha mãe ter um tio que se mudou para a França – disse Rose fazendo o garoto rir.

_ foi ela que quis que você fosse para Beauxbatons no lugar de Hogwarts? – disse o rapaz.

_ não, opção própria – disse Rose – mas me arrependo muito desta decisão.

_ entendo – disse o rapaz desviando os olhos para a janela – também me arrependo de algumas coisas, mas é melhor esquecer as decisões erradas que tomamos.

_ é, você tem razão – disse Rose colocando uma mexa atrás da orelha.

_ como descobriu que eu sou um bruxo? – disse o rapaz tornando a encará-la.

_ Fluidos & Fluxos – disse Rose apontando para o exemplar da revista sobre o colo do bruxo – não haveria porque um trouxa ler algo relacionado com poções sendo que não podem prepara-las não é?

_ você é uma boa observadora – disse Eduard – então, você lê a revista?
 

_ é uma das minhas favoritas – disse Rose – gosto muito de poções, sempre me dei muito bem no preparo delas.

_ serio? Quantos caldeirões você já derreteu? – disse o rapaz a fazendo rir.

_ nenhum, mas meu irmão precisa de uns quatro ou três por ano – disse Rose – logo se vê que não é hereditário o talento.

_ leu esse ultimo exemplar? É simplesmente incrível – disse o rapaz estendendo a revista para a ruiva – trás uma linha do tempo com a origem das poções desde o Egito, e o top five fala das cinco poções do amor mais poderosas sem falar nos estudos para a cura da licantropia que tem sido feita por alguns mestres em poções alemães.

_ é, o “Fim do Lobo” – disse Rose se referindo sobre o titulo do artigo da revista – as matérias de Romilda Vane são as melhores, mas não sei faz tantos anos que tem se discutido uma cura para a licantropia.

Eles passaram um bom tempo conversando sobre assuntos acadêmicos e fatos do mundo bruxo. Rose se sentiu bastante impressionada com o modo como ambos pareciam tão informados e ter algumas opiniões bastante parecidas. Aquilo era bastante bom, afinal sentia falta de ter uma conversa como aquela com alguém, não que não pudesse ter-las com Charlotte e Louis ou com qualquer outra pessoa com quem havia feito amizade em Beauxbatons, mas era simplesmente surpreendente o modo como uma viagem de trem pode aproximar as coisas.

_ Inglaterra vence a França, não tem como – disse Rose quando ambos haviam entrado no assunto sobre a final da Copa Mundial de quadribol – e o que você pensa sobre isso?

_ que a França tem uma defesa podre, batedores semi-inexperientes e o goleiro deles se lesionou no jogo contra a Turquia nas quartas de final e não está recuperado ainda – disse o rapaz – então, vai assistir pessoalmente ou apenas acompanhar pelo radio?

_ meu primo conseguiu uns ingressos para a família – disse Rose preferindo não mencionar que James era apanhador da Inglaterra.

_ legal, nos veremos lá então – disse o rapaz animado – também irei com meus pais, talvez nos vejamos lá – ela concordara com a cabeça quando ambos foram abordados pela voz do condutor.

_ em breve estaremos desembarcando em Kings Cross em Londres – disse a voz do condutor pelo alto falante – tempo estimado de chegada é de dez minutos.

_ puxa, o tempo passou rápido – disse Rose se endireitando.

_ exatamente, sempre acontece quando estamos em uma conversa agradável com alguém interessante – disse o rapaz e a ruiva achou aquele interessante que ele pronunciou continha algo a mais – ainda bem que tem um pouco mais de tempo.

_ é, isso é verdade – disse Rose.

_ está viajando sozinha, não é mesmo? – disse o rapaz se endireitando na poltrona.

_ não, não estou. Meu primo e a namorada dele estão me acompanhando – disse Rose – não quis sentar perto deles para não ficar um pouco deslocada se é que me entende, e você?

_ sozinho, deveria de estar com meu pai – disse o rapaz, mas ficou um pouco serio a falar do assunto – mas teve negócios importantes a tratar em Paris, não foi surpresa afinal fomos à França por motivos profissionais dele mesmo.

_ ele faz o que? – disse Rose.

_ é alquimista, foi um dos palestrantes do congresso que teve a duas semanas no ministério francês – disse o rapaz – é tido como um dos grandes nomes, segundo dizem podendo ser comparado ao Flamel do século XXI apesar de que acho um pouco de exagero destes bajuladores essa ultima parte.

_ então, você já terminou os estudos? – disse Rose tentando mudar de assunto ao perceber a seriedade do rapaz.

_ não, quem dera já tivesse feito – disse o moreno – mas ainda estou no meu quinto ano então ainda terei de agüentar Hogwarts por mais dois anos.

_ Hogwarts não é um lugar ruim – disse Rose desapontada.

_ pode até não ser um lugar ruim, mas as pessoas é outra historia – disse o rapaz deslizando pela poltrona – sabe o que é você não se encaixar em algo? Com pessoas cochichando pelos cantos fatos sobre você ou sua família? Então, acredite em mim não é algo muito bom.

_ talvez devesse mudar a percepção das pessoas sobre você – disse Rose, a ruiva se sentiu maluca por estar dando conselhos a um quase estranho – mostrar a elas que estão erradas, quem sabe...

_ ai que está o erro, eles não estão ruiva – disse o rapaz – mas por que afinal estou falando isso com você? Não tem nada haver com a conversa que estávamos tendo, e não é da sua conta meus problemas.

_ é, tem razão – disse Rose parecendo um pouco envergonhada da sua atitude.

_ tudo bem, foi bom falar para alguém algo deste tipo – disse o rapaz – às vezes abrir o coração para uma estranha é melhor do que conversar com um amigo que conhecemos há anos – a ruiva sorrira – olha, não querendo ser indelicado, mas será que chegando à estação você aceitaria tomar um café comigo?

_ como é? – disse Rose surpresa com a mudança repentina dele.

_ preciso te recompensar de alguma forma por ficar ouvindo minhas baboseiras, anda se for o caso seu primo e a namorada dele podem ir também – disse o rapaz.

_ eu não posso, me desculpe – disse Rose tentando ser delicada – olha... você é um cara legal, mas não dá, eu já estou em um relacionamento serio com alguém e nos dois acabamos de nos conhecer.

