P.O.V Thalia

Eu fiquei distraída com a minha barra de ferro, girando pra lá e pra cá, quando de repente reparei em uma coisa. Eu não tinha a mínima idéia de onde é que eu estava. Se antes eu estava perdida, agora eu estava bem mais. Ouvi um ruído vindo de um dos arbustos. Parecia que todas as cenas do filme "Terror Na Floresta" haviam voltado pra minha mente. E eu, a garota que nunca sentia medo, estava tremendo. Começei a chegar mais perto do arbusto, os ruídos apenas aumentando. Levantei a barra de ferro, e me aproximei um pouco mais. E de lá saiu... Um lindo coelhinho. Suspirei de alívio. Talvez fossem apenas coisas da minha cabeça. Talvez essa merda de acampamento estivesse me me deixando louca. Talvez é o caralho, eu já estava ficando louca. Aos poucos fui voltando ao normal e respirando direito.

- Hey Thalia, a gente tá te procurando a uma meia hora e... - Senti alguém tocar nas minhas costas, e minha espinha gelou. Rapidamente fechei os olhos  e rodei a barra de ferro na cara do infeliz, que logo caiu no chão. Abri os olhos com cuidado, e percebi o que tinha feito. Percy estava caído no chão, e acho que precisaria de alguns pontos na testa.

 ...

– Thalia! Eu não acredito que você apagou ele! - Annabeth disse, e eu olhei para a barra de ferro em minhas mãos. Tudo tinha acontecido tão rápido!

– Eu não tive culpa, se é o que quer saber! Ele me assustou, eu odeio sustos, você sabe disso! - Eu tentei me defender. - Na verdade, a culpa de tudo é dele! Se ELE não tivesse implicado comigo, se ELE não tivesse pulado em mim, nós ainda teríamos o mapa! - Eu terminei, e Annabeth parecia calma.

– Calme gente, eu vou ligar pra Palmer, se vocês quiserem eu até mando mensagem no WhatsApp que é mais rápido e... - Annabeth disse, e eu a cortei.

– Claro que não, sua anta! Aqui não tem sinal e muito menos internet! - Eu disse, levantando meu novo bicho de estimação. Ainda não conseguia acreditar que achei a a bendita barra de ferro justo no meio do mato!

– Nossa, que grossa... - Annabeth disse, e eu bufei.

– Meninas, parem de brigar, precisamos ajudar o P... - Nico começou.

– CALA A BOCA! - eu e Annabeth dissemos ao mesmo tempo.

Ótimo. Agora somos um grupo de jovens sem mapa, sujos de lama, e com um cara apagado. E a única coisa útil que temos é uma barra de ferro! Revirei os olhos. 

- ANNABETH, COMO ASSIM VOCÊ TROUXE CELULAR PRA UM ACAMPAMENTO AO AR LIVRE? - eu tentei repreende-la, mas na verdade eu estava  com um bocado de inveja. Por que EU não tive a idéia de trazer meu celular escondido? 

- Foi fácil, a tia do acampamento é a maior tapada e tal... - Annabeth disse, e eu me virei pra ela.

- APENAS CALE A MERDA DA BOCA, OK? - gritei exaltada. (n/a: Ê Thalia, cê tá muito exaltada, quer um doce de jaca? Jsbsjdjdhddhdjdjjshd) Annabeth se encolheu, e logo então eu pude perceber o quanto estava aterrorizada. Lembrei de que um dia nós já fomos amigas. Eu realmente sentia falta de conversar no telefone com alguém aos Domingos. Annabeth foi se afastando, e eu pude ouvir alguns soluços ao longe. Acho que nunca me senti tão culpada antes. Nico tentava reanimar Percy, e eu cheguei perto de Annabeth. Coloquei meu braço em volta do ombro dela. 

- Ei. Não fique assim, certo? Eu estava apenas muito irritada. Não queria ter dito tudo aquilo pra você. - Eu olhei dentro dos olhinhos dela, que pareciam estar frustrados com a vida. 

- Eu tento, ok? Tento ser uma boa namorada, uma boa amiga, mas eu não sei o que acontece... sinto que Percy me odeia, e você não fala mais comigo, e eu nem sei o porquê... - ela me olhou tristonha. Opa. Calma lá. Quer dizer que ela não havi brigado comigo desde o início?

- Annabeth... você não estava brigada comigo primeiro? - eu disse, e ela me olhou um tanto confusa. 

- Do que você está falando, sua estranha? - Annabeth riu, e me olhou séria. 

- Não importa mais. Tudo que eu quero é voltar a ser sua amiga. Tudo bem pra você? - eu disse, olhando pra Annabeth, que assentiu com a cabeça e abriu os braços. Nos abraçamos por um longo tempo, até que ouvimos Nico gritar:

- Gente! Ele acordou! - corremos pra perto de Percy, que tentava dizer alguma coisa. 

- Thalia, seu demôniozinho branco, veja o que você fez... - ele disse com a voz falha. 

- Agora não dá tempo pra você demonstrar o amor que sente pela  minha pessoa, temos que sair daqui. - eu disse irônica, puxei Percy pra cima. Eu tinha feito um bom estrago na testa dele. 

- Ei gente, algo me diz que achamos a saída. - Nico disse, apontando pra uma placa vermelha enorme escrito "Parabéns, você chegou ao fim da trilha! A Palmer te ama e você é especial." Revirei os olhos, e Annabeth também. Acho que estavamos voltando a ser como eramos antes, enfim. Percy cambaleava, e o céu estava escuro. Nós realmente havíamos passado cinco horas perdidos no meio do mato? Tudo tinha passado tão rápido. Passamos pela porteira, do lado de fora Palmer e os outros campistas nas esperavam com lanternas nas mãos.

- FINALMENTE! ESTAVA QUASE MANDANDO UMA EQUIPE DE BUSCA! - Palmer gritou, estourando meus timpanos. Escondi a barra de ferro na mochila, para que Palmer não pensasse que eu era um  traficante de armas ou algo do tipo. 

Depois de meia hora ouvindo sermões de Palmer, finalmente pudemos retornar até a nossa barraca. Percy foi encaminhado até a enfermaria, e eu me despedi de Annabeth pra entrar na barraca. Nico já estava na barraca dele, e eu entrei na minha. Troquei de roupa, e coloquei meu "pijama". Percy já deveria estar chegando. Será que ele estava bem? E porque será que eu me importava se ele estava bem? Balancei a cabeça, e neste momento Percy adentrou nossa barraca.