Candy escrita por Charlie


Capítulo 12
12. Bittersweet


Notas iniciais do capítulo

Oi vocês!



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- Jess... – Quinn abraçou o garoto com força. – Eu nem acredito que você já ta indo. 

- Q-Bear, sem tristeza... A gente vai ser ver nesse final de semana, lembra? Você vai me ajudar organizar as coisas. – Jesse sorriu para Quinn, que assentiu e sorriu levemente.

- Quem eu vou implicar agora? – Quinn disse, fazendo Jesse rir.

 - Você tem meu numero Fabray. – Ele piscou para Quinn. Jane e Judy choravam copiosamente vendo o filho e sobrinho se preparando para ir para NY, Jane não conseguia se conformar que seu bebê estava indo embora.  – Ei mãe, não... Não chora, eu prometo comer direito, trocar minha cueca todos os dias e te ligar de uma em uma hora. – Jesse disse a abraçando.

- Eu sei Jesse, mas eu não queria ver meu pequeno príncipe indo.

- Mãe, vamos evitar certos apelidos. – Eles riram. A voz masculina das caixas de som fez a primeira chamada para o check-in de Jesse. Jane voltou a chorar e Quinn mordeu o lábio para conter as suas lágrimas. – Ei mãe, vai ficar tudo bem ok? Lembra, foi a senhora que me incentivou a ir para Nova York e não é tão longe. – Jane assentiu e abraçou Jesse novamente. Jesse abraçou os demais e deixou Quinn por ultimo.

 - Cachinhos dourados...

- Q-Bear... – Ele sorriu. – Uma ligação e eu apareço para chutarmos alguns traseiros. – Quinn riu. E o abraçou.

- Vou sentir saudades.

- Eu também Q-Bear.

- Me liga quando chegar? – Quinn pediu se separando de Jesse.

- Se eu não ligar você vai aparecer à noite e puxar meus pés. – Jesse riu. A última chamada foi feita e Jesse se despediu de todos e foi para o check-in.  Russell abraçou Quinn.

- Ele vai ficar bem. – Quinn disse, depois de respirar fundo.

- Claro que vai, querida. – Russell sorriu e acompanhou Quinn até o estacionamento, logo atrás vinham Jane, Judy e Ethan.

 Houve a mesma choradeira quando Quinn pediu sua demissão da doceria. Querendo ou não, aquele lugar havia lhe dado um bom dinheiro, pelo menos o que Quinn guardou desde que começou, não era pouco. Mas sua tristeza de sair de lá não era igual a de ver Jesse indo embora, na verdade, ela já conseguia se sentir meio perdida sem ele. Claro que o fato de que seu melhor amigo esteja seguido seus sonhos lhe ajudava a se conformar com isso, mas ainda era Jesse. E como era de costume da loira, ela não havia escolhido a sua faculdade, provavelmente fecharia os olhos e escolheria a que ela pegou, ou iria escolher de ultima hora como sempre. Ela ainda tinha alguns dias para fazer a matricula, mas ainda era um pouco confuso para Quinn, porque ela realmente estava tentando seguir seu lado racional, mas aparentemente o seu emocional berrava por Columbia, ainda mais depois da ida de Jesse. Bem... Ela inda tinha alguns dias.

-x-

 Era uma tarde chuvosa em Bennington e como de costume, Quinn aproveitava para ficar lendo em seu quarto. Pelo menos, na medida do possivel. Jesse lhe mandava mensagens de cinco em cinco minutos sobre alguma coisa completamente aleatória e banal de lá. Quinn ria na maioria delas e algumas ela ignorava porque Jesse conseguia ser muito desnecessário quando queria.

 Ouviu algumas batidas em sua porta e foi ver quem era, que para sua completa surpresa era nada mais, nada menos que a própria cria do satã, popularmente conhecia como Santana Lopez. A latina tinha o semblante sério e não pediu licença para ir entrando no quarto de Quinn.

- Devo pegar meu crucifixo? – Quinn pediu ironicamente.

- Não... Satã me deu alguns dias de férias. – Santana rebateu no mesmo tom de Quinn.

- O que quer Santana? – Quinn pediu cruzando os braços.  Santana respirou fundo.

- Tantas coisas Quinn... Mas eu vim para lhe informar que eu estou indo para Filadélfia, eu conseguir ser aceita na universidade de lá e eu basicamente vim me despedir.

- E eu tenho que comemorar ou...?

 - Ok Fabray, você ganhou... Eu vim me desculpar também. – Santana disse baixo. Quinn riu surpresa.

- Veio o que? Eu não entendi.

