Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 2
O Retorno de Rose


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, nos vemos lá embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/371386/chapter/2

Era manhã de uma tarde de final de julho, a garota estava sentada num dos bancos antigos e velhos daquela velha estação de trem olhando para as pessoas que passavam por ela com seus carrinhos abarrotados de bagagens embarcando e saltando dos vagões das locomotivas que ali paravam e logo mais partiam soltando suas pesadas fumaças quando o faziam. Ela pegou um envelope em um dos seus bolsos do casaco e desdobrou o papel, mas antes de ler olhou ao redor encontrando o olhar curioso de uma pequena garotinha que passou olhando em sua direção de mãos dadas com a mãe e puxara fortemente a sua manga apontando.

_ olha mãe, um passarinho – disse a garotinha alegremente e quando a mulher dera um olhar rápido e constatou que o que a filha lhe mostrava se tratava de uma pequena coruja, franziu as sobrancelhas e puxou a filha para longe.

Ela sorriu encarando com carinho a pequena ave que se encontrava no interior da gaiola adormecida.  Era esperado que as pessoas fossem achar estranho ter um animal tão exótico como aquele, mas estava acostumada com o temperamento dos trouxas porque durante essa sua estadia na França convivera bastante próxima com aqueles que viviam no vilarejo próximo da escola.  Havia aprendido muito em Beauxbatons durante aquele ultimo ano, mas nada se comparava a retornar para casa para junto da família e amigos.

_ Rose – disse uma voz que fez a garota desviar seus olhos novamente do papel em mãos, a sua frente se encontravam um casal e fora para eles que sorrira – nosso trem vai partir daqui a dez minutos, é melhor nos apressarmos.

_ ok, só não entendo ainda o porquê de não irmos de carruagem como geralmente fazemos Louis – disse Rose enquanto se levantava e pegava suas bagagens e a gaiola do velho Pichi, a coruja anã anciã de seu pai.  

Louis continuava o mesmo de sempre, com pequenas diferenças. Seu cabelo que se encontrava um pouco mais comprido, uma leve camada rala de barba que estava deixando crescer em seu rosto o dando um ar mais maduro e o fato de em uma de suas orelhas se encontrar um brinco de dente canino que certamente causaria um ataque na avó que iria repreender o filho pelo péssimo exemplo que estava dando ao neto. Assim como a outra Weasley iria passar as férias na Inglaterra ao lado da família e levaria pela primeira vez a namorada para conhecer os pais. 

_ a cada quatro anos os cavalos alados são levados para as ilhas gregas para se reproduzirem, eles apenas fazem isso na natureza como você deveria saber se não tivesse desistido de Trato de Criaturas Mágicas – disse Louis – eles retornam na próxima primavera com novos filhotes.

_ imênsamãnt magnifique – disse Charlotte se referindo aos cavalos, ao que parecia às francesas tinham uma queda pelos eqüinos talvez pelas aulas de equitação da Academia de Beauxbatons – bellissmês, mas o quês qui ser isto? – ela apontou para o papel na mão da ruiva.

_ uma carta de casa – disse Rose saudosa.

_ serr de su amour? – disse Charlotte soltando pequenos risinhos que fez Louis revirar os olhos em tédio.

_ não, é de outra pessoa – disse Rose – da Alice.

_ hum... Melhor assim, e trate de guardar bem as cartas que recebeu do Malfoy – disse Louis num tom de repreensão – se tio Ron descobre alguma delas...

_ nem quero pensar nisso Louis, por Merlin, seria o desastre – disse Rose que tornara a dobrar o papel e coloca-lo num dos bolsos – apesar de que você foi bastante compreensivo quando soube de nos dois.

_ eu já suspeitava que toda aquela crise de ciúmes do Malfoy não era por minha causa, sei que posso causar certa irritação pela parte dos homens, mas fazer o que? É a natureza dos meio-veelas além de causar admiração das mulheres causamos inveja dos outros homens – disse Louis – mas francamente, só sendo cego para não perceber.

_ obrigado mais uma vez por guardar meu segredo – disse Rose olhando do loiro para a outra garota – não sei como seria sem o apoio de vocês.

_ oh, tudê perr l’amour – disse Charlotte com um ar de romantismo, repousando a cabeça sobre o peito do namorado enquanto esse a abraçava.

_ acredito que devemos nos apressar – disse Louis ouvindo o apito do trem – aquele foi o ultimo sinal, vamos agora.

O trio caminhou pela plataforma até ingressarem numa das entradas pouco antes da locomotiva partir, a porta inclusive se fechara na gaiola de Pichi tendo sido necessário que a ruiva fizesse força para abrir a porta, mas em vão e o pio da coruja estava chamando atenção demais dos trouxas que olhavam para a garota com expressões indignadas. No final acabou que foi necessário que Louis disfarçadamente executasse um feitiço que fez com que a gaiola se soltasse.

_ bom uso da sua magia, senhor maior de idade – disse Rose num sussurro para o primo.

_ disponha – disse Louis – venham – ele fez um sinal para que o seguissem.

_ mon diue, je sempre quisê viarjê de trein – disse Charlotte animada encarando o teto, as paredes e o chão como se fosse novidade – mon pere nunquê quisê mi levêrr, semprêr usamês chaves di portale ou aparatavarr aconhadê dele.

_ os nossos lugares ficam  nessa direção – disse Louis que estava com os bilhetes.

_ eston tãn ansiosa parra conhecêr le pere e mere de Louis – disse Charlotte apenas para que Rose escutasse, mas pela proximidade das duas acabou que o loiro ouviu e ficasse com os ombros um pouco tensos como a prima percebera – devian serr pessoãns encatadorres.

O namoro de Louis com a filha do ministro da magia da França se encontrava bastante firme naqueles últimos anos, e apesar das diferenças que possuía com Charlotte Le Pearce acabou que a ruiva conseguira ter com a francesa uma relação bastante boa com a loira lhe ensinando um pouco sobre o mundo mágico francês e sobre truques femininos que a grifinoria não encontraria nos livros.

Pierre Le Pearce que depois de muita insistência concordou em deixar que sua caçula visitasse a família do namorado em outro país sem que fosse preciso que ela fosse cercada de agentes do ministério, o único problema era que Louis ainda não havia avisado os pais sobre a garota que ficaria com eles até o final das férias. E isso o estava deixando tenso, afinal soubera pela tia Gabrielle que durante a época de estudos a mãe dele tivera uma rivalidade com a mãe de Charlotte e isso estava fazendo com que o rapaz temesse a reação da mãe ao conhecê-la.

