O Escolhido escrita por woozifer


Capítulo 27
♕ 27


Notas iniciais do capítulo

A fanfic acaba no capitulo 31 gente ><'

Desculpe se houver erros.



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Abri a boca para dizer a ele que ele simplesmente não sabia o que estava dizendo, que ele não me conhecia o suficiente para me amar e pedir que ele nunca mais dissesse isso, mas minha boca as vezes parece ter vontade própria.

- Eu também amo você – sussurrei meio confusa.

Ok, tenho um sério problema mental no qual eu não consigo nem controlar o que vou dizer, vou ao médico assim que voltarmos para o palácio e vou pedir para ele abrir minha cabeça e tirar essa parte do meu cérebro que não funciona, e sei lá... Colocar uns dois olhos a mais na parte de trás da minha cabeça, isso seria muito mágico, eu acho.

- Você... Isso é... Sério? – perguntou ele atordoado e eu me encolhi.

- É.

- Mas... O Harry e o Otávio... E o William?

- O que tem eles?

- Não era pelo William que você estava chorando?

- Claro que não – falei olhando para o chão.

- Você... Ai caramba... Não consigo acreditar que você disse que me ama.

- Se você quiser podemos fingir que eu nunca disse isso – sugeri esperançosa.

- Não, eu quero me apegar a isso – disse ele e eu suspirei.

- Tudo bem então.

- E aí, vai me dizer porque estava chorando?

- Você não vai querer saber, Louis.

- Vou sim, pode falar.

- Não...

- Eu não vou me importar – garantiu ele- é sobre o quê?

- Sobre outro cara – resmunguei de mal gosto e ergui os olhos hesitante para ele, Louis havia murchado um pouco, mas ainda parecia radiante com sua recém-descoberta.

- Certo, e porque ele te fez chorar?

- Nem sei – admiti confusa.

Porque mesmo eu estava chorando por Josh? Quer dizer, pode ser que ele estivesse vivo e feliz por aí, tudo o que eu sabia até agora era que minha mãe tinha tido um caso com o pai dele, mas isso aconteceu a muito tempo atrás, eu nem tenho com o que meu preocupar com isso... Porque mesmo eu estava chorando?

Louis me olhava nos olhos.

Entendi porque não consigo me concentrar em Josh.

- Então tá... Quem é o cara? Harry? Otávio?

Eu poderia contar a ele? Acho que não.

- Nenhum dos dois – falei. MERDA DE CÉREBRO, CARA SÉRIO EU VOU MESMO TROCAR DE CÉREBRO, preciso fazer isso, meu cérebro não está mais me obedecendo, isso não está certo.

- Eu? – sugeriu Louis meio esperançoso.

- Hã... Não – falei.

Já que tá tudo fodido que esteja fodido e meio então. Não queria saber de tudo Louis? Pois vou te contar tudo agora então.

- Seu... Pai então? – disse ele fazendo careta e eu ri sem muito humor.

- Não Louis.

- Quem então?

- Um cara por quem eu me apaixonei durante um ataque rebelde – comecei coçando a nuca.

- Não entendo – admitiu ele.

- Quer saber de tudo Louis? Eu posso te contar tudo, mas para um rapaz que disse que me ama, eu não sei se você vai querer saber de tudo.

- Eu quero – disse ele confiante.

- Certo... Me prometa que nunca vai contar essa história a ninguém.

- Eu prometo.

- Tudo bem... Lá vamos nós então... – inspirei fundo e comecei a brincar com a saia do vestido enquanto começava a falar em voz baixa – Durante um ataque rebelde, antes dos Selecionados chegarem, eu estava na floresta, vindo pra cá, era meu aniversário... – tudo parecia tão distante que era até esquisito falar daquilo- Eu estava na floresta e então ouvi aquela sirene que diz que estamos sendo atacados, então eu corri vai rápido pra cá e só vi que um soldado tinha me seguido quando cheguei aqui...

- Um soldado? – perguntou Louis já se segurando.