_ é, eu entendo – disse o rapaz tentando disfarçar, mas era difícil levar um fora – espero que ele te dê o valor que merece – ele sorrira um pouco infeliz, o trem parara alguns segundos depois e o som de vozes e das pessoas desembarcando eram escutados.

_ sim, ele dá – disse Rose – mas isso não impede de sermos amigos?

_ é, quem sabe – disse o rapaz se levantando para pegar suas bagagens e aproveitando para pegar as de Rose – e se você tiver alguma irmã ou amiga parecida com você para me apresentar – a ruiva rira – alias, eu não me lembro de você ter dito o seu nome em momento algum da nossa conversa.

_ que coisa, nós conversamos tanto que nem nos preocupamos com as formalidades da apresentação – disse Rose rindo fracamente.

_ então, que tal começar com as formalidades – disse o moreno.  

_ bem, prazer em conhecê-lo – a ruiva estendera a mão para o moreno a apertando –  eu me chamo Rose, Rose Weasley – a garota pode ver o rosto do garoto ficar levemente confuso.

_ você falou Weasley? – disse o rapaz num tom pausado como se não estivesse acreditando, o que fez a ruiva erguer a sobrancelha quando ele soltara sua mão.

_ algum problema? – disse Rose se levantando, o rapaz já havia dado alguns passos e se distanciava.

_ eu preciso ir – disse o moreno de modo estranho

Antes que pudesse dizer algo, ela viu o garoto voltar às costas e desaparecer pela porta do vagão bem que pensara em ir atrás, mas o fluxo de pessoas fazia com que ela tivesse dificuldades com isso ainda mais quando ela tinha que carregar a gaiola de Pichi e sua bolsa.

Do lado de fora da estação, Rose se via sozinha sem perceber qualquer indicio do rapaz. Ela estava confusa com o modo que ele ficara surpreso com seu sobrenome, e por uma estranha razão achava que aquele rapaz não lhe era estranho ainda mais agora com aquela fuga inesperada. O nome Weasley era famoso por uma serie de motivos, mas nunca por produzir medo nas pessoas ou qualquer coisa que fizesse uma pessoa fugir ao ouvi-lo.

_ Você poderia avisar a próxima vez que sair assim, sabia? – disse uma voz e ao se voltar para trás viu Louis e Charlotte poucos passos atrás dela – ainda mais, quando esquece metade da sua bagagem – a ruiva então percebeu que ele carregava as suas malas que haviam ficado no bagageiro.

_ algun problemê Rosie? – disse Charlotte – nuss chamamês por vossê mãns fomês ignorrands.

_ desculpe, mas é que eu... – disse Rose, mas parou ao sentir duas mãos tampando seus olhos, aquele simples gesto a fizera sorrir.

_ adivinha quem é? É a pessoa que mais sentiu falta da sua princesinha por todos esses meses – disse a voz já conhecida de Ron.

_ também senti sua falta papai – disse Rose enquanto o ruivo tirava as mãos permitindo que ela visse, no instante seguinte ela havia abraçado fortemente seu pai que a girara no ar a apertando com força.

_ minha princesinha voltou para casa – disse Ron – nunca mais, nunca mesmo fique tanto tempo fora a menos que queira ver seu pai enlouquecendo.

_ agora um pouco de espaço, ou se esqueceu de que ela tambem é minha filha Ronald – disse Hermione fingindo estar brava com ele enquanto o ruivo se separava da filha e esta ia abraçar a mãe.

_ mamãe, que saudade – disse Rose.

_ ainda bem que chegaram, não agüentava mais escutar o Ronald reclamando do atraso do trem – disse Hermione se separando da filha.  

_ eu não estava reclamando – disse Ron fazendo à castanha e a filha encara-lo de sobrancelha erguida – pelo menos não tanto.

_ você estava falando de solicitar os aurores para irem com você investigar o atraso do trem, dizendo que poderia ser um ataque de comensais – disse Hermione fazendo o ruivo bufar.

_ foi uma piada, eu nunca faria algo assim – disse Ron – mas bem que poderia ter chegado mais cedo, e não me diga que esse garoto aqui é o Louis?

_ sou eu mesmo Tio Ron – disse Louis se aproximando dos tios com a namorada, o loiro sorria – é um grande prazer revê-los – ele dera um forte aperto de mão com o tio e se aproximara para abraçar e beijar a tia.

_ você está muito mudado querido, fica bastante bonito de barba – disse Hermione fazendo o garoto sorrir – e essa garota linda só pode ser sua namorada.

_ ela mesma, Charlotte Le Pearce, esses são meus tios – disse Louis enquanto a namorada abraçava e beijava o casal – Ron e Hermione são os pais da Rose.

_ ét unê prazerr muit grand conhecêrros – disse Charlotte – vossês criaran unê garrotá adorable et magnifique.

_ merci – disse Hermione sorrindo para a loira.

_ ela tem um sotaque tão forte quanto o da mãe do Louis quando a conhecemos – disse Ron fazendo com que o loiro trocasse um olhar com Rose, se eles soubessem o que estava por vir quando Charlotte conhecesse os sogros e a Fleur soubesse de quem ela era filha.

_ oh, je estô ton ansiosê parrá conhecê o peré e a meré de Louis – disse Charlotte parecendo com animada com a idéia – ós dous non eston por arqui, eston?

_ não, eles preferiram ficar n’A Toca – disse Ron fazendo a loira parecer confusa.

_ mais qui que serr La Touca? – disse Charlotte.

_ não é La Touca, é A Toca – disse Ron recebendo uma cotovelada de Hermione.

_ Há Tuoca? – disse Charlotte se esforçando para falar corretamente.

_ ah, é... Quase isso – disse Ron – é a casa de nossa família, de meus pais, onde eu e meus irmãos fomos criados quando crianças e onde eu, minha esposa e de nossos filhos vivemos junto com meus pais.

_ interressant – disse Charlotte com um tom curioso.

_ não se preocupe, você vai adorar o lugar – disse Louis abraçando a namorada pelos ombros.

