Titanic escrita por Emily di Angelo


Capítulo 12
Capítulo 11 - new york city


Notas iniciais do capítulo

É o fim! :´( Só mais esse capítulo e um Epílogo. Mas espero que vocês gostem.

Justificativas pelo atraso: Vestibular, vestibular e vestibular! Mas agora acabou, estou de férias, não tem mais nenhum vestibular e vou postar com mais regularidade a minha outra fic (já que essa acabou).

bjus



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POV ATHENA

O resgate dos sobreviventes foi feito pelo navio Carpathia. Os ex-passageiros do luxuoso e gigante RMS Titanic se apinhavam no convés, sem distinção de classes, todos ali eram sobreviventes. Os passageiros do Carpathia observavam curiosos dos deques superiores, alguns desciam e pediam aos Oficiais para ajudar nos cuidados.

Todos tinham recebido pesados cobertores e os marinheiros passavam fazendo as listas de sobreviventes. Procurei Afrodite, tínhamos nos separado quando embarcamos no Carpathia.

–Vamos, chega dessa palhaçada, precisamos ir para o Olimpo. Temos trabalho a fazer.

–Claro que não Athena. Vamos desembarcar em Nova York, chamamos os outros e começamos a fazer o que iriamos fazer lá.

–Mas Afrodite...!

–Sem “mas”, Atheninha. Temos que ficar aqui. Principalmente você para consolar sua filha. – disse, apontando com o olhar para Elisabeth que se aproximava aflita de um dos Oficiais do Carpathia.

POV ELISABETH

Era o terceiro que eu iria tentar. Mas não podia perder as esperanças, ele é um filho de Poseidon, não se afoga, não se molha... Ele deve ter conseguido embarcar em algum bote.

–Senhor, senhor... Pode me ajudar, por favor? – perguntei a um Oficial.

–Senhora?

–Pode verificar a lista para mim? Tobias Jackson.

–Deixe-me ver... – ele passou o dedo pela lista, ele parou em cima de um nome, por instante meu coração se encheu de alegria. Mas depois ele balançou a cabeça negativamente. – Sinto muito, ele não está na minha lista. Procure outro oficial ou espere mais algumas horas, quando completaremos a lista de sobreviventes.

Eu sentei em cima de uma grossa corda de amarração. Eu chorei, seria muita maldade se as Parcas tirassem Tobias de mim agora, desse jeito. Mas não era culpa das Parcas, era culpa de minha mãe, ela faria qualquer coisa para separar eu e Tobias. Senti um braço me envolver, um braço forte, de homem.

–Tobias? É você? – Olhei para cima, não era Tobias. Era Poseidon.

–Minha querida. Você não vai achar meu filho nas listas. Eu sinto muito...

–Não... – minha voz falhou.

–Eu resgatei o corpo dele e enviei para o Acampamento Meio-Sangue, em Long Island. Eles vão te esperar para queimar a mortalha.

–NÃO! Não é verdade o que o senhor está me dizendo. – o deus me abraçou, e bati nele para me soltar, mas ele me abraçava cada vez mais forte.

–Elisabeth! Poseidon! Por Zeus! Você estão bem! – Minha mãe surgiu da multidão, acompanhada por Afrodite. Esta última logo percebeu o que tinha acontecido:

–Não... Oh! As Parcas são cruéis.

–Eu encontrei o corpo de Tobias, flutuando perto de um pedaço do Titanic. – falou Poseidon, parecendo abalado – Duas crianças estavam vivas em cima. O peso dele impedia que a madeira virasse. Vou conversar com Hades, ele merece ir para os Elíseos.

Afrodite estava visivelmente emocionada, a expressão da minha mãe era indecifrável. Fui consolada por alguns instantes, mas logo os três deuses se afastaram, me deixando sozinha. Margareth Brown apareceu.

–Querida, já conseguiu se informar? – perguntou a filha de Afrodite. Eu simplesmente a abracei e chorei. Estava me sentindo sem chão, meu mundo acabou, nada que aconteça vai conseguir me fazer esquecer esta dor. O Carpathia seguiu o seu caminho, lentamente. Ouvi um dos membros da tripulação dizer que demoraríamos três dias.