- Sim... Enfim, ele tinha levado um tiro na perna, estava sangrando, nós entramos aqui e eu conversei com ele por todo o ataque enquanto cuidava da sua perna. Então o ataque acabou e tudo voltou a ser como antes, eu a Princesa Inalcançável de Illéa, e ele mais um Soldado como um monte que estavam sendo recrutados e que ainda estão... Bom, depois daquilo comecei a me sentir responsável por ele, digo, eu tinha cuidado dele durante o ataque, e ele não teria sido atingido se não estivesse tentando me proteger então eu fui atrás dele na enfermaria... – inspirei fundo mais umas duas vezes antes de continuar – Lá eu ajudei o médico com a desculpa de que queria apenas ajudar os que haviam se sacrificado pelo palácio, mas na verdade eu apenas queria ver se ele estava vivo... Depois disso nos encontramos novamente durante um outro ataque, ele não consegui nem andar direito por causa do ferimento na perna, e eu me enfiei num outro esconderijo com ele para ajudá-lo, lá ele me disse que estava apaixonado por mim e... Nos beijamos.

Parei por um tempo, alisei mais uma vez a saia do vestido antes de continuar a histeria. Louis se mantinha calado e concentrado nas minhas palavras.

- Então passamos a nos ver escondidos, eu me apaixonei por ele mas... Eu acho que acabei me apaixonando por mais alguém também... Não sei. E esse é o fim da história.

- E você estava chorando por que? Qual o nome dele? Onde ele está agora? Por quem mais você se apaixonou?

- Calma gafanhoto, uma pergunta de cada vez. Primeiro, eu não o vejo desde o ultimo ataque rebelde, pode ser que ele tenha morrido e ninguém saiba, talvez nem os próprios comandantes dele saibam disso.

- E a família dele?

- Ele não tem família, Louis, era um Oito antes de se alistar. O pai dele morreu a não sei quanto tempo e a mãe... Nem sei o que aconteceu com a mãe dele.

- Nossa – Louis passou a mão nos cabelos castanhos e soltou o ar pesadamente. Então ficamos em silencio por uns minutos – E por quem você se apaixonou, Isabella?

- Eu digo que te amo e você vem me perguntar isso? – perguntei sarcástica e ele se encolheu, dava pra perceber que estava segurando um sorriso enorme, mas agradeci por ele não ter sorrido em considerações a mim.

- Então vocês... Terminaram por minha causa?

- Nunca nem ficamos realmente juntos, Lou.

- Hã... E qual era o nome dele?

Hesitei em lhe responder essa pergunta, Louis poderia simplesmente se revoltar e dizer ao meu pai que eu tinha tido um caso com o soldado Leger, caso eu lhe disse o nome dele.

- Isso não importa.

- Verdade – disse ele e suspirou – acho que vou me arrepender muito de fazer isso, Isabella, mas posso ir com você perguntar ao General se ele sabe algo do... Carinha lá.

- Acho que ele acharia estranho se eu aparecesse do nada e perguntasse a ele onde um soldado foi parar não é?

- Se você perguntasse talvez, mas e se nós dois perguntarmos? Podemos inventar uma história qualquer, todos gostam de fofocar sobre a Seleção nesse palácio mesmo, podemos inventar que ele foi um cupido nosso, ou algo do tipo.

- Você não quer fazer isso –adivinhei e ele riu irônico.

- Não mesmo – admitiu e eu franzi o cenho – mas se você quer saber onde ele está posso te ajudar com isso... Acho que vou acabar indo pro céu por isso.

- Você vai pro céu de qualquer jeito, Louis – falei sorrindo e lhe beijei o rosto, Louis riu e sorriu para mim.

- Muito melhor – disse ele e eu fiquei confusa – Você rindo, é melhor do que você chorando loucamente por uma floresta.

Revirei os olhos e sorri então me levantei e o puxei pela mão.

- Vamos lá francês – falei e ele riu e se levantou.

Saímos da casa de arvore e eu voltei a fechar a porta, então calcei meu salto novamente mas ainda assim fui sem a coroa na cabeça.

Pelo caminho meio que grande que nos levava da floresta até o jardim fomos conversando  sobre qualquer assunto, menos o assunto meu ex-quase-alguma-coisa, conversamos até sobre arte enquanto íamos andando pela floresta, o que me lembrou do meu passeio com Harry, mas me castiguei mentalmente por estar pensando em outros enquanto estava com Louis.

