Titanic escrita por Emily di Angelo


Capítulo 10
Capítulo 9 - ICEBERG STRAIGHT AHEAD!


Notas iniciais do capítulo

Enfim, o naufrágio.
Mas nem se preocupem, dividi ele em vários capítulos, ainda não estamos no final!!!

E vou aproveitar para agradecer a linda recomendação da Aly Lopez, muito obrigada!!! Este capítulo é dedicado a você, Aly.

Agradeço também a todos que deixaram reviews.

É a primeira recomendação que escrevem para mim, aqui no nyah! estou muito feliz!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/368888/chapter/10

POV ATHENA

14/04/1912 – Oceano Atlântico Norte

23:00


POV ATHENA



–Ártemis, fale logo, está me deixando aflita! – reclamei para minha irmã, que andava nervosa de um lado para o outro da sala de estar de minha cabine.


–Eu não iria contar a você. Seria fofoca, e eu não suporto isso, você me conhece. Mas algo no meu interior sabe que é muito importante e me implora para que te conte.

–Então fale logo o que é, e me deixe dormir em paz.

–Elisabeth não é mais donzela! Pronto, falei. – Ártemis se jogou em uma das poltronas ao mesmo tempo em que eu deixava cair a xícara de chá que estava em minhas mãos.

–Eu falei que era importante! – falou Ártemis, um pouco fora de si. – O que Elisabeth tem tão de importante?

Ignorando minha irmã, fui até o armário da onde eu tirei um grosso casado de pele, ainda estava com a roupa do jantar, mas sabia que a temperatura já tinha despencado alguns graus. Saí da cabine rapidamente, cruzei os corredores subi a Grande Escadaria e saí para a fria noite que se debruçava sobre o Titanic.

Precisava pensar, tudo estava acontecendo no script Elisabeth e Tobias juntos, o telegrama avisando sobre a eminência de conflito nos Bálcãs e a grande guerra que se aproximava. Tudo estava indicando que a profecia feita para mim e Poseidon em 1889 estava se concretizando, era questão de tempo até o despertar dos velhos inimigos.

A minha primeira ação seria avisar meu pai. Mas conheço senhor Zeus há muito tempo e sei que ele não ouvirá meu aviso. Assim que chegarmos à Nova York enviarei Ártemis e Apolo de volta para Europa para checarem as antigas prisões.

O mar estava calmo, nem uma única marola agitava as águas do Pacífico. A noite estava um pouco nebulosa e um fino nevoeiro se estendia pelo caminho do Titanic, a lua não era visível e as únicas iluminações vinham do próprio Titanic e das estrelas. Blocos grandes de gelo passavam próximos ao navio, mas sem oferecer riscos. A velocidade não tinha diminuído, seguíamos a toda potência em direção à Nova York.

Ouvi passos atrás de mim, era Poseidon.

–Eu já soube o que aconteceu. Athena agora é a hora. Zeus precisa ser avisado.

–Não! – falei.

–A profecia se aproxima, Athena! Seremos imprudentes se guardarmos só para nós esta informação. Zeus pode não escutar em um primeiro momento, mas os outros deuses já podem começar a agir.

–Poseidon, eu sei que tudo está aparentando estar ligado a essa profecia, mas sinto que ainda não é a hora dela acontecer. Ela está incompleta, faltam pedaços nela, algo me diz que outras profecias a complementarão.

–Athena, você estava chorando?

Tentei disfarçar ao máximo as lágrimas que teimaram em cair, porém Poseidon foi mais rápido, me tomou em seus abraços e me abraçou. Não foi um abraço qualquer, foi um abraço fraterno, cheio de carinho. Aquele abraço que vocês meios-sangues recebem de seus avós. Não consegui segurar mais, chorei nos ombros do meu maior rival.

–Estou com medo Poseidon. Muito medo. Eu não quero que nada de mal ocorra...

Ele nos afastou e olhou nos meus olhos. O verde e o cinza se encontraram.