_ chegamos – disse apontando para os lugares – esses são meu e da Charly – ele apontara para duas poltronas próximas de onde estavam – aqui está seu bilhete, tem certeza de que não quer ficar perto de nos? Talvez se pedirmos para algum passageiro, ele pode trocar de lugar com você.

_ de maneira alguma, não quero segurar vela mais do que já fiz nesse ultimo período letivo – disse Rose rindo enquanto a loira piscava para ela.

_ nuss vemês em Kings Crrous enton – disse Charlotte –  bon voyage.

Rose se encaminhou em busca de uma poltrona acabando por encontrá-la facilmente no fim daquele mesmo vagão, ela acomodara suas malas no bagageiro enquanto depositava a gaiola de sua coruja no acento a seu lado.  Ela então removeu novamente o pedaço de pergaminho de seu bolso e o desdobrou tornando a ler a escrita delicada de sua melhor amiga, Alice Longobottom.

Querida Rose,

Como está por ai na França? Catando muitos garotos meio-veelas feito o Louis? Olha lá hein. Certo, quem escreveu isso foi a Lily então ignore a parte de “catar” garotos até porque sabemos que você é fiel ao seu sonserino.

Primeiramente muito obrigado pelo livro que me mandou sobre Herbologia, gostei bastante ainda mais quando vamos entrar em anos de NOM’s e como disse temos de nos preparar para obter nossos O’s e fugir  dos T’s. E isso me lembra, que teremos nossa sabe-tudo de volta bem no ano dos exames. É realmente muito bom saber que o dia de sua volta esta chegando, não agüentava mais de saudades suas desde as férias de natal.  Eu também estou com saudades, não esqueça de trazer presentes sua leoa nerd. Novamente, é a Lily, ignore ok?

Ah, estou mandando algumas fotos para que você veja como estão as coisas antes de voltar para que não se choque tanto com as mudanças.

As coisas por aqui tem mudado muito nos últimos meses, a barriga de Victoire tem crescido cada vez mais, Teddy tem reformado um dos quartos na Casa dos Gritos para que ele fique pronto antes do nascimento,  e ao que tudo indica o pequeno lobinho Lupin logo vira ao mundo , sua tia Fleur ainda reclama sobre o local que eles escolheram para morar, afinal é uma casa com fama de mal assombrada. Mas isso não importa, e sim que o bebê vai ser lindo como os pais, não têm como. (A ruiva rira enquanto pegava um envelope e puxava uma serie de fotos, sendo a primeira de um jovem casal que se encontrava em um quarto em que o homem pintava manualmente ao modo trouxa enquanto a mulher lhe ajudava sendo que esta exibia uma saliente barriga de grávida.)

James e Narcisa estão namorando firme, alias acho que seu primo te contou que ele foi escolhido para atuar como apanhador para o time nacional de Quadribol o que faz dele o mais jovem do século em ocupar tão posição. Ele disse para mim e para o Al que você foi ver o jogo dele e do time que ocorreu na França contra os Eiffel’s Liberty naquele amistoso, a atuação dele no Chudley Cannons esta ótima, só não ganharam o campeonato por conta de alguns imprevistos, mas a próxima certamente já tem o nome deles. (na foto se encontrava o ruivo vestindo seu uniforme laranja e preto exibindo a carta de convocação para a liga nacional).

Roxanne e Fred continuam trabalhando nas Gemialidades Weasley, alias acredita que seu tio George deixou eles a cargo de diretores da filial em Hogsmeade? Pois é, vamos poder vê-los nos passeios que faremos ao vilarejo, lembrando que também será neste ano o primeiro passeio da Lily, do Hugo, da Augusta e da Chloe agora que estão no terceiro ano.  O namoro dele com Dominique está indo bem melhor agora, lembra-se como foi quando contaram? Primeiro todos riram achando que fosse piada e em seguida ficaram bastante surpresos com a noticia, mas tiveram que aceitar afinal o relacionamento dos dois. A sua prima esta morando em Londres, não muito longe daqui do Beco Diagonal em um apartamento de um prédio trouxa do quarteirão. (a foto mostrava Roxanne, Fred e Dominique em frente à loja de logros).

Agora, uma coisa que acho que deve saber, meu irmão Frank pretende pedir sua prima Molly em casamento. É, a família finalmente vai se juntar com a união daqueles dois. Mas ainda é segredo, ninguém sabe nem mesmo a gente porque ele pretende fazer surpresa, no entanto, eu meio que o vi treinando no quarto as palavras do pedido.  Frank esta indo muito bem no St. Mungus, ainda esta como aprendiz, mas logo será um medibruxo residente e Molly parece ter se encontrado no Setor de Regulamentação de Leis da Magia do ministério, sua tia Hermione esta sempre a elogiando. (foto de Frank e Molly conversando na sorveteria do Beco Diagonal).

Sobre seu irmão, não há muito que falar afinal ele simplesmente não fala muito com a gente com exceção da Lily, da Augusta e da Lucy,  não sei, mas tenho a impressão de que o Hugo meio que sentiu a sua falta demais em Hogwarts mais do que qualquer um apesar de não demonstrar por estar sempre rindo ao lado da minha irmã e dos amigos deles (havia uma foto tirada de Hugo que lia um livro supostamente em uma das mesas do Caldeirão Furado, a sua frente estava sentada uma garota de cabelos negros, supôs ser Augusta já que estava de costas, ela conversava com ele gesticulando as mãos como se estivesse irritada, mas ele não dava bola, ele simplesmente olhava para a câmera dava um aceno e voltava a ler).

Alvo e eu estamos bem, não há muito que dizer apenas que ainda me sinto incomodada com a lerdeza de seu primo em certos momentos, apesar de tentar não ligar e simplesmente achar bobo esse jeito dele às vezes é muito viu.  Ele vem sempre aqui em casa jantar nos finais de semana, e depois acaba por ajudar papai nas estufas daqui de casa, parece que o nosso namoro o aproximou mais do professor Longbottom apesar de que o Al ainda se sente meio estranho quando eu o beijo na frente do meu pai ou do Frank. (foto do Alvo e da Alice tirada pela mesma em que ambos estavam abraçados e deitados sobre a cama dela).

