Observar Hook debilitado daquela forma me deixou travada, eu não tinha ação.

–Vamos Emma, meu feitiço não é tão forte quanto ao de Rumple.- Sininho falava quando eu voltei a meu estado normal, para nós duas Hook era pesado demais, então retirou um pó magico do bolso e jogou em Hook, que ficou levemente flutuando, assim conseguimos carrega-lo sem muito esforço.

Chegamos a praia, colocamos Hook no pequeno barco, Sininho subiu a bordo e chegando ao Jolly Roger colocamos Hook deitado em seus aposentos.

Eu nunca havia entrado na cabine dele, observei que estava organizada demais para um local onde vivia um pirata, uma escrivaninha cheia de papeis e rolos, havia também uma pequena mesa que tinha algumas bebidas, a pequena cabine cheirava a rum, era um cheiro característico de Hook, observei ele deitado e desacordado, notei que meus olhos marejados estavam querendo chorar.

Eu o conheci a pouco tempo, veio com a proposta de me mostrar a verdade e mesmo assim mentia o tempo todo, mas havia algo nele que me atraia, ele era irritante e ao mesmo tempo continha um charme.

Durante anos eu me privei de ter algum sentimento por alguém, eu era assim por defesa eu não me envolvia. Mas Hook tinha uma forma de me desafiar, quando ele sorria, ou quando era debochado. A imagem que invadia minha mente era do beijo que dei para o retirar do Frenesi das sereias.

–Emma, não podemos ficar aqui por muito tempo, pelo que vi o Homem com Pan nada quer com Hokk, você é o ponto, ele a quer.- Sininho falou, me atendo novamente a situação.

–Mas como vou embora? E Hook? E o veneno?

Sininho me encarou por um momento.

–Esse veneno é algo da Ilha, tem um antidoto, é uma água que corre pelas montanhas mais a dentro da ilha.

–Então, vamos pegar essa água.

–Não é tão simples Emma, quanto mais tempo vocês ficarem, mas risco você corre, e tem uma consequência.

Fiquei temerosa em saber o que mais teria por trás de tudo, eu queria Hook vivo, mas queria o quanto antes sair da Ilha, percebi nesse instante que eu estava cogitando a possibilidade de deixar Hook para trás, então onde eu era diferente de um pirata, talvez hook não fosse tão mal assim, ele somente vivia de acordo com a opções para viver, e as vezes em que pensava nos outros eram as vezes que as coisas davam errado, como no caso de sua mão.

–Qual a consequência? perguntei temerosa.

–Se ele sair da Ilha não lhe restará muito tempo, ele pode ser curado, porém como tudo nessa Ilha é ligado a magia que contém nela, assim que a pessoa deixa os efeitos se desfazem.

–Mas ele pode se curar?

–Sim mas...

–Não importa, o resto pensamos depois, traga essa agua sininho você é a única que pode.

–Tudo bem, o feitiço que deixa a Jolly Roger escondida não vai durar muito, e o que os eixou paralisados também, e Rumple ele é de longe mais poderoso do que posso ser, as magias das fadas não é tão forte quando se vive isolada e sozinha, então se a caso perceber que esta em perigo não hesite Emma, use os feijões e vá embora.

–Tudo bem, eu o faço- prometi a ela nem ao menos sabendo se eu cumpriria.

Sininho deixou o navio, e eu fiquei ao lado de Hook, eu sentia seu coração bater, mas sabia que era fraco demais para um coração normal.Seus olhos abriram levemente, alguma esperança se formou em meu peito, e ele observava o teto de seus aposentos.

–Hook? Pode me ouvir?

Por um tempo achei que ele não me ouvia, ate que ele quebrou o silêncio

–A sensação de estar morrendo não é tão ruim quanto eu imaginei- senti um leve tom de seus sarcasmo, o que me fez sorrir, ele estava ali.

–Como assim?- cheguei próximo a ele e me abaixei, sua pele estava suando,

–Achei que tudo de ruim iria me atormentar nessa hora, mas não, estou tranquilo.

Levantei peguei um jarro de água despejando em uma pequena bacia de metal, mergulhei uma toalha torcendo a agua, me abaixei novamente ao lado da cama e coloquei a toalha em sua testa limpando o suor e tentando de uma forma inútil abaixar a temperatura dele, que estava nas alturas.

–O que você fez de tão ruim que achou que seria atormentado?- falei tentado distrair aquela situação.

–Não importa agora, eu vou morrer e junto vão se embora tudo que fiz de mal, sorte minha ter feito um nome para ser lembrado por um longo tempo.