–Vamos enfrentar isso juntos, como disse a profecia. – disse o deus, se referindo a uma outra profecia que eu ainda não revelei ao meu diário – Vamos dar uma trégua à nossa rivalidade. Somente umas discussõezinhas de vez em quando para manter as aparências e para não perder a prática.

–Você está propondo um Armistício?

–Sim. Eu e você unidos até terminar esta funesta profecia.

Não sei o que aconteceu, nem quem tomou a iniciativa, mas acontece que nos beijamos. Mais uma vez. Só que desta vez eu retribui. Só nos separamos por causa do barulho. Um sino foi tocado três vezes. Percebi uma enorme movimentação na Ponte de Comando, tentava fazer a leitura labial do Primeiro-Oficial, que estava de frente para mim. Porém ele estava muito longe e em uma sombra o que tornava as feições ilegíveis. Só ouvi Poseidon murmurar.

–O-ou. Pelas barbas de Zeus!

Olhei na mesma direção do deus do mar. Um enorme iceberg estava bem à frente do Titanic, mas o navio não virava, nem diminuía a velocidade.

–Poseidon! Faça alguma coisa!

Ele me olhou, sem entender.

–Ora! Você é o deus do mar ou não é? Desvie o iceberg, derreta-o, mude o curso do navio. Faça algo.

Poseidon então se concentrou. Suas feições se tornaram pesadas, parecia estar fazendo muita força.

–Não está adiantando nada!

Ouvi o barulho do motor diminuir e logo após aumentar novamente.

–Não estou conseguindo. O mar não obedece meus controles!

Olhei sem acreditar para Poseidon. Ele tinha segurado com tanta força a amurada que suas mãos deixaram uma marca afundada no aço. Titanic começou a virar, mas não ia virar rápido o suficiente.

O choque aconteceu. Eu e Poseidon fomos ao chão. O navio trepidou. Quando o iceberg passou por onde eu e Poseidon estávamos, grandes blocos de gelo caíram no convés.

–Você está bem Athena?

–Sim. Rápido temos que avisar os outros.


POV NARRADOR




A noite estava calma, sem vento e a água parecia um espelho. Isso preocupava os vigilantes, que do alto do cesto observavam o mar à frente do Titanic em busca de icebergs, porque, sem as ondas os temidos blocos de gelo ficavam menos visíveis. Algo chama atenção do vigilante Fleet. O coração dele dispara. Como tinham deixado escapar algo daquele tamanho? Um enorme iceberg estava logo à frente a menos de 500m do navio, que avançava a toda velocidade.




A primeira ação dele é tocar o sino de alarme três vezes. Isto chama atenção do Primeiro-Oficial Murdoch, que está de plantão na parte externa da ponte. Ele olha para frente e logo vê o iceberg.


Dentro da ponte o telefone de comunicação toca. O Oficial-Chefe Moody atende e escuta a terrível mensagem:

“Iceberg straight ahead!” “Iceberg straight ahead!”

Nesse exato momento Sr. Murdoch entra correndo pela Ponte. Esbarra no Sr. Moody, fazendo-o derrubar o chá que segurava.

–Carregue todo o leme a estibordo!

–Tudo para estibordo! – confirmou o timoneiro, começando a girar o imenso timão.

Murdoch e Moody começam a acionar os indicadores, mudando-os para reversão à toda potência. A reação, oito andares abaixo é imediata.

Sr. Bell e todos os engenheiros giram as manivelas, fecham os registros e diminuem a pressão. Os enormes pistões diminuem a velocidade.

–Agora! – gritou o filho de Hefesto – Invertam os motores!

O primeiro-engenheiro aciona uma alavanca. Os pistões dão um tranco, mas logo invertem seus movimentos.

Na ponte Moody e Murdoch saem para a parte externa e observam a aproximação do bloco de gelo.

–Vire, minha senhora, vire. – murmura Murdoch. Titanic avança implacável, sem diminuir a velocidade, nem mudar o rumo. Depois de alguns segundos começa a virar lentamente, porém Murdoch percebe que não será suficiente.

–Vai bater! – gritou.