_ Louis, vamos pegar alguns carrinhos para levar essas bagagens – disse Ron e o loiro se afastara indo próximo da bilheteria onde ficavam alguns carrinhos.

Hermione abraçara a filha pelos ombros a guiando para fora da estação, com a mãe falando com a filha sobre como estava feliz com o retorno dela e perguntando como foram as coisas em seu período escolar em Beauxbatons. Rose respondia tudo animada, enquanto atrás dela seguia Charlotte parecendo encantada com algumas coisas trouxas bastante comuns como a porta automática que se abriu quando as três se aproximaram.

_ non exist algu comê istô en nuss mund – disse Charlotte – parrece até magie.

_ sua amiga não tem tanto contato com trouxas pelo visto – disse Hermione baixinho só para a filha.

_ devo concordar – disse Rose rindo de Charlotte que brincava em frente a porta automática como se fosse uma criança de quatro anos.

Foi então que Rose olhara para a rua e vira em uma limusine preta a encará-la a face do garoto do trem. Ao ver que ela estava o encarando, fechara a janela. Hermione então olhou para o ponto que a filha encarava antes de o carro sair dali fazendo-a ficar confusa e encarar a ruiva.

_ era alguém que você conhecia querida? – disse Hermione.

_ não mãe, não era ninguém – disse Rose enquanto encaminhava com a mãe para um beco mais próximo, sendo seguidos pelo pai e o primo, este ultimo vinha conversando algo com Charlotte sobre ela não poder mandar o pai colocar portas automáticas na entrada do ministério da magia francês.

Rose foi guiada pela mãe até um beco próximo da estação de Kings Cross. Ela vira o garoto, mas não sabia se poderia contar isso a mãe naquele momento, afinal não queria causar problemas com o pai até porque não sabia se iria revê-lo novamente. A ruiva se sentiu um pouco sem jeito em ter que aparatar ao lado de Hermione enquanto Louis e Charlotte já sabiam aparatar. Naqueles momentos se sentia menosprezada por ser menor de idade, mas aquilo não importou quando ela sentira seu estomago revirar e tudo a seu redor começar a girar e mudar.

Na limusine, o garoto estava encarando a janela fechada pensativo com o semblante franzido. Ao que parecia não fora reconhecido pela Weasley, mas ele também não há havia percebido quem era ela antes de se apresentar.  Mas algo havia lhe deixado balançado, talvez fosse a confusão o incredulidade daquele encontro inesperado afinal ou qualquer outro motivo desconhecido.

_ o senhor está bem? – disse o motorista despertando o rapaz de seus pensamentos.

_ sim Burke, estou ótimo – disse o rapaz – continue dirigindo essa droga, aparate com ela ou qualquer outra coisa... Só chegue a casa logo e fique calado.

_ sim senhor Zabini – disse Burke, o motorista enquanto o garoto apertava um botão que fez subir um vidro escuro que impedia o contato com o empregado.

Era inicio da noite no Beco Diagonal, o sol já tinha se posto há alguns instantes e as lamparinas mágicas começavam a se acender iluminando a rua por onde uma serie de bruxos caminhavam e ainda conversavam, vindo de um lado para o outro. Saiam e entravam em lojas, apesar de que o movimento já havia diminuído desde que o casal havia chegado ali a cerca de algumas horas atrás.

Os dois estavam parados em frente a um carrinho de pipocas com chocolate, o rapaz retirara algumas moedas do bolso e dera para o senhor de rosto bondoso que cuidava da carrocinha enquanto este lhe entregava a ele um saquinho ainda quente do doce. O loiro agradecera enquanto passava para namorada que aceitara e já começavam a comer enquanto se encaminhavam pela rua principal um ao lado do outro.

Lysander olhava para Lily de uma forma tranqüila, vê-la ali podendo estar com ela sem ter que disfarçar ou repreender a ela ou a si próprio pela ousadia era ótimo. Eram raros os momentos em que estavam sozinhos e isso ajudava muito. Ele aguardava por Hogwarts ansiosamente para que pudesse não mais esconder segredo do relacionamento deles, pelo menos aquele ano em que ambos haviam concordado em assumir o namoro primeiro na escola em seguida para os pais durante as férias de natal.

 _ o que foi? – disse Lily soltando um risinho enquanto percebia que o rapaz não parava de encara-la – algo de errado comigo.

_ nunca, apenas que estava pensando – disse Lysander desviando o olhar enquanto levava mais algumas pipocas a boca – não esperava que ficaríamos tanto tempo aqui no Beco.

_ esta enjoando de ficar comigo, é isso? – disse Lily fazendo uma falsa voz de quem estava magoada fazendo o loiro sorrir enquanto passava o braço por sobre o ombro dela.

_ você sabe que não é isso, apenas estou dizendo que seus pais podem ficar preocupados – disse Lysander sendo calado pela ruiva que colocara algumas pipocas em sua boca.

_ é bom, não é? – disse Lily rindo – deixe-me provar – e dera um beijo nele – hum, chocolate... – ela limpara o canto da boca dele em que havia um pouco da cobertura com o indicador e levara aos lábios -  relaxa um pouco, só um pouquinho gatinho são raras as chances que temos assim.

_ ah, agora entendi é um plano seu para que ficássemos um tempo sozinhos? – disse Lysander enquanto a ruiva apoiava a cabeça no ombro dele.

_ finalmente entendeu, sabe andar com meu irmão está te deixando lerdo – disse Lily enquanto comia algumas pipocas – deveria ter percebido isso antes, sei lá uma hora atrás quando ficamos no Caldeirão Furado bebendo algumas cervejas amanteigadas.  

_ mas acho que se chegarmos sem nada para a Rose, pode ser que as pessoas desconfiem não acha? – disse Lysander enquanto comia mais algumas pipocas.

_ é, eu sei disso... E está ficando tarde, e ainda não achamos nada – disse a Lily.  

_ eu ainda acho que deveríamos comprar aquele exemplar de Iniciação em Alquimia para ela – disse Lysander novamente fazendo a garota revirar os olhos.

_ livros, porque as pessoas sempre querem dar livros para a minha prima – disse Lily resmungando – ela tem cara de traça por acaso? E o que garante que ela goste de Alquimia, isto é o que você gosta.