Quando chegamos a beira da clareira do jardim eu arrumei meus cabelos e coloquei a coroa novamente na cabeça, então eu e Louis saímos da floresta lado a lado, numa distancia comum entre duas pessoas, poderíamos ter saído abraçados, de mãos ou de braços dados, mas sabíamos que os guardas já falariam só por nos ver sair da floresta juntos, se nos vissem com algum contato a mais era capaz de saírem por aí dizendo que a princesa andou quebrando regras, como a regra da castidade.

Essa regra dizia que todo homem e mulher deveria se casar “puro” podemos por assim dizer, filhos fora do casamento eram estritamente proibidos, e um casal que não conseguisse se segurar e fizesse... Você sabe, antes do casamento, iria para a prisão.

Pelo o que eu sabia, muitos casais se casavam jovens porque não agüentavam ter que esperar. Eu iria ter que casar jovem porque meus pais não agüentavam esperar... Esperar para me ver arranjar um namorado como qualquer pessoa comum e me casar quando eu quisesse. Eles queriam um novo príncipe e futuro rei, eu que tinha que escolher esse tal príncipe. Legal né? Tipo, se vira Isabella aqui tá a lista, conheça e escolha.

Enfim, eu e Louis estávamos perdidos no palácio já, eu não tinha a mínima idéia de onde os soldados e o General ficavam, entramos num monte de portas erradas, visitamos a cozinha umas três vezes, a lavanderia umas cinco, entramos várias vezes em almoxarifados, antes de pararmos uma criada e Louis perguntar a ela onde é que os soldados dormiam, mas para a nossa decepção:

- Eles tem um dormitório no vilarejo, senhor – nos informou ela.

- Obrigado – agradeceu ele, a mulher fez uma reverencia e saiu apressadamente dando risadinhas. Louis se voltou a mim – sinto muito, Bells, eles não ficam aqui...

- Altezas – disse o General passando por nós e fazendo uma reverencia rápida.

- General! – dissemos eu e Louis em coro, o homem parou e se virou confuso.

- Poderia responder uma pergunta? – pediu Louis me puxando pelo braço para mais próximo ao general.

- Claro, alteza.

- O que aconteceu com o soldado... – Louis me olhou esperando que eu completasse a lacuna, e assim é claro, ele saberia de quem se tratava.

- Leger – completei.

- Leger? – disse o general de testa franzida – Josh Leger?

- Sim – falei me mantendo calma.

- Hã... Se não me engano ele foi transferido para George, majestades – disse o homem – perdoem-me a intromissão, mas porque gostariam de saber do soldado Leger?

Transferido... Isso era tudo o que minha mente processava, ele estava vivo! Porém estava realmente muito longe.

- O soldado Leger foi nosso... Cupido – ouvi Louis responder e dar uma piscadinha para o general que riu feliz e assentiu.

- Entendo.

- Muito bem, obrigado general – disse Louis e o homem fez uma reverencia antes de ir embora pelo corredor.

Dei meia volta e fui andando pelo caminho que eu me lembrava levar a cozinha.

- Bells, você tá legal? – perguntou Louis realmente preocupado.

- Não muito – admiti levando a mão a nuca.

- Ele só foi transferido, Isabella, pelo menos ele está vivo, você deveria estar feliz por isso – disse Louis e havia uma pitada de ciúme em sua voz, mas ele tentava se controlar e eu estava grata por isso.

- Eu sei – suspirei e então parei no meio do corredor – Acho que estou meio que... Feliz com isso – falei me sentindo aliviada, tão aliviada que meus olhos se encherão de lágrimas.

- Feliz? Tão feliz a ponto de chorar, Isabella? – disse ele confuso.

- Sim – falei sorrindo debilmente – Não tenho mais que me preocupar de ele está vivo ou não, se está bem, quando vou encontrá-lo novamente, Louis... Ele se foi, não foi culpa minha... A Seleção ainda está aqui pra me atormentar, tudo certo.

Louis riu da minha confusão e me abraçou.

- Então você está feliz?

- Não vou ter que me preocupar em dispensá-lo, ele simplesmente se foi... Agora apenas tenho que lidar com três, não mais com quatro.

Louis voltou a rir e depositou um beijo no topo da minha cabeça.

- É bom saber que tenho um concorrente a menos.


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Notas finais do capítulo

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