O impacto só não arremessou os oficiais no chão, pois se seguraram no parapeito da Ponte. O timão trepida, quase escapando das mãos do jovem timoneiro. A expressão de Murdoch é de puro terror, ele corre novamente para o interior da Ponte de Comando e aciona as comportas, a nova tecnologia que tornava o Titanic “inafundável”.

O capitão surge na cabine.

–O que aconteceu aqui?

–Um iceberg senhor, bem à frente. Viramos tudo para estibordo e revertemos os motores, mas não foi o suficiente para evitar o choque.

–Fechou as portas estanques?

–Sim, senhor, já estão todas fechadas.

–Ordene parada total. Façam uma inspeção para verificar os danos. Notifiquem Ismay e pelo amor de Deus, façam Sr. Andrews chegar o mais rápido possível.

Os Oficiais vão cumprir as ordens do Capitão.


POV ELISABETH




Sentia o corpo nu de Thomas junto ao meu. Compartilhávamos nosso calor nesta noite fria. Era a segunda vez que fazíamos amor, e eu já me sentia bem mais confortável com a situação. Pensava em nosso futuro, talvez uma bela casa, com cachorros, duas crianças. Uma família feliz e normal.




Um solavanco no navio acordou Tobias.


–O que foi isso?

Logo em seguida outro solavanco, só que bem mais forte quase nos jogou para fora da cama. A trepidação continuou por alguns segundos e depois parou. Vi através da cortina, uma grande sombra branca passar.

Depois de alguns minutos o barulho do motor parou.

–Vamos, coloque uma roupa, aconteceu alguma coisa.

Olhamos o corredor, outras pessoas faziam o mesmo. Um comissário passou avisando que tudo estava bem, que podíamos retornar para nossos quartos. Não me convenceu.

Thomas, meu irmão, esbarrou em mim sem querer. Carregava grandes rolos de papel azul quadriculado, tinha quase certeza que eram os projetos do Titanic.

–O que aconteceu, Thomas? – perguntei. Ele abriu um sorrisinho tímido e seguiu seu caminho sem me responder, um Oficial o acompanhava, o reconheci como o Primeiro-Oficial Murdoch. Sr. Ismay, apenas com um roupão sobre o pijama tenta alcançar os dois homens.

–Elisabeth! – era minha mãe. Vestia um casaco de peles sobre o vestido do jantar e estava toda molhada. – Rápido minha filha, entre em sua cabine, pegue suas coisas de valor, se agasalhe muito bem e suba para os deques superiores. Batemos em um iceberg, não acredito que este navio seja tão inafundável assim. Eu encontrei falhas no projeto de Thomas. – ela se virou para Tobias – Você também Jackson. Se mova, vá até sua cabine, vista algo decente e subam o mais rápido possível. Lembrem-se de que não há botes para todos.

Ela saiu pelo corredor, Hermes apareceu ao lado dela, trocam rápidas palavras e o deus-mensageiro sumiu logo em seguida.

–Meu amor, vá até sua cabine. Nos encontramos na Grande Escadaria.

Tobias me beijou e seguiu em direção a sua cabine.

Eu entrei em minha suíte, acordei minha criada e dei as ordens a ela. Logo, Grace já estava completamente vestida, com vários casacos de lã.

Eu peguei minha adaga de bronze celestial, o único presente que havia ganhado de minha mãe, algumas joias de família e vários casacos.

Saímos da cabine exatamente à meia-noite e cinco, quando os comissários começaram a passar pelos quartos pedindo para os outros passageiros subirem aos conveses superiores, bem agasalhados e com o colete salva-vidas. Eu fiz menção de voltar para minha cabine para pegar os coletes, mas Grace, sempre muito prestativa já segurava dois.

Subimos até o salão da Grande Escadaria, onde me encontrei com Tobias.


POV THOMAS ANDREWS




Trabalhava em alguns ajustes que ainda iam ser feitos para a construção do Gigantic, o próximo navio da classe Olympic. Um grande papel azul quadriculado estava estendido por cima da mesa de trabalho de meu gabinete. Alguns ajustes deveriam ser feitos para melhorar ainda mais a estabilidade do navio, mas o Titanic continuaria sendo o maior e o mais luxuoso da classe Olympic.