_ não sei, acho que estou indo pelo que gostaria de ganhar talvez – disse Lysander suspirando – mas se não for um livro, o que vamos levar então.

Ambos caminharam por alguns instantes em silencio. Eles logo estavam terminando o saco que compraram para dividir, não que não tivessem dinheiro para comprar um para cada e sim porque a ruiva não conseguia comer um daqueles, sozinha. Mas a verdade era que ambos gostavam de dividir as coisas um com o outro, de alguma forma aquilo parecia aproximá-los um pouco mais. Lysander então pode perceber a ruiva parando e antes que continuassem andando sentiu sendo puxado na direção oposta da rua em que estavam.

_ venha, tem algo que precisamos ver – disse Lily enquanto pegava o rapaz por uma das mãos e o puxava em direção a uma nova loja.

Antes que pudesse dizer algo ambos já haviam cruzado a porta de uma das lojas. Lysander então encarara o local, era um pouco menor do que as lojas comuns do Beco Diagonal, ele logo a reconheceu mesmo nunca tendo pisado nela antes. As paredes possuíam alguns pôsteres mágicos onde jogadores disputavam um pomo de ouro em suas vassouras, ou marcavam goles sendo que ainda havia bruxos que pousavam e sorriam entre eles podia se ver a imagem de James Potter com seu tradicional sorriso maroto enquanto exibia a bolinha alada em uma das mãos. Havia alguns caixotes amarrados com correntes empilhados em um canto sobre a pilha se liam “kits de quadribol 50% de desconto”, aras com camisetas de times e uniformes assim como artigos mais elaborados como chapéus, cachecóis e broxes no mostruário do balcão.

Havia vassouras penduradas nas paredes e em uma espécie de prateleira que devia ser um mostruário. A loja ainda possuía uma vitrine onde estavam expostos alguns modelos novos de vassouras estando escrito do lado de fora com letras grandes e bem detalhadas a frase que ele sabia querer dizer: “Quadribol: Vassouras e Artigos de Qualidade”.  

_ acho que nos enganamos de loja – disse Lysander para a ruiva que já havia desaparecido do seu lado e a buscá-la pode ver ao lado das aras com o símbolo das Chudley Cannons próximo sendo provavelmente as roupas daquele time.

_ espere um pouco – disse Lily enquanto procurava – achei, o que acha? – ela falou enquanto puxava uma camiseta do time com as cores invertidas, era preta com os detalhes em laranja – faz tempo que a Rose está namorando uma destas.

_ vamos levar então – disse Lysander colocando as mãos no bolso e puxando alguns galeões enquanto se encaminhava ao lado da garota para pagar.

Ao se aproximarem do balcão, puderam notar alguns bonequinhos de cabeça grande balançando de um lado para o outro, sua maioria eram jogadores de quadribol da atualidade apesar de haver alguns antigos que nenhum dos dois reconhecera.

_ olha para essas coisas – disse Lysander rindo enquanto pegava um em que dizia James S. Potter embaixo, era um boneco muito parecido com o ruivo – acho que vou levar um destes para o Lorcan, ele vai gostar – ele dera um peteleco na cabeça do boneco que começou a balançar após ele começar a resmungar.

_ isso dói mais que um balaço sabia? Seu desgraçado – disse o boneco James enquanto o loiro erguia a sobrancelha – agora me coloque no balcão, não pode tocar na mercadoria se não for levar.

_ foi mal – disse Lysander colocando o bonequinho perto dos outros.

_ bonequinhos cabeçudos resmungões saem pela metade do preço – disse uma voz vinda de trás do balcão fazendo os garotos encarar sua dona – recebemos um lote defeituoso e os infelizes não quiseram mandar um novo.

 A balconista era uma garota alta e robusta de cabelos negros encaracolados de ombros largos e lábios salientes que sorrira ao ver os dois, em especial Lysander que sentiu as bochechas queimarem ao vê-la. Lily não deve ter percebido afinal apenas depositara a camiseta no balcão.

_ olá Ártemis, não sabia que trabalhava aqui – disse Lily para a capitã do time de quadribol da Corvinal.

Ártemis Jones era a garota com quem Lysander fora no baile de halloween em Beauxbatons no terceiro ano quando foram acompanhar o torneio Tribruxo. Ele tinha péssimas lembranças da garota, do modo como ela insistia em conduzi-lo nas danças, mas principalmente por ter roubado um beijo dele quando eles foram se despedir no final da noite quando ele a deixara no dormitório. Aquele fato ele não tinha dito a Lily com medo de como seria a reação dela ao saber de algo assim, e também porque não interessava quem ele havia beijado antes de namorá-la afinal.

_ comecei nestas férias, minhas tias disseram que eu deveria começar a ajudar nas despesas da casa – disse Ártemis – sabe a loja é delas. Foi comprado pela Tia Guga após ela se aposentar do quadribol – ela apontara para um dos pôsteres mais antigos que mostravam uma mulher de pele morena segurando um bastão de batedor – e vocês o que querem aqui?

_ quero levar isto – disse Lily e a morena pegara a camiseta para ver.

_ camiseta dos Chudley Cannons? não faz seu estilo torcer por um time destes – disse Ártemis – por favor, me diga que é para presente.

_ lógico, eu sou Harpia desde sempre – disse Lily enquanto a morena empacotava.

_ bom gosto – disse Ártemis que também torcia pelo time como era notável pelo broxe que usava contendo uma garra estampada em um fundo verde – hei, você joga, não é?

_ sim, sou artilheira – disse Lily.

_ estaria interessada em participar dos testes para o time? – disse Ártemis – estou ainda na capitania deste ano e preciso de jogadoras boas, vou reformular o time para cortar algumas que estão ficando muito folgadas na posição.

_ é serio? – disse Lily e o loiro pode ver um brilho em seus olhos.

_ sim, não diga a ninguém está bem? Só te contei, pois acredito que você pode ser umas das que venham a entrar – disse Ártemis – sua mãe jogou nas Harpias Hollyhead então deve ter te ensinado algumas coisas.

_ claro, eu adoraria – disse Lily – mas não sei, acho que não conseguiria deve haver artilheiras melhores em outros anos.

_ bobagem, você é ótima não tem para ninguém – dissera Lysander pegando na mão da garota.