Na manhã do dia 18 eu avistei a Estátua da Liberdade. Nos aproximamos do píer, muitas pessoas aguardavam o Carpathia, pelo visto as notícias tinham chegado através do telégrafo. Muitos choravam, abanavam lencinhos brancos. Era uma visão muito diferente da partida de Southampton. Lá um enorme e luxuoso navio partiu, levando pessoas felizes, aqui chegavam nem metade dessas pessoas, em um antigo vapor com um terço do tamanho do RMS Titanic.

16/04/1912 – New York

8:00 – Horário da Costa Leste

POV GEORGE DAVENPORT

Cheguei de uma cansativa viagem de trem. Três dias dentro da locomotiva. Estava completamente desatualizado com o mundo, dizem os grandes visionários que dentro de poucas décadas teremos notícias em tempo real, mas eu não acredito nessas bobagens. Sra. Christie, minha única criada, que servia a meus pais antes de mim, me esperava na porta. Ela estava chorando.

–Sra. Christie. Está tudo bem?

–Não, senhor. Olhe a manchete... – e me passou uma edição do New York Times.

TITANIC AFUNDA QUATRO HORAS DEPOIS DE BATER EM ICEBERG; 866 RESGATADOS PELO CARPATHIA, PROVAVELMENTE 1250 PERECERAM; ISMAY ESTÁ A SALVO, SRA. ASTOR TALVEZ, NOMES NOTÁVEIS DESAPARECIDOS

–Minha filha! Elisabeth...

–Eu procurei o nome dela nesta lista parcial, mas...

–Não! Minha garotinha está bem... Eu sei disso... – falei, mas sem acreditar muito em minhas palavras. – Por favor leve minhas malas para dentro.

–Para onde o senhor vai?

–Vou procurar informações no escritório da companhia.

18/04/1912 – Pier 54 do Porto de Nova York

Foram dois dias de angústia. O nome de Elisabeth estava em uma das listas de sobreviventes, mas eu só me acalmaria com ela em meus braços. Milhares de pessoas esperavam, era uma comoção geral. Com o passar dos dias as notícias eram atualizadas. O grande empresário Sr. Astor, não tinha sobrevivido, assim como o construtor do navio Thomas Andrews, que já era tratado como herói.

O Carpathia atracou. As pontes foram alinhadas e começou o desembarque. As pessoas iam descendo e encontrando seus familiares. Os repórteres, aqueles abutres, já avançavam nos sobrevivente tentando uma declaração “exclusiva”.

Demorou um pouco, mas logo a minha filha surgiu. Ela veio correndo. Dei um abraço forte, senti lágrimas no meu pescoço.

–Minha filha.

–Foi tão horrível... Pai...

–Você está bem, isso que importa. – eu a peguei na mão, senti um anel e olhei. Era de ouro branco com uma madrepérola. – Filha?

–Tobias pediu minha mão no navio. – ela contou, voltando a chorar – Mas ele... Ele... Ficou no mar pai.

Eu a abracei. Ela perdeu os sentidos e levei-a até o automóvel.

POV ATHENA

–Precisamos conversar. – Falou Poseidon, com uma cara séria, me puxando para um canto do Píer. – Eu descobri porque não consegui controlar o mar na hora do naufrágio.

Eu olhei para ele preocupada.

–Athena, o Titanic afundou bem em cima da prisão do titã Oceano.

Di immortales! Isso não foi uma coincidência, não é?

–Não. Eu fui interrogá-lo. Ele falou que não podia permitir que a Profecia dos Trópicos se cumprisse agora... O senhor dele ainda não está pronto para colocar o plano dele em ação.

–Mas como ele sabe da profecia?

–Não sei. Mas isso significa que outro filho meu irá se apaixonar por uma filha sua e quando isso acontecer... Que as Parcas sejam amenas... Cronos irá tentar se reerguer.

SEIS MESES DEPOIS

8/10/1912

POV ATHENA

Eu observava o maior prédio de Nova York, o Metropolitan Life Insurance Company Tower, na Madison Ave. Seus cinquenta andares chegavam a 213 metros de altura. Tinha um estilo neorrenascentista, tinha um relógio que ocupava a fachada do 24º até o 26º andar e lembrava muito o Big Ben, em Londres. Olhei desanimada para a estrutura.

