“Toc Toc”.

Mary Margaret acordou e olhou no relógio, que marcava cinco horas e meia da manhã. “Quem será a essa hora?”, pensou. Vestiu seu robe e caminhou hesitante até a porta.

– Quem é? – perguntou.

– Mary Margaret, abra a porta – um homem disse, com ansiedade na voz... Como se tivesse esperado por esse momento durante anos. Mary M estranhou, mas parecia ser tão urgente que, sem nem mesmo pensar direito, abriu a porta. E então, a surpresa: era o Desconhecido.

Antes que pudesse abrir a boca para dizer algo, ele puxou-a pela cintura e a beijou calorosamente. Depois de se afastar alguns centímetros, ofegante, ele disse:

– Ah, Branca... Não sabe quanto tempo esperei por isso, meu amor!

Ambos sorriram e, quando ele iria beijá-la novamente, algo o fez gritar.

– Ah, meu Deus! – Mary Margaret gritou. – O que houve?!

Ele caiu lentamente aos seus pés, e atrás dele, Regina segurava seu coração.

– O que... – a moça gaguejou, enquanto as lágrimas tomavam seus olhos. – O que você fez Regina?! O que você fez... – sua voz desapareceu.

Regina nada disse, apenas sorriu. E, num gesto maldoso e brutal, apertou o coração do Desconhecido até que restasse nada além de poeira. Ela ainda sorria; um sorriso sincero, como se ela tivesse feito a única coisa que sempre quis fazer...

– Não! – Mary Margaret sentou na cama, ofegante e suada. Olhou ao redor. O relógio de seu celular marcava cinco horas e meia da manhã. “Onde está Emma?”, pensou. Após alguns minutos tentando se recuperar do susto e tentando entender aquele pesadelo, Mary M levantou-se e foi até a cozinha buscar um copo d’água. A primeira coisa que viu ao acender a luz foi o bilhete de Emma.

– Estranho no mínimo – ela falou para si mesma, ligando o fato de ter sonhado com o Desconhecido na mesma noite em que algo acontecera com ele. E, aliás, o que havia acontecido? Pegou o celular e discou o número de telefone da Emma.

– Hey, Mary M – Emma disse do outro lado da linha. A ligação estava horrível. “Deve ser a chuva”, Mary Margaret pensou. – Achei que só ligaria mais tarde – Emma continuou.

– Eu... – Mary respirou fundo. – Tive um sonho maluco sobre o desconhecido. O que aconteceu com ele?

– Ele... – a ligação começou a falhar.

– O que? – ela perguntou. – A ligação tá falhando, Em.

– O... Acordou... Fugiu... Não... Onde... Procurando...

– Emma, eu não estou entendendo nada!

– Fique pront... Vou pas... Em cinco min...

– Ok, pode deixar! – Mary M desligou o celular. Correu para o seu armário e pegou a primeira roupa que viu; jeans, camisa básica branca e um casaco de lã azul. Vestiu um par de botas marrom e desceu até a rua, onde encontrou Emma e Dr. Whale a esperando.

– Olá, belezoca – Whale disse assim que Mary Margaret entrou no carro.

– Não temos tempo para isso, Whale – ela “cortou” o médico, que fechou a cara. – Já sabemos onde procurar?

– Demos uma olhada geral na cidade, mas não encontramos nada – Emma respondeu. – Alguma ideia?

Mary Margaret ficou em silêncio, lembrando-se do sonho. Ele a chamara de “Branca”, assim como o Príncipe Encantado chamava Branca de Neve no livro... Livro... Qual fora mesmo a última parte que leu para ele? Branca de Neve e o Príncipe, hum... Em... Droga, onde era mesmo que eles estavam?

– A ponte! – Mary M exclamou. Emma e Whale deram um “pulinho” dos bancos onde estavam sentados. – A ponte, Toll Bridge. No livro, a última parte que li para ele, mencionava uma ponte.

– Então – Emma disse, - é para lá que vamos.

Ao chegarem lá, a chuva já tinha cessado. Mary e Emma correram até a ponte, olhando o redor, procurando pelo Desconhecido... E o encontraram. Ele estava andando de um extremo ao outro da ponte. Emma se aproximou.

– Olá – ela disse, cuidadosamente. – Me chamo Emma Swan, eu...

– Você! – ele gritou, apontando para Mary Margaret e andando o mais rápido que podia até ela. Ele a alcançou e tocou levemente sua face com as duas mãos. – Seu rosto... Ele... – ele analisou o rosto delicado de Mary M. – Ele é a única coisa da qual consigo me lembrar.