- Me desculpar, Fabray... Deixe para sentir prazer enquanto você se masturba com as fotos da Berry. – Quinn abriu a boca para falar, mas as palavras simplesmente sumiram depois que Santana terminou a frase.  – Uh, peguei pesado? É Fabray, eu estou sabendo dos seus segredinhos sujos.

- Ela não era Rachel Berry, se fosse, Jesse estaria morto nesse exato momento.

- Bem, aparentemente sua bichinha companheira ressuscitou.

- Nah, quem se importa de qualquer forma, ela já foi embora – Quinn disse, desviando os olhos de Santana.

- Você se importa! – Santana disse.

- Não, eu ganhe trezentos dólares dela, é isso que importa.

- E ganhou comissão por ser o brinquedinho dela? – Santana pediu cruzando os braços.

- Santana você não tinha que só se despedir, você já fez isso.

- Escuta Quinn, o que eu fiz foi muito errado, tipo, muito errado mesmo. Errado pra caral...

- Santana eu entendi.

- Então, foi errado. E eu, por mais estranho que pareça, me senti mal por isso, mas eu estava feliz com Britt-Britt, então que você se fodesse, eu nem me importava. – Quinn a olhou feio.  – Ok... Eu não tinha planejado aquilo, por mim, eu seria até a madrinha de casamento de vocês, mas num belo dia eu e ela nos beijamos e as coisas começaram a mudar, até meu mau humor estava controlado... E quando eu vi você e a outra lá eu percebi que você estava sentindo a mesma coisa que eu com Brittany. Tipo, você um dia estava depressiva, no fundo do poço, cavando para seu sofrimento e agonia...

- Santana!

- E no outro, estava feliz. Foi quase a mesma coisa entre eu e Brittany.

- E qual é a moral da história?

- A moral da história é que você tem que perder a sua covardia e correr atrás da pessoa que te faz feliz.

- Santana, ela ta gravando um filme nesse exato momento. Logo, ela vai ficar famosa com isso e a probabilidade dela trocar o trabalho dela por uma pirralha de cidade pequena é mínima.

- Mas ainda existe.

- Santana, na real ela não existe. Eu não vou correr atrás disso, ela foi embora sem ao menos se despedir.

- Isso significa que não acabou. Ela te deixou uma brecha para correr atrás dela e você esta ai se lamentando de sua vida. Por deus Fabray! É sua chance de correr atrás e ter alguma atitude ao invés de esperar ela te mandar flores e pedir para você sair com ela. Uma vez na vida você precisa tentar, nem que você tenha que levar um não, mas você tentou. 

- E por que você veio até a minha casa para dar esse discurso motivacional?

- Você foi minha melhor e única amiga por anos, bem, você e Jesse. Você sempre esteve do meu lado quando eu precisava e eu não retribui muito bem isso. – Quinn continuava a encarar séria.

- É você roubou minha namorada.

-É... E eu precisava retribuir de forma justa todos esses anos de amizade e apoio.

- E você retribuiu com um monologo sobre não desistir do amor? – Quinn pediu arqueando a sobrancelha.

- Bem... Não dava para mudar todas as suas redações, ia ficar muito na cara, você tinha que ser uma nerd de primeira.

- Você o que?  - Quinn pediu confusa.

- Eu esperava um ‘você é demais Santana, eu nem sei como te agradecer’, mas tudo bem.

- Santana não me diga que foi você quem mandou a carta para Columbia. – Quinn parecia atordoada. – Como?

-Meu tio é quem autentica esses documentos e eu estava dando uma passada. – Santana deu de ombros. – Eu vi você e seu chaveirinho saindo e eu troquei nossas cartas, mandando sua para Columbia e a minha para Princeton. Eu não seria aceita de qualquer forma. Mas você foi, o bobão comentou enquanto trocava o óleo do meu carro... De nada. – Santana sorriu.

- Eu não vou para Columbia. – Quinn disse simples.

- Sim você vai.

- Não, eu teria um sincope em Nova York.

- Não vai nada, você tem Jesse e a Berry... Tudo feliz.

- Santana eu te odeio.

- Apenas pense no que eu disse, ok? Berry realmente te fez feliz e eu tenho certeza que você também quer isso. – Santana disse, indo até a porta. – Tchau Quinn.

- Boa sorte na Filadélfia.

- Boa sorte em Columbia. – Santana sorriu. Quinn fechou a porta e foi até o seu criado mudo, onde suas cartas estavam guardadas, abriu a gaveta e pegou o envelope com o brasão da universidade impresso. Leu a carta e mordeu o lábio.