Lily e Lysander continuam com aquele segredinho deles, você sabe, seria um surto para todos especialmente para o Jay saber que sua pequena irmãzinha esta namorando um cara mais velho ainda mais um sonserino. Enfim, ninguém suspeita do tempo que eles passam juntos, pelo menos não demonstram, devem achar que é apenas amizade e a Lily ensinando ele a voar de vassoura, sei que já deve saber dessa parte mais é surpreendente o fato da nanica fazer com que o Scamander supere um de seus piores medos. (foto de Lily e Lysander com vassouras e sujos de lama após uma aula de vôo).  A Lily é maravilhosa também não é? Garota incrível ela, só mesmo para fazer uma coisa destas.  É a ruiva tomando a pena da minha mão de novo, francamente...

Voltando, não temos tido muitas noticias da Chloe nessas ultimas semanas desde a ultima visita que nos e Lorcan fizemos a casa da tia dela, a discussão dos dois ainda é algo meio que surpreendente sabe?De toda a forma, eu não tenho nenhuma foto recente dela, mas vou mandar esta que tirei após uma das apresentações do Prince’s Slytherin aqui no Caldeirão Furado.  (foto de Chloe e Lorcan sentados na bateria com ela demonstrando alguns movimentos que aprendera com o loiro).  

Ah, a banda está fazendo muito sucesso, eles estão se apresentando com bastante freqüência tanto aqui quanto nos outros pubs, como o Duende Irlandês, Três Vassouras, até conseguiram convencer o rabugento do dono do Cabeça de Javali de tocarem lá.

Bem, eu podia falar de Scorpius, mas acredito que você saiba mais dele do que eu não é? Afinal, soube que ele manda sempre cartas para você todos os dias como o vimos escrevendo e se dirigindo para o corujal durante todo o ano letivo. Eu não mandei foto dele, pois quero tirar uma de vocês dois juntos.

 Vou terminar por aqui, espero você venha logo, pois estas férias prometem, porque ao que parece James por ser o apanhador da Inglaterra conseguiu ingressos para que fossemos assistir a Copa Mundial de Quadribol que vai acontecer na Bulgária.  Todos nós, você acredita isso? Ainda me pergunto se não teve a mão do Oliver Wood que é o técnico da seleção ou do ministro Kingsley Shacklebolt.

Enfim, venha logo sim? Estamos esperando com muitas saudades.

Beijos.

Alice J. Longbottom.

& Lily L. Potter

Rose sorriu discretamente com a ultima parte, ela amava demais aquelas garotas e sentira tanto a falta delas durante aquele ultimo ano letivo, ela fizera amizade com algumas garotas, mas nada tão próximo do que poderia ter com aquelas que conhecia a tanto tempo. Para ser sincera consigo mesma, a ruiva sentira saudade de toda a Hogwarts em especial as oportunidades que perdera de estar com os amigos, os bons momentos que não voltariam como a primeira vez que foram a Hogsmeade, jogos de quadribol e comemorar junto de toda a família Weasley quando a Victoire contou que estava grávida.

Saudosa mais do que nunca do que perdera quando estivera fora, a ruiva mirava a paisagem que aquela altura não passava de um borrão pela janela por conta da tamanha velocidade que o trem ia. Acabou por adormecer com a calmaria enquanto fitava as imagens dos vultos pelo vidro.

A motocicleta negra corria pela estrada de terra próxima de Ottery St. Catchpole, em Devon.  Era o fim da tarde de forma que o céu já se encontrava num típico aspecto alaranjado. O veiculo corta o chão, levantando uma leve camada de terra e marcando o chão, a brisa batia contra os dois ocupantes enquanto o vento provocado pela velocidade em que estavam fazia a relva rasteira do acostamento balançar.

Eles desaceleraram quando estavam dando de frente para uma porteira rústica de madeira pertencente a um muro de pedras baixas. O motociclista fez uma pequena circunferência um pouco ousada e com estilo, parando de frente para a propriedade. O rapaz removeu o capacete no mesmo momento em que sentiu a garota atrás dele desfazendo o laço ao redor de sua cintura, ele levou à mão a cabeça assanhando os cabelos ruivos.

_ Toca, doce Toca – disse James brincalhão enquanto a namorada removia o capacete e balançava a cabeça para acertar os cabelos loiros.

_ acho que já fomos vistos – disse Narcisa indicando uma pequena ruiva que os avistava de uma das janelas do quarto andar da casa, a garota logo desapareceu da janela e pode ser ouvido seus gritos aos parentes de que o primo e a namorada haviam chegado – Lucy estava de vigia ou é apenas coincidência?

_ provavelmente estava – disse James - agora, vamos entrar antes que vovó Weasley tenha um ataque pelo atraso.

_ poderia ter aparatado mais perto com a moto – disse Narcisa enquanto saltava da garupa trazendo consigo uma pequena sacola e se dirigia ao portão sendo acompanhada por James.

_ eu não gosto de aparatar, prefiro viajar ao jeito trouxa e curtir um pouco a liberdade que o Six dá quando estamos na estrada – disse James - e nem vem que sei que gosta de está comigo nessa, vai negar que não gosta do gostinho de adrenalina?

_ eu gosto de estar com você Jay, não importa onde ou como – disse Narcisa – e se fosse pela adrenalina, já tenho suficiente no treino da Academia de Aurores. 

_ sem falar sobre a Academia durante essa semana, não é isso que tínhamos combinado Cissa? – disse James revirando os olhos – eu não falo do time, e você não fala dos seus treinos para auror.

_ eu sei o que combinamos – disse Narcisa – não se preocupe, não vou mais tocar no assunto... É apenas que eu estou um pouco nervosa, os resultados finais chegam em breve e irão dizer se passei de nível ou não.

_ relaxa, sim? Eu sei que você se saiu bem nessa querida basta ter mais fé em você – disse James sorrindo fazendo as sardas em suas bochechas salientarem.

_ como consegue está tão calmo? Nem parece que daqui alguns dias você vai estar na Bulgária jogando na final contra a França – disse Narcisa.

_ eu tento não pensar muito nisso – disse James abrindo a porta da casa dando de frente para a sala repleta de familiares, o ruivo ergueu o pacote no ar – pessoal, eu acabo de voltar do Beco Diagonal com o sorvete...

 _ até que enfim, pensei que fossem demorar mais – disse Lucy tirando o pacote das mãos do primo.

_ também é bom ver você Lucy, vejo que continua doce como sempre – disse James ironicamente. 

_ sempre querendo bancar o engraçado, sabe que estou rindo por dentro – disse Lucy com uma cara totalmente seria – você teve sorte, mais um pouco e a vovó ia comer seu fígado cru, apesar de que ia ser uma cena interessante de se ver sabe?