_ vocês estão namorando? – disse Ártemis desconfiada.

_ não – disse Lily, mas foi interrompida.

_ é, nos estamos – disse Lysander.

_ olha só quem diria, Lily Potter e Lysander Scamander– disse Ártemis rindo secamente – então fica combinado assim, você não fala nada sobre o teste para nenhuma pessoa antes que ele seja marcado oficialmente e eu não conto nada do seu namorado secreto.

_ ok – disse Lily recebendo a sacola com a camiseta já na caixa e embrulhada.

_ só isso? – disse Ártemis lançando um rápido olhar para Lysander.

_ na verdade, eu queria dar uma olhada nas vassouras novas se não se importa – disse Lily enquanto Lysander pegava a sacola das mãos da ruiva.

_ vou ficar esperando lá fora me chame quando tiver escolhido – disse Lysander tentando sair logo daquela loja.

_ não quer dar palpite, afinal é para você que eu vou comprar – disse Lily surpreendendo o namorado.

_ vai me dar uma vassoura de presente? – disse Lysander – mas por quê?

_ porque é uma vergonha você não possuir uma própria? E para de fazer perguntas idiotas, esse é o papel do Albus nos marotos não seu – disse Lily rindo e fazendo a morena rir.

_ alguma preferência de marca? – disse Ártemis.  

_ não sei, eu particularmente gosto da Firebolt, mas elas são muito caras – disse Lily - podemos dar uma olhada em outros modelos.

_ catálogo então – disse Ártemis – só um instante, já volto com o ele – e ela saira do balcão indo até uma porta dos fundos.

_ uma vassoura, é serio isso? – disse Lysander – Lily, não precisa é sério, isto é muito caro para você e eu não ia gostar de receber algo tão caro até porque ia trazer suspeita.

_ você acaba de assumir nosso namoro, achei que isso tivesse acabado com qualquer suspeita afinal – disse Lily dando de ombros.

_ eu disse sem pensar, e não é por isso que... – disse Lysander mas foi silenciado por um beijo – por que fez isso?

_ para você parar de ser tão chato – disse Lily enlaçando os braços ao redor dele, sua voz parecia de alguém que estava falando com um bebê.

_ sabe que até ajudou um pouco – disse Lysander sorrindo levemente – deveria fazer isso mais vezes – seus braços estavam ao redor da cintura dela – mas ainda acho desnecessário que você me compre uma vassoura.

_ nossa, que teimosia – disse Lily se separando dele – apenas quero que você voe comigo sem precisar pedir a do Lorcan emprestada.

_ podemos voar na sua então, deste modo ficaríamos bem juntinhos – disse Lysander fazendo a garota sorrir levando um dedo frente ao nariz dele e tocando.

_ não, apesar de ser agradável estar perto de você – disse Lily – é horrível voar tendo alguém na garupa.

_ ok, você venceu – disse Lysander se rendendo – como sempre.

_ devia já está acostumado com isso – disse Lily enquanto a outra garota retornava com o catálogo de vassouras.

Do lado de fora da loja de artigos de quadribol havia alguém observando a cena do casal que começara a conversar e olhar os folhetos. Pela vitrine frontal um garoto de cabelos ruivos parecia ter uma expressão de desolação enquanto observava aquilo parecia que seu peito rachava e uma fúria descomunal brotava ali como se estivesse prestes a saltar para fora dele, mas morrera ao perceber que aquilo já deveria estar acontecendo há muito tempo.

Hugo já suspeitava dos sentimentos do loiro pela sua prima, o modo como a olhava como se diria a garota denunciava seus sentimentos apesar de que ele por muito tempo pensou que aquilo pudesse ser coisa de sua cabeça afinal não era de hoje que o ruivo possuía ciúmes de qualquer garoto que se aproximasse de Lily. Agora era notável, que ele fora cego o suficiente para não perceber que a garota também sentia algo em relação aquele rapaz.

 _ sabe, ficar olhando não vai ajudar em nada sabia? – disse uma voz do seu lado, e ao encarar pelo canto dos olhos o garoto pode reconhecer a face de Augusta Longbottom ali assim como ele a lufana estava observando a cena – vem, vamos sair daqui – ela pegara em seu braço e tentara arrasta-lo para longe dali.

_ não, me deixe – disse Hugo desvinculando o braço da mão da garota.

_ como é? – disse Augusta – não pode querer ficar vendo isso.

_ eu falei para me deixar em paz, não quero ir a lugar algum com você – disse Hugo sem nem olhar para a garota.

_ nem pensar que vou te deixar ai sofrendo, olhe para eles – disse Augusta – não há espaço para você ali, entenda isso e esqueça ela.

_ o que você sabe sobre isso Guta, nunca sentiu nada por ninguém – disse Hugo grosseiramente e a garota lhe dera um soco no braço – ai, qual é a sua?

_ qual é a minha? – disse Augusta irritada – se enxerga Weasley, o problema não sou eu aqui – ela começara andar.

_ hei – disse Hugo – o que quer dizer com isso? 

_ se você fosse mais sensível quem sabe seria você lá com ela e não ele? – disse Augusta enquanto voltava às costas – por que não cresce Weasley e para de bancar um tremendo de um idiota.

Hugo apenas abaixara a cabeça, enquanto escutara a garota bufando e saindo de perto de si enquanto ele permanecia a encarar a vitrine como uma ação de autopunição. Antes, no entanto que os dois saíssem dali, ele já havia saído daquele lugar e seguido pela multidão da rua até desaparecer.

Augusta chegara ao Caldeirão Furado quando este já estava vazio, havia apenas duas pessoas no lugar sendo Albus e Alice estavam próximos da porta por onde a caçula dos Longbottom entrara. Albus encarou a garota com uma face confusa enquanto a morena observou preocupa a feição da irmã.

_ você está bem? – disse Alice.

_ por que não estaria bem? – disse Augusta alterada – estou ótima, não percebe?

_ que é isso Guta, não precisa descontar na gente – disse Albus – nos diz o que aconteceu afinal?

_ não interessa a nenhum de vocês, por que estão me enchendo com isso afinal? Eu não tenho nada demais – disse Augusta enquanto subia as escadas – não se intrometam na minha vida.

