The Auror escrita por Heitor


Capítulo 7
Capítulo 7 - O Velho




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Adam abriu os olhos e percebeu que estava em pé em algo sólido. Acabaram de desaparatar na rua em frente ao hotel Santamour em que estavam hospedados. Eleanor estava caída no chão. Os três estavam no meio da rua e um carro vinha na direção deles. Rapidamente, Adam e Zoey seguraram os braços de Eleanor e a puxaram para trás. Os três caíram na calçada.

– Ufa – Disse Zoey – Foi por pouco!

– Ela está desacordada. – Falou Adam, tirando os fios de cabelos louros da testa de Eleanor – Vamos levá-la para dentro. – O garoto a ergueu, e pôs seu braço segurando a cintura da mesma. Zoey ajudou. Atravessaram a rua e entraram no hotel.


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– O que é isso? – Disse a senhora que estava atrás do balcão da recepção. – Vocês não podem trazer uma moça qualquer para dentro do nosso hotel, e.. – Adam franziu a testa para ela – Ah, senhor Werkhaizer. Veio buscar as mochilas? Já estão de retirada?

– Ah não ser que ela acorde, estaremos sim.

– Levem ela para o hospital, ora! – Disse a moça, indignada – Não podem deixá-la morrer aqui.

– Saiba que ela não está morrendo! – Replicou Adam, zangado – Vamos Zoey. Pegue as mochilas. – Zoey reclamou um pouco, e enfim, pegou a mochila dela e a de Adam. O garoto foi levando Eleanor, que não era pesada, pelas ruas.

Depois de alguns minutos caminhando, Zoey disse:

– Adam, já está de noite. Para onde vamos?

– Para aquela hospedaria do Sr. Lynn, você sabe que ele é um.. – O garoto gaguejou – um aborto. Vai entender a nossa situação.

– Mas fica próximo a Plummore! E se aqueles caras souberem que o Sr. Lynn é um aborto e.. – Zoey se calou. Não conseguiria mudar a opinião de Adam, e sabia disso.

Prosseguiram a pé até perto daquele parque abandonado, e tomaram caminho contrário de onde havia passagem para Plummore. Adam estava tão preocupado que não lembrou de ter pegado algum táxi.

Chegaram a uma casa de três andares. Parecia bem velha. A tintura da parede do lado de fora estava descascando. O portão de entrada estava enferrujado.

Zoey encarou Adam, e ele passou pelo portão com Eleanor, e ela o seguiu sem dizer nem uma palavra. Não acredito que vou passar a noite aqui, pensou Zoey.

O interior do casarão era ainda pior que o lado de fora. As paredes eram lotadas de quadros antigos. O piso de madeira rangia a cada passo que davam. Sr. Lynn, um velho com uma barbicha curta que usava um chapeuzinho antiquado, estava sentado numa cadeira de balanço que acompanhava o mesmo som do barulho do piso.

– Olá? – Disse Adam. O velho ergueu a cabeça.

– Oh, se não é o pequeno auror! – Adam riu. Seu antigo bairro não era muito longe dali. Sr. Lynn era amigo de seus pais, e sempre via Adam brincar durante as férias de Hogwarts. Ele dizia que seria um auror, e o velho o incentivava. – Como vai? Você está bem crescidinho!

– Fico feliz de ter lembrado de mim, Sr. Lynn! Bom, as coisas não estão muito boas no mundo bruxo, como também não está aqui. – Ele movimentou os olhos em direção a Eleanor, que ainda estava desacordada com a cabeça sobre seu ombro.

– O que houve com a bela donzela aí? É sua namorada? – Perguntou o velho. Adam abriu a boca pra responder, e Zoey se intrometeu:

– Não. Ela não é namorada dele. – E se manteve em posição ereta. Adam ignorou.

– Fomos atacados por bruxos.. nada amigáveis sabe? Aqui perto, em Plummore.

Sr. Lynn ficou pálido. Se levantou da velha cadeira e foi em direção à Adam.