_ que exagero, nem demoramos tanto – disse James adentrando na casa sendo seguido de perto por Narcisa enquanto faziam o mesmo caminho que a ruiva até a cozinha – e a vovó nunca ficaria brava comigo, o neto favorito dela.

_ vai sonhando com isso – disse Lucy sarcasticamente.

Lucy era a mais nova entre todos os netos da família Weasley possuía cerca de doze anos sendo que possuía uma mentalidade mais madura. Ela era baixa até mais que a sua prima Lily e possuía o cabelo extremamente ruivo além de ser um pouco volumoso e cheio de cachos, seu rosto era redondo e possuía poucas sardas quase imperceptíveis se não se aproximasse muito. Tinha lábios carnudos porem delicados e grandes olhos azuis, ela se vestia normalmente com cores escuras de um jeito alternativo.

_ onde estão os outros? – disse Narcisa olhando, vendo que a sala estava até vazia contrariando o que era esperado.

_ por ai – disse Lucy dando de ombros.

_ nossa, que resposta mais esclarecedora – disse uma voz vinda do segundo andar da casa, e a ruiva olhara para cima para encarar a pessoa que dissera.

_ faça melhor, então – disse Lucy num tom desafiador.

_ sabe que nunca recuso um desafio – disse a voz novamente, e ao olhar para cima o casal pode ver uma ruiva debruçada sobre o corrimão da escada – você sabe que...

_ Dominique Weasley nunca recusa um desafio – disseram os quatro jovens ao mesmo tempo.

_ exatamente – disse Dominique – vocês aprendem rápido.

_ então, onde estão eles Dommy? – disse James para a prima.

_ vejamos – disse Dominique pensando por alguns segundos - Tio Ron e Tia Hermione foram a plataforma de Kings Cross buscar Rose, Louis e a Charlotte – ela descia os degraus enquanto continuava a falar - Tio Harry esta no escritório de aurores resolvendo algumas coisas, Tio George esta na Gemialidades, vai vir para cá assim que fechar a loja e a Tia Angelina esta no treino com as Harpias de Holyhead., Lily resolveu dar uma passada rápida no Beco Diagonal e levou o Lysander com ela, Molly esta no St. Mungus esperando o Frank terminar o expediente para que eles possam vir juntos para cá e o Tio Charlie mandou uma coruja avisando que só vai chegar amanhã por conta do atraso com a chave de portal internacional dele.

_ que pena – disse James, ele realmente gostava do Tio Charlie.

_ é, realmente muito chato isso – disse Dominique terminando de descer os últimos degraus da escadaria.

_ o restante está por ai mesmo, a vovó arrastou a tia Ginny e Audrey para a cozinha para os últimos preparativos do jantar – disse Dominique – Albus está com Hugo e os amigos dele lá em cima e Roxanne a ultima vez que vi estava jogando quadribol com o Krum próximo do pomar – ela cochichara – mas devem estar dando uns pegas agora na sombra de alguma arvore.

_ normal, quando não estão jogando é o que normalmente fazem – disse James com um sorriso discreto.

_ Teddy foi buscar a Victoire na Madame Malkin – disse Dominique – e papai e mamãe estão lá em cima no quarto, mamãe está tendo uma crise de “mãe-super-protetora-e-ciumenta” tudo porque o Louis vai trazer a namorada para conhecer a família, coisa que ele nunca fez antes, e todos sabemos que ele é visto ainda como bebê por ela.

_ aposto que a garota é uma patricinha cheia de frescuras e mimimi que adora rosa – disse Lucy azedamente – para estudar naquela escola só pode ser assim.

_ algo contra Beauxbatons queridinha? – disse Dominique lançando seu olhar mais ameaçador para Lucy que se encolheu – ah, entendo, foi sem querer – ela se voltou novamente para o casal -  como eu ia dizendo, o resto da família está aqui na sala.

_ você sabe da localização de todos nesse momento – disse James – impressionante.

_ agora entende porque eu falei “por ai” – disse Lucy enquanto adentrava na cozinha – eu vou lá saber onde toda a família está, francamente Potter...

_ não liguem para ela – disse Dominique – esta assim porque soube que o Louis vai trazer a namorada, e não é de hoje que ela tem essa paixãozinha pelo meu irmão e sobre saber onde todos estão, simples estou entediada desde que terminamos a decoração.

A decoração era até bastante simples, com uma pela faixa branca presa entre os corrimões da parte superior do segundo piso da casa, um lugar que era possível de se ver de onde estavam. As letras formavam a frase “Seja bem vinda de volta ao lar Rose” e haviam balões de néon amarrados em pontos estratégicos.  Bastante modesta, como sabia que Rose gostava. 

_ a Lucy tem um temperamento pior do que o da Molly – disse James enquanto se encaminhava e dava um salto sobre o braço do sofá se sentando nele.

_ e eu não sei – disse Dominique rindo para então reparar na loira ao lado do primo – olá Cissa, agora está explicado o porquê da demora do James.

_ olá Dommy – disse Narcisa se sentando ao lado do namorado de mãos dadas com ele – você esta muito bonita hoje.  

_ ela é bonita, é diferente – disse Fred – não apenas hoje como sempre.

_ ah, essas palavras fazem tão bem para meu ego – disse Dominique lançando um beijo para o rapaz – mas realmente eu mudei um pouco o visual desde a ultima vez que esteve aqui, resolvi deixar o cabelo crescer sabe? – disse ela colocando uma das mexas de seus cabelos para trás, eles estavam batendo quase na metade de suas costas.

_ e você usou alguma poção para isso? – disse Narcisa fazendo James revirar os olhos com aquele papo de mulher que se iniciava.

_ não, apenas parei de cortá-los – disse Dominique – genes de veela, sabe como é, nossos cabelos tendem a ganhar comprimento em poucos dias se não os cortarmos com freqüência, quando estava na escola odiava isso porque voava nos meus olhos quando jogava quadribol daí tinha que improvisar com uma navalha encantada e cortar-lo repicado – ela se sentara no sofá - mas como não sou mais uma adolescente decidi mudar o visual para ter um ar mais maduro.

James riu, duvidando que mesmo uma mínima mudança física fosse fazer com que Dominique mudasse sua expressão natural brincalhona de ser. Talvez fosse por conhecer-la toda a vida e saber que era impossível para ela ficar muito tempo seria sem fazer qualquer piada, então por isso tentara conter a risada quando ela terminara a frase. Ele e Narcisa foram se sentar ao lado da ruiva contornando o sofá.