Foi audível o som de uma porta batendo fortemente no andar de cima, o sonserino encarou a namorada em busca de uma explicação afinal nunca havia presenciado algo daquele tipo vindo da cunhada.

_ ela não está em seus melhores dias pelo que parece – disse Albus.

_ tem ficado cada vez mais difícil lidar com ela – disse Alice – você não convive com ela o suficiente para saber o quanto a Augusta tem um temperamento difícil principalmente quanto alguém diz algo que a magoa.

Albus ficou pensativo sobre aquele assunto, não demorou muito para que o primo retornasse de seu passeio pelo Beco Diagonal. Ele havia dito que daria uma volta e retornaria logo, eles já haviam comprado o presente de Rose quando isso acontecera. O moreno cogitou esperar Lily e Lysander, mas parecera que o ruivo não queria aguardar pela prima e o gêmeo, resolvendo ir à frente por rede de flu.

Quando o casal chegou, Albus chamou por seu elfo domestico que levou os três para A Toca. Alice ficaria um pouco mais, para tentar conversar com a irmã e ver o que estava acontecendo para então ir para a casa dos Weasleys.

O som de madeiras se chocando uma contra a outra era nítido, mesas flutuantes proporcionavam com toda a certeza uma bela distração para a realização de uma tarefa. James e Fred riam enquanto manuseavam com movimentos de varinha os objetos no ar. O ruivo já havia se livrado da jaqueta de couro enquanto o moreno havia arregaçado as mangas, ambos riam e se alto desafiavam a fazer manobras como se eles próprios estivessem pilotando os moveis como se fossem vassouras no lugar de estarem no solo.

Dominique e Narcisa estavam debruçadas sobre uma das janelas d’A Toca. Ambas as garotas encaravam os namorados brincando em meio a curtos risos uma ao lado da outra, era inegável que por mais anos que se passassem eles sempre permaneceriam os mesmos.

Do ponto em que estavam podiam ver o pomar um pouco mais adiante e também uma parte das colinas que àquela hora já se mostravam começava a ser ocultas pelo breu noturno. A ruiva então se retirara da janela e se jogara em uma das camas, aparentemente deveria ter perdido o interesse na brincadeira que os dois rapazes disputavam.

_ aposto que queria estar assim como eles – disse Narcisa e a ruiva se apoiara nos cotovelos na cama para encarar a amiga – não negue, eu te conheço muito bem.

_ realmente, conhece – disse Dominique retirando alguns fios de frente do rosto com um sopro.

_ então, porque não está? – disse Narcisa – não diga que é por minha causa, detestaria saber que está fazendo sala para mim no lugar de esta curtindo ao lado deles.

_ não é e é por sua causa – disse Dominique fazendo a loira olha-la confusa – mamãe proibiu-me de fazer uma coisa dessas, segundo ela “una dame formadê na academie de Beauxbatons non podê se rebaxarr a un ato tãn baixoú quãn estê de tremendê selvagerria” – ela imitara um tom bastante displicente de sua mãe com o forte sotaque francês – francamente, não é porque a maior parte das garotas da França são delicadas do tipo que fazem um escarcéu por simplesmente quebrar uma unha que eu tenho que ser também.

_ estou de acordo, mas você não tinha acabado de defender as garotas de Beauxbatons quando a Lucy falou aquelas coisas?  – disse Narcisa rindo enquanto via nos jardins a cena de uma zangada vovó Weasley saindo da cozinha e ralhando com os dois netos que pousaram as mesas no gramado, ela ainda dizia coisas quando a loira voltou-se para a amiga.

_ apenas gosto de cortar o barato da Lucy, ela é muito chata – disse Dominique – mas eu tenho pena, afinal alguém precisava herdar os genes do Tio Percy e infelizmente foi ela.

_ certo – disse Narcisa – mas voltando ao assunto em questão que não é suas diferenças com suas primas, qual é minha parcela de culpa para você não está lá embaixo? Pois acho que sou a principal responsável já que pelo que sei, a velha Dommy nunca iria obedecer estritamente a mãe quando a ordem impede ela de se divertir.

_ fala serio Malfoy, não é porque eu sou marota que prefiro andar com rapazes no lugar de garotas – disse Dominique revirando os olhos enquanto tornava a deitar espalhando seus cabelos ruivos que se destacavam sobre a coberta azul.

_ então... – disse Narcisa enquanto tomava um lugar ao lado da amiga na cama – você precisa ou quer me dizer algo, não é?

_ não posso simplesmente querer bater um papo com uma das minhas melhores amigas? – disse Dominique fazendo a loira erguer a sobrancelha desconfiada – qual é, já pensou que é apenas falta de um bom dialogo feminino do que preciso.

_ dialogo feminino? – disse Narcisa para então soltar um sonzinho de deboche pelo nariz – sobre o que quer falar madame? Podemos falar sobre maquiagem, roupas, compras, ou vestidos quem sabe seja de seu agrado – ela falara sarcasticamente.

            _ o que somos agora patricinhas? Sai fora dessa Malfoy – disse Dominique brincalhona – não, é sobre outro assunto.

_ então pare de enrolar Dominique e vá direto ao assunto – disse Narcisa.

_ eu me demiti do Grigontes – disse Dominique de repente assim que a loira para de falar fazendo com que a herdeira dos malfoys perdesse a fala por alguns segundos.

Desde que retornara a Inglaterra após terminar sua formação em Beauxbatons fora necessário a busca de uma carreira seguir, ou pelo menos um emprego que pudesse dar a Dominique a condição de se sustentar sozinha já que era essa uma das condições para que seus pais aceitassem que ela morasse sozinha. Bill havia conseguido para a filha do meio um emprego no Banco Grigontes como Desfazedora de Feitiços, função que ela era extremamente boa e possuía NOM’s suficientes para ocupar o cargo.

_ alguém sabe desta loucura sua? Por Merlin, demissão – disse Narcisa sem acreditar – me diga que foi por um motivo serio.

_ claro que foi por um motivo serio, e, por favor, sem julgamentos, pois já vou receber o suficiente dos meus pais quando der a noticia a eles – disse Dominique balançando a mão em frente a garota mando-a se calar.