–Conte-me, eu não sei muito sobre você

Hook hesitou por um instante voltando a fechar seus olhos, mas logo ele começou a falar.

–Matei, roubei, a lista é enorme Emma, mas algo levarei de bom, eu o amei...

–Continue..- o incentivei

–Neal..

Não seria possível, não poderia ser o mesmo Neal que eu conheci.

–Como você sabe de Neal? O que esta falando?- o desespero me tomou porque ele falava de Neal, ele era meu amigo no meu mundo.

–Eu o abandonei- vi as lágrimas presentes em seus olhos

–Hook, escute, Neal, eu conheço um Neal.

Foi quando a luz me veio, eu vivi anos em casa de adoção e lares e foi em um destes que conheci ele, a Ilha não passava o tempo, Neal um dia me contou que não lembrava nada de sua infância, isso seria possível?

Lembrei que a uma das únicas pessoas que acreditavam em meus pesadelos e me apoiava era o meu amigo, porém quando falei de Hook ele não agiu como se conhecesse , porém depois de tudo que passei com Hook ate aqui eu não poderia duvidar de mais nada.

–Hook, Neal não está nessa Ilha, eu sei onde ele está.

Os seu olhar vagou por um instante, eu puder ver um pouco de brilho, encarei os olhos de Hook, ele retribuía o olhar. Como poderia em minha vida a única vez que senti em meu peito algo tão forte essa pessoa estava prestes a morrer.

Passei muito tempo me privando de deixar as pessoas se aproximarem, o medo de abandono sempre esteve presente, e agora estava ali diante de perder alguém por quem eu podia dizer sentir alguma coisa, mesmo não sabendo exatamente o que era, eu sentia algo por Hook.

Hook começou a tossir, eu o ajudei a se colocar de lado quando vi que ele tossiu sangue, aquilo me preocupou em demasia, quando ele se recompôs e fechou os olhos, sai da cabine e fiquei ali do outro lado da porta, como podia o destino ter brincado dessa forma comigo?

Hook , Neal, minha vida toda ligada de alguma forma, e Hook morrendo sem ao menos me contar a verdade.

Neal que nem sabia de seu passado, como o destino nos uniu de certa forma?

Do lado de dentro daquela cabine estava quem poderia me dar as respostas, quem me prometeu levar aonde eu teria respostas, e agora estava morrendo, mas não era somente isso que me preocupava, as respostas de uma forma ou outra eu poderia saber agora que estava dentro de um navio que poderia me levar onde quer que eu obtivesse o que procurava.

depois de respirar por um momento voltei ao lado dele, ele dormia fiquei ali observando seu sono.

–Emma...

Avoz rouca saia como sussurro, não respondi, sabia que era um delírio de sua parte, então fiquei somente trocando a toalha molhada que estava fervendo já.

–Emma, eu não posso fazer o que tenho de fazer, você...

Queria incentivar ele a continuar, mas só pude ficar ouvindo torcendo que alguma coisa coerente saísse de seus lábios

–Emma, eu ... Não posso mais... Você.. você é especial demais, linda, forte... - Em meio a coisas desconexas ele ia falando algumas que iam fazendo sentido. - Você não pode deixar Rumple te pegar ele quer te matar, ele precisa te matar, ou você...

–Ou eu o que?

Hook estava agora desmaiado as lagrimas vieram aos meus olhos, não podia ser, ao menos antes de morrer ele deveria falar algo para mim, e não ele acabou de me deixar mais curiosa.

Neste instante eu debrucei meu corpo sobre ele foi neste instante que percebi eu não só chorava pr querer saber a verdade, mas sim por saber que a pessoa que eu mais tive próxima nesses dias, iria morrer, e eu não podia fazer nada, me senti inútil naquele momento.

Sininho entrou rapidamente com um cantil de agua, ela se ajoelhou ao lado de Hook

–Não!!! é tarde demais..- ela disse as palavras e ela mesma estava chorando, mas eu custava a acreditar

–Não pode ser verdade, não

Olhei para Hook, estava pálido e ainda quente, senti que seu coração estava quase imperceptível peguei o cantil das mãos de sininho e tentei despejar na boca de Hook.

Mas nada estava acontecendo, eu comecei a pratear, as lagrimas eram intensas, eu observava Hook e só tentava saber mais do Homem que prometeu me mostrar a verdade, do Homem que estava atrás de um garoto, eu queria ter conhecido o mais Hook, conhecer o verdadeiro Killer, o homem por trás do pirata.

Mas isso pelo visto não iria acontecer. Neste instante eu me abaixei sobre seu rosto, e beijei seus lábios , ainda havia um reto nem que fosse pequeno de vida naquele homem, mas algo estranho aconteceu. Senti algo quente , meus lábios queimavam, e meu peito se apertou como se meu coração estivesse sendo esmagado.