_ e eu totalmente aprovei a mudança – disse Fred de joelhos de frente para Dominique e com as mãos apoiadas na perna dela, ele se inclinou e uniu os lábios dela – apesar de que sinto um pouco de saudade do visual rebelde sem causa sabe?

_ ah, quem sabe eu não volte como era? Não sei se vou me acostumar com tudo isso – disse Dominique pegando no rosto do namorado e fazendo um pequeno carinho numa das bochechas e aproveitando para limpar um pouco de graxa que estava ali com um dos dedos – nem sei como a Vic agüenta todo aquele cabelo dela.

_ você vai se acostumar, eu sei – disse Fred sorrindo enquanto se voltava para o primo e Narcisa – olá galera, como estão?

_ Fred, vamos retornar ao trabalho? – disse vovô Arthur.   

Fred sorriu para os amigos quando eles o encararam, o moreno acenou rapidamente retornando a tarefa que executava ao lado do Avô. Ele e Arthur estavam sentados ao redor de uma mesinha de centro com uma serie de peças e um equipamento desmontado sobre ela.

_ o que estão fazendo desta vez? – disse James interessado.  

_ o Fred esta me mostrando como funciona esse tal de... Como é mesmo o nome hein filho? Aplicador de som? – disse vovô Arthur para o neto.

_ é Amplificador de Som que se chama vovô – disse Fred soltando uma curta risada enquanto começava a conectar alguns fios com o uso da varinha – estamos quase terminando.

_ Fred falou que se conectarmos isso na vitrola poderemos ouvir musica nos jardins durante o jantar, não é fantástico? – disse vovô Arthur sorrindo fazendo seu rosto alegre parecendo jovial como sempre acontecia quando era algo relacionado aos trouxas.

_ não seria mais fácil lançar um feitiço de amplificação na vitrola? – disse Lucy retornando a sala e já se metendo na conversa com seu típico tom de superioridade do pai. Ela se dirigiu para próximo de uma das poltronas se sentando no braço desta enquanto o pai estava adormecido nela.

Percy dormia na poltrona não muito longe dali, seus óculos estavam tortos no nariz e um jornal repousava em seu colo, estava cansado devido ao trabalho extra que tivera naquela ultima semana organizando os horários do ministro Kingsley Shacklebolt durante sua estadia na Bulgária sendo que todos da família sabiam disso de tanto que o ruivo calvo falara sobre aquilo. George tinha razão, o seu irmão mais velho idolatrava o chefe com todos aqueles paparicos que era pago para fazer.  Em outras circunstancias, quando mais novos, Fred e James teriam pintado um bigode no tio com uma tinta quase permanente como fizeram uma vez no Halloween há muito tempo atrás. Mas agora eram adultos e tinham que se comportar como tal.

_ os trouxas são fascinantes, olhe para isso que o Fred trouxe – disse vovô Arthur alegre como uma criança mostrando algo que parecia uma pequena maquina estranha – é um gerador de eletricidade a álcool, eu possuo igual no barracão, mas não funciona.

_ quem sabe eu não o ponha para funcionar? – disse Fred piscando maroto para o avô que sorriu.

_ seria incrível, eu possuo alguns relógios elétricos e uma torradeira em quase tão boas condições talvez funcionem se houver eletricidade – disse vovô Arthur.

_ Fred pare de incentivar seu avô com essas tranqueiras trouxas, se ele tiver eletricidade ele não vai mais sair daquele barracão – disse vovô Molly entrando na sala – ah, James que bom que chegou, será que você poderia ajudar a colocar as mesas do lado de fora? Eu pedi para Fred fazer, mas seu primo falou que ia esperar por você...

_ claro – disse James se levantando – vamos Fred.

_ depois terminamos isso vovô – disse Fred enquanto se levantava.

_ ele não pode fazer isso depois Molly? – disse vovô Arthur.

_ não, não pode – disse vovô Molly – logo Ron e Hermione vão chegar com as crianças.

_ tudo bem, falta pouco para acabar vovô – disse Fred - a menos que queira terminar sem mim – piscara maroto, o senhor de cabelos brancos entendeu e continuou a mexer nas peças como pensava estar certo.

Naquele momento foram escutados passos apressados nas escadas, e som de vozes de pessoas que pareciam discutir. Ao olhar para cima eles puderam ver de quem se tratavam, eram os garotos que até então estavam bastante quietos. Hugo continuava a descer os degraus  murmurando coisas para o primo que parara no segundo piso ao lado dos amigos.

_ mas que droga, eu não podia esquecer uma coisa dessas – disse Hugo – se tivesse avisado a Lily algo talvez ela pudesse comprar alguma coisa.

_ mas você não avisou, daí fica um pouco difícil – disse Lorcan se debruçando no parapeito da escada.

_ não precisa dizer o que é obvio Scamander, eu sei disso não sou um burro – disse Hugo grosseiramente.

_ hei, não precisa responder dessa maneira – disse Albus – eu sei que está irritado, mas não é motivo para tanto, o Lorcan não falou por mal.

_ eu sei que não – disse Hugo friamente – mas ficasse calado no lugar de fazer comentários desnecessários.

_ o que te aflige afinal Huguito? – disse Fred abraçando o primo pelos ombros, fazendo o ruivo o encarar com um olhar duro – ah, esse olhar calibre quarenta e três me encanta.

_ mas afinal o que está acontecendo? – disse vovó Molly olhando para a cara dos netos em busca de respostas.

_ o que aconteceu senhora Weasley foi que eu, o Lorcan e o Al estávamos no quarto tentando compor uma musica quando fomos invadidos por ruídos do outro lado do corredor que eram provocados por seu amado netinho – disse Scorpius -  quando questionamos o que era, ele apenas falou que...

_ ela perguntou para mim ou para o Albus, não para você Malfoy – disse Hugo fazendo o loiro levantar as mãos em gesto de rendição e recebendo uma repreensão da avó.

_ Hugo Arthur Weasley, como pode agir com tamanha grosseria com um dos nossos convidados? – disse vovó Molly – estou desgostosa com essa atitude sua, seus pais irão saber o modo grosso com que age quando não estão por perto.

_ desculpe vovó, é que estou nervoso com algo – disse Hugo bufando – eu acabei de descobrir que esqueci de comprar o presente da Rose que a mamãe e o papai pediram para mim.

_ nossa, que falta de consideração Huguito – disse Fred sarcasticamente.

_ sem sarcasmo Frederick – disse vovó Molly fazendo o moreno fazer o gesto de redenção.