_ ótimo, então diga – disse Narcisa cruzando os braços.

_ o que? – disse Dominique se fazendo de desentendida, ou realmente estava confusa com o fato de pelo menos uma vez a loira acatar sua ordem e não tentar dar a ela um sermão desnecessário.

_ o motivo – disse Narcisa irritada novamente, o que fez a ruiva soltar um som de compressão como se acabasse de lembrar que tinha que dizer algo.

_ bem, são mais de um se quer saber – disse Dominique encolhendo as pernas junto ao corpo e se sentando de modo que pudesse encarar a loira – mas vamos começar com uma que justifica todos os motivos que eu tenho: eu estava infeliz.

_ infeliz? – disse Narcisa surpresa, afinal ela não percebera nenhuma espécie de alteração na garota nos últimos tempos, apesar de que elas não haviam estado com tanta freqüência assim na presença uma da outra.

_ é, infeliz – disse Dominique – não que eu não estivesse ganhando bem, o salário era ótimo e vou sentir falta dele, mas nem todos os galeões que recebemos podem anular o fato de não é exatamente o que eu queria fazer da minha vida – ela suspirou – eu sempre quis fazer algo que ajudasse as pessoas, algo que me possibilitasse viajar e conhecer o mundo não digo que desfazer feitiços não seja algo em que isso não exista, mas sejamos sinceros que não é uma carreira muito a minha cara não é?

_ já que você falou, eu nunca imaginei você trabalhando em um banco – disse Narcisa sinceramente – apesar de que nunca imaginei você em nenhuma carreira especifica.

_ exatamente, eu não sirvo para aquilo – disse Dominique feliz por ter sido compreendida – até porque eu peguei uma grande raiva de duendes durante esses últimos anos que não tem noção.

_ eu sei, eles são rabugentos – disse Narcisa – mas é o jeito deles.

_ quem dera fosse à rabugice, com isso estou acostuma esqueceu que conheço o Tio Percy a vida toda – disse Dominique – estou falando da safadeza, isso sim... – a loira começara a rir – isso mesmo, ria disso, grande amiga você é.

_ espera, está me dizendo que você... – disse Narcisa então voltando a rir.

_ aqueles pintores de rodapé ficavam olhando para mim com um olhar que... Arg... Sinto nojo só de imaginar, eles me cobiçavam e algumas vezes me senti sendo despida pelos olhos deles – disse Dominique fazendo uma careta.

_ quem manda ser gata assim, nem os baixinhos resistem – disse Narcisa levando um tapa da ruiva no ombro – foi um elogio.

_ eu sei que foi, enfim sai daquela droga de banco por esses motivos – disse Dominique – já que você queria saber.

_ e agora, alguma idéia do que vai fazer? – disse Narcisa e a ruiva abrira um sorriso.

_ oh, claro que tenho e você vai me ajudar nisso Cissa – disse Dominique pegando a varinha e com um feitiço mudo fez um pedaço de papel voar de sobre a estante para suas mãos. 

_ o que está tramando desta vez? – disse Narcisa enquanto pegava o papel lhe estendido pela amiga, vendo que se tratava de um envelope o abriu e puxou um pedaço de papel.

Academia Européia de Treinamento de Aurores

Amsterdã – Holanda

Ficha de inscrição dos candidatos à turma de 2022

Dados pessoais

Nome completo: Dominique Antoanette Weasley

Idade: 20 anos

Nascimento: 12 de Novembro de 2002

Nacionalidade: Britânica

Filiação: William Arthur Weasley e Fleur Isabelle D. Weasley

Estado civil: solteira

Residência: 34 ap. Twist Edifice nº7, Charring Cross Street, em Londres.

Varinha: cerejeira japonesa, 29 centímetros, escama de sereiano e flexível.

Dados Escolares

Instituição de ensino: Beauxbatons

Turma: 2012-2019

Casa: Noble

Títulos:

Capitã e Apanhadora do Time Feminino de Quadribol da Noble (2014-2019)

Campeã do Torneio Tribruxo ( 2018-2019)

Noms obtidos:

Aritmancia – A

Artes - A

Astronomia – D

Dança – P

Defesa Contra a Arte das Trevas – E

Duelos – E

Etiqueta & Boas Maneiras – A

Feitiços – O

Herbologia – A

Historia da Magia – D

Poções – E

Runas Antigas – A

Teatro – E

Transfiguração – E

Trato de Criaturas Mágicas – E

Vôo – O

NIEM’s Obtidos

Não prestara NIEM’s por se tratar de uma campeã do Torneio Tribruxo de 2018-2019 nas dimensões dos terrenos de Beauxbatons sendo desta forma aprovada em todas as matérias que prestou durante esse ano letivo que foram.

Matérias cursadas no sétimo ano foram:

Aritmancia

Defesa Contra a Arte das Trevas

Duelos

Feitiços

Herbologia

Poções

Runas Antigas

Transfiguração

Trato de Criatura Mágicas

Vôo

_ então o que acha disso? – disse Dominique encarando a loira que ainda mantinha os olhos presos nas palavras ali impressas – hein, responde logo.

_você quer ser auror? – disse Narcisa sem acreditar fazendo a ruiva lhe lançar um olhar de que era obvio em seguida a garota riu sem jeito – isso é inesperado sabia? – tornara a rir.

_ vou levar como um elogio, apesar de achar um pouco ofensivo essa sua risada – disse Dominique – então, você me ajuda a estudar para os exames?

_ claro, pode contar comigo Dommy – disse Narcisa – te darei todo o apoio para isso.

_ sabia que não me abandonaria nessa sozinha loira – disse Dominique – então, agora só falta à parte mais complica que é a aprovação dos meus pais, alguma idéia de como falar isso para eles?

_ só não faça no meio do jantar, não queira repetir o que você e o Fred fizeram daquela vez quando anunciaram que estavam namorando – disse Narcisa seriamente e a ruiva assentiu – alias, mas alguem sabe dessa sua decisão?

_ você foi a primeira, apesar de que pensei em conversar com o Tio Harry ou o Tio Ron afinal eles são aurores mas achei que eles iriam abrir a boca para meu pai então decidi perguntar a alguém que eu confiaria que iria me apoiar e não dizer a ninguém – disse Dominique.

