P.OV. Thalia

Saí de lá enfurecida. Quem o idiota do Jackson pensava que era pra  me irritar, zoar com a minha altura (Essa foi sacanagem) e  ainda por cima perder o nosso mapa? Deus, por que eu não escutei a voz interior dizendo pra fugir pra Finlândia porque isso ia dar merda, por quê... "E veja como estou agora" , pensei. '"Me sinto irritada, frustrada, não há uma parte do meu corpo que não tenha um bocado de lama, e acho que tem um bicho dentro da minha bota". Eu nunca havia ansiado tanto ir pra casa. Voltar para o meu quarto, debaixo dos meus edredons  quentinhos, onde com certeza absoluta não haveria um pingo de lama. Eu odiava profundamente aquele lugar. Era por isso que eu estava tão frustrada, certo? Por um milésimo de segundo minha situação com Percy passou pela minha cabeça, e eu pude sentir que aquilo estava me desgastando. Mas era tão mais fácil culpar a droga do acampamento que me servia capim como café da manhã, que resolvi deixar isso pra outra hora. No momento, eu deixaria tudo relacionado a Percy pra outra hora. Enterrei minhas mãos em meu cabelo. O que nós faríamos agora? Eu poderia descontar a minha raiva em Percy, mas acho que você não entenderia. Era simplesmente impossível ficar irritada com ele por muito tempo. Além do mais, a culpa não era dele. Era da vaca da diretora Riley que obrigou todos os alunos a seenfiarem nessa joça de lugar. Deus, como pude ser tão idiota! A única regra imposta era não sair de perto do grupo, e ainda sim eu consegui quebra-la, palmas irônicas pra mim. E o pior de tudo é que eu tinha certeza de que eles não estavam realmente se empenhando  pra achar aquele mapa. Pelos meus cálculos, Annabeth devia estar abraçada a uma arvore, Percy perdendo a paciencia com ela, e Nico deveria estar sentado  em algum tipo de toco cantarolando o refrão de "Paradise City". Veados. Parece que eu teria que resolver todos os problemas por ali. Eu realmente não queria sair daquele lugar, me afastar deles foi como um banho quente pra mim. Mas era preciso voltar. Levantei do chão. "Legal, minha bunda deve estar marrom", pensei, e depois ri de como isso soou. Rir, relaxar, me afastar. O meio do mato não era tão ruim, pelo menos esse trecho dele não. Me virei me preparando pra dar meia volta, quando vi uma coisa de que parecia ser feita de metal brilhando a uns dez metros. Oh, Deus. Não! Começei a rir da situação. Não podia estar realmente acontecendo! Cheguei mais perto, e segurei a coisa em minhas mãos. Não era possível que eu tivesse encontrado uma barra de ferro no meio do mato! "Tem de ser um sinal de Deus", pensei. Agora que haviam tirado o meu gesso, eu havia ganhado outra coisa pra ferir as pessoas! Okay, acho que Deus não gostou muito da última parte, mas obrigada mesmo assim. Começei a girar o objeto em minhas mãos, quase me esquecendo de tudo o que acontecia. Agora eu tenho uma barra de ferro, e ninguém vai me segurar, baibe.

P.O.V Percy

Eu estava realmente irritado. Annabeth perguntou se estavamos perdidos, e eu lhe respondi que sim, e quando fui olhar de novo ela estava agarrada firmemente a um carvalho. Acho que foi aí que eu percebi que namorava uma completa retardada. Thalia havia sumido no meio da confusão, e o idiota do Di Angelo estava cantando o refrão de Paradise City, o que seria até bom pra descontrair, não fosse o fato de que ele o estivesse cantando completamente errado. Por Deus, será que eu era o único interessado em cair fora dessa merda de lugar e voltar pra minha casa? Sem falar que eu tenho alguns problemas pendentes pra resolver com a minha vizinha, se é que me entende. Digo, eu realmente tinha que estar correndo bem quando ela passava no maldito corredor? Bem, isso não é o mais importante , certo? Ainda temos que encontrar Thalia, e bem, se for possível procurar o mapa.

- Gente? Oi? - Tentei chamar a atenção, sem sucesso. - PORRA! -- gritei, e dessa vez Nico se virou.

- Manda. - Ele disse curto e grosso, o que me deu vontade de enfiar a mão na cara dele. 

- Manda é o teu cu, olha com quem você tá falando, moleque. - Eu grunhi, e Nico riu com escárnio de mim.

- Eu to falando com o cara que abandonou minha amiga pra ficar com outra menina, quer um pouco mais de educação? - Ele cuspiu, me deixando um tanto envergonhado.

- Não seja bobo, nós não tinhamos nada, e mesmo se tivessemos, não seria da tua conta, intrometido. - Eu disse. Céus, Annabeth não estava se tocando que eu estava brigando por outra garota na frente dela?

- Eu posso ser intrometido, mas não deixei ela de lado quando ela mais precisou. - Ele jogou aquelas palavras na minha cara. E Deus, por que eu estava ficando tão incomodado com aquilo? Desde quando Thalia Grace se tornou alguém tão importante na minha vida? "Agora não é a hora de se questionar", pensei.

- Não importa, Di Angelo. Nada disso importa mais. Nós temos que acha-la. - Por sorte consegui segurar o "Eu tenho que acha-la" que estava preso em minha garganta. Iria soar como se eu gostasse dela, e é óbvio que não é nada disso.

- Eu não quero acha-la. Eu preciso acha-la. - Sussurrei em voz mínima, para que ninguém ouvisse.  Seria realmente vergonhoso se todos descobrissem a verdade.

Eu gosto dela.