_ tudo bem vovó, venha Jay – disse Fred que saiu de perto de Hugo e foi para o lado do outro ruivo pegando James pelo braço – vamos cuidar daquelas mesas.

_ eu sei o caminho Weasley, não precisa pegar meu braço como se fossemos um casal – disse James fazendo Fred rir enquanto ambos desapareciam pela passagem que levava a cozinha sendo seguidos por Narcisa e Dominique.

_ o Hugo esqueceu de comprar o presente da irmã dele – disse Lorcan simplesmente.

_ por merlin, como pode esquecer algo assim? – disse vovó Molly – se tivesse lembrado antes, a Lily foi com o namorado dela...

_ eles não são namorados vovó – disse Hugo automaticamente.

_ pois deveria, o garoto é bastante educado e simpático – disse vovó Molly – mas como ia dizendo, se tivesse lembrado antes poderia ter pedido para sua prima comprar algo.  

_ então acredito que você deva comprar o presente antes que seus pais retornem com a Rose – disse vovô Arthur se colocando ao lado de sua esposa próximo de onde estavam os netos.

_ como faríamos isso? – disse Hugo – somos menores de idade, não sabemos aparatar.

_ podem usar a rede de flu – disse vovó Molly – vocês saem diretamente no Caldeirão Furado e de lá podem ir para o Beco Diagonal.  

_ há essa hora a chaminé deles está congestionada – disse Albus que sabia muito bem o que acontecia quando uma chaminé ficava daquela forma, já havia acontecido com ele antes, o bruxo simplesmente ia para a mais próxima que estivesse livre e podia ser qualquer uma – mas acho que sei como podemos ir ao Beco Diagonal.

_ como? – disse Hugo se voltando para o primo.

_ Monstro – disse Albus –  venha aqui, por favor.

Não levara nem três segundos e o elfo domestico já havia se tele-transportado para a base da escada, diretamente da casa dos Potters de Godric’s Hollow. A criatura fez uma grande reverencia para o garoto de cabelos negros.

_ chamou Monstro, menino Potter? – disse o elfo com sua voz arrastada pela velhice – Monstro ouviu o pequeno senhor chamando.

_ sim, chamei – disse Albus – obrigado por vir, gostaria de saber se poderia levar a mim e meu primo Hugo ao Beco Diagonal.

_ sim menino Potter – disse Monstro sorrindo levemente o que particularmente fez parecer que ele estava sentindo alguma dor por conta da dificuldade que era para ele fazer aquilo, aquele ato ainda fez salientar as rugas do rosto do elfo idoso – seu pedido é uma ordem.

_ ótimo – disse Albus terminando de descer as escadas – voltaremos logo – disse para as pessoas na sala.

Albus caminhara até o cabide e pegara seu casaco enquanto abria a porta para que o ruivo e o elfo pudessem sair em seguida ele fez o mesmo antes de fechá-la. Albus vestia o casaco enquanto caminhava ao lado de Hugo e de Monstro até a parte de fora da casa, ao cruzarem o portão pararam.

_ Monstro, leve-nos para o lugar mais próximo do Caldeirão Furado – disse Albus estendendo a mão para pegar a do elfo e o mesmo fazia Hugo que olhou confuso para o primo.

_ Caldeirão Furado? – disse Hugo em seguida dando um olhar malicioso – pretende matar um pouco a saudade da sua namorada é? Bem que eu estava estranhando esse seu jeito de oferecer ajuda para mim, só aproveitando a situação para dar uns amassos na Alice – o moreno corara.

_ cale a boca, não é só por isso – disse Albus desviando o olhar – eu acredito que a Alice possa ajudar na escolha de um presente para sua irmã, afinal ela é uma garota e a melhor amiga dela.

_ sei, de toda a forma não é segredo para se escolher presentes para a Rose – disse Hugo – ela é uma das pessoas mais fáceis de dar presentes assim como a mamãe, vamos direto para a Floreios e Borrões e comprar algum livro.

_ ela sempre ganha livros, isso as vezes enjoa sabia? – disse Albus franzindo as sobrancelhas.

_ fazer o que se ela é uma traça de livros? – disse Hugo.

_ muito bem, quanto quiser Monstro – disse Albus e o elfo deu um pequeno manejo de cabeça antes de tele-transportar.

Os garotos surgiram num beco próximo do Caldeirão Furado, era de paredes cujo reboco já estava caindo deixando a mostra os tijolos ainda havendo algumas pichações e cartazes antigos colados. Havia caçambas de lixo que dividiam espaço com caixas de papelão e jornais velhos cobriam alguns mendigos dormiam ali e remexeram ao escutarem o barulho deles aparecendo no lugar. Hugo olhou para aquele lugar com uma feição enojada enquanto Albus parecia não desviar os olhos dos moradores de rua.

_ como alguém pode viver assim? – disse Hugo – esse lugar é nojento, a sociedade dos trouxas às vezes é tão suja – ele então vira o que o primo olhava – sem falar que vira as costas para seus iguais.

_ você é mestiço, não fale como se fosse sangue puro – disse Albus – e existem mendigos no mundo bruxo, eles estão na Travessa do Tranco para falar a verdade e a sua maioria são abortos.

_ como sabe disso? – disse Hugo curioso – já esteve na Travessa do Tranco por acaso?

_ não – disse Albus automaticamente o que fez o ruivo não acreditar que fosse verdade – agora, vamos sair daqui, algo me diz que ficar nesse lugar não é uma boa idéia – ele olhava ainda para as pessoas que dormiam encolhidas. 

_ que barulho é esse? – disse uma voz embasbacada, e ao os rapazes desviarem os olhos para trás puderam ver um dos mendigos mais distantes dos outros que acordara e agora encarava a todos eles com os olhos confusos e apoiado nos cotovelos sobre o papelão – quem são vocês? – ele então olhara para Monstro – que coisa estranha é essa? – ele se levantara e começara a caminhar na direção dos primos ainda um pouco tonto.

Mais do que rápido, o elfo domestico estalara os dedos e uma pequena faísca saira deles em seguida o mendigo havia sido arremessado contra a parede de tijolos, ficando desacordado em seguida enquanto escorregava pela superfície ainda meio resmungando antes de apagar completamente.

_ espero que ele não tenha se machucado – disse Hugo.

_ obrigado Monstro – disse Albus aliviado, enquanto pegava o primo e o puxava para longe daquele lugar – vamos sair daqui, venha.

Monstro também ia sair do beco quando o moreno se voltou em sua direção fazendo um sinal para que parasse e ficasse onde estava.  O elfo olhou para o jovem mestre esperando novas ordens.