_ entendo – disse Narcisa se jogando na cama.

_ foi uma boa escolha – disse Dominique fazendo a mesma coisa que a loira, se atirando ao lado dela – vai ser divertido.

_ não há nada de divertido no treinamento para auror, vai por mim – disse Narcisa suspirando enquanto se remexia na cama, ajeitando o travesseiro.

_ não quer dizer que eu não possa tornar as coisas por lá divertidas – disse Dominique sorrindo consigo mesma.

_ só espero que não seja expulsa – disse Narcisa fazendo a ruiva rir – não é brincadeira.

_ eu sei, é que é engraçado o modo como você está sempre preocupada com as coisas, relaxa um pouco essa tensão toda Malfoy – disse Dominique – eu nem sei se vou passar no exame, apesar de que se você passou acho que já estou dentro afinal todos sabem que ruivas são mais inteligentes que loiras.

_ oh claro, super inteligentes – disse Narcisa sarcástica fazendo a outra rir.

_ isso foi sarcasmo novamente? Quem diria, você está aprendendo – disse Dominique se sentando na cama para poder encarar a outra melhor – muito bem, o Jay está te ensinando direitinho.

_ dá um tempo – disse Narcisa seriamente.

_ oh, que é isso, sorria vamos – disse Dominique começando a fazer cócegas na loira que começou a se controlar para não rir, mas acabou cedendo após alguns segundos.

As duas ficaram assim por alguns minutos até que foram interrompidas pelo som de uma tosse encenada. Ao encararem a porta puderam ver a feição marota de Fred que encostado no portal encarava ambas com as mãos nos bolsos e sorrira para elas quando teve a atenção das duas.

_ não parem porque cheguei, podem continuar – disse Fred fazendo um gesto para que as duas prosseguissem – eu não ligo, aliais até gosto de ver sabe... não é algo que se vê todos os dias.

_ idiota – disse Narcisa revirando os olhos.

_ hei, quem te deu autorização para chamar meu namorado de idiota? Apenas eu posso chamar ele assim – disse Dominique dando uma travesseirada na loira – não é mesmo querido?

_ exatamente, apenas a Dodô pode me chamar de idiota – disse Fred que teve que desviar do travesseiro que fora jogado em sua direção – hoho, calma ai não precisa de tanta violência sabia? Pode acabar machucando meu lindo rosto.

_ não me chame de Dodô – disse Dominique desviando o olhar, se a loira não a conhecesse poderia jurar que havia ficado um pouco corada.

_ como queira – disse Fred erguendo as mãos como se estivesse se rendendo – mas enfim, a vovó me mandou ver o que vocês duas estavam aprontando.

_ por que ela te mandaria fazer isso? – disse Narcisa.

_ ela não confia na gente? Por que temos que estar fazendo algo afinal? – disse Dominique na seqüência da loira enquanto empurrava a ficha de inscrição da academia para debaixo da cama.

_ sabe que eu também estava desconfiado até chegar aqui e ver a cena de você duas nessa guerra de cócegas – disse Fred, ele se voltou de costas para elas para caminhar pelo corredor, mas de repente voltou-se novamente – a menos que estejam me deixando fora de algo?

_ porque te deixaríamos fora de algo? – disse Dominique.

_ é apenas uma intuição devido a varias perguntas que me fez nestes poucos minutos que estive aqui com vocês – disse Fred – vão me contar?

_ na hora certa – disse Dominique piscando para ele que riu.

_ espero que chegue logo, não lido muito bem com isso – disse Fred – sou uma pessoa bastante curiosa, antes que me esqueça é bom vocês duas descerem logo todo mundo já está lá embaixo.

_ já estamos indo – disse Narcisa. 

Fred tornara tomar novamente seu caminho logo estava descendo as escadas. Logo as duas haviam se levantado e feito o mesmo caminho que o moreno, não sem antes que Dominique guardasse a carta que mandaria para a Academia de Aurores em breve. Enquanto desciam esbarraram com alguém que fazia o caminho inverso, a ruiva então encarara com quem ela trombara.

_ olha por onde anda Hugo, onde está seu cavalheirismo? – disse Dominique para o primo que apenas lhe lançara um olhar frio – o que aconteceu?

_ não enche – disse Hugo enquanto tornava a subir para o seu quarto.

_ não enche? Escuta aqui o pirralho... – disse Dominique se voltando para trás para repreender o primo, mas ele já havia desaparecido – você escutou o que ele me falou?

_ não esquenta com isso – disse Narcisa enquanto ambas tornavam a seguir para o térreo – já te falaram coisas piores que eu sei.

_ ela chegou – disse Scorpius chamando a atenção da irmã, o loiro estava observando pela janela e exibira um leve sorriso ao pronunciar aquelas simples duas palavras que simplesmente significavam que Rose havia retornado afinal.


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Notas finais do capítulo

Algumas curiosidades sobre este cap. ( contem SPOILERS, então seja sensato e leia o cap. primeiro).
Eu tive que remover essa conversa da Rose com o Zabini no trem do capitulo anterior, pois ele havia ficado muito grande então eu deixei para este , mas tive de reescreve-lo pois meu computador não salvou este trecho no documento novo. Inicialmente, ambos teriam uma discussão no final da conversa por conta das opiniões que ambos tem sobre trouxas, mas removi e tornei algo mais confortavel de se ler.
Outra curiosidade, é que é normal para bruxos utlizarem meios trouxas de transporte modificados magicamente , é algo da moda e impoem certo respeito já que não é qualquer bruxo que pode ter um. E para a familia Zabini é util para manter as aparencias de serem livres de preconceitos.
Eu escolhi Holanda para ser o país sede da Academia de Aurores, porque acho que não deveria ser na Inglaterra e um lugar neutro que recebesse alunos das três grandes escolas. E tambem porque acho o nome de Amsterdã imponente.
Ah, antes que me perguntem, Beauxbatons possui quatro casas: Juste, Noble, Persévérer e Sage. Mas também há a divisão por sexos, tanto nas aulas, quanto no quadribol e em especial nos dormitorios e salões comunais.
Acho que é só...
Então, mandem reviews, estou sentindo falta de vocês meus leiotres.



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