–O que você acha Clio?

–Não sei, minha senhora. Parece... Pequeno.

–Sim... Bem pequeno. Acho que a ideia de trazer o Olimpo para um arranha-céu está temporariamente descartada.

A Musa concordou com a cabeça. Meu olhar se fixou no Porto de Nova York, do outro lado do rio, lembrei-me daquele dia de abril em que chegamos. Afrodite, Poseidon e eu voltamos para o Olimpo direto, sem fazer o que tínhamos que fazer em Manhattan, por isso eu tinha voltado agora, já que a tensão crescia cada vez mais na Europa e a Guerra não demoraria muito para chegar.

Um homem abordou eu e Clio.

–Minha senhora, minha senhora já ouviu as propostas do candidato Woodrow Wilson?

Tinha me esquecido que as eleições presidenciais nos Estados Unidos eram no próximo mês.

–Sim, mas é claro. – respondi. E isso não era mentira, eu não só sabia as propostas como tinha sido responsável pela criação de várias delas, já que Woodrow Wilson era um de meus mais distintos filhos. O homem se afastou e eu e Clio seguimos nosso caminho.

Estávamos perto da Times Square, em frente a um dos maiores teatros da cidade quando outro homem nos abordou, só que esse me chamou pelo nome.

–Athena? – virei-me surpresa por alguém ter a audácia de fazer isso no meio de centenas de mortais. E fiquei mais surpresa ainda a ver um de meus antigos amantes, acompanhado de uma de minhas filhas.

–George. Elisabeth. – falei, olhando para a garota, que exibia uma proeminente barriga.

–Sim mãe, estou grávida. – falou, com a voz carregada de raiva – E graças a você vou ser mãe solteira.

Shiu! – fez George – As pessoas não podem saber disso. Fale mais baixo.

–Você acha que eu afundei o Titanic só para matar seu namoradinho? Como você pode sequer imaginar que eu matei 1500 pessoas somente para atingir uma?

–Você é uma deusa, não tem muita diferença para você.

–Mais respeito comigo mortal! Sou sua mãe e sou uma Olimpiana, exijo mais respeito de sua parte. Sinto muito pelo seu noivo, eu realmente não aprovava o relacionamento de vocês, mas não o matei, não afundei o Titanic. Você acha que Poseidon ia permitir uma coisa dessas? Eu fiquei na mão do peixe, pois estávamos nos domínios dele, Elisabeth!

–Venha filha, é melhor ir embora. Vamos.

Os dois se afastaram, deixando eu e Clio sozinhas. Até que a Musa se mexeu.

–Com licença senhora, preciso falar com Elisabeth.

Ela deu meia volta e foi atrás deles. Assim que ela se afastou Hermes apareceu com uma cara preocupada.

–Athena, precisa voltar imediatamente. Montenegro declarou guerra contra o Império Otomano!

–Você acha que é...

–Talvez, Ares disse que vai ser um dos fatores, mas ainda não é a Grande Guerra. Os laços da Inglaterra com o Olimpo se estabilizaram temporariamente. Vamos!

POV CLIO

Corri atrás de Elisabeth e do pai dela.

–Esperem! – gritei – Esperem, por favor! Elisabeth...

Eles pararam. Elisabeth me olhou magoada.

–Você disse que ele ia sobreviver... Você me prometeu!

–Desculpe, se tivesse falado outra coisa a senhorita não iria embarcar no bote salva-vidas.

Ela pareceu aceitar as desculpas, e eu continuei.

–Antes de me separar de Tobias ele pediu para dizer para você que ele te ama muito e que sempre vai estar ao seu lado, mesmo que você não o veja.

Uma pequena lágrima escorreu do cinzento olho da filha de Athena.

–Obrigada Clio.

–E ele voltou a falar comigo depois de já falecido. Quando ele descobriu que você estava grávida.

–E o que ele disse?

–Ele ficou muito feliz em ter um filho com você e pediu para você não colocar o nome dele na criança, mas se você quiser colocar o sobrenome, ele autoriza.

–Sim, o nome na criança vai ser George, se for menino, ou Sally se for menina.

–Lindos nomes. Agora preciso ir, sua mãe me aguarda.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

espero que sim... bjus

o epílogo coloco logo hoje.