Quinn acordou com uma réstia do sol batendo em seus olhos. Resmungo baixo e trocou de lado na cama, sentindo a parte vazia ao seu lado. Esticou seu braço para o lado e concluiu que estava sozinha em sua cama. Outra coisa que notou era que a casa estava silenciosa demais, pensou antes de levantar e definitivamente achou estranho todo o silencio da casa. Pegou sua camiseta jogada no chão e a vestiu antes de sair de seu quarto.

- Rachel? – Silencio. Quinn desceu as escadas e encontrou a sala e a cozinha vazias. – Rach? – Nada.

O desespero começou a tomar conta de Quinn. A loira subiu correndo as escadas até o quarto de hospedes, completamente vazio, voltou em seu quarto e encontrou apenas suas roupas jogadas no chão. Desceu as escadas novamente e foi até a garagem, vazia. Foi até o telefone e discou rapidamente o numero de Jesse.

- Bom...

- Rachel está ai? – Quinn o cortou.

- Como?

- Rachel está ai?

- Não, era para ela estar na sua casa Q, por quê? – Jesse parecia preocupado.  – Quinn? – A loira percebera o post-it amarelo na geladeira, desligou o telefone e foi até o mesmo.

Me desculpe.  – R

  Quinn releu o papel algumas vezes até se dar conta que Rachel havia mesmo ido embora. Sobre a mesa havia um envelope com o nome de Quinn escrito, mas não havia nada além de algumas notas, Quinn o jogou longe.

- Merda! – A loira exclamou completamente frustrada, enquanto socava o tampo da mesa. O telefone tocou novamente e Quinn olhou feio para o aparelho e foi para seu quarto. 

 Quinn se sentia completamente estúpida naquele momento, ela havia caído na lábia de uma atriz de quinta e por idiotice se apaixonado. Aquilo era patético.  Quinn sempre levou tudo a serio demais, ainda mais as coisas que não eram para serem levadas a sério, tipo uma atriz bater na sua porta e pedir abrigo. Seus pais sempre diziam; não abra a porta para estranhos e agora Quinn entendia porque, alias, fazia muito sentido agora que ela chorava e se sentia a pessoa mais infantil da face da terra.  

- Quinn? Você ta ai? – Era Jesse. Ela quase sentia vontade de culpa Jesse por tudo aquilo, afinal fora ele me havia lhe mostrado Rachel Berry pela primeira vez, mas qual era a culpa dele? Aquilo não tinha nada a ver com Jesse, tinha a ver com a canalhice de Rachel. A loira se vestiu e abriu a porta para Jesse.  – Quinn... – Jesse abraçou Quinn com força, enquanto a loira chorava copiosamente no peito de Jesse, que tentava acalmar a amiga. 

- Eu acreditei nela Jess... – Quinn murmurou.

- Eu sei Quinn, ela é uma vadia. – Jesse num pensou que um dia sentiria raiva de Rachel Berry, mas naquele momento ele realmente ficava feliz em saber que Rachel não estava por perto. – Hey, vocês brigaram ou...?

 - Transamos Jesse... Ou melhor, fizemos amor. – Quinn completava a frase com desdém.

- Vocês... Que vadia! – Jesse disse indignado. – Como ela pode? Deus! Eu nunca imaginei que ela fizesse esse tipo de coisa.

- A melhor parte nem é essa. – Quinn riu ironicamente. – Ela deixou um bilhete escrito ‘me desculpe’ na cozinha.

- Só isso?

- Só!

- Quinn... Eu nem sei o que dizer, vocês pareciam felizes e eu cheguei a cogitar que vocês realmente ficariam juntas, isso chega ser covarde.

- Ela é covarde! Apenas esconde isso muito bem e depois foge, assim como ela fez com aquele filme estúpido e agora.

- Quinn... – Jesse a encarou preocupado, enquanto Quinn se sentava nos pés de sua cama.

- O pior disso é que eu não sei como me sentir. Eu não sei se eu sinto raiva, se eu choro, se eu sinto pena de mim mesma... Eu não sei o que fazer Jess.  – Quinn enterrou o rosto nas mãos e fitou o chão.  - Eu nem eu menos consigo sentir raiva disse Jess, eu sinto raiva de mim, mas não dela. – Quinn disse encarando Jesse. O garoto se sentou ao lado de Quinn e a abraçou forte.  Jesse detestava ver Quinn daquele jeito, da mesma forma que Quinn detestava vê-lo daquele jeito. A loira que tem a fama de ser durona e fria... Até mesmo arrogante com as pessoas, mas Jesse sabia muito bem que Quinn era a pessoa mais sensível do mundo em certas situações, ainda mais quando essas situações envolvem sentimentos e corações partidos. E quando isso acontecia, Jesse tinha a necessidade de estar por perto, Quinn era sua melhor amiga e nunca o abandonou por nada e Jesse não faria diferente.

- Você não tem que sentir pena e raiva de si Q. Eu sinto pena e raiva de Rachel que fez uma coisa ridícula contigo. Quinn não vale a pena você sofrer por uma atrizinha de quinta, eu sei e você sabe que a senhorita é melhor que isso.  – Quinn sorriu fracamente.

- Jesse eu acho que no final, eu deveria me casar contigo.