_ vá para casa, ou retorne para A Toca onde preferir – disse Albus – eu te chamarei quando acabarmos – o elfo fez um pequeno aceno – fique atento para o nosso chamado, enquanto isso pode descansar se quiser.

_ obrigado menino Potter, Monstro ira estar atento – disse Monstro antes de aparatar.

_ não deveríamos informar o ministério sobre um trouxa ter visto um elfo domestico? – disse Albus enquanto caminhavam pela calçada entre as pessoas. 

_ acho que não, a quem aquele cara vai contar? Vai pensar que era apenas uma alucinação ou sonho quem sabe – disse Hugo dando de ombros – chegamos.

Albus e Hugo pararam em frente ao velho pub que passava despercebido aos olhares dos trouxas em frente a tantas construções modernas.  O lugar possuía as paredes cor de carvão, havia apenas algumas janelas retangulares de vidros embaçados, possuía cerca de três ou cinco andares dependendo da forma em que se olhava para o prédio, e claro havia um letreiro de ferro que pendia sobre a porta representando uma bruxa que cozinhava em um caldeirão com alguns furos. Aquele lugar sempre fora bastante familiar para todos os bruxos, mas para o moreno se tornara bastante convidativo desde que ele passara a freqüentar-lo com tanta freqüência desde começara a namorar Alice.

Albus abrira a porta que rangera as dobradiças, ele adentrou então no lugar iluminado pela luz do sol que adentrava pelas janelas altas da parede oposta da porta e pelas rachaduras em algumas das paredes. O Caldeirão Furado continuava sempre o mesmo, pares de pedra rústica e cinza por dentro com moveis de madeira em sua maior parte feitos de mogno negro esculpido, o lugar àquela hora do dia estava como se era esperado naquela época do ano, inundado de pessoas sentadas em mesas e no balcão. Eram bruxos de diversos tipos, alguns deles se podia notar que deveriam ser viajantes por conta das pesadas capas que usavam enquanto outros estavam ali com suas famílias para tomarem algo antes de retornar para as compras, mas a questão era que estava lotado.  O sonserino começara a andar pelo pub em direção a outra extremidade do lugar.

_ lembre-me de nunca mais deixar para comprar um presente de ultima hora – disse uma voz atrás do moreno que se virara para encarar o primo que estava tendo dificuldades para andar assim como ele próprio.

_ não precisaria estar aqui se não tivesse esquecido o presente da sua irmã – disse Albus sem olhar para o primo e tentando caminhar entre as mesas que pareciam ter se multiplicado já que estavam praticamente bloqueando a passagem.

_ por isso eu falei para você Potter, para me lembrar de não fazer isso da próxima vez – disse Hugo mal humorado, enquanto se desculpava por ter esbarrado em um homem o fazendo derramar seu cálice de hidromel – foi mau ai – ele se baixara para limpar e quando subira novamente quase dera de cabeça na bandeja carregada pela garçonete se a morena não tivesse sido mais rápida.

_ qual é a sua Weasley? – disse a garota grosseiramente - Baixou o Sr. Desastre em você hoje por acaso? – ela bufara – olha a bagunça que fez.

_ eu não vou pagar pelo hidromel que ele derramou – disse o bruxo barbudo de quem o ruivo havia derrubado o cálice.

_ tudo bem, é por conta do garotão ai – disse a garota – vamos mandar trazer outra para o senhor, não se preocupe com isso senhor Monroe – ela se voltara para o ruivo novamente então percebendo a presença do moreno não muito longe deles e sorriu para ele de um modo maroto – olha só, se não é o meu cunhadinho favorito.

_ olá para você também Guta, sua irmã está por ai? – disse Albus para a garota que fez um falso ar de pensativa – preciso falar com ela, é serio.

Augusta Longbottom era a irmã caçula da família Longbottom, ela havia mudado nos últimos anos e sua semelhança com Alice havia acabado de maneira proposital ou não. Seu cabelo era liso e na altura dos ombros, ela usava uma franja jogada de lado, seu rosto possuía algumas sardas herdadas da parte materna e possuía o tradicional rosto redondo do pai com lábios carnudos e olhos castanhos esverdeados da mãe.  

 _ esta no deposito, foi pegar algumas bebidas que estão faltando - disse Augusta enquanto recolhia o cálice das mãos de Hugo e depositava em sua bandeja.

_ obrigado Guta – disse Albus – já volto Hugo.  

_ disponha sempre cunhadinho, tudo por você e esse seu bumbum lindo – disse Augusta quando Albus começou a descer as escadas, ele deu uma parada rápida e tornara a descer mais rápido provavelmente corado pelo elogio.

 _ você deveria parar com isso – disse Hugo para a morena que revirou os olhos dando meia volta e tornando a servir as mesas sendo seguida pelo ruivo.

_ deixa de ser estraga prazeres – disse Augusta enquanto servia algumas canecas de fire whisky  para uma mesa onde alguns bruxos jogavam xadrez – estou apenas me divertindo.

_ não é um tipo de diversão muito saudável, sabia? – disse Hugo - desse jeito as pessoas podem até pensar que você esta afim do Al.

 _ eca, nem as roupas velhas da minha irmã eu gosto de usar – disse Augusta – você acha que eu vou querer ficar com o namorado dela?

_ só estou dizendo para que... – disse Hugo, mas foi interrompido.

_ olha Hugs, dê um tempo todo nessa sua reclamação – disse Augusta – eu apenas ajo dessa forma com o Potter porque acho engraçado o jeito com que ele fica com meu assedio – ela se virou para ele colocando a bandeja vazia debaixo do braço – onde esta o seu senso de humor hein?

_ desculpe, é que estou um pouco estressado – disse Hugo colocando as mãos no bolso e a morena o olhou de cima embaixo.

_ aham, sei... – disse Augusta – vem cá senhor um pouco estressado – ela o pegou pela mão e começou a puxá-lo na direção do balcão – vamos ver se uma cerveja amanteigada te faz esfriar a cabeça um pouco.

_ é por conta da casa, não é? – disse Hugo abrindo um meio sorriso.

_ não abuse Weasley – disse Augusta rindo.