Uma imagem vívida de Hook e seu sorriso, a dor veio, era como um choque elétrico, abri meus olhos e uma forte descarga elétrica saiu de meus lábios me afastando de Hook imediatamente

–Não é possível- Sininho falou assim que eu tentava entender o que estava acontecendo

–O que ouve?-Perguntei ainda entorpecida pelas descargas elétricas que senti passar por meu corpo

–Você é realmente ela.

Eu era "Ela"? A todo tempo eu queria saber a verdade e parecia que todos a meu redor sabiam menos eu mesma, o que tinha acabado de acontecer comigo?

Nesse momento que eu tentava entender o que ouve, Hook começou a se mover, ele se levantou observou a seu redor

–Eu estou vivo?

Sininho observou e o encarou

–Emma.. ela te salvou

Neste instante ele olhou em minha direção incrédulo, sorriu.

–Quanto poderosa ela é?- Hook olhou em direção a sininho, mas logo voltou seu olhar em minha direção

–Muito, mais ate do que todos imaginam, Killer eu vi, você estava praticamente morto, a água da ilha não resolveu, e então ela te beijou e tudo...mudou

–Espere- falei me colocando em pé -, não foi a agua que o trouxe novamente?

–Não! sininho olhou em minha direção- Foi Você alteza

Nesse instante eu me senti mais perdida do que eu imaginava.

–Então você me beijou - Hook falou sorrindo de lado, eu achava ate charmoso essa forma dele sorrir, a alegria de vê-lo vivo tomou conta de mim, e mesmo querendo saber a verdade , eu não podia negar, eu estava muito feliz de estar vendo Hook vivo.

–Foi somente um impulso.- Falei também sorrindo.

–Não temos tempo Rumple virá atrás dela, temos que partir!- Hook falou me trazendo novamente a realidade da situação.

–Mas eu quero saber o que ouve-Falei desesperada olhando em direção a Sininho

Hook saltou da cama veio em minha direção colocou sua mão em meu rosto olhou firme em meus olhos, por um instante eu me perdi nas duvidas que eu tinha, os olhos dele estava brilhantes ele tinha mais vida do que antes, ele acariciou minhas bochechas, senti a ponta de seus dedos queimarem onde elas passavam, por um instante eu só pensei, ele está vivo, e isso me deixava feliz.

–Não há tempo agora, mas prometo, por minha vida que você me deu novamente, te explicar tudo, mas temos que ir embora.

ele se abaixou e nem deu tempo para um protesto de minha parte, ele beijou de leve meus lábios sorriu, eu retribui o sorriso, e ele saiu correndo,

–Smme levantar ancora vamos partir!!!- escutei ele gritar

–O que ouve aqui Sininho?- imediatamente confrontei a fada.

–Ele irá te explicar tudo

–Não tenho muita certeza Killer anda mentindo muito.

–Não sei o motivo ao qual você esta com ele, não tivemos tempo em colocar o assunto em dia e muito menos iremos ter pelo visto, mas um dia quero saber tudo também. Mas depois do que acabei de ver eu creio que ele ira te contar a verdade, e creio que irá te ajudar a encontrar seu destino, ele não poderá mentir para você , não depois de seu beijo o salvar.

–Mas você não irá conosco?

–Não sou mais bem vinda na Terra encantada.

–Você estará conosco! Se diz que sou tão importante assim, isso deve valer de algo.

–Creio que um dia quem sabe eu crie coragem de enfrentar meu destino, mas não será hoje, - ela veio em minha direção segurou minhas mão-Adeus Emma, e cumpra seu destino, ele irá melhorar muitas coisas para todos.

Subimos a Proa e Killian estava Pronto para Jogar o feijão magico quando Sininho se despediu, e saiu do barco, assim que o feijão atingiu a agua o portal se abriu, eu conhecia a sensação dessa passagem do portal .

Em instantes estávamos novamente a luz do dia, e um grande mar ao nosso redor, não havia vestígios de terra ate onde meus olhos conseguiam enxergar.

–Onde estamos?- Perguntei a Killer que estava no Timão, ele retirou sua luneta de seu bolso, abriu ela e olhou em direção ao norte, segui a direção que ele olhava, mas ao olho nú não vi nada.

–Este é seu Lar Princesa, bem vinda a Floresta encantada!

O Navio se movia rápido, afinal Jolly Roger era o mais rápido de todos os mares, e em instantes eu avistei terra, enfim eu teria minhas respostas.