  Santana... De ser mais ardiloso da terra, se tornou a antiga Santana Lopez que Quinn adorava.  Por algum motivo, o que Santana havia lhe dito fazia sentido, tirando a parte das fotos de Rachel, aqui foi realmente muito sujo. Deitou em sua cama e fechou os olhos com força, ela precisa desesperadamente que o tempo travasse e que ela pudesse pensar calmamente sobre isso. Sabia que ir atrás de Rachel era uma completa insanidade, mas se ela fosse para Columbia teria Jesse ao seu lado e consequentemente, Rachel... Se bem que ela nem estava em Nova York. Mas ela tinha Yale e Bowdoin, todas consideravelmente distantes de Jesse e Rachel. Quinn se levantou num pulo e pegou seu computador, ela daria um fim nisso.

-x-

 O dia seguinte amanheceu ensolarado para a alegria do casal Fabray. Judy planejava cuidar de seu jardim e Russell se oferecerá para lhe ajudar. Judy estava pensando em convidar Quinn também, ela sempre vivia enfurnada naquele quarto e um tempo em família não fazia mal a ninguém. Ela e Russell tomavam seu café da manhã tranquilamente, quando a porta da garagem fechou com um baque, os dois se entreolharam e foram verificar o que estava acontecendo. Assim que chegou a garagem, o portão aberto e a bicicleta de Quinn não estava mais ali, Russell correu para fora e avistou a filha alguns metros dali, pedalando rápido.  Judy o fitou preocupada.

- Onde ela está indo?

- Não faço ideia.

- Como assim não faz ideia Russell? Entre nesse carro e vá atrás dela! - Russell o fez. Com a velocidade do carro consideravelmente alta, conseguiu encontrar Quinn.

- Quinnie, o que está fazendo? – Russell pediu, diminuindo a velocidade de seu carro.

- Fugindo. – Quinn disse simples, ainda centrada em seu percurso.

- Querida, para onde?

- Um lugar bem longe pai... Não me faça perguntas, eu vou ficar bem, ok.

- Mas querida...

- Pai, isso é importante pra mim. Avise mamãe que eu estou indo ver Jesse e que eu não sei quando vou voltar.  – Quinn seguiu pedalando e Russell parou o carro e fitou Quinn desaparecer depois da esquina.

  Quinn tinha um único objetivo; chegar em Los Angeles custe o que custar. Claro que ela não era tão ingênua a ponto de pensar que aguentaria chegar lá pedalando, estava indo a pequena rodoviária de Bennington, iria para Montpeliere lá pegaria um avião para Los Angeles. É importante resaltar que desde o momento que ela acordou até o momento em que ela se encontrava, ela estava agindo por puro impulso, mas ela estava tentando, assim como Santana lhe cobrou na tarde passada.  Assim que chegou à rodoviária largou sua bicicleta de qualquer jeito perto da entrada e correu até os balcões de atendimento e agradeceu até o deus polinésio por ter conseguido a passagem e que não demoraria para  seu ônibus chegar.

-x-

 Assim que ela pôs os pés para fora do aeroporto de L.A. começou a se sentir completamente estranha ali, mas isso não fez com que ela mudasse de ideia. Na cabeça da loira não fazia muito sentindo para ela parar um taxi e pedir onde ficavam os estúdios da Fox, mas para o taxista foi a coisa mais normal da vida. Assim que chegou, pagou o taxista e começou a bolar mil e um planos para entrar no estúdio, sem ser pega. Sabia que Rachel estaria gravando algumas cenas ali, mas não tinha certeza se ela estaria ali de fato.

 O segurança já lhe olhava torto, mas isso não intimidou. Se lembrou da ligação de Rachel para Kurt e começou a procurar me seu celular qualquer numero sem identificação. Só havia um na lista e foi naquele que Quinn tentou, demorou algum tempo para que fosse atendido, mas logo a voz conhecida a atendeu.

- Kurt Hummel.

- Olá Kurt Hummel.

- Quinn?

- Popularmente conhecida como brinquedinho de sua amiga. – Quinn disse secamente.

 - Quinn por que está me ligando?

- Só quero  tirar uma duvida básica, onde você está agora?

- L.A. – Kurt disse hesitante.

- Nossa que coincidências, eu estou nas portas da Fox e você? – Kurt arfou do outro lado.

- Quinn diga que isso é uma brincadeira.

- Quem me dera que fosse. – Quinn disse mais séria. – Eu preciso resolver algumas coisas com sua amiga e eu tenho certeza que você está com ela.

- Eu estou indo ai. – Kurt desligou.  Quinn bufou e ficou esperando.