Albus chegou ao deposito com bastante facilidade, o lugar era enorme supostamente havia sido ampliado magicamente já que parecia muito maior do que o realmente era talvez um feitiço de expansão ou algo assim, ali havia caixas e alguns suportes onde haviam bebidas armazenadas e foi próximo de um destas prateleiras que encontrou a sua namorada em pé sobre um barril enquanto iluminava com a varinha o rotulo das garrafas provavelmente procurando uma especifica. Ele ficou a admirando-a de costas para si, calado enquanto se aproximava lentamente se prendendo em cada detalhe das curvas da lufana enquanto isso. Ela resmungava enquanto buscava a bebida que o cliente havia pedido. Alice então se desequilibrara e o rapaz fora rápido o suficiente para ampará-la antes que caísse de costas no chão.

_ tome mais cuidado da próxima vez – disse Albus enquanto a garota ainda piscava estando bastante abalada pelo susto - ainda bem que eu estava aqui, tudo bem você esta salva.

A garota se surpreendeu ao perceber quem havia a salvo, em seguida abrindo um grande sorriso que fez com que o moreno fizesse o mesmo então dando no rapaz um beijo que fez o sonserino pensar que deveria salva-la mais vezes.  Ela então se colocou de pé com a ajuda dele após o beijo ter se encerrado.

_ a que devo a sua visita ao deposito do Caldeirão Furado? – disse Alice enquanto recolhia finalmente a garrafa de vinho celta que o cliente havia pedido.

_ o que mais seria alem de você? – disse Albus fazendo a garota sorrir.

_ então, o que quer de mim? – disse Alice enquanto rodava o barril de volta para o lugar, o moreno acabou para ajudá-la com isso.

_ é sobre o retorno da Rose – disse Albus se sentando no barril e a garota fez o mesmo em seu colo.

_ o que foi? Pensei que estivesse tudo certo com a festa surpresa – disse Alice enquanto passava os dedos pelos cabelos do garoto de modo a assanhá-los mais como ela gostava.

_ e esta, o problema é o presente – disse Albus – o Hugo ainda não comprou nada para ela como os pais dele tinham mandado.

_ e é esse o problema? – disse Alice  sorrindo – ora, é simples, comprem o presente agora então.

_ serio? Nossa, nunca que ia chegar a essa conclusão sozinho – disse Albus sendo irônico – obrigado querida, você abriu meus olhos.

_ bobo – disse Alice rindo levemente – então, deixe-me adivinhar, você veio pedir minha ajuda para isso.

_ seria ótimo – disse Albus – você é a melhor amiga dela.


_ sem falar que um toque feminino ajuda em muito não? – disse Alice se levantando do colo do namorado – então, o que estamos esperando? Vamos.

Eles subiram as escadas de madeira novamente, quando já alcançavam a porta podiam ouvir os barulhos do Caldeirão Furado então surgiram na parte de trás do bar onde logo avistaram Augusta que conversava com Hugo numa das extremidades do balcão.

_ ah, então esse é o motivo de todo esse stress, fala serio deixa de ser dramático – disse Augusta – é apenas um presente Hugs e outra, a sua irmã não vai ligar para presente nenhum depois da festa que vai receber da família.

_ por mim já estava de bom tamanho a festa, mas mamãe quer dar algo para ela – disse Hugo fazendo uma pequena pausa para beber a cerveja amanteigada – sabe? Algo do tipo, seja bem vinda de volta ou algo assim.

_ e eu vou ajudar com isso – disse Alice se aproximando de mãos dadas com o Albus.

_ Alice, onde está a garrafa que aquele grupo de bruxos do norte pediu? – disse Hannah Longbottom, aparecendo ao lado de Hugo no balcão com duas bandejas com canecos de cerveja em ambas as mãos – e vocês duas por que estão paradas?

_ hora do intervalo? – disse Augusta cinicamente fazendo a mãe revirar os olhos.

_ engraçadinha, vamos a mesa seis vai desocupar, vai até eles e receba os galeões pelas cervejas amanteigadas e o hidromel – disse Hannah enquanto a filha caçula bufava e ia até onde a mãe tinha falado – e você Alice, vá servir o vinho celta.

_ mãe, será que depois disso eu poderia ir com o Albus e o Hugo fazer compras no Beco? – disse Alice para a loira que olhou para o lugar e depois para a filha – eu prometo não demorar.

_ o movimento já diminuiu um pouco desde que chegamos – disse Albus tentando ajudar – por favor, senhora Longbottom, eu prometo trazer-la antes do bar fechar.

_ então, sejam rápidos – disse Hannah, ela apoiara uma das bandejas no balcão e puxara a varinha do avental fazendo a garrafa nas mãos da filha voar até ela – vocês tem duas horas, está bem?

_ obrigado mãe – disse Alice sorridente enquanto tirava o avental que usava.

_ eu também posso ir? – disse Augusta retornando com os galeões que havia recebido da mesa seis.

_ não, volte ao trabalho – disse Hannah – não posso cuidar de todas as mesas sozinha.

_ se tivéssemos elfos não precisaríamos trabalhar aqui – disse Augusta fazendo a loira rir – isso é exploração infantil sabia? Entre os trouxas é crime isso.

_ mas não somos trouxas – disse Hannah.

_ não tira a razão de que essa lei deveria valer para os bruxos também – disse Augusta emburrada – trabalhar tanto sem receber nada em troca.

_ vocês são lufanas, deviam reconhecer o valor do trabalho duro em vez de ficarem choramingando – disse Hannah com um novo gesto de varinha fazendo a bandeja sobre o balcão flutuar atrás dela enquanto levava uma em uma mão e na outra a garrafa de vinho.

_ mais sorte da próxima vez texuguinha - disse Hugo rindo enquanto saltava do banco do balcão e seguia até a porta onde o primo e a namorada esperavam.

_ vai se ferrar cérebro de passarinho – disse Augusta bufando enquanto o ruivo desaparecia na porta dos fundos através da parede de tijolos – e o desgraçado saiu sem pagar – bufa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu ia esperar para postar no anivesario do Harry, mas como sei que muitos não iam aguentar até lá. Resolvi postar antes. O primeiro cap. é o unico pronto, o segundo está em seus moldes ainda. Ah, e alguem ai poderia fazer uma capa para a fic? Ou sabe onde posso encomendar uma?

Não leia, contem SPOILERS DO CAPITULO:

Bem, como puderam ver a nossa Rose ainda está no caminho de volta para a Inglaterra. A carta da Alice ficou grande, mas quis mostrar como as coisas mudaram nesse meio tempo.
Espero comentários sobre os personagens que foram destaque nesse capitulo: Hugo, Augusta, Lucy e a Hannah(Abbott) Longbottom.

Espero Reviews.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Novos Tempos Em Hogwarts 3" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.