- Quando eu compro o vestido? – Jesse pediu sorrindo torto, Quinn riu fracamente.

- Eu te amo cachinhos dourados. – Quinn disse abraçando mais forte Jesse.

- Você que eu também te amo Q-Bear.

-x-

 A rotina dos Fabrays voltara ao normal. Russell e Judy voltaram alguns dias antes graças a saudades que sentiam da filha e Quinn voltara ao seu estado normal de alguns meses atrás, por mais que não pudesse tocar no nome de Rachel Berry. A atriz mais odiada em seu top 10, contando em todas as posições, a mesma. Quinn também aproveitava seus últimos dias na doceria. Nenhuma das universidades que mandara suas redações lhe respondera, seus pais haviam ficados muito satisfeitos com as escolhas de Quinn. Já Jesse havia passado em Julliard e no próximo mês já se mudaria para NY. Quinn começou a criar toda uma rotina sem Jesse por perto e ela podia confessar que aquilo lhe parecia assustador, mas ela não tinha escolha, ela não iria para Nova York nem que lhe pagasse.

  Os Fabrays e St. James sentavam ao redor da mesa, comentando sobre os novos pratos que Russell havia aprendido nas ilhas caribenhas, acompanhados de risos e vinho. Russell se levantou e ergueu sua taça, todos da mesa voltaram sua atenção para o papa Fabray.

- Vocês sabem que eu sempre fui um cara apaixonado por momentos em família, não sinta ciúmes Judy. – Todos riram. – E eu também gosto de compartilhar momentos marcantes na minha vida. Ainda mais quando há cartas de cinco ótimas faculdades para minha filha – Quinn arqueou a sobrancelha e sorriu para o pai.

 - Quando chegaram? – Quinn pediu.

- Um pouco antes de você chegar da doceria. – Ethan sorriu.

- Certo e o que elas dizem? – Quinn disse ansiosa. Russell as entregou para Quinn. A loira ficou um tempo as lendo com calma.

- Agora eu me pergunto, o que você escreveu para conseguir passar em Stanford, Bowdoin e ainda por cima, Columbia. – Ethan disse.

- Columbia? Eu não mandei nada para Columbia. – Russell a fitou surpreso.

- Bem... Então descobriram a minha pequena prodígio pelo acaso e mais as suas notas ótimas. – Russell sorriu orgulhoso.

- Oh pai... Não deu Princeton. – Quinn disse, após terminar a carta da faculdade. O ultimo envelope era o de Columbia, o qual Quinn ignorou por completo.

- Princeton nem é lá aquelas coisas...

- Pai, é a terceira melhor do país.

- Tudo bem querida, eu ainda continuamos orgulhosos que a nossa pequena conseguiu em outras quatro universidades tão boas quanto. – Judy sorriu para a filha.

- E eu quero propor um brinde, a Quinn, que terá um futuro brilhante pela frente.

- Esperem, tanto eu quanto Jesse merecemos um brinde então, Julliard não é para qualquer um. – Um sorriu para o outro.  

- Aos pestes. – Russell ergueu a taça.

- Aos pestes. – O resto da família disse em coro.

 Russell e Ethan se dispuseram a tirar a louça e lava-la, no caso a lava louça faria o trabalho para eles, enquanto Jane e Judy foram para a varanda aproveitar a noite fresca. Jesse e Quinn ficaram na sala, jogados no sofá sapeando pelos canais. Até Quinn ver uma foto de Rachel no E! News. Jesse tentou tirar o controle das mãos de Quinn, mas a loira prestava atenção no que a apresentadora.

“A atriz Rachel Berry volta a ser vista pelas ruas de Los Angeles, onde está gravando Sweetness, junto de Brody Weston e Blaine Anderson. Fontes próximas de Rachel afirmam que Rachel felizmente passou alguns dias longe de casa em Paris. Para os que não sabem, Rachel ficou alguns dias desaparecia, o que deixou a produção e o namorado, Brody Weston muito preocupados.”  Corta da apresentadora para outra imagem de Rachel e Brody sorrindo “Na foto, Rachel aparece sorridente ao lado de Weston.”

- Patético. – Quinn comentou ainda prestando atenção na tela.

- Q... – Que olhou para Jesse. – Você pensou na possibilidade de ter sido Rachel quem mandou a carta para Columbia? – Jesse disse um pouco mais baixo.

- Não... Não tinha um post-it colado. – Quinn disse secamente. – E Columbia não me interessa de qualquer forma, não vou para Nova York nem que me paguem.

- Mas... E eu? – Jesse disse de forma exageradamente dramática.

- Cachinhos dourados, ver você sim, mas estudar lá não.  – Jesse sorriu.

- Sabe qual escolher?

- Não... Essas coisas levam tempo para se decidirem.  Mas Bowdoin é a minha favorita.

- Escolha uma perto pelo menos, não quero ter que cruzar o país.

- Nossa Jesse, quanta consideração.

- Não, o que eu quero dizer é que eu posso estar deprimido um dia e ai eu pego carro e vou até New Haven ou Maine para te ver ou você faz a mesma coisa. Ai a gente não fica longe um do outro.

- Jesse, não conseguiram separar a gente durante a nossa vida toda, não vão ser algumas horas de distancia que vão fazer isso.  E além do mais, que vai ter o spray para te disciplinar?