  Demorou alguns minutos para ela reconhecer o homem bem vestido vir em sua direção, usando óculos escuros. Quinn cruzou os braços e Kurt conversou com o guarda, que liberou a entrada de Quinn nos estúdios.  Hummel a esperou de braços cruzados e muito sério.

- Explique-se.

- Não, sua amiga quem vai tem que se explicar. – Quinn sorriu cinicamente.

- Quinn, Rachel fez o que fez para o bem das duas. Ela até mesmo te pagou, não tem porquê você vir até aqui.

- Tenho meus motivos Hummel. Por favor, eu... Eu preciso falar com ela. – Kurt a fitou por alguns instantes e acabou cedendo. Ele e Quinn caminharam até um carrinho de golf e nele seguiram até o estúdio cinco. Nota, Quinn se sentia ridícula andando naquele carinho ao lado de um homem com um broche de hipopótamo de dez centímetros sem seu peito.

 Kurt e Quinn se entreolharam, antes da loira entrar porta adentro. Kurt a seguiu. Quinn logo conseguiu encontrar Rachel. Ela e Anderson estavam gravando em frente ao chroma key. Quinn revirou os olhos e seguiu, Kurt a impediu e pediu que ela esperasse onde ela estava.

- Ótimo pessoal, cinco minutos e gravamos mais um take. – A voz do diretor soou pelo estúdio todo. Rachel sorriu para Blaine e foi até uma bancada para beber água. E quase se engasgou com a mesma quando viu Quinn Fabray parada de braços cruzados e cara de poucos amigos. Rachel tentou dar meia volta, mas Quinn pigarreou alto o suficiente para que Rachel escutasse. Ela não teria escapatória.

- Olá Berry. – Rachel conseguia sentir o sarcasmo de Quinn lhe estapeando.

- Quinn!O que está fazendo aqui?

- Oh, o que eu estou fazendo aqui, deixe-me pensar, o que eu estou fazendo aqui... Ah, ‘Quem não disse que não há sentimentos envolvidos’ – Quinn disse, fazendo as aspas no ar.

- Quinn...

- Não, eu ainda não contei a melhor parte, que foi acordar e ler um post-it dizendo ‘me desculpe’ e encontrar trezentos dólares na minha mesa, sendo que eu gastei o dobro pra vir aqui.  – Rachel mordeu o lábio. – E o pior é que eu fui ingênua o suficiente para pensar em possivelmente levar isso à diante, até eu descobrir que até Santana Lopez vale mais que você.

- Eu fiz o que era melhor para nós! Tanto eu, quanto você sofreríamos ainda mais se eu me despedisse e criasse uma cena de termino em cima disso!

- Oh, sim... Então quando for fazer ‘amor’ com alguém tenha a certeza que não vá por sentimentos no meio, Berry!

- Então foi para isso que você veio para Los Angeles? Jogar na minha cara isso, como se eu estivesse mentindo e brincando com você? – Rachel disse, tentando manter a calma.

- Claro que não Rachel! Que tipo de pessoa eu seria fazendo isso. – A ironia na voz de Quinn voltara. A loira mexeu em sua mochila e entregou para Rachel o envelope com o brasão de Columbia. Rachel leu o conteúdo da carta e fitou Quinn confusa.

- Você foi aceita em Columbia e?

- E?Bem, e Jesse já está no nosso apartamento, Columbia fica em Manhattan, onde também fica a Broadway e nunca se sabe quando eu possa querer ver Rachel Berry berrar em todas as musica, ou deixar post-it colodos pelas paredes.

- Quinn por que você está fazendo isso?

- Eu não sei, talvez seja o mesmo motivo que você teve quando disse coisas bonitas para mim e me beijou... Impulso.

- Eu não menti quando eu lhe dizia coisas bonitas.

- Mas sumiu depois de uma noite especial. – Rachel engoliu a seco as palavras da loira. – E antes que eu me esqueça. – Tudo que Rachel sentiu foi a mão de Quinn chocar-se em seu rosto com força, fazendo-a arfar. – E esse é o porquê da minha vinda Berry.  


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me digam!
Não me considerem uma troll da vida ok? Isso foi preciso, na continuação vocês vão entender. Enfim, eu quero agradecer vocês, meu leitores lindos, que acompanharam a fic até o final, eu realmente fico muito feliz que tem gente que gosta do que eu estou escrevendo e me ajuda com dicas e sugestões, não é Sr.William? hahaha, enfim...Eu vejo vocês na continuação de Candy.
E novamente, obrigada pelos comentários e favoritadas e até mesmo que não comentou, mas leu, obrigada :)