– Oh, meu filho. O que deu em você para ir até a velha e perigosa Plummore? Não soube dos recentes fatos?! – O garoto se surpreendeu. Não sabia que o velho Sr. Lynn, um bruxo incapaz de produzir magia, ainda acompanhava as notícias ‘’fora’’ do mundo trouxa. Adam pensou em perguntar se ele tinha notícia de seus pais, mas resolveu deixar a pergunta para quando estivessem a sós. – Venham, irei arrumar um lugar para ficarem. – E o velho se encaminhou para a escada, conduzindo-os para um corredor comprido no segundo andar.

Ele tirou um molho de chaves do bolso, e retirou uma delas. A maior que tinha, e a levou para a fechadura da porta no fim do corredor. Logo, a porta se abriu.

Era um quarto grande e bem iluminado. Havia uma cama de casal no centro e uma grande janela aberta que se via a enorme lua ao céu. Dos dois lados da cama, tinha uma pequena cômoda e um abajur sobre elas. Zoey foi até a cama e jogou as duas mochilas. Suspirou.

– Receio que a mocinha – Sr. Lynn acenou com a cabeça para Eleanor – precise de cuidados, então deixarei você dois aqui. Enquanto a você, – ele olhou para Zoey – vou lhe mostrar seu quarto. É um lugar agradável, pode ter certeza.

Zoey abriu a boca, espantada. Não queria aceitar o fato de ficar em um lugar caindo aos pedaços, muito menos, dormir em um quarto sozinha, enquanto Eleanor e Adam estariam dividindo o mesmo quarto. Ciúmes, era isso o que Zoey sentia. Ela mal chegou e quer tomar o meu lugar, pensou ela.

Depois de uns segundos, ela se levantou, pegou a sua mochila, franziu a testa para Adam, e acompanhou o Sr. Lynn. Adam abafou uma risada.


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Era de madrugada. Eleanor ainda dormia. Adam havia colocado ela na cama, e saiu do quarto atrás do Sr. Lynn. Queria perguntar sobre os seus pais. Precisava.

No térreo do casarão, encontrou o velho sentado na velha cadeira de balanço, um jornal trouxa na mão e o rádio ao seu lado tocando músicas antigas num volume bem baixo.

– Sr.? – Chamou Adam.

– Ora, filho. Algo errado? – Disse ele, abaixando o jornal.

– Não. É que.. eu precisava fazer algumas perguntas para o senhor.

– Sente-se. – Sr. Lynn apontou para o velho sofá que estava perto do balcão. Adam foi até lá, e se sentou. – Diga-me, o que deseja saber?

– É sobre os meus pais.

– Oh, grandes pessoas! – Disse o velho.

– Você teve notícias deles?

– Olha, depois que aquela escola, é.. – Ele parecia não achar a palavra certa.

– Hogwarts. – Completou Adam, imediatamente.

– Isso, Hogwarts. Depois que ela foi fechada, houve uma confusão pelos arredores aqui.. Pessoas estranhas estiveram rondando o local. E houve mortes, é claro. – Adam estava com as mãos tremendo – Não cheguei a ver seus pais, mas.. ouvi dizer que houve um ataque no seu antigo bairro.

– O que? – Adam se levantou. Percebeu que tinha usado um tom de voz muito alto.

– Relaxe, meu filho. – Disse Sr. Lynn calmamente – Eu vi o pequeno Antony. O sol estava se pondo, um grupo de pessoas passavam aqui em frente. Eu observava pela janela. Seu irmão estava ao lado de uma mulher muito, muito bonita. Ela segurava sua mão. O pequeno me viu e acenou. Retribui com um largo sorriso.

– E depois? Para onde foram?

– Eu não sei. Voltei para minha velha cadeira de balanço. – Era incrível a calma que o Sr. Lynn usava para relatar tais fatos.

– E meus pais? Eles estavam junto ao grupo? – O garoto estava ficando impaciente.

– Como eu disse, apenas vi o pequeno Antony com a bela mulher. Ela era muito bonita, ah se era.. – O velho suspirou.

– Não me interessa essa moça! Eu quero saber da minha família! – Adam estava gritando. – Ah, eu.. eu vou dormir. – Ficou sem graça. O velho havia sido tão amigável com ele, contando isso e os deixando ficar lá essa noite. Adam pensou em se desculpar, mas já era tarde. Subia as escadas correndo em direção a seu quarto.

– Boa noite, pequeno auror. – Disse o Sr. Lynn. Levantou seu jornal, e voltou a leitura.


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