Um copo de conhaque estava pousado em uma das pontas do papel, soltei o lápis e levei minha mão até ele, porém antes de poder segurá-lo fui jogado no chão, por um forte impacto, enquanto tentava me levantar uma intensa tremulação chacoalhava o navio.


O copo de conhaque jazia quebrado no chão, seu conteúdo estava espalhado pelo carpete da cabine. A tremulação parou, logo em seguida o zumbido dos motores diminuiu e cessou. Uma sensação horrível percorreu meu corpo, eu tinha uma suspeita do que tinha acontecido. Eu rezava para todos os deuses para que meu projeto tenha sido bem feito e bem executado.

Alguém bateu em minha porta, ainda estava no chão. Levantei e abri, para minha surpresa era o Primeiro-Oficial Murdoch, com uma expressão de terror no rosto.

–O Capitão Smith te chama para a Ponte de Comando.

–O que aconteceu?

Iceberg, senhor. Dos grandes. Batemos a proa com força a bombordo.

Peguei os projetos do Titanic e segui o Oficial.

–Não vamos perder tempo indo até a Ponte, me leve para fazer a inspeção de danos.

Andando rapidamente passamos pelos corredores da Primeira Classe, onde passageiros, com trajes de dormir, procuravam preocupados Comissários para se informar sobre o eu tinha acontecido. Esbarro em alguém.

–O que aconteceu, Thomas? – me virei e dei de cara com minha irmã, Elisabeth. Atrás dela Tobias se vestia. Ignorei minha irmã, somente abri um pequeno sorriso, como se tentasse tranquilizá-la, dizendo que tudo estava bem.

Porém não estava. Os danos tinham sido muito sérios. Depois da inspeção fui levado até à Ponte, onde o Capitão me aguardava ansiosamente.

–E então Sr. Andrews? Como estamos?

–A situação não é boa. – falei – A água subiu 4 metros da quilha em 10 minutos, os quatro primeiros compartimentos estão inundados forçando a proa para baixo. A água subiu para o deque superior e ultrapassou a antepara inundando o quinto compartimento.

–Quando partiremos? – perguntou Ismay.

–Não partiremos senhor. Titanic pode navegar com até quatro compartimentos inundados, mas não com cinco. Titanic está afundando.

A expressão de choque dos homens ao meu redor foi tamanha que me abalou profundamente. Ismay parecia um pimentão e teve um ataque de cólera na frente de todos.

–Como assim afundando?! Este navio não pode afundar, ele é inafundável. – gritou o dono da White Star Line.

–Este navio é feito de aço, ele pode afundar sim, eu lhe garanto.

–Mas e as bombas? – perguntou o Capitão, procurando alguma solução alternativa ao que deveria ser feito.

–Não vão ser suficientes, as bombas vão nos dar alguns minutos, talvez. Não importa o que os senhores façam Titanic irá afundar.

–Quanto tempo?

–Uma hora e meia, duas no máximo.

Ismay sai da sala, indignado. Minha preocupação era outra, não havia botes salva-vidas nem para metade dos passageiros.

–Sr. Moody, quantos temos à bordo?

–São 2.240 almas, senhor.

–Qual a capacidade dos botes?

A cor sumiu do rosto do Oficial-Chefe, parece que só agora ele havia percebido o problema de falta de botes.

–Temos botes suficientes para 1.178 pessoas... – disse, com a voz falhando.

Eu estava esperando para ver se o Capitão dava a ordem.

–Sr. Moody, Sr. Murdoch, iniciem a evacuação. – e depois falou em um tom imperceptível, tanto que o Primeiro-Oficial perguntou:

–Perdão, qual a ordem?

–Mulheres e crianças primeiro. – falou em tom mais claro agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

Até o próximo capítulo.

Leiam minha outra fic. É uma coletânea de histórias curtas do nosso casal favorito (PERCABETH), por enquanto ainda estou na primeira história, que vai ser dividida em três capítulos, mas logo vem outras.

http://fanfiction.com.br/historia/402119/Cronicas_De_Um_Casal_De_Semideuses

bjus!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Titanic" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.